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Suínos / Peixes

Inseminação artificial em tempo fixo ganha espaço na suinocultura

“É necessário selecionar fêmeas, sincronizar a ovulação – por meio da utilização de hormônios exógenos -, definir um horário que seja o mais próximo da ovulação possível e fazer uma única inseminação artificial ao mesmo tempo”, defend

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O Simpósio Brasil Sul de Suinocultura, que aconteceu de 09 a 11 de agosto, em Chapecó, deu destaque para a inseminação artificial em tempo fixo (IATF) como ferramenta de manejo para otimizar a produção de suínos. A técnica, ainda que menos eficiente se comparada a outras espécies, vem ganhando cada vez o mercado. O desafio do setor é conseguir otimizar a IA em suínos para melhorar o impacto de machos geneticamente superiores.

Quem palestrou sobre o tema foi o médico veterinário pós-doutorado em Reprodução Animal, Rafael Ulguim. Depois do cio, a leitoa começa a ovular entre 8 e 72 horas, por isso ainda é usado até três doses de sêmen. Entretanto, a IA inibe o melhor do desempenho genético dos reprodutores, pois o potencial é limitado em função da baixa capacidade de obtenção de leitões de um único macho durante o ano. Além disso, defende Ulguim, em alguns casos as doses de sêmen comercialmente utilizadas na suinocultura são produzidas a partir do ejaculado de vários machos (pool).

A técnica de uma única dose de sêmen (IATF), entretanto, vem ganhando o mercado com a sincronização da ovulação das fêmeas. “É preciso encorajar o setor produtivo suinícola a incorporar cada vez mais a IATF pelos resultados positivos que ela apresenta”, defendeu o palestrante. “É necessário selecionar fêmeas, sincronizar a ovulação – por meio da utilização de hormônios exógenos -, definir um horário que seja o mais próximo da ovulação possível e fazer uma única inseminação artificial ao mesmo tempo”, explicou. Para isso, é preciso seguir um protocolo, que deve ser levado à risca.

São dois protocolos distintos mais comuns: um baseado na detecção de estro, em que a detecção da fêmea em cio determina o momento da aplicação hormonal e posterior IA, e outro baseado na data de desmame, em que o momento do desmame é que determina quando hormônio e IA serão empregados. O especialista explica, entretanto, que existem vários protocolos de sincronização da ovulação e que existem diferenças entre países em relação aos indutores de ovulação comercialmente disponíveis.

 

Como otimizar a produção

De acordo com Ulguim, “o uso de IATF proporciona oportunidades de otimizações em diferentes setores do processo de produção e torna a IA mais eficiente quanto à ampliação da difusão de material genético de machos superiores”.

Aplicar uma única dose sincronizando a ovulação otimiza o manejo e ainda reduz a mão de obra, pois reduz dependência de detecção de estro. “A concentração da inseminação em um único dia permite maior otimização da mão de obra e pode reduzir o manejo de inseminações nos finais de semana”, orienta Ulguim. “A concentração da inseminação em um único momento proporcionará também a concentração dos partos. Assim, a otimização de mão de obra observada no setor de gestação pode ser direcionada para o atendimento e cuidados com os leitões para melhorar a orientação da primeira mamada e reduzir a mortalidade de leitões na primeira semana de vida. A maior concentração dos partos proporcionará também reduzir a variabilidade de duração da lactação e idade dos leitões ao desmame”, sugere o estudioso.

Nas centrais de coleta e processamento de sêmen, explica o pós-doutor, a otimização permite reduzir a necessidade de doses produzidas. Na opinião de Ulguim, “isso proporciona uma redução no plantel de machos e consequentemente a aquisição de machos com melhores índices genéticos, redução de mão de obra devido ao menor fluxo de produção de doses, além da redução dos custos relacionados à utilização de material de consumo para o processamento das doses de sêmen e da manutenção dos machos”. Além disso, orientou, a IATF permite maior precisão no pedido do número de doses de sêmen, o que reduz o desperdício e diretamente reflete no número de doses produzidas nas centrais.

