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Suínos / Peixes

Interações entre micotoxinas e endotoxinas afetam imunidade e crescimento de suínos

É sabido que para se tornar competitivo no cenário mundial, a produção de suínos precisa ser manejada de forma intensiva e com alta densidade de animais por baias

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Artigo escrito por Elise Nacer Khodja, engenheira Agrônoma e gerente do Serviço Técnico da Olmix – América do Sul

Muitas podem ser as razões para o baixo desempenho na produção de suínos. Alguns fatores como consumo e qualidade dos alimentos, manejo e ambiente, são decisivos para o sucesso da suinocultura moderna. É sabido que para se tornar competitivo no cenário mundial, a produção de suínos precisa ser manejada de forma intensiva e com alta densidade de animais por baias. Tal fator pode contribuir para a baixa qualidade higiênica e alta exposição dos animais a microrganismos patogênicos, como as bactérias, que, quando presentes no intestino delgado, podem produzir endotoxinas. Os problemas com as endotoxinas podem ser agravados com a presença de micotoxinas provenientes dos alimentos, as quais são consideradas um dos fatores mais imunossupressores que afetam o desempenho dos animais.

Conhecendo estas informações, outras questões precisam ser avaliadas, tais como: quais são os efeitos individuais e sinergéticos das micotoxinas e das endotoxinas na resposta inflamatória e no crescimento dos suínos? Existe alguma solução para proteger os animais frente a estas ameaças?

Efeitos das micotoxinas na saúde intestinal

As micotoxinas são metabólitos secundários de vários tipos de fungos frequentemente encontrados nos alimentos ou insumos. A nível mundial, as fumonisinas (FB) e o deoxinivalenol (DON) são as micotoxinas mais detectadas. Os efeitos tóxicos das micotoxinas de Fusarium como FB ou DON incluem reduções no consumo de alimento e crescimento, supressão da imunidade, lesões intestinais, desordens neurológicas e reprodutivas.

O trato intestinal é a primeira barreira encontrada pelos compostos exógenos e é o órgão alvo das micotoxinas. Ambos, DON e FB têm efeitos diretos na absorção de nutrientes, através de dois mecanismos. Primeiro mecanismo: prejudicam as células epiteliais, reduzindo a altura das vilosidades e assim diminuindo a superfície das mesmas, resultando em uma menor absorção de nutrientes e um aumento do risco de balanço enérgico negativo. Segundo mecanismo: o DON tem um efeito direto no transportador de glicose dependente ao sódio (SGLT1), o que conduz a uma baixa na absorção intestinal de glicose, que também pode causar balanço enérgico negativo.

A redução na absorção de nutrientes também provoca a redução da absorção intestinal de antioxidantes naturais que contribuem na resposta imune. Além disso, a exposição oral de micotoxinas prejudica a função de barreira do intestino ao ativar as MAPK, o que reduz a expressão das proteínas claudinas, que são os componentes mais importantes das junções oclusivas, reduzindo também a resistência elétrica transepitelial. A ingestão crônica de alimentos contaminados induz a redução no número de células caliciformes, o que reduz a secreção de mucina e reduz a proteção do epitélio frente à adesão de patógenos.

Estes mecanismos citados anteriormente resultam no aumento do risco de passagem transepitelial de bactérias e endotoxinas. Por último, o DON e a FB (até em concentrações baixas), causam a secreção de citocinas pro-inflamatórias como IL-1β, IL-2, IL-4, IL-5, IL-6 e TNFα. Essas citocinas pro-inflamatórias têm efeitos tanto sistêmicos como locais (inflamação, febre e redução do consumo de alimento).

Efeito das endotoxinas na imunidade

As endotoxinas são lipopolissacarídeos (LPS) derivados das membranas das bactérias gram-negativas. Apesar de as endotoxinas serem ligadas nas paredes celulares das bactérias, estas são continuamente liberadas no ambiente quando as bactérias morrem ou se dividem. Assim, o epitélio intestinal está sempre exposto a bactérias gram-negativas, que depositam diretamente os LPS tóxicos e pro-inflamatórios na superfície do epitélio intestinal. As endotoxinas não são diretamente tóxicas para as células ou aos órgãos, mas causam danos ao ativar o sistema imune, especialmente através dos monócitos e dos macrófagos que secretam mediadores pro-inflamatórios como as citocinas.

