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Inmet e Eletrobras investirão R$ 49 milhões em novas estações meteorológicas
Serão instaladas 220 unidades em regiões estratégicas do País, ampliando a rede de monitoramento climático e reforçando a segurança energética, a agricultura e a gestão de recursos hídricos.

Nesta quarta-feira (03), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro, e o diretor do Inmet, Carlos Jurgielewicz, assinaram dois Acordos de Cooperação Técnica entre o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e a Eletrobras para a expansão e modernização da rede e do sistema de monitoramento meteorológico em diversos estados.
Ao todo, serão instaladas 220 novas estações meteorológicas, sendo 90 na área de influência de Furnas e 130 nas bacias dos rios São Francisco e Parnaíba. O investimento, superior a R$ 49 milhões, proveniente da capitalização da Eletrobras, foi aprovado pelos comitês gestores da CPR (Conta de Programa de Revitalização).
O objetivo é reforçar o monitoramento climático em regiões estratégicas, como o reservatório de Furnas (bacias hidrográficas do Grande, Paranaíba, Paraíba do Sul, Tietê e Paraná) e os rios São Francisco e Parnaíba. A iniciativa busca mitigar os efeitos das mudanças climáticas, garantir maior segurança energética e apoiar a gestão eficiente dos recursos hídricos.
As novas estações meteorológicas vão fornecer dados fundamentais para a formulação de políticas públicas, a prevenção de eventos climáticos extremos e o planejamento do setor produtivo em todo o País. “Com essas soluções criativas podemos desenvolver previsões meteorológicas mais precisas e robustas. Podemos minimizar perdas, economizar recursos e transformar desafios em oportunidades. Com criatividade, inovação e união da sociedade e do poder público, vamos entregar um país muito melhor do que encontramos”, reforçou o ministro Carlos Fávaro.
De acordo com a Eletrobras, o projeto representa um avanço na modernização da infraestrutura de monitoramento meteorológico nacional e reforça o compromisso da empresa com o desenvolvimento sustentável. “Este projeto traz benefícios diretos e práticos para o País. Ao ampliar a rede de monitoramento meteorológico, reforçamos a base de dados que sustenta decisões estratégicas em setores como energia, agricultura e seguros. Essa iniciativa combina responsabilidade ambiental com compromisso empresarial, voltada para gerar valor de longo prazo e contribuir com a adaptação às mudanças climáticas”, destacou o presidente da Eletrobras, Ivan Monteiro.
O Inmet, responsável pela elaboração das especificações técnicas, acompanhará todas as etapas de implantação, desde a validação do projeto executivo até o recebimento final dos sistemas. As novas estações integrarão o acervo técnico da rede nacional de monitoramento do Instituto. “Estamos assinando um grande avanço para a meteorologia brasileira. Queria agradecer minha equipe do Inmet, que tornou possível executar esse trabalho. O Inmet vai voltar a ser protagonista. Esse benefício dá Eletrobras está elevando nossa capacidade em mais de 30%”, disse o diretor do Inmet, Carlos Jurgielewicz. A iniciativa demonstra a importância da cooperação entre o setor privado e órgãos federais para enfrentar os efeitos das mudanças climáticas e aprimorar a gestão dos recursos hídricos no Brasil.
Sala de Situação e Monitoramento Climático
Além da ampliação da rede de estações meteorológicas digitais, o investimento também viabilizará a finalização da Sala de Situação e Monitoramento Climático do Inmet. A nova Sala de Situação permitirá o acompanhamento em tempo real de mais fatores climáticos determinantes, ampliando a quantidade e a qualidade das informações geradas. Também será expandida a capacidade de processamento de dados dos supercomputadores de análise climática do Ministério, resultando em novos produtos climatológicos.
Com esse aporte, o Inmet se consolida como fonte de dados meteorológicos de abrangência nacional, atendendo a diversos setores econômicos, públicos e privados, com informações em tempo real para a tomada de decisões do agronegócio e demais setores econômicos, como seguros e geração de energia. Também há possibilidade de ampliação de parcerias com entidades de defesa civil, financiamentos e políticas públicas. Atualmente, a rede do Inmet conta com cerca de 566 estações meteorológicas digitais nos 27 estados da federação, mantendo o monitoramento constante do clima e do tempo para toda a América Latina.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



