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Instituto de Zootecnia da Apta celebra 117 anos na vanguarda da sustentabilidade e inovação na produção animal 

IZ comemora a data com dois novos espaços para suporte ao desenvolvimento de novas pesquisas, em Nova Odessa (SP).

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Foto: Divulgação

O Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, completa 117 anos, atuando no desenvolvimento científico e tecnológico para uma pecuária cada vez mais sustentável. Para comemorar a data, o IZ inaugurará dois novos espaços que darão suporte ao desenvolvimento de novas pesquisas – o “Laboratório de Aves e Ovos – Aviário Experimental” e a “Casa de Vegetação e Unidade de Apoio”. O Instituto também fará homenagem a um pesquisador científico de destacado mérito profissional. A cerimônia ocorrerá em 15 de julho, dia do aniversário de fundação da Instituição, às 10h, na Sede do IZ, em Nova Odessa (SP).

As novas estruturas foram modernizadas para ampliar e atender as novas demandas do setor, recebendo um investimento total de R$ 168.547,55, provenientes de recursos do Governo do Estado de São Paulo.

No “Aviário Experimental” serão desenvolvidas pesquisas direcionadas a avicultura comercial e conservacionista, complementado as avaliações laboratoriais já executadas no Laboratório de Aves & Ovos do IZ (LAAVIZ).

O diretor da unidade de pesquisa, José Evandro de Moraes, doutor em epidemiologia, destaca que o novo espaço possibilitará simular os sistemas produtivos convencionais com uso de gaiolas e também os sistemas livres de gaiolas, atendendo demandas de avaliações nutricionais, bem-estar animal, manejo e genética. “O aviário ainda poderá realizar pesquisas com outras espécies de aves de interesse comercial e conservacionista”, afirma.

A adequação e modernização do setor de avicultura nos novos moldes da cadeia produtiva de aves e ovos é uma prioridade nessa área.  Com o aviário, será possível promover e validar produtos, realizar boas práticas de manejo com sustentabilidade e bem-estar animal na avicultura comercial e conservacionista.

A equipe do IZ atua no desenvolvimento de pesquisas em diferentes sistemas de produção avícola. “As pesquisas em avicultura de postura buscam promover mudanças nas práticas de manejo de alojamento, melhorar o bem-estar das poedeiras e seus desempenhos produtivos e econômicos, promover a qualidade dos ovos nas diferentes linhagens comerciais, com expectativa de que os resultados forneçam assessoria segura e relevante aos produtores”, ressalta o pesquisador.

Evandro enfatiza que a produção de ovos é um importante segmento no setor agropecuário. Essa atividade econômica é regrada pela Constituição Federal de 1988, que tem por maior objetivo atuar na erradicação da fome no país, adequando-se à estrutura agrária, conforme parâmetro constitucional disposto no artigo 3º da Carta Magna.

Já a Unidade de Apoio que envolve o Laboratório de preparo de substrato e insumos tem por objetivo dar suporte aos trabalhos desenvolvidos em 400 canteiros de plantas forrageiras provenientes do Banco Ativo de Germoplasma (BAG-IZ) e à casa de vegetação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Pastagens e Alimentação Animal. A nova área também será utilizada para preparo de mudas e vasos para o desenvolvimento das pesquisas e para as áreas demonstrativas e de exposições

Luciana Gerdes, diretora do Centro de Pastagens, explica que a Unidade atende à demanda científica e tecnológica das várias cadeias de produção do agronegócio, por meio de seu potencial da geração e transferência de conhecimento. “É fundamental a manutenção e adequação das estruturas para pesquisas, possibilitando a continuidade dos trabalhos científicos sempre com excelência na área”, afirma.

Com a finalidade de selecionar as plantas de maior interesse para os diversos solos e eco regiões, e principalmente realizar estudos para lançamento de novas cultivares, variedades ou híbridos superiores, no Centro de Pastagens são realizados estudos em plantas forrageiras nativas e exóticas para caracterização, identificação, biologia, produção de sementes, utilização, valor nutritivo, manejo e conservação.