Micotoxinas e endotoxinas: Uma interação perigosa

As micotoxinas e as endotoxinas têm um efeito sinérgico sobre o intestino e a imunidade. Elas aumentam a produção de citocinas pro-inflamatórias, o que instaura uma inflamação local a nível do intestino. A expressão dessas citocinas é seguida por uma supraregulação de vários inibidores da sinalização de citocinas (SOCS), alguns dos quais são capazes de prejudicar a síntese do hormônio de crescimento (GH). Esta síntese também pode ser afetada por casos de balanço energético negativo, que pode estar relacionada à baixa absorção de nutrientes causadas pelas micotoxinas mencionadas anteriormente. Os impactos negativos na produção de GH conduzem a uma redução da secreção de IGF-1 (fator de crescimento semelhante à insulina tipo 1), em detrimento do desempenho e da saúde dos animais. De fato, a IGF-1 é um hormônio de crescimento que estimula a replicação, a diferenciação e a síntese celular. Assim, a IGF-1 tem impacto na produtividade (crescimento, produção de leite e reprodução). Esse efeito sinérgico entre as micotoxinas e as endotoxinas foi descrito inúmeras vezes na literatura.

Solução na adsorção de micotoxinas de amplo espectro

O uso de adsorventes de micotoxinas de amplo espectro é um fator chave para reduzir os efeitos das micotoxinas e das endotoxinas mencionadas anteriormente. O DON e a FB são micotoxinas complexas que são dificilmente adsorvidas pelos adsorventes convencionais, como por exemplo os produtos a base de bentonita.

Há um produto considerado de última geração e com o maior espectro de adsorção do mercado. O grande diferencial deste produto é uma molécula nova, a Amadéita, que é um híbrido entre uma argila e uma alga. A argila, mais especificamente a montemorilonita, é intercalada através de processos nanotecnológicos com os Ulvanos, que são polissacarídeos específicos da alga Ulva lactuca coletada nas praias da Bretanha francesa.

A grande vantagem que se obtém ao intercalar estes ulvanos é o aumento do espaço interlaminar da montemorilonita em dez vezes. Desta forma, é possível adsorver micotoxinas maiores e mais complexas, como DON e FB. Testes realizados no TNO holandês com um sistema digestivo artificial, comprovaram que a Amadéita tem uma capacidade de adsorção de DON similar ao carvão ativado, porém com uma dose muito inferior (para adsorver 40% de DON, foi necessário utilizar 1 Kg/ton, enquanto o carvão ativado necessitou 20 Kg/ton). Sua eficácia é ainda maior com a fumonisina; com 100g/ton diminuiu a concentração em 50%. Foi comprovado ainda que a molécula é seletiva, não afetando a biodisponibilidade dos nutrientes da dieta.

O controle das micotoxinas e das endotoxinas é muito importante para evitar os impactos negativos na saúde intestinal e na imunidade, assim como para evitar os efeitos indiretos no eixo do IGF-1, que também influenciam muito o desempenho dos animais. Para evitar os efeitos das micotoxinas e das endotoxinas na saúde e no desempenho dos animais, é muito importante usar um adsorvente de micotoxinas com o mais amplo espectro de adsorção possível.

Mais informações você encontra na edição de outubro/novembro de 2016.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Cadeia do peixe mira profissionalização e negócios

Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global.

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Foto: Jaelson Lucas

A piscicultura e a pesca no Brasil têm se mostrado setores de vital importância econômica e alimentar, com um potencial de crescimento extraordinário. No entanto, para que esse potencial seja plenamente alcançado, é crucial enfatizar a constante profissionalização dessas áreas como uma ferramenta fundamental para impulsionar seu desenvolvimento.

Nos últimos anos, o Brasil tem testemunhado um aumento significativo no número de congressos e feiras de negócios dedicados à piscicultura e pesca. Recentemente, o evento Inovameat em Toledo e os próximos eventos organizados pelo IFC Brasil em Foz do Iguaçu, Itajaí e Belém até o fim deste ano destacam-se como importantes plataformas para a troca de conhecimento, experiências e tecnologias inovadoras.

Esses eventos não são apenas oportunidades para networking, mas também são catalisadores para a profissionalização do setor. Eles oferecem espaços para debates sobre as melhores práticas, novas técnicas de produção, avanços tecnológicos e questões regulatórias, fundamentais para elevar os padrões de qualidade, segurança e sustentabilidade da piscicultura brasileira.

É inegável que a profissionalização é um dos principais impulsionadores do crescimento desses setores. Profissionais capacitados e atualizados são essenciais para impulsionar a inovação, aumentar a eficiência produtiva e garantir a competitividade no mercado global. Além disso, a profissionalização contribui para a valorização do trabalho no campo, incentivando a adoção de práticas sustentáveis e responsáveis.

Um dos aspectos mais promissores é que a produção de peixes no Brasil vem crescendo a uma taxa superior à média das outras proteínas animais. Esse crescimento é resultado não apenas do potencial natural do país, mas também do esforço contínuo de profissionalização e modernização do setor.

É fundamental que os governos, instituições acadêmicas, empresas e profissionais do setor continuem investindo na profissionalização da piscicultura e da pesca. Isso inclui o desenvolvimento de programas educacionais, capacitação técnica, acesso a tecnologias inovadoras e apoio à pesquisa e desenvolvimento.

Ao destacar a importância da profissionalização, reconhecemos que ela não é apenas uma necessidade, mas sim uma oportunidade para transformar a piscicultura e pesca brasileira em um setor ainda mais próspero, sustentável e competitivo no cenário internacional.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Giuliano De Luca, jornalista e editor-chefe do Jornal O Presente Rural.
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Suínos / Peixes

Primeiro trimestre registra crescimento expressivo nas exportações brasileiras de peixe de cultivo

Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Consideráveis aumentos de 48% em valor e de 20% em peso estão entre os principais resultados das exportações brasileiras da piscicultura nos três primeiros meses deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. Foram US$ 8,73 milhões movimentados no setor entre janeiro e março, maior valor registrado para o período desde 2020, quando a Embrapa começou a acompanhar sistematicamente esse mercado. Detalhando por mês, foram US$ 2,58 milhões em janeiro, US$ 2,61 milhões em fevereiro e US$ 3,54 milhões em março.

Foto: Cláudio Neves

Ainda representando percentual pequeno com relação a toda a produção nacional, as exportações brasileiras da piscicultura têm aumentado de maneira consistente nos últimos anos. De acordo com Manoel Pedroza, pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura na área de economia aquícola, o aumento da produção e da profissionalização da cadeia da piscicultura são alguns dos fatores que explicam o crescimento das exportações. “Apesar do mercado nacional absorver a grande maioria da produção, as empresas do setor têm buscado diversificar os canais de venda por meio das exportações”, expõe.

Entre as categorias de produtos, a mais exportada no primeiro trimestre de 2024 foi a de filés frescos ou refrigerados, que respondeu por 65% de todo o valor movimentado: U$ 5,65 milhões. Na sequência, com 23% do valor movimentado no período, aparece a categoria de peixes inteiros congelados. Esses e outros dados estão disponíveis de maneira gratuita no Informativo de Comércio Exterior da Piscicultura – Trimestre 01/2024. O boletim é editado pela Embrapa Pesca e Aquicultura e conta com a parceria da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).

Série histórica

A edição referente ao primeiro trimestre de 2024 é a 17ª ininterrupta. O trabalho da Embrapa de acompanhamento das exportações brasileiras da piscicultura começou em 2020; portanto, está entrando no quinto ano seguido. O que já permite construir uma série histórica e apontar algumas características desse setor. Manoel explica que a consolidação da tilápia como carro-chefe é a principal característica verificada ao longo desse período. “A importância do mercado norte-americano como principal destino das vendas e o crescimento dos embarques de filés frescos de tilápia são outros pontos de destaque”, ressalta.

Entre janeiro e março deste ano, 95% de todo o peixe exportado pelo Brasil foi tilápia. A espécie movimentou U$ 8,31 milhões. Na sequência, ambos com 2% de participação, aparecem bagres e curimatás.

E, também conforme dito pelo pesquisador, os Estados Unidos, novamente, foram o principal destino das exportações brasileiras da piscicultura no primeiro trimestre de 2024. Com 89% de participação, os valores movimentados chegaram a U$ 7,77 milhões. A seguir, cada país com 2%, estão China, Japão, Colômbia e Canadá. Diferença significativa entre o primeiro e os demais destinos.