 

Desafio da genética

“O uso de múltiplas inseminações não permite assegurar a paternidade da progênie produzida. No entanto, o uso de uma única IATF permite a utilização de machos com melhores índices genéticos e a garantia de que a progênie irá desempenhar de acordo com o potencial genético do macho utilizado”, garante o pesquisador. Nas granjas núcleos, de acordo com ele, tal técnica permite um aumento da pressão de seleção, aumentando o número de leitegadas oriundas por coleta dos machos de alto índice genético. O estudo apresentado em sua palestra ainda cita que “nas linhas comerciais a tecnologia permite consideráveis melhorias na eficiência produtiva, pela capitalização sobre os machos com alto valor genético em relação a características como taxa de crescimento, conversão e eficiência alimentar e qualidade de carcaça das progênies produzidas”.

Segundo Ulguim, mesmo mantendo os custos pagos em royalties genéticos, pela compra de menos doses de sêmen de machos geneticamente superiores, o custo benefício na performance da progênie na fase de crescimento e terminação e o valor da carcaça vendida parece ser substancial.

 

A matéria completa você pode ler na edição impressa do jornal O Presente Rural de SUÍNOS E PEIXES de outubro, ou na versão ONLINE.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Preços do suíno vivo encerram abril com movimentos distintos

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores. Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

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Foto: Ari Dias

Os preços do suíno vivo no mercado independente encerraram abril com movimentos distintos entre as regiões acompanhadas pelo Cepea.

Segundo pesquisadores deste Centro, em Minas Gerais, compradores estiveram mais ativos na aquisição de novos lotes de animais, levando suinocultores daquele estado a reajustarem positivamente os valores.

Já em outras praças, as cotações seguiram em queda, pressionadas pela demanda enfraquecida.

Para a carne, apesar da desvalorização das carcaças, agentes consultados pelo Cepea relataram melhora das vendas no final de abril.

Quanto às exportações, o volume de carne suína embarcado nos 20 primeiros dias úteis de abril já supera o escoado no mês anterior, interrompendo o movimento de queda observado desde fevereiro.

Segundo dados da Secex, são 86,8 mil toneladas do produto in natura enviadas ao exterior na parcial de abril, e, caso esse ritmo se mantenha, o total pode chegar a 95,4 mil toneladas, maior volume até então para este ano.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos / Peixes

Embaixador da Coreia do Sul visita indústrias da C.Vale

Iniciativa pode resultar em novos negócios no segmento carnes da cooperativa

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Visitantes conheceram frigorífico de peixes - Fotos: Assessoria

A C.Vale recebeu, no dia 25 de abril, o embaixador da Coreia do Sul, Lim Ki-mo, e o especialista de negócios da embaixada sul-coreana, Rafael Eojin Kim. Eles conheceram os processos de industrialização de carne de frango, de peixes e da esmagadora de soja, além da disposição dos produtos nos pontos de venda do hipermercado da cooperativa, em Palotina.

O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, recepcionou os visitantes e está confiante no incremento das vendas da cooperativa para a Coréia do Sul. “É muito importante receber uma visita dessa envergadura porque amplia os laços comerciais entre os dois países”, pontuou. Também participaram do encontro o CEO da cooperativa, Edio Schreiner, os gerentes Reni Girardi (Divisão Industrial), Fernando Aguiar (Departamento de Comercialização do Complexo Agroindustrial) e gerências de departamentos e indústrias.

O embaixador Lim Ki-Mo disse ter ficado admirado com o tamanho das plantas industriais e a tecnologia do processo de agroindustrialização da cooperativa. “Eu sabia que a C.Vale era grande, mas visitando pessoalmente fiquei impressionado. É incrível”, enfatizou o embaixador, que finalizou a visita cantando em forma de agradecimento pelo acolhimento da direção e funcionários da C.Vale.

 

Fonte: Assessoria CVale
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Suínos / Peixes

Doença do edema em suínos: uma análise detalhada

Diagnóstico da doença pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras enfermidades.

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Foto e texto: Assessoria

A doença do edema (DE) é um importante desafio sanitário em nível global na suinocultura. Com alta prevalência a patologia ocasiona perdas econômicas ao setor associadas, principalmente, com a morte súbita de leitões nas fases de creche e recria.

A doença foi descrita pela primeira vez na literatura por Shanks em 1938, na Irlanda do Norte, ao mesmo tempo que Hudson (1938) registrava sua ocorrência na Inglaterra.

