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Bovinos / Grãos / Máquinas

Integração de setores deve nortear ações para ampliar a competitividade da produção do agro brasileiro

Para se manter nesta posição e crescer o protagonismo do agronegócio nacional, será necessário superar desafios ligados ao comércio internacional, mas sobretudo no âmbito do mercado doméstico, em meio às incertezas econômicas e fiscais e às questões políticas em um ano eleitoral.

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Consolidado entre os maiores produtores de alimentos, fibras e energia no âmbito global e um dos principais exportadores de alimentos para o mundo, ao Brasil, para se manter nesta posição e crescer o protagonismo do agronegócio nacional, será necessário superar desafios ligados ao comércio internacional, mas sobretudo no âmbito do mercado doméstico, em meio às incertezas econômicas e fiscais e às questões políticas em um ano eleitoral.

Certamente, o próximo governo vai precisar redobrar a sua atenção para atrair capitais enquanto trabalha para fomentar uma boa imagem agroambiental, por meio do incentivo à produção sustentável. Neste contexto, a integração deve ser o ponto central para o agronegócio brasileiro ampliar a sua competitividade no cenário mundial, mas também para produzir mais com um nível ainda maior de conservação ambiental, promovendo uma integração global entre os setores público-privado, universidades e empresas, cadeias produtivas e entre países.

Ex-ministros de Agricultura Roberto Rodrigues, ex-presidente Michel Temer e ex-ministro da Agricultura Francisco Turra debatem em torno das perspectivas para o agro nacional para os próximos três anos – Fotos: Gerardo Lazzari

Essas foram algumas das conclusões apontadas pelos especialistas que participaram dos debates na 21ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma iniciativa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a B3 – a bolsa de valores do Brasil, realizada no início de agosto, em formato híbrido, na capital paulista.  “Todos os debates estiveram ligados ao ambiente e à conjuntura atual. Ainda antes da pandemia da Covid-19, houve um momento em que os Estados Unidos, em uma decisão unilateral do presidente, à época Donald Trump, de abandonar a liderança das instituições globais, o que ocasionou no enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio, que é importante para o Brasil manter a sua competitividade e pelos subsídios que os outros países fornecem. Desse modo, passamos por um processo de reglobalização do mundo”, avaliou o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

Ele defende que o agro brasileiro precisa ser proativo pela condição excepcional de grande exportador e produtor de alimentos, fibras e energia. “Mais do que ser, precisamos mostrar, e isso requer atuação diferenciada, que necessariamente passa pela atuação público-privada integrada”, ressaltou, enfatizando que é preciso valorizar os programas nacionais que buscam incentivar a união entre a produção e a conservação ambiental, como o RenovaBio.

Outro ponto citado pelo presidente da Abag foi a integração no setor privado, uma vez que o país deve enfrentar novos mercados e um mundo cada vez mais com exigências e demandas distintas. “Precisamos estar presentes nas discussões das métricas de sustentabilidade e informar o que é importante para uma agricultura tropical e não apenas aceitar o que é bom para o mundo temperado”, pontuou.

Busca pela autossuficiência

No painel que fechou a rodada de debates trazendo as perspectivas para o agronegócio no período de 2023 a 2026, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa), Roberto Rodrigues, destacou três pontos importantes a serem observados no curto prazo, elencando a nova globalização com dois polos – o Ocidente, sem liderança e com a perda do protagonismo de organismos internacionais; e o Oriente, liderado pela China; o novo cenário transformado pela pandemia, que fez com que as empresas busquem trazer seus insumos para localidades próximas; e a segurança alimentar. “O mundo está em busca de autossuficiência, precisamos trabalhar para garantir o nosso papel neste cenário, que depende de tecnologia e inovação, acordos comerciais fortes, não aceitação de ilegalidades no país, infraestrutura e logística, além de organização da classe rural através do sistema cooperativo nacional”, expôs Rodrigues.