Tilápia

Fazendo o recorte para a principal espécie exportada (que também é a mais cultivada no Brasil), dos U$ 8,31 milhões movimentados pela tilápia, U$ 5,64 milhões (ou 68%) foram na categoria de filés frescos ou refrigerados. Na sequência, com 23% da movimentação financeira (U$ 1,87 milhão), aparece a categoria de tilápia inteira congelada.

Com relação ao preço, quatro das cinco categorias tiveram aumento no primeiro trimestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2023. A categoria que conseguiu maior preço foi a de filé fresco ou refrigerado, com U$ 7,57 por kg, registrando aumento de 17% com relação ao preço do primeiro trimestre do ano passado, que foi de U$ 6,45 por kg.

Paraná (com 81% dos valores), São Paulo (responsável por 12%) e Bahia (com 4% do total movimentado) foram os três estados que mais exportaram tilápia no primeiro trimestre de 2024. Nos três, a categoria de filés frescos ou refrigerados foi a líder.

E para os próximos trimestres, alguma mudança relevante pode acontecer? Quem responde é o pesquisador Manoel: “as exportações de outros peixes de cultivo têm crescido, em particular do tambaqui. Organizações e empresas da cadeia do tambaqui têm realizado ações para abertura de mercados no exterior (ex: Estados Unidos) e é possível que isso resulte num aumento das exportações nos próximos meses de 2024”.

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Suínos / Peixes

Propriedade no Paraná é reconhecida modelo em sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

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Foto: Divulgação

Quando em 2016 decidiram ingressar na piscicultura, o casal de produtores Jairo e Sandra Zanatta assumiram o compromisso de preservar a área verde, conservar os recursos naturais e adotar boas práticas sustentáveis para garantir a longo prazo o equilíbrio do ecossistema e a sustentabilidade da sua propriedade, localizada na linha Marrecos, distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon (PR).

Casal de piscicultores Sandra e Jairo Zanatta produzem tilápia há oito anos e recentemente recebeu o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável: reconhecimento classificou a propriedade para a etapa nacional da premiação – Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Com uma área de 12,6 alqueires, a fazenda possui 12 tanques escavados destinados à criação de tilápias, com possibilidade para alojar até 500 mil peixes por ciclo produtivo, que varia de 10 a 11 meses. “São 70 mil metros quadrados de lâmina d’água”, conta o piscicultor. “Dependendo da época que alojamos os peixes, atingimos uma produção de 1,2 a 1,3 lotes por ano”, complementa.

A produção anual alcança entre 400 a 450 toneladas, com uma média de peso de 950 gramas por peixe. De acordo com os produtores, há espaço para ampliar o negócio em mais 30 mil metros quadrados de lâmina d’água, o que possibilitaria chegar até 100 mil metros quadrados em seu sistema produtivo.

Recentemente, Zanatta foi reconhecido entre mais de 300 produtores com o 1º lugar do Prêmio Produtor Rural Sustentável, iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob no Paraná, destacando sua propriedade como autossustentável. A premiação o classificou junto com outras 11 propriedades na etapa nacional, sendo ele o único representante do Paraná. “Independente de ganhar ou ficar entre os primeiros, figurar entre as propriedades mais sustentáveis do Brasil é muito gratificante, além de ser uma demonstração do reconhecimento do trabalho que realizamos para preservar e conservar as nascentes e a área verde, do cuidado com o manejo da atividade e o uso da geração de energia limpa”, salienta, contando que uma equipe da cooperativa já esteve na propriedade para validar as informações repassadas e a data prevista para divulgação do resultado da etapa nacional é em meados de maio. “Nossa expectativa é figurar entre os seis melhores do Brasil”, ressalta.

Compromisso inabalável com a sustentabilidade

O que diferencia o trabalho da família Zanatta é sua abordagem holística, que abrange desde a conservação de nascentes de água até a adoção de energia solar na piscicultura, visando tornar sua propriedade completamente autossustentável.

