Avicultura Saúde Animal
Infecções subclínicas em frangos de corte: perdas silenciosas de elevado impacto econômico
Existem diversas doenças que têm apresentações subclínicas ou leves que na maioria das vezes não são diagnosticadas
Artigo escrito por Jorge Chacón, M.V. MSc. PhD. dos Serviços Veterinários da Ceva Saúde Animal
Para as diversas doenças infecciosas que afetam os frangos de corte, é possível conhecer seu impacto econômico quando suas manifestações clínicas são evidentes e facilmente observáveis, porque elas permitem sua quantificação.
Para o caso das doenças de Gumboro e coccidiose, se sabe que existem os quadros clínicos e subclínicos, e que ambas formas destas doenças precisam ser controladas e prevenidas devido aos prejuízos econômicos consequentes, mesmo na ausência de sinais clínicos evidentes. Porém, existem outras doenças que também têm apresentações subclínicas ou leves que na maioria das vezes não são diagnosticadas, e com isso, levam a perdas de produtividade silenciosas e não controladas.
Origem das infecções subclínicas
Para a maioria das doenças infecciosas das aves, o tipo do quadro clínico e sua severidade dependem de vários fatores relacionados ao hospedeiro (frango), agente (patógeno) e ambiente (fatores externos).
Quadros clínicos muito severos podem resultar do envolvimento de uma cepa muito virulenta (por exemplo vírus de alta patogenicidade da Influenza aviária ou velogénico do vírus da Doença de Newcastle), mas outras vezes podem ser consequência do envolvimento de patógenos primários e secundários ou condições ambientais inadequadas para a criação do frango (temperatura, umidade, ventilação, qualidade de ar, etc).
Mas, mesmo que as condições ambientais sejam adequadas para o frango, e não existem agentes secundários no aviário, os agentes infecciosos primários podem se multiplicar em aves saudáveis. Nestes casos, quando existe um elevado nível de contaminação com o agente primário, será possível observar sinais clínicos severos.
A multiplicação do patógeno (seja vírus, bactéria ou parasita) na célula do hospedeiro, neste caso, o frango de corte, levará a perda do funcionamento e morte da célula, reação inflamatória e dor. Logo, as consequências são variadas, por exemplo, morte das células do trato digestivo prejudicará a absorção de nutrientes; dano das células do trato respiratório levará a dificuldade da respiração; a resposta inflamatória sistêmica levará à febre e dor que prejudicará a ingestão de ração; dano das células renais encarregadas da eliminação de substancias tóxicas do metabolismo levará a intoxicação e morte.
Desta forma, é fácil entender como a multiplicação dos patógenos, mesmo em casos de baixa pressão de infecção, comprometerá o desempenho zootécnico do lote. Muitos casos de infecções subclínicas, levam a aumento ligeiro da mortalidade final (<1%) que pode passar despercebido, mas se multiplicamos aquele 1% pelo tamanho do lote, ou pelo abate diário da empresa, podemos ter uma ideia clara do custo desta infecção subclínica.
Considerando um exemplo de uma empresa que abate 100 mil aves dia, um aumento de 1% da mortalidade representaria uma redução de mais de 63 toneladas de frangos para processamento, e uma perda direta de mais R$197 mil em receita para empresa (frango vivo).
Diagnóstico das infecções subclínicas
A falta de monitoramento laboratorial dos lotes de frango de corte de forma rotineira impossibilita detectar a circulação de patógenos nos aviários. Mas, como foi mencionado anteriormente, apenas a presença dos patógenos primários já prejudicaria o desempenho produtivo do lote. Desta forma, o impacto econômico das infecções subclínicas pode ser elevado.
Existem dois cenários comuns que acontecem nas empresas com lotes acometidos por infecções subclínicas:
- Primeiro cenário, devido à ausência de manifestações clínicas, os responsáveis pela sanidade dos lotes, não se preocupam com o acompanhamento sanitário nem produtivo do lote. Desta forma o patógeno, mesmo sem causar sinais clínicos evidentes, estará afetando a produtividade dos lotes rodada a rodada, e a empresa estará perdendo toneladas de ração, ou de frango, ou de carne de frango;
- Segundo cenário, quando foi detectado uma queda no desempenho do lote, a ausência de sinais clínicos evidentes leva os profissionais a procurar a causa desta queda de desempenho do lote em outras áreas. Assim, erroneamente, muitas vezes o programa nutricional, ou o sistema de manejo ou até a linha genética é culpada pela queda de desempenho. Mudanças feitas para corrigir esta queda de desempenho em áreas que não são as causadoras do problema levarão a investimentos desnecessários.
Os agentes primários mais comuns que causam doença clínica nos frangos de corte incluem os vírus das doenças de Gumboro, Bronquite Infecciosa, Newcastle, Marek, Anemia infecciosa e Artrite; coccideas e Salmonelas tíficas. Desta forma, a empresa deve ter um programa de monitoria adequado que pesquise a circulação destes patógenos nos lotes e mesure o nível de proteção conferido pelos programas vacinais implementados.
