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Notícias Pecuária de corte

Instituto de Zootecnia finaliza prova de ganho de peso e disponibiliza ao setor bovinos de corte provados

Resultados fazem parte do programa de Entregas Tecnológicas do Governo de São Paulo.

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Divulgação/IZ-APTA

O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, faz mais uma entrega tecnológica ao setor produtivo da pecuária de corte, disponibilizando resultados do seu programa de avaliação de desempenho de características de interesse econômico de machos das raças Nelore e Caracu. Após análise de 200 animais, o IZ verifica os indivíduos geneticamente superiores para características de interesse econômico relacionadas, principalmente, ao potencial de crescimento e a qualidade da carcaça. Neste mês de novembro, a Secretaria de Agricultura completa 130 anos.

De acordo com a pesquisadora do IZ, Sarah Figueiredo Martins Bonilha, a Prova de Ganho de Peso realizada pelo IZ em Sertãozinho, no interior paulista, contribui há 71 anos para a disponibilização de animais mais eficientes e com maior potencial de crescimento para o setor produtivo, o que contribui para a melhoria dos ganhos financeiros pelos produtores rurais e para a redução dos impactos ambientais resultantes da operação pecuária.

“Grande parte dos animais avaliados é proveniente dos rebanhos do próprio Instituto de Zootecnia. A partir das análises dos resultados da Prova, identificamos os animais com maior potencial para ganhar peso em ambiente padronizado e os disponibilizamos ao setor produtivo na forma de leilão de reprodutores. Ao adquirir esses animais, os produtores conseguem inserir em seus rebanhos bovinos mais eficientes, que vão produzir bezerros mais pesados e com melhor potencial de crescimento”, explica. O leilão de touros e matrizes do IZ ocorre anualmente no mês de setembro.

De acordo com a pesquisadora do IZ e diretora do Departamento de Gestão Estratégica da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), Renata Helena Branco Arnandes, a seleção realizada pelo IZ é fundamental para a pecuária nacional. Animais oriundos dos rebanhos melhorados geneticamente estão presentes e produzindo em todas as regiões do Brasil e em países da América Latina. “O processo de seleção é constante, e diversas novas características vêm sendo estudas a cada ano. Como exemplo, podemos apontar o estudo da emissão de metano entérico que vêm sendo realizado pelo IZ, na busca pela pecuária de corte sustentável”, afirma.

Com base nesse trabalho de mais de sete décadas, o IZ já provou cientificamente que é possível produzir animais com quatro arrobas a mais no peso da carcaça quente, quando abatidos aos 24 meses de idade, sendo alimentados com a mesma dieta, ou seja, mais peso em menos tempo de vida, resultado do processo de seleção para crescimento. “Com isso, conseguimos selecionar animais que vão ganhar mais peso em menos tempo, reduzindo, consequentemente, a emissão de metano, e gerando carne de alta qualidade para a população”, diz a pesquisadora.

O pecuarista Lúcio Cornachini, de Sertãozinho com fazenda no Mato Grosso do Sul, é um dos produtores que envia animais para participar da Prova de Ganho de Peso do IZ. “Minha parceria com o Instituto começou há muitos anos, quando trabalhava em uma empresa de melhoramento genético de bovinos e que utiliza a genética IZ. Via na prática os resultados dos estudos, tinha paixão pelos resultados”, afirma.

Após sair da empresa, Lúcio passou a produzir bovinos e começou enviar seus animais fechados na linhagem IZ para participarem da Prova. “Na PGP de 2019, dos dez animais mais bem classificados, cinco eram de minha propriedade, sendo o primeiro e segundo colocado da minha fazenda. Esses animais são genética 100% IZ e conseguem atingir altos resultados”, conta.

Como funciona?

Para a realização da Prova de Ganho de Peso, os bezerros machos recém desmamados das raças Nelore e Caracu são colocados em um ambiente padronizado, recebendo o mesmo alimento. Neste local controlado eles são avaliados por seis meses, entre maio e novembro. Pesagens periódicas são realizadas ao longo do processo, além da avaliação de outras características de interesse, como o ultrassom das carcaças. Ao final da prova, as informações de desempenho são calculadas e os animais são classificados conforme os resultados encontrados.

“Como eles estão em ambiente padronizado, são machos e contemporâneos, conseguimos identificar aqueles com potencial genético para expressar as características desejadas pelo setor produtivo”, explica Sarah.

Além de testar seus próprios animais, o IZ também presta esse serviço ao setor produtivo, analisando animais vindo de criadores de todo o Brasil.

Entrega tecnológica

Os resultados obtidos com a realização da Prova de Ganho de Peso do IZ fazem parte do programa de Entregas Tecnológicas do Governo do Estado de São Paulo. Até 2022, os seis Institutos e 11 Polos Regionais de pesquisas ligados à APTA, da Secretaria, disponibilizarão 150 tecnologias a todas as cadeias de produção do agro. Neste ano, a meta é disponibilizar 50 tecnologias na área de agricultura, pecuária, pesca e aquicultura, economia, processamento de alimentos e sanidade.

Fonte: Assessoria IZ-APTA

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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio

Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

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Foto: Freepik

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.

Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.

Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.

Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”

Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.

Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.

Marco jurídico recente

Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.

Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.

Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.

Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu

A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.

Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.

Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.

Fonte: Assessoria Celso Cândido de Souza Advogados
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30

Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

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Foto; Beatriz Batalha/Mapa

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.

Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.

Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.

A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.

Fonte: Assessoria Mapa
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