Os resultados dos trabalhos serão difundidos diretamente as cadeias produtivas, seguindo padrões de sustentabilidade e segurança. Luciana ressalta, ainda, as contribuições frente às demandas vigentes para avaliação de plantas em condições controladas. “Buscaremos novas cultivares, e faremos estudos de materiais resistentes às mudanças climáticas e ao estresse de diversas fontes”, explica a pesquisadora.

Desenvolvimento tecnológico 

O IZ cumpre sua missão com o desenvolvimento tecnológico e a inovação na produção animal em três áreas estratégicas de pesquisas – Produção Sustentável de Carne, Produção Sustentável de Leite, e Sistemas Integrados de Produção Agropecuária –, que estão alinhadas aos programas estratégicos da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e às políticas públicas paulistas, atendendo às demandas da sociedade e à agricultura familiar.

Desde o início de sua história, o IZ é referência nacional e internacional em produção animal e pastagens. Sendo destaque, na década de 20, como maior instituição técnico-científica em Pecuária Tropical, “gerando até hoje conhecimento e tecnologias em sistemas de produção de bovinos leiteiro, bovinos de corte, búfalos, ovinos [carneiros e ovelhas], suínos, qualidade de ovos, nutrição animal, pastagens, integração lavoura-pecuária, integração pecuária-floresta, sempre almejando a saudabilidade dos alimentos de origem animal”, ressalta Enilson Ribeiro, diretor geral do IZ.

“Todas essas tecnologias geradas pelo IZ e transferidas ao produtor rural, chegam até nós consumidores, diariamente em nossa mesa. O IZ está próximo de você no café da manhã, naquele leite quentinho e no queijo fresco, além do ovo mexido e do iogurte. No almoço ou jantar, ao comer aquele bife saboroso, um bolinho de carne, ou até um ovo estalado. Sem deixar de fora, aquele churrasquinho no fim de semana”, detalha Enilson.

Atualmente, o IZ possui cinco Centros de Pesquisa – Centro Avançado de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos de Corte, unidade em Sertãozinho/SP, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Bovinos Leiteiros, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Genética e Biotecnologia, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Pastagens e Alimentação Animal, e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Zootecnia Diversificada, unidades em Nova Odessa/SP –, quatro Núcleos Regionais de Pesquisas situados em Tanquinho/Piracicaba, Registro, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto e 12 Laboratórios, sendo seis deles, Unidades Laboratoriais de Referência (ULR).

Para Enilson, o Instituto de Zootecnia destaca-se no âmbito da Secretaria por desenvolver pesquisas e tecnologias junto a cadeias produtivas do setor pecuário, que possui forte impacto econômico ao Estado de São Paulo. “O desenvolvimento das pesquisas visa gerar conhecimento e desenvolver tecnologias para uma pecuária tecnificada, ambientalmente adequada, socialmente justa e lucrativa”, enfatiza Enilson.

Centro de Pecuária Sustentável

Neste ano de 2022, outra novidade do Instituto é a criação do Centro de Pecuária Sustentável, a expectativa é que o novo centro auxilie o Estado de São Paulo a colaborar com o plano estadual de neutralidade climática. “Desenvolvendo metodologias de mensurações das emissões de GEE na pecuária tropical, pesquisas de dietas que promovam a mitigação do carbono, além de promover a inovação e difusão de novas tecnologias”, declara Enilson.

Outra área importante de projetos de pesquisas foca em Sistemas Integrados de Produção Agropecuária. Os pesquisadores buscam aumentar a produção de alimentos por área 02[animal e vegetal] e a melhoria de renda dos produtores.

