Notícias Simpósio da Acav
Inteligência Artificial transforma a avicultura
Marcelo Dalmagro vai destacar que os profissionais do setor têm enfrentado muitos desafios, como por exemplo, a imensa geração de dados e o pouco tempo para se tomar uma decisão estratégica, enquanto Juliana Batista aborda a conexão entre o presente e o futuro e inúmeras possibilidades que auxiliarão a cadeia na tomada de decisão.

Imagine como a inteligência artificial (IA) moldará o futuro da avicultura, mas fazendo um paralelo de como essa inovação já tem impactado no dia a dia da indústria avícola. Essa será uma das reflexões propostas pelos especialistas Marcelo Dalmagro e Juliana Batista durante o 14º Simpósio Técnico da ACAV – Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição.

Médica-veterinária, Juliana Batista: “Ao explorarmos os avanços da indústria avícola abordaremos o impacto de algumas tecnologias, estudos de casos bem-sucedidos e a importância de inovações emergentes que estão revolucionando as operações” – Fotos: Arquivo pessoal
O evento será realizado no período de 29 a 31 de agosto no Centro de Convenções (CentroSul) de Florianópolis. A intenção é trazer temas de maior relevância da atualidade nessa cadeia produtiva e apresentar as mais recentes inovações do setor. A iniciativa reunirá especialistas e profissionais ligados ao setor avícola em busca de capacitação e debate sobre as melhores práticas para o setor produtivo.
A temática “Inteligência Artificial – o que já está mudando na agroindústria” será abordada no dia 30 de agosto (quarta-feira), às 15 horas, no Bloco Incubação e Inovação. Marcelo e Juliana trarão exemplos, desafios e reflexões sobre como a IA impactará a avicultura do futuro, o cenário mundial com as novas tendências e aplicações no campo e como os gestores podem tomar melhores decisões com os dados disponíveis. “IA, algo que parecia tão distante, nos brinda como uma conexão entre o presente e o futuro e inúmeras possibilidades que auxiliarão na tomada de decisão de forma ágil e assertiva. Então, ao explorarmos os avanços da indústria avícola abordaremos o impacto de algumas tecnologias, estudos de casos bem-sucedidos e a importância de inovações emergentes que estão revolucionando as operações”, antecipa Juliana.

Médico-veterinário, Marcelo Dalmagro: “O desafio reside em analisar e interpretar eficientemente essas informações dentro de prazos limitados”
Marcelo destaca que os profissionais da avicultura têm enfrentado muitos desafios, como por exemplo, a imensa geração de dados e o pouco tempo para se tomar uma decisão estratégica e correta. “O desafio reside em analisar e interpretar eficientemente essas informações dentro de prazos limitados. Ao aproveitar o poder de análise e das percepções fornecidas pela IA, os gestores podem tomar decisões proativas, antecipar situações e otimizar recursos, maximizando a produtividade e a lucratividade”, explica.
Conheça os palestrantes
Marcelo Dalmagro é médico-veterinário formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área com ênfase em patologia e produção aviária. Atua, principalmente, nos seguintes temas: avicultura, matrizes de corte, manejo, assistência técnica e biosseguridade. Atualmente é diretor estratégico de marketing e tecnologia na Cargill Animal Nutrition Latam Sul.
Juliana Batista é médica-veterinária formada pela Universidade Federal de Minas Gerais, tem mestrado em Produção Animal pela mesma instituição e possui certificação Green Belt em Inovação pela Sparkademy de Zurich, Suíça. Atualmente é gerente de marketing estratégico e tecnologia na Cargill, buscando por inovações que facilitem a vida do produtor e conectando as suas necessidades às mais recentes tecnologias do Brasil e do mundo.
Inscrições
As vagas são limitadas. A inscrição para o evento está no último lote e pode ser feita aqui. O valor de investimento para profissionais é de R$ 550 e, para estudantes, de R$ 300.

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.



