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Infraestrutura e suprimento de grãos preocupam a agroindústria de Santa Catarina

Brasil criou uma malha logística competente para exportar grãos, mas não implantou nenhuma ferrovia, por exemplo, para trazer o grão onde se produz o suíno e o frango.

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Foto: Montagem/Divulgação

A crise de grãos que afetou o mercado em 2021 não se repetiu em 2022, mas, para 2023 está prevista grande exportação de milho brasileiro para a China. O problema do superencarecimento do milho ameaça a vasta cadeia produtiva da carne, que vem tendo crescente protagonismo internacional – hoje, a cada três frangos consumidos no mundo, um é brasileiro – de acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne/SC) José Antônio Ribas Júnior.

Presidente do Sindicarne/SC, José Antônio Ribas Júnior: “A conta é muito simples, exportar uma commoditie, como grão, gera menos retorno ao país do que transformá-lo em proteína animal e avançarmos na cadeia de agregação de valor, criação de empregos, riquezas e desenvolvimento” – Foto: Divulgação/Sindicarne-SC

O dirigente lembra que em 2022 a crise de grãos não se ampliou, mas também não houve diminuição de pressão nos custos de produção. Foi um ano de movimentos laterais. Sem desabastecimento, mas sem redução na média geral de preços. Este fato foi responsável por parte relevante nas margens reduzidas do setor, que ainda precisou lidar com a baixa capacidade do poder aquisitivo interno e global.

Para 2023 os sinais preocupam. Mesmo com setor mais preparado para negociações e mais atento aos seus estoques e compras, há sempre a competição com o mercado internacional.

Ribas aponta que à medida que as exportações de grãos são facilitadas criam-se desafios adicionais para a indústria nacional. “A conta é muito simples, exportar uma commoditie, como grão, gera menos retorno ao país do que transformá-lo em proteína animal e avançarmos na cadeia de agregação de valor, criação de empregos, riquezas e desenvolvimento”, avalia.

Ele não defende intervenção de mercado, mas propõe a criação de facilitadores para o desenvolvimento da agroindústria brasileira, incentivando o empreendedor rural e agroindustrial porque “é a fórmula mais rápida e eficiente para alavancar o desenvolvimento do País.” Alerta que o setor não pode ficar exposto as competições desequilibradas e anos seguidos de margens reduzidas, que geram desinvestimentos, envelhecimento do parque industrial e, consequentemente, perdas de competitividade. Inevitavelmente estes custos adicionais chegarão ao consumidor.

Logística e reformas

O país não para de bater recordes de produção e produtividade, mas o governo não faz a sua parte. As deficiências de infraestrutura e os gargalos logísticos precisam ser resolvidos. O Brasil criou uma malha logística competente para exportar grãos, mas não implantou nenhuma ferrovia, por exemplo, para trazer o grão onde se produz o suíno e o frango. O Sindicarne/SC apoia o projeto de implementação do ramal ferroviário Cascavel (PR)-Chapecó(SC), que conectará as regiões produtoras (Centro-Oeste brasileiro) com as regiões consumidoras (Oeste catarinense) de milho e soja. “Mas é um projeto que precisa ser acelerado”.

José Ribas anota que a indústria nacional precisa de investimentos em modernização e eficiência para manter a competitividade e ampliar a sustentabilidade. Por isso defende a reforma tributária,  o acesso a crédito e a desoneração do sistema de produção.

Analisando especificamente Santa Catarina, observa que a competividade tem um grande desafio: buscar 2/3 da demanda de grãos em outras regiões do Brasil ou do exterior, fato que encarece todo o sistema de produção. Não há ferrovias, a malha rodoviária está há mais de 30 anos defasada e as exportações –  alavanca da economia barriga-verde – precisam passar por uma BR-470 que “é um desrespeito à vida e aos catarinenses”.

Foto: Arquivo/OPR

Ribas Júnior reconhece que as soluções não são simples. Porém, a iniciativa privada, se dadas as condições, pode superar todos os desafios e entregar aos consumidores alimentos com competência. Entretanto, o papel do Estado é fundamental para destravar projetos e criar uma logística minimamente capaz de suportar a demanda com custos e sustentabilidade adequados. O setor está presente e atuante nestas agendas juntos aos Governos Estaduais e Federal e aos representantes legislativos.

O ano de 2023 poderá ser marcado pela recessão nos Estados Unidos e na Europa, baixo crescimento econômico e instabilidade política em decorrência da guerra Rússia – Ucrânia. Esse  contexto irá de alguma forma repercutir no mercado mundial da proteína animal. As incertezas e instabilidades globais trouxeram recessão e inflação para os países Europeus, EUA e China. As  duas maiores economias mundiais vivem momentos de desaceleração econômica e de crescimento.

