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Inovameat consolida Toledo na produção de proteína animal em nível nacional

Com a programação encerrada na quinta-feira (13), 2ª edição do evento atraiu para o Centro de Eventos Ismael Sperafico produtores, técnicos e executivos de várias regiões do país.

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Com saldo extremamente positivo, foi encerrada na quinta-feira (13) o Inovameat 2023, a segunda edição do evento que tem contribuído para consolidar, em nível nacional, o nome de Toledo na produção de proteína animal.

A feira teve início na terça-feira (11) e, durante os três dias, atraiu milhares de pessoas – entre as quais, 2.300 inscritos, mais visitantes e colaboradores das 45 empresas que expuseram seus produtos e serviços. Este público, composto por produtores, técnicos e executivos que atuam em cadeias da proteína animal em várias regiões do Brasil, injetou, segundo a assessoria de imprensa do Inovameat, cerca de R$ 2,7 milhões na economia local.

Grandes especialistas em bovinocultura (leiteira e de corte), avicultura, suinocultura e piscicultura marcaram presença nas 18 palestras, nos sete minicursos e nos oito painéis que fizeram parte de uma programação que abordou diversos temas: biosseguridade, bem-estar animal, inovação, sustentabilidade na cadeia da proteína animal, entre outros. Em paralelo, também foi realizado o Inovameat Conecta, atividade que integrou pesquisadores, investidores e empreendedores dos setores agropecuária e de tecnologia.

Coletiva

Com o objetivo de apresentar estas informações, a organização do evento convidou profissionais da imprensa local, regional, estadual e nacional para uma coletiva no Centro de Eventos Ismael Sperafico. A categoria compareceu em bom número, na manhã desta quinta-feira (11), e ouviu dos componentes da mesa as melhores avaliações acerca do Inovameat 2023, bem como a respeito da sua importância para o desenvolvimento da produção de proteína animal para o município e para o Oeste do Paraná.

Fotos: Carlos Rodrigues/Prefeitura de Toledo

Segundo o prefeito de Toledo, Beto Lunitti, a feira concretiza um sonho seu e do setor produtivo local. “A ideia de algo parecido com o Inovameat surgiu no início da década passada e foi amadurecendo. Para torná-lo realidade, contamos com o inestimável apoio da Acit [Associação Comercial e Empresarial de Toledo] e do Sindicato Rural de Toledo, e, por meio da AgroDesenvolvimento [Secretaria do Agronegócio, de Inovação, Turismo e Desenvolvimento Econômico] e da Funtec [Fundação para o Desenvolvimento Sustentável, Científico e Tecnológico de Toledo], o governo municipal viabilizou sua realização com aportes financeiros de R$ 500 mil no ano passado e R$ 1 milhão em 2023. E este recurso investido teve efeito multiplicador em toda a economia, tanto que, já conseguimos trazer para cá uma unidade da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária]”, avalia. “Temos, sem dúvida, um evento de envergadura, que assinala um novo tempo para o nosso agro, sobretudo na questão da produção de alimentos à base de proteína animal, os quais possuem qualidade para competir por mercados em pé de igualdade com qualquer outro país do mundo”, acrescenta.

A presidente da Acit, Anaide Holzbach de Araújo, falou sobre os motivos que fizeram a entidade “abraçar a ideia” e colaborar na viabilização do Inovameat. “Temos 4.000 associados e muitos deles estão diretamente ligados ao agro e isso nos motivou a estar neste evento, que já nasceu grande, mas com o desafio permanente de sempre ser melhor que a edição anterior. Nesta, o objetivo foi alcançado e temos certeza que Toledo já está no roteiro das grandes feiras nacionais na questão de produção de proteína animal. Contudo, temos outro desafio tão importante como este: fazer a inovação entrar na rotina dos nossos produtores, sendo algo tão natural como tomar água”, pondera.

O vice-presidente do Sindicato Rural de Toledo e presidente da Associação dos Avicultores do Oeste do Paraná (Aaviopar), Edenilson Carlos Copini, percebeu uma importante evolução na segunda edição do Inovameat. “Estamos numa região que tem uma das melhores conversões alimentares na avicultura, um setor cujos inúmeros fatores envolvidos fazem o produtor trabalhar com uma pequena margem de erro para ter uma boa lucratividade. Um dos mais importantes é a qualidade da ração oferecida aos frangos e foi muito importante o evento deste ano também acrescentar a questão da produção de grãos”, elogia. “Também fiquei satisfeito com a vinda de estudantes de colégios agrícolas de Toledo e região. Vejo nascer uma nova geração de produtores que vão tocar suas propriedades com um olhar focado na inovação”, comenta.