Agregar valor aos produtos da agricultura

Francisco Turra, que foi ministro da Agricultura durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ressaltou a importância do Brasil como fonte de alimentos e energia em um cenário de crise alimentar pela qual passa o mundo nos dias atuais. “Superamos outros países produtores pela qualidade da produção, tecnologia e produtividade, mas imagino que esses índices podem ser multiplicados com agregação de valor aos produtos exportados. Essa é a nova revolução que precisamos empreender, agregar valor aos produtos da agricultura de pequeno, médio e também de grande porte. Há cerca de 180 mercados do mundo abertos ao Brasil”, enalteceu.

Segurança alimentar mundial

Desde a década de 70, quando foi ministro da Agricultura no governo Geisel (1974 a 1979), o agrônomo Alysson Paolinelli acompanha o desenvolvimento e o crescimento da agricultura brasileira, sendo responsável por liderar a revolução agrícola tropical sustentável que deu autossuficiência de alimentos ao Brasil, transformando o país em potência agroalimentar.

Para ele, o atual momento da geopolítica mundial é visto como uma grande oportunidade de o Brasil reafirmar o seu protagonismo no cenário da segurança alimentar mundial. “O aumento no número de habitantes no planeta, especialmente em países altamente populosos como a China, traz consigo o aumento de renda e capacidade aquisitiva com a consequente troca de carboidratos por proteínas. O Brasil está preparado para suprir essa demanda porque viemos dominando quase todas as cadeias produtivas de proteínas, mas é preciso focar e investir no aumento significativo de produção para alimentar esse número crescente de pessoas”, reconhece Paolinelli.

E para esta transformação, Paolinelli diz que mão de obra e tecnologia são ferramentas fundamentais neste processo. “Tenho absoluta certeza que chegou a vez de o Brasil ocupar os espaços que o mercado nos oferece”, vislumbra.

O ex-presidente da República Michel Temer corroborou com a avaliação de Paolinelli, ao exemplificar a importância da permanente evolução tecnológica do agronegócio. Outro ponto enfatizado por ele foi a relação multilateral, o que implica em parcerias comerciais com diversos países, como a China, que é o maior parceiro do Brasil, seguido pelos Estados Unidos. Temer comentou ainda que em suas viagens, os países têm demonstrado interesse em investir no agronegócio, por terem a certeza da lucratividade do setor. Ainda ressaltou o papel da bancada ruralista para o crescimento sustentável do segmento.

Temer também destacou a necessidade de incentivar as ações da iniciativa privada, a fim de que tenham financiamentos adequados para o agro brasileiro. “Esse congresso é incentivador de todos esses fatos, prestigiando esse setor, que é o suporte de nossa economia”, salientou.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura, commodities e maquinários agrícolas acesse gratuitamente a edição digital Bovinos, Grãos e Máquinas.

Fonte: O Presente Rural

Bovinos / Grãos / Máquinas

Apesar de cinco meses de aumento, preço ao produtor de leite segue abaixo de 2023

Com alta acumulada de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, valor ainda está 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais.

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Foto: Ari Dias/AEN

O preço médio do leite captado em março foi de R$ 2,3290/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, 4,1% maior que o do mês anterior, mas 20,3% abaixo do verificado no mesmo período do ano passado, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de março). Com esse resultado, o preço ao produtor acumula alta real de 12,9% neste primeiro trimestre. Porém, a média dos três primeiros meses deste ano está 21,7% inferior à igual intervalo de 2023.

Esta é a quinta alta mensal consecutiva no preço do leite pago ao produtor, e esse movimento é explicado pela redução da oferta no campo. A limitação da produção, por sua vez, ocorre devido ao clima adverso (seca e calor) e à retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira.

