Bovinos / Grãos / Máquinas
Integração de setores deve nortear ações para ampliar a competitividade da produção do agro brasileiro
Para se manter nesta posição e crescer o protagonismo do agronegócio nacional, será necessário superar desafios ligados ao comércio internacional, mas sobretudo no âmbito do mercado doméstico, em meio às incertezas econômicas e fiscais e às questões políticas em um ano eleitoral.
Consolidado entre os maiores produtores de alimentos, fibras e energia no âmbito global e um dos principais exportadores de alimentos para o mundo, ao Brasil, para se manter nesta posição e crescer o protagonismo do agronegócio nacional, será necessário superar desafios ligados ao comércio internacional, mas sobretudo no âmbito do mercado doméstico, em meio às incertezas econômicas e fiscais e às questões políticas em um ano eleitoral.
Certamente, o próximo governo vai precisar redobrar a sua atenção para atrair capitais enquanto trabalha para fomentar uma boa imagem agroambiental, por meio do incentivo à produção sustentável. Neste contexto, a integração deve ser o ponto central para o agronegócio brasileiro ampliar a sua competitividade no cenário mundial, mas também para produzir mais com um nível ainda maior de conservação ambiental, promovendo uma integração global entre os setores público-privado, universidades e empresas, cadeias produtivas e entre países.
Essas foram algumas das conclusões apontadas pelos especialistas que participaram dos debates na 21ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma iniciativa da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em parceria com a B3 – a bolsa de valores do Brasil, realizada no início de agosto, em formato híbrido, na capital paulista. “Todos os debates estiveram ligados ao ambiente e à conjuntura atual. Ainda antes da pandemia da Covid-19, houve um momento em que os Estados Unidos, em uma decisão unilateral do presidente, à época Donald Trump, de abandonar a liderança das instituições globais, o que ocasionou no enfraquecimento da Organização Mundial do Comércio, que é importante para o Brasil manter a sua competitividade e pelos subsídios que os outros países fornecem. Desse modo, passamos por um processo de reglobalização do mundo”, avaliou o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.
Ele defende que o agro brasileiro precisa ser proativo pela condição excepcional de grande exportador e produtor de alimentos, fibras e energia. “Mais do que ser, precisamos mostrar, e isso requer atuação diferenciada, que necessariamente passa pela atuação público-privada integrada”, ressaltou, enfatizando que é preciso valorizar os programas nacionais que buscam incentivar a união entre a produção e a conservação ambiental, como o RenovaBio.
Outro ponto citado pelo presidente da Abag foi a integração no setor privado, uma vez que o país deve enfrentar novos mercados e um mundo cada vez mais com exigências e demandas distintas. “Precisamos estar presentes nas discussões das métricas de sustentabilidade e informar o que é importante para uma agricultura tropical e não apenas aceitar o que é bom para o mundo temperado”, pontuou.
Busca pela autossuficiência
No painel que fechou a rodada de debates trazendo as perspectivas para o agronegócio no período de 2023 a 2026, o ex-ministro da Agricultura, Pecuária de Abastecimento (Mapa), Roberto Rodrigues, destacou três pontos importantes a serem observados no curto prazo, elencando a nova globalização com dois polos – o Ocidente, sem liderança e com a perda do protagonismo de organismos internacionais; e o Oriente, liderado pela China; o novo cenário transformado pela pandemia, que fez com que as empresas busquem trazer seus insumos para localidades próximas; e a segurança alimentar. “O mundo está em busca de autossuficiência, precisamos trabalhar para garantir o nosso papel neste cenário, que depende de tecnologia e inovação, acordos comerciais fortes, não aceitação de ilegalidades no país, infraestrutura e logística, além de organização da classe rural através do sistema cooperativo nacional”, expôs Rodrigues.
Agregar valor aos produtos da agricultura
Francisco Turra, que foi ministro da Agricultura durante o governo Fernando Henrique Cardoso, ressaltou a importância do Brasil como fonte de alimentos e energia em um cenário de crise alimentar pela qual passa o mundo nos dias atuais. “Superamos outros países produtores pela qualidade da produção, tecnologia e produtividade, mas imagino que esses índices podem ser multiplicados com agregação de valor aos produtos exportados. Essa é a nova revolução que precisamos empreender, agregar valor aos produtos da agricultura de pequeno, médio e também de grande porte. Há cerca de 180 mercados do mundo abertos ao Brasil”, enalteceu.
Segurança alimentar mundial
Desde a década de 70, quando foi ministro da Agricultura no governo Geisel (1974 a 1979), o agrônomo Alysson Paolinelli acompanha o desenvolvimento e o crescimento da agricultura brasileira, sendo responsável por liderar a revolução agrícola tropical sustentável que deu autossuficiência de alimentos ao Brasil, transformando o país em potência agroalimentar.
Para ele, o atual momento da geopolítica mundial é visto como uma grande oportunidade de o Brasil reafirmar o seu protagonismo no cenário da segurança alimentar mundial. “O aumento no número de habitantes no planeta, especialmente em países altamente populosos como a China, traz consigo o aumento de renda e capacidade aquisitiva com a consequente troca de carboidratos por proteínas. O Brasil está preparado para suprir essa demanda porque viemos dominando quase todas as cadeias produtivas de proteínas, mas é preciso focar e investir no aumento significativo de produção para alimentar esse número crescente de pessoas”, reconhece Paolinelli.
E para esta transformação, Paolinelli diz que mão de obra e tecnologia são ferramentas fundamentais neste processo. “Tenho absoluta certeza que chegou a vez de o Brasil ocupar os espaços que o mercado nos oferece”, vislumbra.
O ex-presidente da República Michel Temer corroborou com a avaliação de Paolinelli, ao exemplificar a importância da permanente evolução tecnológica do agronegócio. Outro ponto enfatizado por ele foi a relação multilateral, o que implica em parcerias comerciais com diversos países, como a China, que é o maior parceiro do Brasil, seguido pelos Estados Unidos. Temer comentou ainda que em suas viagens, os países têm demonstrado interesse em investir no agronegócio, por terem a certeza da lucratividade do setor. Ainda ressaltou o papel da bancada ruralista para o crescimento sustentável do segmento.
Temer também destacou a necessidade de incentivar as ações da iniciativa privada, a fim de que tenham financiamentos adequados para o agro brasileiro. “Esse congresso é incentivador de todos esses fatos, prestigiando esse setor, que é o suporte de nossa economia”, salientou.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran