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Integração laboral-pecuária pode reduzir o uso de fertilizantes e mitigar impactos no clima

Estudo de longa duração feito no Cerrado mostrou que sistemas integrados de trabalho e pecuária reduzem a quantidade de fertilizantes a serem aplicados, com isso
diminui as emissões de óxido nitroso, importante gás de efeito estufa. Além da vantagem econômica ao produtor, gastar menos com fertilizantes, a rotação entre trabalho e pastagem melhora a qualidade do solo.

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A rotação entre trabalho e pastagem traz diversos benefícios para a qualidade do solo - Foto: Kleberson de Souza

Estudo conduzido pela Embrapa no Bioma Cerrado mostra que a adoção de sistemas integrados pode ser benéfica tanto na redução das emissões de óxido nitroso (N 2 O) quanto na redução das aplicações de fósforo e potássio, se comparados a sistemas de trabalhos contínuos fertilizados com os doses normalmente recomendadas desses nutrientes.

Animais em pastejo no Panicum maximum BRS Tamani depois do consórcio com o sorgo – Foto Roberto Guimarães Jr

Os sistemas de trabalho contínuo, sem a presença da pastagem na rotação e baseados no cultivo solteiro de soja e sorgo, por exemplo, promoveram emissões mais elevadas de N 2 O quando foi aplicada a fertilização recomendada em relação aos sistemas que receberam metade da dose, aplicado como fertilização de manutenção, conforme resultados obtidos em experimento de longa duração prolongada na Embrapa Cerrados (DF) entre 1991 e 2013. O pastejo na área do sistema ILP nos anos anteriores ao estudo e a adubação com metade das doses de fósforo e potássio reduziram as emissões acumuladas de gás de efeito estufa (GEE) em 59%. Para os autores do estudo, diante da crise mundial de fertilizantes, os resultados têm extrema relevância para a agricultura no Brasil e no mundo.

Os resultados da pesquisa estão publicados no artigo Emissões de Óxido Nitroso de um Sistema Integrado Lavoura-Pecuária de Longo Prazo com Dois Níveis de Fertilização P e K , que está entre os autores dos pesquisadores da Embrapa Cerrados Arminda Moreira de Carvalho , Alexsandra Duarte de Oliveira e Robélio Leandro Marchão , que trabalharam em parceria com a Universidade de Brasília.

“A relação entre as emissões de N 2 O e a fertilização nitrogenada, assim como as menores emissões de N 2 O resultantes da adoção de sistemas integrados, já estão bem documentadas na literatura científica. No entanto, ainda não havia informações disponíveis sobre a relação das emissões desses GEE com outros nutrientes comumente aplicados na lenha, como fósforo e potássio”, argumentam os autores.

O trabalho partiu da premissa de que os sistemas integrados são mais eficientes na utilização dos nutrientes aplicados ao solo, e que em solos de fertilidade construídos (após vários anos de cultivo) é possível reduzir significativamente as doses de fósforo e aplicação aplicadas na fase de trabalho da rotação. Segundo os pesquisadores, a rotação entre trabalho e pastagem traz diversos benefícios para a qualidade do solo, que tem como consequência a proteção da matéria orgânica e a melhoria do funcionamento biológico do solo, além da redução das emissões de GEE.

No sistema integrado na modalidade “ boi safrinha ”, por exemplo, o pastejo de entressafra reduz a disponibilidade de biomassa no solo, aumentando a mineralização do nitrogênio, a ciclagem de nutrientes e estimulando o sistema radicular da gramínea forrageira. “Confirmamos a hipótese de que com a adoção de sistemas integrados em áreas consolidadas de agricultura é possível reduzir a adubação fosfatada e potássica e, ao mesmo tempo, mitigar as emissões de N 2 O em comparação com trabalhos contínuos que recebem altas doses desses nutrientes” , afirma Marchão.

Estudo compara dois sistemas com diferentes históricos de adubação
Para testar essas hipóteses, foram avaliadas as emissões de N 2 O, variáveis ​​edafoclimáticas (de clima e solo), atributos químicos do solo, a produção de resíduos vegetais, o rendimento de grãos e a emissão relativa (kg de N 2 O emitido por kg de grãos produzidos). As avaliações foram realizadas em sistemas integrados em comparação com sistemas de trabalho contínuos, ambos em dois níveis de fertilidade e com diferentes históricos de adubação. Os sistemas avaliados fazem parte do experimento mais antigo de Integração Lavoura-Pecuária (ILP) do Brasil, implantado na Embrapa Cerrados em 1991.

O estudo foi realizado durante dois anos agrícolas produtivos, durante a fase de trabalho dos sistemas integrados, rotacionados a cada quatro anos entre trabalho e pecuária (pastagem). Desde a implantação do experimento de ILP, as áreas foram dedicadas sob dois níveis de fertilização fosfatada e potássica.

Dessa forma, foram estabelecidas quatro contrastes entre sistemas: trabalhos contínuos adubados com metade das doses recomendadas de fósforo e potássio; trabalhos contínuos nas doses recomendadas de fósforo e potássio; sistema ILP com metade das doses recomendadas de fósforo e potássio; e sistema ILP nas doses recomendadas de P e K. Uma área de Cerrado nativo adjacente foi utilizada como referência para monitoramento da emissão de óxido nitroso.

No primeiro ano do estudo, em ambos os sistemas (ILP e trabalho contínuo) a cultura da soja foi bem-sucedida pelo pousio devido à escassez de chuva que inviabilizou o cultivo da segunda safra. No segundo ano, no sistema ILP, foi realizado, após a colheita da soja, por meio do plantio do sorgo de segunda safra em consórcio com  Panicum máximo  BRS Tamani para pastejo na entressafra. Já nas áreas de cultivo contínuo, o sorgo foi plantado na entressafra de soja, sendo consorciado com uma mistura de espécies de plantas de cobertura – capim pé-de-galinha ( Eleusine coracana ), capim braquiária ( Brachiaria brizantha cv. Paiaguás ), feijão -guandu ( Cajanus cajan IAPAR 43 ), crotalária ( Crotalaria spectabilis ) e nabo-forrageiro ( Raphanus sativus ).