O Brasil pode, neste cenário, ampliar mercados porque tem qualidade, sanidade, sustentabilidade e custos para isso. Pode ser parceiro na produção de alimentos e ajudar na contenção da inflação global. “Acredito que estamos num momento importante deste processo. Não podemos perder a oportunidade. Algumas questões ambientais precisam ser melhor trabalhadas e demonstradas para robustecer nosso potencial e ampliar mercados.“

Em resumo, um ano para um posicionamento cauteloso, de margens baixas prováveis e foco absoluto em custo. Ao mesmo tempo em que podemos construir e ampliar parcerias de mercado que podem trazer pontos positivos para a balança comercial brasileira nos curto, médio e longo prazos.

A deficiente infraestrutura e as más condições das rodovias continuarão impactando a competitividade dos produtos brasileiros no exterior. Investimentos estruturantes estão atrasados ou ainda presos a discursos políticos. Em 2023 governos Estaduais e Federais precisam um olhar de investimentos urgentes em rodovias, ferrovias, modernização das estruturas oficiais e da legislação brasileira.  “O Brasil não perde oportunidades de perder oportunidades,” como dizia o economista Roberto Campos.

O presidente do Sindicarne/SC acredita fortemente nas parcerias público-privadas porque o Estado não tem recursos para todos os investimentos necessários. Defende que sejam destravadas as parcerias, ficando com o Estado o plano estratégico. Observa que o custo Brasil, comparativamente, a outros países, é desmotivador de investimentos. “Há situações onde suportamos perdas até duas  vezes maiores que nossos concorrentes internacionais”, encerra Jose Antonio Ribas Júnior.

Fonte: Ascom Sindicarne/SC

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Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra

Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

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Foto: Shutterstock

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.

No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.

Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.

No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon

lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.

O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.

No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.

A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.

Fonte: O Presente Rural
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro

Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

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Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).

Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.

No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.

No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.

Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.

A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil

Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.

Planilha de Custos

Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS

Fonte: Assessoria Embrapa Suínos e Aves
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Dilvo Grolli recebe Menção Honrosa da ABCA por sua contribuição à agronomia brasileira

Reconhecimento destaca seu papel no avanço científico, na inovação cooperativista e na consolidação do Show Rural como vitrine tecnológica do agro.

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A Academia Brasileira de Ciência Agronômica (ABCA) prestou, dias atrás, homenagem especial ao presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Ele recebeu o título de Menção Honrosa pela relevante contribuição ao fortalecimento da Engenharia Agronômica no Paraná e no Brasil. O reconhecimento é concedido a personalidades que, além de estimular avanços científicos e tecnológicos no agro, destacam-se como empreendedores que impulsionam o crescimento de suas regiões e do País.

Fotos: Divulgação/Coopavel

Dilvo Grolli tem trajetória reconhecida no cooperativismo paranaense e nacional. Sua visão de futuro e capacidade de liderança contribuíram para transformar a Coopavel em uma das cooperativas mais respeitadas do País, referência em gestão, inovação e apoio ao produtor rural. Ele também é um dos idealizadores do Show Rural Coopavel, criado ao lado do agrônomo Rogério Rizzardi, evento que se tornou um dos maiores centros difusores de tecnologia agrícola do mundo e que impacta diretamente a evolução do agronegócio paranaense e de estados vizinhos.

Exemplo

O presidente da ABCA, professor-doutor Evaldo Vilela, destacou a grandeza dessa contribuição ao afirmar que Dilvo Grolli é um exemplo de liderança que transforma. “Sua dedicação ao cooperativismo, ao conhecimento agronômico e à inovação, traduzida na criação do Show Rural, tem impacto direto no desenvolvimento sustentável do agro brasileiro”.

Ao agradecer a honraria, Dilvo ressaltou o papel indispensável da Engenharia Agronômica para o Brasil. “A agronomia é uma das bases que sustentam o agronegócio moderno. Sem esse conhecimento técnico e científico, o campo não teria alcançado o nível de produtividade e competitividade que hoje coloca o Brasil entre os maiores produtores de alimentos do mundo”, afirmou. Também destacou a importância dos agrônomos ao sucesso das cooperativas: “Profissionais da agronomia têm participação decisiva no crescimento de instituições como a Coopavel, que chega aos seus 55 anos dedicada ao desenvolvimento da agropecuária brasileira”.

A solenidade também enalteceu outros líderes locais, entre eles o empresário Assis Gurgacz, igualmente homenageado por sua atuação e pelo apoio contínuo ao desenvolvimento do setor produtivo, e a agronomia por meio da FAG. O professor Evaldo destacou que figuras como Dilvo Grolli e Assis Gurgacz ajudam a consolidar um ambiente favorável à inovação, à sustentabilidade e ao aprimoramento técnico da agropecuária brasileira, bem como da agronomia.

 

Fonte: Assessoria Coopavel
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