Segundo Enilson, com os investimentos de 2021 foram modernizados o Laboratório de Qualidade de Ovos e o Laboratório Móvel da Qualidade do leite, possibilitando aumentar a capacidade de treinamentos de produtores e técnicos nas unidades produtoras, com cursos técnicos e práticos.

“Além disso, vale ressaltar que os laboratórios receberão certificações que permitirão o IZ trabalhar com os órgãos de defesa, para saudabilidade dos produtos pecuários”, completa Enilson.

Homenagem 

Joaquim Carlos Werner ingressou no Instituto de Zootecnia em 02 de março de 1962, como pesquisador científico, ocupou cargos administrativos [incluindo a Chefia da Seção de Nutrição de Plantas Forrageiras e Diretoria da Divisão de Nutrição Animal e Pastagens] e foi presidente do Conselho Editorial das revistas institucionais. Destacou-se pela dedicação, consciência das responsabilidades profissionais, por sua capacidade de trabalho em equipe e, principalmente, pela orientação dos pesquisadores de diversos grupos, sempre atencioso com todos, principalmente, com os iniciantes na pesquisa.

Werner é engenheiro agrônomo pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (1961), mestre em Agronomia pela Universidade de São Paulo (1971) e doutor em Manejo e Fertilidade de Pastagens pela Universidade da Flórida (1979). Exerceu o cargo de Pesquisador Científico de 1962 até 1993, quando se aposentou, porém, ainda voltou contratado durante de 1994 a 1997.

Mesmo aposentado contribuía com o IZ, trazendo seu conhecimento e reunindo-se com os pesquisadores do Centro de Pastagens e Alimentação Animal, além de ser orientador de pesquisadores mais jovens e de diversos estagiários de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado.

Em 2005, ano do centenário do IZ, Werner recebeu o título de Servidor Emérito do Estado por meio de decreto, por exercer as funções públicas com excepcional zelo e dedicação durante 35 anos que atuou no Instituto. O título possibilitou o prosseguimento dos trabalhos de sua especialidade na Instituição.

As suas contribuições nas atividades de pesquisa foram numerosas principalmente no setor de nutrição mineral de plantas forrageiras, no manejo de gramíneas, condução de pastagens, consorciação de leguminosas e gramíneas, recuperação de pastagens degradadas.

História do IZ 

Em 15 de julho de 1905 foi criado, na Mooca, em São Paulo, o Posto Zootécnico Central, com a contribuição do Doutor Carlos Botelho, que na época ocupava o cargo de Secretário de Agricultura. Lá permaneceu até 1929 e depois se transferiu para o Parque da Água Branca (São Paulo).

Pioneiro em pesquisas zootécnicas, o IZ foi oficialmente criado no dia 19 de janeiro de 1970, passando de Departamento de Produção Animal (DPA) para a denominação Instituto de Zootecnia, órgão público da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.

De 1970 a 1975, a sede permaneceu no Parque da Água Branca em São Paulo. Em 1975, foi transferido para o município de Nova Odessa (SP), atendendo aos anseios da comunidade rural local.

Fonte: Ascom IZ-Apta

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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

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Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
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Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical

Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.

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Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.

Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.

Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.

Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.

A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.

A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.

Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.

Fig. 1: A Agricultura Regenerativa Tropical é um novo modelo de produção agrícola e pecuária que busca a melhoria contínua da saúde do ecossistema produtivo e do uso eficiente de recursos finitos. Baseia-se em uma agricultura de processos, onde diferentes manejos, técnicas e práticas são integradas para obter uma gestão holística do ecossistema.

Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.

Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:

  • Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
  • Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
  • Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
  • Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Integração lavoura-pecuária-floresta;
  • Gestão integrada da paisagem.

A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.

Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.

Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.

Fonte: Por Pablo Hardoim e Eduardo de Souza Martins, membros do Grupo Associado de Agricultura Sustentável
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo

Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.

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Presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto: Divulgação/ACCS

A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.

“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.

O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.

O que está em jogo?

Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.

Fonte: Assessoria ACCS
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