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Intenção de confinamento cresce 17,9% no Brasil 

Estudo será lançado nesta  quinta-feira (12) e reúne dados da pecuária intensiva brasileira, abordando a realidade dos confinamentos mapeados na 5ª edição da pesquisa.

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Foto: Gisele Rosso

O Confina Brasil, maior pesquisa-expedicionária sobre pecuária intensiva no Brasil, lança nesta quinta-feira (12) o Benchmarking Confina Brasil 2024. Consolidando os resultados de sua 5ª edição, o material reúne dados que refletem as realidades e as tendências do setor, com destaque para os 5 anos de pesquisa promovida pela Scot Consultoria.

Foto: Ana Maio

Neste ano, a expedição mapeou 218 propriedades, sendo 148 visitas e 70 entrevistas remotas, em 16 estados, abrangendo mais de 3,8 milhões de bovinos em sistemas intensivos e semi-intensivos de produção. Desse total, 2,9 milhões de animais representam bovinos confinados destinados ao abate, o que corresponde a 39,4% da projeção nacional para 2024, que prevê um total de 7,37 milhões de cabeças confinadas destinadas a esse fim, um crescimento de 6,5% em relação a 2023.

Além das análises por estado, o estudo detalha práticas de gestão, sanidade, nutrição, tecnologia e sustentabilidade, proporcionando uma visão abrangente e estratégica da pecuária intensiva no Brasil.

Entre os destaques, a pesquisa apontou um crescimento de 17,9% na intenção de confinamento em relação ao ano anterior. O relatório também explora projeções, como a expectativa de 7,37 milhões de cabeças confinadas destinadas ao abate em 2024, um aumento de 6,5% em relação a 2023.

A adoção a sistemas integrados é realidade em 57,3% das propriedades agrícolas mapeadas, promovendo eficiência e sustentabilidade. Segundo dados da Embrapa e da Rede ILPF, a integração lavoura-pecuária (ILP) é a modalidade de integração mais predominante no Brasil. Na amostra analisada pela pesquisa em 2024, a ILP esteve presente em 55,3% dos 57,3% confinamentos que adotam algum tipo de integração.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O Pará foi um dos destaques, com 85% das propriedades mapeadas adotando o sistema de integração. O estado também se consolidou como líder na exportação de gado vivo, responsável por quase 50% das cabeças embarcadas em 2023, e registrou um aumento significativo na intenção de confinamento (+28%), segundo a pesquisa expedicionária.

O estado do Maranhão também apresentou incremento expressivo no confinamento de bovinos de corte (+85%), com mais de 60% das propriedades adotando o sistema de ILP, reforçando o desenvolvimento da atividade intensiva na região Norte do Brasil.

Além da popularização dos sistemas integrados, as práticas de bem-estar animal e modelos sustentáveis de produção, como o reaproveitamento de dejetos, foram algumas das estratégias identificadas pelos técnicos da pesquisa em 2024 e relatadas no estudo. Com 92,5% dos confinamentos realizando coleta de resíduos, esses dejetos, que antes representavam um passivo ambiental, têm sido reaproveitados principalmente para adubação e fertirrigação de pastagens e lavouras.

Entre outras tendências reveladas, a pesquisa também apontou desafios relacionados à mão de obra, destacando a baixa participação feminina (11%) e o baixo índice de formação superior (4,6%).

“Os resultados da pesquisa realizada em 2024 revelam um cenário promissor na pecuária intensiva brasileira, com crescimento do uso da ferramenta e na intenção de confinamento pelos produtores do Brasil. Os dados obtidos refletem o compromisso do setor com a sustentabilidade, eficiência e uma evolução contínua na gestão da pecuária brasileira.”, destaca Julia Zenatti, médica veterinária, Coordenadora do Confina Brasil.

5 anos de impacto

Desde sua criação, o Confina Brasil já percorreu mais de 200 mil quilômetros, visitou mais de 600 propriedades e mapeou mais de 13 milhões de cabeças de gado em 16 estados brasileiros. Essa jornada consolidou a pesquisa como uma referência para a radiografia da pecuária intensiva no país, sendo uma ferramenta estratégica para produtores e outros fornecedores do setor.

Por onde passou a expedição em 2024

Durante 2024, a expedição percorreu quatro rotas estratégicas, abrangendo 13 estados brasileiros. A Rota 1 incluiu São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul; a Rota 2 passou por Mato Grosso, Rondônia e o Sul de Goiás; a Rota 3 percorreu o Norte de Goiás, Tocantins, Minas Gerais (Triângulo Mineiro e Norte) e Pará; e a Rota 4 cobriu Maranhão, Piauí, Bahia, e Espírito Santo.

Fonte: Assessoria Scot Consultoria

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Exportações recordes de carne bovina reforçam preços no mercado interno

Com 96% do volume anual já embarcado até outubro, o ritmo forte das exportações e o avanço nas vendas de animais vivos reduzem a oferta doméstica e sustentam as cotações, apesar da resistência recente de compradores a novos ajustes.

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Fotos: Shutterstock

As exportações brasileiras de carne bovina continuam avançando em ritmo expressivo e já impulsionam diretamente o mercado interno. De acordo com a análise quinzenal do Cepea, os embarques acumulados até outubro alcançaram 96% do total exportado em 2024, configurando um novo recorde para o setor.

Além da carne bovina, as vendas de animais vivos também registram alta. No acumulado do ano, o volume enviado ao exterior chegou a 842 mil toneladas, crescimento de 12,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse fluxo intenso para o mercado externo reduz a oferta doméstica e, somado à baixa disponibilidade de animais terminados, mantém as cotações firmes no mercado interno. A demanda por carne bovina e por boi gordo permanece consistente, com estoques enxutos e vendas estáveis.