O chefe-geral da Embrapa/Suínos e Aves, Everton Luís Krabbe, destaca o papel de protagonista que a tecnologia tem ocupado cada vez mais no agronegócio. “Há entre os mercados que participam desta cadeia uma verdadeira corrida tecnológica. O Brasil, nos últimos anos, tem feito um bom trabalho na questão da eficiência, mas precisamos estar próximos aos produtores e entender suas dores. Nascemos, há quase 50 anos, com o objetivo de capacitar profissionais que dariam suporte ao homem e à mulher do campo. Agora percebo que devemos trabalhar de forma estratégica, focando no atendimento às demandas dos produtores”, analisa.

Embrapa

A instalação da Unidade Mista de Pesquisa e Inovação (Umipi) em Toledo foi também assunto da coletiva. A estrutura do órgão, que ficará nas dependências do Biopark, será liderada pela Embrapa/Suínos e Aves, sediada em Concórdia/SC, e contará com a parceria da Embrapa/Pesca e Aquicultura, com matriz instalada em Palmas/TO.

A chefe-geral da Embrapa/Pesca e Aquicultura, Danielle de Bem Luiz, elencou os motivos para a empresa pública instalar uma unidade em Toledo. “O Paraná é o maior produtor de tilápia do Brasil e já responde por 25% da produção de pescados em geral do país. Aqui no Oeste do Paraná percebo que este setor está minimamente estruturado, mas nossa presença aqui lançará um olhar para um melhor ordenamento dos recursos naturais disponíveis, sobretudo a água. Mas também queremos trazer uma transformação à forma como o produto chega aos supermercados e peixarias, ampliando as opções oferecidas aos consumidores”, detalha.  “Este salto de qualidade se dará por meio de técnicas inovadoras, como a edição genômica, que permitirá a utilização de alevinos que chegaram ao ponto de abate com seis meses de vida, permitindo dois ciclos de produção por ano. Atualmente, este tempo é de nove meses. Ou seja, haverá mais rentabilidade com gastos menores em alimentação, por exemplo. A parceria com a Embrapa/Suínos e Aves terá papel primordial, pois se trata de uma cadeia mais madura, com uma expertise maior quando o assunto é eficiência em conversão alimentar”, anuncia.

Representante do Legislativo Municipal na coletiva, o vereador Leoclides Bisognin, que foi o primeiro secretário da Agricultura e Meio Ambiente da História de Toledo, trouxe números que comprovam a pujança do agronegócio local. “Todos os dias são abatidos 1,5 milhão de frangos e 17 mil suínos no Oeste do Paraná e, em breve, com a nova planta da Frimesa em Assis Chateaubriand, este número saltará para 32 mil. Posso assegurar que, em nenhum outro lugar do mundo, se produz mais alimento de origem vegetal ou animal por hectare do que aqui. Alimento este que chega à mesa de milhões de pessoas de diversas partes do mundo. Por isso, todos os cuidados e políticas públicas que sejam promovidas nesta área em nosso país precisa levar em conta Toledo e região”, destaca.

Titular da AgroDesenvolvimento e coordenador do Inovameat, Diego Bonaldo trouxe mais dados que ressaltam o papel do Oeste do Paraná na produção de proteína animal. “Em nível estadual, respondemos por 80% da produção de tilápia, 70% da de aves e 60% da de suínos. Temos aqui também a segunda maior bacia leiteira do Paraná. Esta concentração de cadeias produtivas em nossa região requer um cuidado extra tanto no aspecto sanitário quanto no uso racional dos recursos hídricos. O produtor brasileiro, se comparado ao de outros países, tem uma consciência ambiental acima da média. Temos, até o fim desta década, de fazer nossa produção crescer 30% com os mesmos recursos que temos hoje, um desafio nada fácil, pois estamos partindo de uma base muito ampla”, salienta.

