Notícias Em Rio Verde (GO)
Instituições de ensino e de pesquisa destacam inovações na Tecnoshow 2025
Visitantes poderão assistir a palestras, conhecer pesquisas e laboratórios durante o evento, que será de 7 a 11 de abril.

A Tecnoshow Comigo é um dos principais eventos do agronegócio no Brasil, reunindo tecnologia, inovação e conhecimento para impulsionar o setor. Em 2025, a feira será de 7 a 11 de abril, no Centro Tecnológico da Comigo (CTC), e mais uma vez contará com a participação do Instituto Federal Goiano e da Universidade de Rio Verde. As instituições apresentarão avanços tecnológicos e educacionais, reforçando o papel do evento como uma vitrine para pesquisas e novas práticas desenvolvidas tanto por elas quanto pelo próprio CTC.

Além de pesquisas nas áreas de fitopatologia, entomologia, fertilidade do solo, nutrição de plantas, forragicultura e nutrição animal, o destaque do CTC este ano será o lançamento da ferramenta Dris Comigo, uma plataforma que foi desenvolvida pela pesquisadora Amanda Magalhães Bueno, indicada para adubação foliar na cultura da soja. “Muitas empresas têm o seu próprio Dris. O grande diferencial é que ele foi personalizado para a Comigo, para atender ao nosso produtor, em função das nossas altitudes, nossos cultivares de soja, das características da nossa região. Durante a Tecnoshow, faremos a demonstração do seu funcionamento”, destaca o coordenador de Palestras da Tecnoshow, Eduardo Hara.
Na parte de pecuária, o destaque será uma pesquisa sobre o uso de bactérias promotoras de crescimento em pastagens, que ajudam no desenvolvimento da planta forrageira, um trabalho do pesquisador Hemython Luis Bandeira do Nascimento em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “Também temos trabalhos sobre o controle de plantas daninhas e doenças nas culturas de soja e milho”, comenta o coordenador.
IF Goiano

“Participar da Tecnoshow é uma oportunidade de apresentarmos à população o potencial de formação do IF Goiano, que tem 13 unidades espalhadas pelo Estado. São instituições de ensino, pesquisa, pós-graduação e inovação que estão em municípios do interior goiano formando pessoas para a vida e para o trabalho. O IF Goiano é avaliado pelo Ministério da Educação com conceito institucional 5 e considerado como segundo melhor instituto federal do país”, detalha a professora e diretora de Extensão do IF, Haiahani Passos.
Nesta edição, no estande do IF Goiano, os visitantes conhecerão pesquisas e produtos tecnológicos relacionados ao agro que são desenvolvidos pelo Centro de Excelência em Agricultura Exponencial (Ceagre), iniciativa realizada em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg) e a Prefeitura de Rio Verde.
Inovação e conhecimento
Consolidada como uma das melhores instituições de ensino superior do país, a UniRV estará presente na Tecnoshow com as faculdades de Agronomia e Medicina Veterinária, além dos mestrados em Produção Vegetal e em Direito do Agronegócio e Desenvolvimento com novidades em pesquisas e soluções tecnológicas durante os dias de feira. O local terá várias atrações para receber visitantes e funcionará como a “sala de aula” principal para muitos acadêmicos dos cursos de Agrárias.

Quem visitar o estande da UniRV conhecerá de perto como é feito o tratamento de sementes (TS), demonstrado em um plot agrícola, para que o produtor entenda a importância do tratamento destinado a proteger as sementes e as plantas contra pragas, doenças e outros fatores que possam afetar o desenvolvimento. Além disso, o estande apresenta várias dinâmicas, como o teste de tetrazólio que será realizado durante as visitações, que avalia a viabilidade de sementes, sendo uma ferramenta rápida e confiável, e que pode ser usado em diversas espécies de plantas.
Outra atração Tecnoshow será a visualização de microrganismos benéficos para o cultivo de soja nos microscópios em exposição, e a apresentação de um “laboratório de Entomologia” demostrando insetos, com suas características e a relação com as culturas.
O estande também terá palestras com resultados de pesquisas desenvolvidas nos mestrados, com temas como a importância e estratégias para o manejo de milho tiguera no sistema de sucessão soja-milho; a relação entre nutrição e sanidade vegetal; o impacto dos nanofertilizantes no cultivo de soja e milho, além da apresentação da estruvita, produzida a partir do digestato, pode ser uma alternativa sustentável de fósforo e nitrogênio para a agricultura.
“A Universidade de Rio Verde mais uma vez marca presença na Tecnoshow Comigo, reafirmando nosso compromisso com a pesquisa, inovação e desenvolvimento do agronegócio. Nosso estande é um verdadeiro laboratório a céu aberto, onde conhecimento e tecnologia se encontram para transformar o setor. Durante os dias de feira, serão compartilhados estudos e soluções que impactam diretamente a produção agrícola e pecuária”, detalha o reitor Alberto Barella Netto.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