O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea seguiu em queda – o recuo foi de 2,5% de fevereiro para março. No acumulado do primeiro trimestre, a captação diminuiu 7,5%. Esse contexto reforça a disputa entre laticínios e cooperativas por fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A valorização do leite cru, contudo, não foi repassada na mesma intensidade para o preço dos derivados lácteos. Segundo pesquisas do Cepea, as cotações do leite UHT e do queijo muçarela no atacado do estado de São Paulo subiram 3,9% e 0,3% em março, respectivamente. Agentes de mercado relatam consumo ainda sensível na ponta final da cadeia, de modo que os canais de distribuição pressionam a indústria por valores mais baixos.

Ainda assim, a média dos lácteos no primeiro trimestre de 2024 frente ao mesmo período do ano passado registra queda menor que a verificada para o preço pago ao produtor. De janeiro a março, a baixa real nos valores do UHT e também da muçarela foi de 10,4%.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para agentes do mercado. Embora as compras externas de lácteos estejam em queda, o volume internalizado neste ano ainda supera o do ano passado. Dados da Secex apontam que, em março, as importações caíram 3,3% frente a fevereiro. Porém, essa quantidade ainda é 14,4% maior que a do mesmo período do ano passado. Considerando-se o primeiro trimestre do ano, as aquisições somaram quase 577,5 milhões de litros em equivalente leite, 10,4% acima do registrado nos três primeiros meses de 2023.

Nesse contexto, a expectativa de agentes de mercado é que o ritmo de valorização do leite ao produtor perca força em abril.

Gráfico 1 – Série de preços médios recebidos pelo produtor (líquido), em valores reais (deflacionados pelo IPCA de março/2024). Fonte: Cepea-Esalq/USP.

 

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Efeito do uso de levedura viva probiótica na eficiência alimentar de bovinos leiteiros

Consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes, as leveduras vivas probióticas promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta.

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Foto: Shutterstock

O uso de microrganismos vivos fornecidos diretamente como aditivo probiótico para bovinos tem aumentado significativamente nos últimos anos. Um desses exemplos é o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae, responsável pela melhoria no desempenho e na eficiência alimentar de bovinos.

Para vacas em lactação, por exemplo, o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae melhora o desempenho em todas as etapas de produção. Uma meta-análise realizada em 2010 envolvendo 14 experimentos e um total de 1.600 vacas leiteiras mostrou que o uso da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 melhorou significativamente a eficiência alimentar (+3% em kg de Leite Corrigido para Gordura/kg de Matéria Seca Ingerida) para vacas em início e no final da lactação (Figura 1).

Figura 1: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 na eficiência alimentar de vacas em lactação. (LCG = Leite Corrigido para Gordura; MSI = Matéria Seca Ingerida).

Esses ganhos obtidos em aumento da produtividade ou eficiência alimentar podem ser explicados pela capacidade que a levedura viva tem em modificar o ambiente ruminal. Uma vez presente no rúmen, a levedura viva interage com a população microbiana (bactérias, fungos e protozoários) e os nutrientes (fibra, amido e proteína) em um ambiente anaeróbico e essas interações promovem maior estabilidade do pH ruminal (reduzindo o risco de acidose subaguda), estímulo ao desenvolvimento de bactérias fibrolíticas e aumento da digestibilidade da fibra.

Exemplo dessas modificações do ambiente ruminal foram observados em um trabalho conduzido ainda em 2007. Esse experimento mostrou que vacas suplementadas com a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 apresentaram aumento do pH ruminal (Figura 2). A análise de dados da literatura mostra que esse aumento do pH ocorre porque a levedura viva estimula o crescimento das espécies de bactérias utilizadores do ácido lático ruminal, principalmente Megasphaera elsdenii e Selenomonas ruminantium.

Figura 2: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento do pH ruminal.

Além de promover melhora no pH ruminal, o uso da levedura viva também apresenta efeitos positivos na digestibilidade da fibra. Outro estudo mostrou que a levedura viva probiótica aumentou em 4% a digestibilidade da fibra em relação ao tratamento controle (Figura 3). Esses autores observaram também melhora na eficiência alimentar para os animais tratados com a levedura viva.