Desafios

Falando em desafios, o chefe-geral da Embrapa/Pesca e Aquicultura apontou os objetivos que nortearão o funcionamento da Umipi em Toledo. “Além do foco em tecnologia, também teremos um trabalho que buscará práticas sustentáveis que ofereçam soluções para questões que estão no cotidiano dos produtores locais: o uso racional dos recursos naturais, sobretudo os hídricos; a transição da matriz energética para opções menos poluentes, como a energia solar para alimentar os aquecedores utilizados em animais jovens nas granjas e chiqueirões; a destinação adequada dos resíduos da suinocultura e dos corpos de animais que morrem durante a cria. Não podemos nos esquecer da questão sanitária, uma preocupação que precisa ser a de todo o setor produtivo nacional, pois quando ocorre um incidente em alguma região, os embargos às exportações geralmente são aplicados a todo o país”, alerta.

Na parte final da coletiva, Beto Lunitti falou dos projetos de conservação de solos e estradas existentes em Toledo. “Temos aqui 1.400 quilômetros de estradas rurais, dos quais 400 estão asfaltados. Agora o momento é criarmos uma nova estrada, a da conectividade, fazer a internet com sinal de qualidade chegar às nossas propriedades para que os produtores desfrutem de tudo que a tecnologia pode oferecer. Deste território estamos contribuindo para a construção de um Brasil melhor, construindo uma sociedade que conecta o pensa e o agir das pessoas na direção de uma economia que está a serviço da vida, promovendo bem-estar e redução das desigualdades sociais”, salienta.

Fonte: Com assessoria da Prefeitura de Toledo

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Tarifaço dos EUA continua a afetar 22% das exportações brasileiras

Apesar da retirada de 238 produtos da lista de sobretaxas, produtos agrícolas e industriais ainda enfrentam barreiras, mantendo parte das vendas brasileiras aos EUA sob tarifas adicionais.

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Foto: Shutterstock

O presidente em exercício e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou nesta sexta-feira (21) que 22% das exportações brasileiras para os Estados Unidos permanecem sujeitas às sobretaxas impostas pelo governo norte-americano. A declaração foi dada no Palácio do Planalto, um dia após a Casa Branca retirar 238 produtos da lista do chamado tarifaço.

Foto: Divulgação

Segundo Alckmin, a nova decisão representa o maior avanço até agora nas negociações bilaterais. Ele destacou que, no início da imposição das tarifas, 36% das vendas brasileiras ao mercado norte-americano estavam submetidas a alíquotas adicionais. “Gradualmente, tivemos decisões que ampliaram as isenções. Com a retirada dos 238 produtos, reduzimos para 22% a fatia da exportação sujeita ao tarifaço”, ponderou.

A medida anunciada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, revoga a tarifa extra de 40% para uma lista de itens majoritariamente agrícolas, como café, carne bovina, banana, tomate, açaí, castanha de caju e chá. A isenção tem efeito retroativo a 13 de novembro e permitirá o reembolso de produtos já exportados.

Impacto nas exportações
Dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) indicam que, tomando como base os US$ 40,4 bilhões exportados pelo Brasil aos EUA em 2024:

  • US$ 8,9 bilhões seguem sujeitos à tarifa adicional de 40% (ou 10% mais 40%, dependendo do produto);
  • US$ 6,2 bilhões continuam enfrentando a tarifa extra de 10%;
  • US$ 14,3 bilhões estão livres de sobretaxas;
  • US$ 10,9 bilhões permanecem sob as tarifas horizontais da Seção 232, aplicadas a setores como siderurgia e alumínio.

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De acordo com a secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, a parcela das exportações brasileiras totalmente livre de tarifas adicionais aumentou 42% desde o início da crise.

Ela ponderou, no entanto, que o setor industrial continua sendo o mais afetado e exige maior atenção por parte do governo. “Para a indústria, a busca de mercados alternativos é mais complexa do que para commodities”, afirmou.

Aeronaves da Embraer, por exemplo, seguem sujeitas à tarifa de 10%.

Negociações seguem
Alckmin afirmou que a decisão dos EUA foi influenciada pelo diálogo recente entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante encontro na Malásia, em outubro. O governo brasileiro enviou aos EUA, em 4 de novembro, uma proposta de acordo comercial, cujo teor não foi detalhado.