Câmara estática para amostragem de N2O – Fotos: Thais Sousa

Sistema integrado apresentou menores valores para emissões de N 2 O diário e acumuladas
As emissões de N 2 O foram medidas ao longo de 603 dias, totalizando 78 campanhas de coleta de gases. As amostragens de gás foram realizadas com o uso de câmaras estáticas instaladas em cada sistema de manejo.

Os fluxos diários de óxido nitroso variaram de -5,33 a 73,51 µg N 2 O/m 2 /h no primeiro ano agrícola e de -3,27 a 77,17 µg N 2 O/m 2 /h no segundo – fluxos com valores positivos significam emissões do GEE para a atmosfera, enquanto valores negativos representam sequestro de gás. Segundo os pesquisadores, apesar de não serem tão altos, esses valores já são preocupantes no contexto das mudanças climáticas.

O maior fluxo diário de N 2 O foi observado no sistema de trabalho contínuo com as doses recomendadas de fósforo e potência no segundo ano de avaliação. De acordo com o estudo, os fluxos mais altos de N 2 O foram registrados imediatamente após a semeadura e ao final do ciclo da soja, e após a adubação da cobertura nitrogenada do sorgo na segunda safra.

As médias de fluxos diários de óxido nitroso no período analisado foram de 23,2 µg N2O/m 2 /h no sistema de trabalho contínuo com a adubação recomendada, 16,9 N 2 O/m 2 /h no sistema de trabalho contínuo com metade da adubação fosfatada e potássica, 14,3 µg N 2 O/m 2 /h no sistema integrado com adubação recomendada e 12,4 µg N2O/m2/h no sistema integrado com metade da dose, enquanto na vegetação nativa do Cerrado, a média diária de referência foi de 6,2 µg N 2 O/m 2 /h.

As emissões de N 2 O foram medidas ao longo de 603 dias, totalizando 78 campanhas de coleta de gases

O trabalho também mensurou as emissões acumuladas de N 2 O, considerando sistema e níveis de fertilidade. O sistema de trabalho contínuo e dose recomendada (1,32 kg N 2 O/ha) emitiu mais N 2 O quando comparado ao sistema integrado com metade da dose (0,46 kg N 2 O/ha) no primeiro ano de avaliação, porém não diferenciou dos demais sistemas no segundo ano, e ao considerar todo o período de avaliação (603 dias), contínuo sendo o sistema que mais emitiu (2,74 kg N 2 O/ha), enquanto o sistema integrado com metade da dose contribuiu no mesmo período com 1,12 kg N 2 O/ha, ou seja 59% menos. “Esse resultado possivelmente é explicado pelo pastejo nos anos anteriores a esse estudo nos sistemas ILP, o que, associado à fertilização de fósforo e potencial no sistema integrado com metade da dose, verificado em menor quantidade de resíduos culturais. Isso provocou aumento da mineralização e menor disponibilidade de nitrogênio. Em consequência, houve mitigação de N 2 O”, explica Arminda Carvalho.

Nos demais sistemas, as emissões acumuladas no período treinado foram de 1,62 kg N 2 O/ha (lavoura contínua com metade da dose), 1,41 kg N 2 O/ha (no sistema integrado e dose recomendada) e de 0 ,38 kg N 2 O/ha no Cerrado nativo. “Nossos resultados sugerem que os sistemas integrados, que incluem lavouras e pastagem, e com metade da dose de P e K, são mais eficazes em mitigar emissões de N 2 O, o que, no contexto atual de crise climática e na indústria global de fertilizantes, é um aspecto de grande relevância para a agricultura no Brasil e no mundo”, concluem os autores.

Tecnologia importante para as mudanças climáticas
Os sistemas integrados já são uma realidade no Brasil e representam uma das tecnologias disponíveis para enfrentar as mudanças climáticas, sendo uma das principais estratégias previstas no Plano ABC+, atual política pública brasileira para mitigação das emissões de GEE no setor agrícola.

A expectativa é que a implementação de políticas públicas de pagamento por serviços ambientais e a possibilidade de negociar o excedente de carbono no mercado público ou privado se torne ainda mais atrativa a adoção de sistemas integrados.

“Para isso, é necessário estabelecer métricas que possibilitem comparar sistemas tradicionais, como lavouras contínuas de grãos, ou de pecuária, com os intensificados, como os de Integração Lavoura-Pecuária e Integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Nesse sentido, nosso estudo contribui para a análise detalhada”, finalizam os autores.

Alinhamento ao ODS
O estudo está alinhado a algumas metas de três dos  17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS)  preconizados pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Objetivo 2:  Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a melhoria da nutrição e promover uma agricultura sustentável.

Meta 2.4:  Até 2030, garantir sistemas sustentáveis ​​de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas, que fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças climáticas, às condições atmosféricas extremas, secas, inundações e outros desastres, e que melhorem progressivamente a qualidade da terra e do solo.

Objetivo 12:  Garantir padrões de produção e de consumo sustentáveis.

Meta 12.2:  Até 2030, alcançar uma gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais.

Objetivo 13:  Tomar medidas urgentes para combater a mudança climática e seus impactos.

Meta 13.1:  Reforçar a resiliência e a capacidade de adaptação aos riscos relacionados ao clima e às catástrofes naturais em todos os países.

Fonte: Embrapa Cerrado

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Fotos: Shutterstock

Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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