Por outro lado, compradores começam a demonstrar resistência a novas elevações, indicando uma possível acomodação dos preços no curto prazo.

Fonte: O Presente Rural com informações Deral
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Retirada da sobretaxa pelos EUA devolve competitividade à carne brasileira

Decisão tem efeito retroativo, pode gerar restituição de valores e reorganiza o fluxo comercial após meses de retração no agronegócio.

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A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC) manifestou  grande satisfação com a decisão dos Governo dos Estados Unidos de revogar a sobretaxa de 40% imposta sobre a carne bovina brasileira. Para a entidade, a medida representa um reforço da estabilidade do comércio internacional e a manutenção de condições equilibradas para todos os países envolvidos, inclusive para o Brasil.

Foto: Shutterstock

A sobretaxa de 40% havia sido imposta em agosto como parte de um conjunto de barreiras comerciais aos produtos brasileiros, afetando fortemente o agronegócio, carne bovina, café, frutas e outros itens. A revogação da tarifa foi anunciada pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva, com vigência retroativa a 13 de novembro. A medida também contempla potencial restituição de tarifas já pagas.

De acordo com veículos internacionais, a retirada da sobretaxa faz parte de um esforço para aliviar a pressão sobre os preços de alimentos nos EUA, que haviam subido em função da escassez de oferta e dos custos elevados, e reduzir tensões diplomáticas.

Reação da ABIEC 
Na nota divulgada à imprensa na última semana, a ABIEC destacou que a revogação das tarifas demonstra a efetividade do diálogo técnico e das negociações conduzidas pelo governo brasileiro, resultando num desfecho construtivo e positivo.

A entidade também afirmou que seguirá atuando de forma cooperativa para ampliar oportunidades e fortalecer a presença da carne bovina brasileira nos principais mercados globais.

Comércio exterior 
A retirada da sobretaxa tem impacto direto sobre exportadores brasileiros e o agronegócio como um todo. Segundo dados anteriores à

Foto: Shutterstock

aplicação do tarifaço, os EUA representavam o segundo maior destino da carne bovina do Brasil, atrás apenas da China.

O recente bloqueio causava retração nas exportações para os EUA e aumentava a pressão para que produtores e frigoríficos redirecionassem vendas para outros mercados internacionais. Com a revogação da sobretaxa, abre uma nova perspectiva de retomada de volume exportado, o que pode fortalecer as receitas do setor e ajudar a recompor a fatia brasileira no mercado americano.

Próximos desafios
Apesar da revogação das tarifaço, a ABIEC e operadores do setor devem seguir atentos a outros desafios do comércio internacional: flutuações de demanda, concorrência com outros países exportadores, exigências sanitárias, regime de cotas dos EUA e eventual volatilidade cambial.

Para a ABIEC, o caso também reforça a importância do protagonismo diplomático e da cooperação institucional, tanto para garantir o acesso a mercados como para garantir previsibilidade para os exportadores brasileiros.

Fonte: O Presente Rural
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Abates de bovinos disparam e pressionam preços no mercado interno

Alta oferta limita valorização do boi gordo, apesar de exportações recordes e forte demanda internacional.

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Os abates de bovinos cresceram no terceiro trimestre, impulsionados pelo bom momento dos confinamentos. Em outubro, as exportações também tiveram desempenho excepcional, mas o aumento da oferta de carne no mercado interno acabou limitando uma valorização maior do boi gordo. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, mesmo com a recuperação recente dos preços, a relação de troca para quem trabalha com recria e engorda piorou, já que o custo do bezerro avançou mais que o preço do boi no período de um ano.

Dados do IBGE mostram que os abates de bovinos subiram 7% no terceiro trimestre de 2025 em comparação com o mesmo período de 2024. Só em setembro, o crescimento foi de 13% sobre o resultado do ano anterior. Informações preliminares do Serviço de Inspeção Federal (SIF) indicam que, em outubro, os abates podem ter aumentado cerca de 15% na comparação anual.

As boas margens dos confinamentos em 2025, especialmente para produtores que fizeram gestão eficiente de riscos e aproveitaram momentos favoráveis de mercado para travar preços, atraíram um grande volume de animais para a engorda intensiva. Esse movimento reforçou ainda mais a oferta de gado pronto para abate, que já vinha em alta desde o início do ano. Um exemplo foi o contrato futuro com vencimento em outubro, que negociou acima de R$ 330 por arroba durante boa parte de março a agosto e encerrou o mês a R$ 317.

Do lado da demanda, as exportações de carne bovina registraram resultados impressionantes em setembro e outubro, com dois recordes consecutivos: 315 mil e 320 mil toneladas de carne in natura embarcadas, respectivamente, um avanço anualizado de 16,7% sobre o acumulado de janeiro a outubro de 2024.

Mesmo assim, o forte aumento dos abates elevou a oferta de carne no mercado interno, acima do esperado para o período. Ainda assim, o preço do boi gordo reagiu a partir do fim de setembro. Entre o início de outubro e 14 de novembro, a arroba subiu 5,6%, e a carcaça casada avançou ainda mais, 7,9%.

Apesar dessa recuperação, a relação de troca para recria e engorda se deteriorou no intervalo de um ano: enquanto o boi gordo de São Paulo ficou 4,8% mais barato em outubro na comparação anual, o bezerro de Mato Grosso do Sul ficou 15,4% mais caro.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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