O presidente em exercício reiterou que o país busca avançar nas tratativas para retirar novos produtos da lista de itens tarifados. Ele mencionou que temas tarifários e não tarifários seguem na pauta de discussão, incluindo áreas como terras raras, big techs, energia renovável e o Regime Especial de Tributação para Serviços de Data Center (Redata).

Alckmin também confirmou que Lula apresentou a Trump, além do pedido de redução tarifária, questionamentos sobre a aplicação da Lei

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Magnitsky, que resultou em sanções contra autoridades brasileiras.

Segundo o presidente em exercício, ainda não há reunião prevista entre os presidentes, embora Lula tenha convidado o mandatário norte-americano para visitar o Brasil.

Setores mais sensíveis
Apesar do alívio para diversos itens agrícolas, o governo avalia que os produtos industriais permanecem como o principal foco de preocupação. Parte desses segmentos, especialmente bens de maior valor agregado ou fabricados sob encomenda, têm mais dificuldade para redirecionar exportações para outros mercados.

Alckmin afirmou que seguirá empenhado em buscar novas exceções. “Continuamos otimistas. O trabalho não terminou, mas avança com menos barreiras”, declarou.

Fonte: Agência Brasil
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COP30 evidencia protagonismo do cooperativismo nas soluções para clima e energia

Painéis na Green Zone e Agri Zone mostraram como cooperativas já entregam resultados em redução de emissões, bioenergia, logística sustentável e soberania alimentar, reforçando o modelo como peça-chave da transição climática justa no país.

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Foto: Divulgação/OCB

A participação do cooperativismo brasileiro na COP30, na última quarta-feira (19), evidenciou a força do modelo e sua capacidade de integrar inovação, inclusão e sustentabilidade para responder aos maiores desafios climáticos, alimentares e energéticos do país. Painéis na Green Zone e na Agri Zone reuniram dirigentes de cooperativas, pesquisadores, técnicos e produtores para apresentar experiências concretas que mostram como a ação coletiva já transforma territórios.

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Em todos os debates, a mensagem central foi unânime: o cooperativismo não espera, entrega resultados mensuráveis na redução de emissões, no uso eficiente de recursos naturais e na geração de renda e oportunidades, posicionando-se como peça-chave para uma transição climática justa, inclusiva e territorializada.

Energia limpa, economia circular e logística sustentável  

No Pavilhão do Coop, o painel Transição Energética Justa: Cooperar para Transformar, mediado por João Penna, coordenador de Relações Internacionais do Sistema OCB, reuniu três experiências que demonstram como o cooperativismo tem sido decisivo para acelerar a transição energética no Brasil e mitigar passivos ambientais de forma eficiente.

Alexandre Gatti Lages, superintendente do Sistema Ocemg, chamou atenção para o avanço das energias renováveis dentro do movimento. Ele lembrou que, segundo dados do Anuário do Cooperativismo Brasileiro, cerca de 20% das cooperativas brasileiras já produzem sua própria energia e Minas Gerais possui potencial ainda maior. Por isso, a Ocemg criou, em 2020, o Projeto Minascoop Energia, estruturado nos pilares ESG. “O Minascoop nasceu com esse propósito de fazer um trabalho diferente, doando energia para entidades que precisam”, afirmou.

A iniciativa reduz custos energéticos (Econômico), promove geração fotovoltaica limpa (Ambiental) e estimula a doação de parte da

Foto: Shutterstock

energia produzida a instituições filantrópicas (Social). “Hoje, já são 52 cooperativas participantes, com 138 usinas instaladas em 88 municípios, que juntas produzem 14 MW”, complementou.

Juliano Millnitz, diretor-executivo da Primato, cooperativa paranaense que atende mais de 11 mil cooperados e é a maior produtora de suínos do Brasil, apresentou o case Suíno Verde: Energia Limpa do Campo ao Transporte. O programa vem sendo observado por pesquisadores e autoridades por transformarum enorme passivo ambiental em combustível limpo.