Propriedade possui duas usinas de minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas que atende toda a propriedade, incluindo os aeradores, os alimentadores automáticos e o bombeamento de água para os tanques escavados

Sua visão vai além da mera produção, Jairo entende que cuidar do meio ambiente é uma responsabilidade compartilhada e que, ao adotar práticas sustentáveis, não apenas preserva os recursos naturais, mas também garante a viabilidade de seu negócio a longo prazo. “Ao iniciarmos na piscicultura, priorizei a preservação das nascentes. Hoje são quatro minas de água preservadas. Também priorizamos a mata no entorno da propriedade, inclusive com plantio de novas árvores. Também instalamos duas usinas para minigeração de energia renovável através de placas fotovoltaicas e para garantir a qualidade da água nos tanques escavados usamos probióticos uma vez por semana. Além disso, a propriedade foi totalmente automatizada, incluindo a alimentação dos peixes, realizada por alimentadores automáticos em cada açude, integrados ao sistema de geração de energia limpa. E os peixes mortos são destinados à compostagem”, explica.

Na usina principal, instalada em 2021, com 280 placas, é produzida energia para toda a propriedade, incluindo os aeradores e os alimentadores automáticos. Na segunda usina, 28 placas geram energia dedicada exclusivamente ao bombeamento de água para os tanques escavados. O investimento total foi de cerca de R$ 450 mil nos dois sistemas. “Desde que temos as usinas conseguimos uma redução de custos com energia elétrica de aproximadamente 95%. Embora o investimento ainda não esteja totalmente pago, já se mostra altamente vantajoso”, exalta Jairo.

Aprimorar operações

Jairo e Sandra destacam que, embora a propriedade seja considerada autossustentável, a busca por melhores práticas é constante. “Estamos empenhados em aprimorar nossas operações diariamente, buscando tecnologia e inovação para tornar nossa produção ainda mais sustentável”, enaltecem, acrescentando: “É muito gratificante ver que, como resultado desse esforço contínuo, fomos reconhecidos pela cooperativa Sicoob, que nos projetou para buscar o título de propriedade autossustentável a nível nacional”.

Qualidade da água

Para garantir a qualidade da água para o cultivo e o bem-estar dos peixes, Jairo conta que a água utilizada tem origem em uma mina do Rio Marrecos. “Além disso, realizamos medidas sanitárias rigorosas, como manejo adequado e alimentação de qualidade. A qualidade da água é priorizada, sendo tratada semanalmente com probióticos para mitigar o estresse hídrico causado pelo calor excessivo. Contamos também com o suporte da equipe veterinária e técnica da C.Vale, cooperativa à qual somos integrados”, mencionam os produtores.

Propriedade fica localizada na Linha Marrecos, Distrito de Margarida, no interior de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná

Desafios

O casal de piscicultores afirma que o desafio atual que persiste na criação de tilápia é relacionado ao estresse hídrico devido às altas temperaturas, que, em alguns dias chegaram a superar 40ºC. “Isso nos obriga a reduzir a quantidade de alimentação, resultando em um ganho de peso diário menor, o que acaba comprometendo a conversão alimentar. Essa situação afeta não apenas nossa propriedade, mas toda a piscicultura. Apesar dos desafios, realizamos um controle rigoroso e manejo cuidadoso para buscar constantemente melhorias”, enfatizam.

Outra forma de garantir o bem-estar e o conforto térmico para controlar a temperatura da água devido ao calor excessivo é por meio do bombeamento e renovação de água, além da aeração. “Essas práticas de manejo são essenciais para proporcionar conforto aos peixes, controlar a mortalidade e garantir a sanidade do ambiente”, afirma Jairo.

Prêmio Produtor Rural Sustentável

O Prêmio Produtor Rural Sustentável é uma iniciativa promovida pelo Sicoob Central Unicoob, com o propósito de reconhecer e premiar os produtores rurais cooperados que se destacam por suas práticas sustentáveis no setor agropecuário brasileiro. Nesta edição foram oito produtores do Paraná reconhecidos por suas boas práticas de sustentabilidade. Somente a família Zanatta se classificou para a etapa nacional.

O prêmio valoriza as ações implementadas por produtores rurais financiados pelo Sicoob, que adotam práticas de produção sustentável alinhadas com os princípios do ESG (ambiental, social e governança). Este reconhecimento destaca tanto as iniciativas ambientais quanto as sociais e de governança desses produtores, contribuindo para o avanço da sustentabilidade no campo.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor da piscicultura brasileira acesse a versão digital de Aquicultura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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