Ao pensarmos no controle da enfermidade, a adoção de medidas de manejo adequadas desempenha um papel fundamental na prevenção da disseminação do Escherichia coli, o agente causador da DE.  Desta forma, é essencial reforçar práticas, como o respeito ao período de vazio sanitário durante a troca de lotes, a limpeza e desinfecção regular de todos os equipamentos e baias ocupadas com produtos adequados, e a garantia de que as baias estejam limpas e secas antes da introdução dos animais. Embora possam parecer simples, a aplicação rigorosa dessas ações é indispensável para o sucesso do manejo sanitário.

A toxinfecção característica pela DE é causada pela colonização do intestino delgado dos leitões por cepas da bactéria Escherichia coli produtoras da toxina Shiga2 (Vt2e) e que possuem habilidade de aderência às vilosidades intestinais, sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em suínos, resultando em perdas econômicas significativas e impactos negativos na indústria suinícola.

Durante a multiplicação da bactéria (E.coli) no trato gastrointestinal dos suínos, a toxina Shiga 2 (Vt2e) é produzida e absorvida pela circulação sistêmica, onde induz a inativação da síntese proteica em células do endotélio vascular do intestino delgado, em tecidos subcutâneos e no encéfalo. A destruição das células endoteliais leva ao aparecimento do edema e de sinais neurotóxicos característicos da doença (HENTON; HUNTER, 1994).

Como resultado, ocorre extravasamento de fluido para os tecidos circundantes, resultando em edema, hemorragia e necrose, especialmente no intestino delgado. Além disso, a toxina pode desencadear uma resposta inflamatória sistêmica, exacerbando ainda mais os danos aos tecidos e órgãos afetados.

Os sinais clínicos da doença do edema em suínos variam em gravidade, mas frequentemente incluem, incoordenação motora com andar cambaleante que evolui para a paralisia de membros, edema de face, com inchaço bem característico das pálpebras, edema abdominal e subcutâneo, fezes sanguinolentas e dificuldade respiratória. O edema abdominal é uma característica marcante da doença, muitas vezes resultando em distensão abdominal pronunciada. Além disso, os suínos afetados podem apresentar sinais neurológicos, como tremores e convulsões, em casos graves.  Em toxinfecções de evolução mais aguda, os animais podem ir a óbito sem apresentar os sinais clínicos da doença, sendo considerado morte súbita.

O diagnóstico da doença do edema em suínos pode ser desafiador devido à rápida progressão da condição e à sobreposição de sintomas com outras doenças. No entanto, exames laboratoriais, como cultura bacteriana do conteúdo intestinal ou de swabs retais podem ajudar a identificar a presença. Quando há alto índices de mortalidade na propriedade, pode se recorrer a técnicas de necropsia, bem como a histopatologia das amostras de tecidos intestinais, sobretudo a identificação do gene da Vt2e via PCR, para o diagnóstico definitivo da doença

O tratamento geralmente envolve a administração de antibióticos, como penicilina ou ampicilina, para combater a infecção bacteriana, juntamente com terapias de suporte, como fluidoterapia e controle da dor.

Embora tenhamos métodos diagnósticos eficientes, o tratamento da doença do edema ainda é um desafio recorrente nas granjas. Sendo assim, prevenir a entrada da doença do edema no rebanho ainda é a melhor opção. Uma dieta rica em fibras, boas práticas de manejo sanitário, evitar situações de estresse logo após o desmame e a prática de vacinação são estratégias eficazes quando se diz respeito à prevenção (Rocha, 2016). Borowski et al. (2002) demonstraram, por exemplo, que duas doses de uma vacina composta por uma bactéria autógena contra E. coli, aplicadas em porcas e em leitões, foram suficientes para obter uma redução da sintomatologia e mortalidade dos animais acometidos.

A doença do edema em suínos representa um desafio significativo para a indústria suinícola, com sérias implicações econômicas e de bem-estar animal. Uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes à patogênese da doença, juntamente com a implementação de medidas preventivas e de controle eficazes, é essencial para minimizar sua incidência e impacto. Ao adotar uma abordagem integrada os produtores podem proteger a saúde e o bem-estar dos animais, ao mesmo tempo em que promovem a sustentabilidade e a rentabilidade da indústria suína.

Referências bibliográficas podem ser solicitadas pelo e-mail gisele@assiscomunicacoes.com.br.

Fonte: Por Pedro Filsner, médico-veterinário gerente nacional de Serviços Veterinários de Suínos da Ceva Saúde Animal.
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