Figura 3: Efeito da levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 no aumento da digestibilidade da fibra.

A digestibilidade da fibra é item primordial para maximizar o retorno sobre os custos com alimentação. Desafios ambientais (tais como estresse térmico) comprometem a função ruminal e, consequentemente, aumentam a concentração de nutrientes nas fezes. A suplementação com leveduras tem demonstrado efeitos positivos para a colonização de bactérias celulolíticas (tais como R. flavefaciens, por exemplo) e fungos, sugerindo um impacto particularmente marcante na quebra de ligações lignina-polissacarídeo e melhorando o aproveitamento dos nutrientes ingeridos.

Em conclusão, leveduras vivas são consideradas microrganismos benéficos em dietas para ruminantes porque promovem o crescimento da microbiota favorável do rúmen e estabilizam o pH ruminal. Diversos estudos mostram que a levedura viva Saccharomyces cerevisiae CNCM I-1077 aumenta a digestibilidade da ração através de maior degradação da fibra (FDN do trato total), o que resulta em maior extração de nutrientes e energia da dieta. Os benefícios para os produtores são vários: redução do risco problemas metabólicos e maior retorno sobre o investimento com alimentação, pois o uso da levedura viva como aditivo probiótico melhora tanto a produção de leite quanto a eficiência alimentar.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: jmoro@lallemand.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Mateus Castilho Santos / Divulgação

Fonte: Por Mateus Castilho Santos, engenheiro agrônomo, mestre em Ciência Animal e Pastagens, PhD em Ciências Animais e Alimentares e gerente técnico da Lallemand Animal Nutrition para a América do Sul.
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Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba (MG)

Casa do Girolando será inaugurada durante 89ª ExpoZebu

A raça Girolando terá agenda cheia na feira, incluindo lançamento do Ranking Rebanho, encontro com comitivas internacionais, julgamento e assembleia geral.

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Foto: Divulgação/Girolando

Tudo pronto para mais uma participação da raça Girolando na ExpoZebu (Exposição Internacional de Raças Zebuínas), que acontece entre sábado (27) e 05 de maio, em Uberaba (MG). A partir deste ano, a Associação Brasileira dos Criadores de Girolando passa a contar com um espaço fixo dentro do Parque Fernando Costa, a “Casa do Girolando”, onde recepcionará os visitantes ao longo de todo o evento.

A inauguração da Casa do Girolando será na próxima segunda-feira (29), a partir das 18 horas. “O parque é palco de importantes exposições ao longo de todo o ano, como a ExpoZebu e a Expoleite, que contam com a presença da raça Girolando. E agora poderemos atender a todos na Casa do Girolando, levando mais informação sobre a raça para os visitantes”, assegura o presidente da entidade, Domício Arruda.

Durante o evento, também acontecerá o lançamento do Ranking Rebanho 2023, que traz os melhores criadores que melhor desempenham o trabalho de seleção, produção e sanidade dentro de seus rebanhos. “O Ranking Rebanho é uma referência para os criadores de Girolando que buscam melhorar seus indicadores e, como consequência, elevar a rentabilidade de seus negócios”, diz o coordenador Técnico do Programa de Melhoramento Genético da Raça Girolando (PMGG), Edivaldo Ferreira Júnior. Outro evento marcado para o dia 29 de abril, a partir das 13h, é a Assembleia Geral Ordinária, para prestação de contas.

A associação ainda receberá comitivas internacionais durante a 89ª ExpoZebu. Estão agendados encontros com grupos da Índia e do Equador, quando serão apresentados os avanços da raça Girolando, que é uma das que mais exporta sêmen no Brasil.

Competições

A raça Girolando competirá em julgamento nos dias 29 e 30 de abril, pela manhã e tarde, sob o comando do jurado Celso Menezes. Participarão 120 animais de 17 expositores.

Fonte: Assessoria da Associação Brasileira dos Criadores de Girolando
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CBNA – Cong. Tec.

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