A cooperativa produz, diariamente, 9,5 milhões de litros de dejetos suínos e implantou um sistema que centraliza 630 mil litros/dia para produzir biometano. No processo, o material sólido é convertido em fertilizante, enquanto o líquido gera biogás e biometano. A planta é autossuficiente em energia e o foco agora é a mobilidade sustentável. “Hoje já operamos seis caminhões totalmente movidos a biometano e a meta é que toda a cadeia de suínos seja transportada com combustível limpo, o que representará uma economia de 447 toneladas de óleo diesel por ano, equivalente a R$ 920 mil anuais”, explicou Nunes.

O terceiro case foi apresentado por Evaldo Matos, diretor da Coopmetro, que abordou um dos maiores desafios brasileiros: a dependência da matriz rodoviária, responsável por 70% do transporte nacional. A cooperativa lidera o Programa de Renovação de Frota (Pave), que democratiza o acesso de pequenos transportadores a caminhões novos, conectando cooperados, cooperativas de crédito e fabricantes.

Foto: Shuttertsock

Os impactos ambientais são expressivos: 14% menos CO₂, 75% menos óxidos de nitrogênio e 12% mais autonomia. No campo social, o programa alcança 13,5 mil beneficiados, fortalece renda e promove inclusão, com aumento de 15% na presença feminina. “O Pave é uma contribuição concreta para uma logística mais verde, mais saudável”, afirmou Matos, destacando ainda que a operação registra zero inadimplência com os bancos parceiros.

A representante do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), Melissa Pesconi, elogiou a abordagem das cooperativas, reforçando que seus resultados são exemplos para grandes empresas. Ela apresentou as coalizões setoriais de descarbonização lideradas pelo CEBDS: iniciativas multissetoriais que reúnem setor privado, governos e sociedade civil para desenvolver e implementar planos de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE) em diversos setores da economia.

Melissa destacou que “a visão técnica dos dados precisa dialogar com a prática transformadora, e as cooperativas já mostram que a transição energética deve ser guiada também por critérios sociais, econômicos e políticos”.

Amazônia reforça protagonismo comunitário 

Também na Green Zone, o painel Identidade e Inclusão para a Soberania Alimentar na Agricultura Amazônica, mediado por Beatriz

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Barros Braga, secretária de Desenvolvimento Rural do Amapá, trouxe uma discussão profunda sobre como diferentes Amazônias, com culturas, ecossistemas e modos de produzir próprios, constroem caminhos para garantir segurança alimentar em meio às desigualdades estruturais.

Com mais de duas décadas de atuação, a Cooperacre levou ao painel a visão dos extrativistas. O assessor Alberto “Dande” de Oliveira Tavares descreveu a trajetória de verticalização da cooperativa, que investe em agroindústrias de castanha, borracha, frutas e óleos. “A Amazônia não é vista apenas como fornecedora de matérias-primas. A Cooperacre investiu na verticalização, garantindo renda, autonomia e permanência das famílias”, disse.

Ele reforçou a importância do reconhecimento do serviço ambiental prestado pelos extrativistas: “Essas famílias entregam muito além de alimentos. Entregam equilíbrio climático, água de qualidade, biodiversidade. O pagamento por serviços ambientais precisa chegar até elas”, complementou

Já o agricultor e gerente comercial da Camta, Emerson Tsunoda, relatou o processo de reinvenção da cooperativa, que deixou a dependência da monocultura da pimenta e adotou sistemas agroflorestais integrados (cacau, açaí, pimenta e outras culturas). A mudança ampliou mercados, diversificou renda e elevou a resiliência produtiva. Ele celebrou também que bancos passaram a financiar apenas produtores estruturados em SAFs. “Quem consome nossos produtos consome também uma história de união e reinvenção”, resumiu.

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Bioenergia e desenvolvimento regional  

Na Agri Zone, o painel Desenvolvimento Regional e Transição Energética, promovido pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), reuniu especialistas do setor de bioenergia para discutir como a interiorização da indústria e a diversificação das matérias-primas podem impulsionar cidades e regiões inteiras.

O cooperativismo foi representado pela analista de Sustentabilidade do Sistema OCB, Laís Nara Castro. Ela apresentou dados atualizados do setor e reforçou que o movimento já é parte essencial da transição energética nacional. “Hoje, mais de 910 cooperativas já geram sua própria energia, seja para consumo interno ou para abastecer processos produtivos. Somando tudo, temos mais de 4,9 mil empreendimentos de geração distribuída espalhados pelo Brasil. É energia limpa, descentralizada e que chega na ponta, no pequeno e no médio produtor”, descreveu.

Fonte: Assessoria OCB
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Novas obras devem tornar mais dinâmicas as visitas ao Show Rural

Coopavel investe em ampliações, novas obras e melhorias operacionais para receber 600 empresas e até 22 mil veículos na edição de 2026, reforçando o evento como vitrine global de inovação no agronegócio.

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Foto: Divulgação/Coopavel

Poucas vezes em 38 anos de Show Rural, a Coopavel e parceiros investiram tanto em novas obras e em melhorias simultâneas no parque que abriga um dos três maiores eventos técnicos do agronegócio mundial. São inúmeros projetos em execução ao mesmo tempo, tudo para melhorar ainda mais a dinâmica e o aproveitamento das visitas de quem se desloca a Cascavel, no Oeste do Paraná, para ter acesso às inovações desenvolvidas pelas empresas do setor para que o agricultor produza mais, com menos custos e observando a lógica da sustentabilidade.

Foto: Divulgação/Coopavel

Foto: Divulgação/Coopavel

Foto: Divulgação/Coopavel

 

 

 

 

 

 

“O que estamos fazendo, mas em uma escala maior que em outros anos, busca atender às expectativas de um produtor rural cada vez mais exigente e conectado a mudanças que, ao longo dos anos, transformaram a realidade agropecuária brasileira e mundial. O Show Rural é um evento de vanguarda, focado na inovação e na superação e os resultados do que estamos fazendo poderão ser vistos de 9 a 13 de fevereiro de 2026, durante a 38ª edição do evento”, menciona Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, cooperativa que organiza a mostra de tecnologia.

Obras

Estão em ampliação os espaços físicos da administração do parque e do Espaço Impulso (parceria com o Itaipu Parquetec), hub do agro inaugurado há quase quatro anos e que se tornou um ambiente multiplicador de novos conhecimentos para as mais diferentes atividades rurais. Esses prédios terão as suas áreas dobradas, o mesmo acontecendo com o galpão destinado à agricultura familiar.

Foto: Divulgação/Coopavel

A Itaipu investe cerca de R$ 1,7 milhão em uma nova estrutura, anexa à antiga, que vai permitir, a partir do ano que vem, mais que dobrar o número de agroindústrias familiares presentes no Show Rural. As duas primeiras estão com mais de 60% do cronograma de obras pronto, e o novo pavilhão está praticamente concluído.

A área pavimentada com asfalto foi ampliada em 2,5 quilômetros e, nesse trecho, a largura da via é de cinco metros. Em vias anteriormente pavimentadas, a largura está em ampliação de três para cinco metros. Novos trechos de ruas vão receber cobertura. Onze dos 15 quilômetros de vias que conectam todo o parque estarão protegidos da chuva e do sol na edição de fevereiro. Os 28 conjuntos de banheiros, masculinos e femininos, foram todos reformados, trabalho que envolveu da troca de portas até do piso.

A área do antigo estacionamento de expositores foi toda gramada e, considerando trechos próximos, permitirá aumentar em 15 mil metros quadrados o espaço destinado a expositores. “Teremos 600 empresas, como em edições anteriores, mas algumas que pediam agora terão espaços maiores para apresentar as suas novidades aos visitantes”, conforme o coordenador geral Rogério Rizzardi.

22 mil veículos

O empresário Assis Gurgacz cedeu uma área vizinha ao parque para a ampliação do novo estacionamento. Para a 38ª edição, a capacidade

Foto: Divulgação/Coopavel

de recepção vai subir de 17 mil para 22 mil veículos. Em fevereiro passado, o estacionamento tinha capacidade para 400 ônibus, e em 2026 poderão ser recebidos e devidamente abrigados 700.

Uma nova passarela vai ligar o estacionamento ao novo portão principal do parque. A maior parte do trecho é elevada, passando sobre o antigo estacionamento. Além disso, outras duas lanchonetes serão implantadas no parque, bem como ampliado o número de estações no restaurante para que mais pessoas possam se servir simultaneamente. No Show Rural Coopavel, o acesso ao parque e o uso de vagas de estacionamento são gratuitos.

Fonte: Assessoria Coopavel
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