Obviamente, é impossível fazer um diagnóstico clínico na ausência de sinais clínicos, desta forma, se faz necessário o uso de testes laboratoriais para detetar a circulação do agente infeccioso. Para o caso de algumas doenças como a Bronquite Infecciosa, os resultados sorológicos não são definitivos, porque estes testes têm a limitação de poder detectar infecções tardias. Nestes casos, se faz necessário o uso de técnicas moleculares. Pesquisas mostram a detecção de lotes positivos e negativos ao vírus BR usando a sorologia de ELISA e o PCR como testes de diagnóstico. Pode-se observar no gráfico que o PCR é mais sensível e que os testes de ELISA detectam menos de 50% dos lotes realmente positivos.
Os quadros subclínicos da doença de Gumboro e Coccideose são bem conhecidos, mas múltiplas pesquisas recentes vêm demostrando que existem infecções subclínicas causadas pelo vírus da Bronquite Infecciosa, agente de maior prevalência e impacto econômico nos plantéis de frango de corte do Brasil.
Erroneamente acreditava-se que as infecções pelo vírus da Bronquite Infecciosa sempre têm que causar sinais ou doença respiratória. Porém, numerosas monitorias consistentes e apoiadas por testes sorológicos e moleculares têm mostrado que existem quadros clínicos não clássicos da Bronquite Infecciosa, onde apenas se observa aumento moderado da mortalidade final e baixo desempenho produtivo. Em muitos destes casos, apenas se observa depressão das aves e diminuição do consumo da ração. Monitorias visando a detecção do vírus da Bronquite Infecciosa, em meses que não apresentam doença respiratória evidentes em granjas do Sul do Brasil, têm encontrado elevadas taxas de positividade que superam os 90%.
Impacto econômico das infecções subclínicas
Os impactos econômicos causados pelas infecções subclínicas não são tão elevados quanto os provocados pelas infecções clínicas, com sinais evidentes. Porém, as infecções subclínicas levam a perdas de produtividade e econômicas expressivas. No caso da doença de Gumboro por exemplo, se conhecem os efeitos causados pelas infecções subclínicas sobre a produtividade. Pesquisas apresentam os resultados de produtividade de lotes de aves com e sem a doença subclínica de Gumboro. Os lotes com programa vacinal que protegia adequadamente contra casos clínicos e subclínicos da doença de Gumboro tiveram melhores resultados zootécnicos e uma receita adicional de mais de R$ 35 para cada mil aves, mesmo na ausência de sinais clínicos, mostrando o efeito subclínico do vírus de Gumboro.
A Bronquite infecciosa com sinais clínicos respiratórios convencionais e aumento de condenações sanitárias no abatedouro leva a perdas milionárias. Estes casos de doença respiratória têm uma apresentação sazonal, com padrão que varia segundo a área geográfica. São conhecidas as perdas produtivas nos casos de doença com sinais clínicos evidentes, mas não existem trabalhos que abordem o efeito das infecções do vírus da Bronquite Infecciosa sobre a produtividade no caso da ausência de sinais clínicos. Numa empresa de São Paulo, foram realizadas monitorias para detectar o vírus BR da Bronquite em meses com e sem apresentação de distúrbios clínicos evidentes. Nestas monitorias, o PCR foi usado para discriminar os lotes positivos e negativos para o vírus BR. Os resultados zootécnicos de lotes positivos e negativos foram comparados nos meses com e sem problemas sanitários evidentes. A monitoria, avaliação e comparação de 127 lotes desta empresa mostrou claramente piores resultados de produtividade nos lotes infectados com o vírus BR. Estas diferenças foram maiores nos meses quando se observavam no campo distúrbios clínicos. Mas, o prejuízo sobre a produtividade em infecções subclínicas também foram elevados: R$ 127,63 para cada mil aves alojadas, mesurando os resultados de Conversão Alimentar ajustada, GPD e mortalidade após os 35 dias.
Monitorias de prevalência do vírus BR, em lotes de seis empresas da região Sul do Brasil, foram conduzidas em meses sem apresentação de doença clínica evidente. A avaliação de 109 lotes das seis empresas mostrou o impacto das infecções do vírus BR da Bronquite infecciosa sobre os principais parâmetros de produtivos e sanitários. Estas monitorias que incluíram a avaliação de mais de 4 milhões de aves mostraram que o vírus BR, mesmo sem causar doença clínica evidente, afeta os principais indicadores de produtividade. Ainda que as empresas não relatavam problemas evidentes nos frigoríficos por terem condenações baixas, a condenação parcial por aerossaculite nos lotes positivos ao vírus BR foi aproximadamente o dobro comparado aos lotes negativos. Os lotes com índices elevados de condenações tiveram maiores custos de processamento devido ao retrabalho causado pelas condenações sanitárias. Estes achados foram observados em todas as empresas avaliadas mostrando que o vírus BR causa perdas econômicas, mesmo na ausência de sinais clínicos evidentes e clássicos e as consequências podem ser mensuradas nas granjas e nos frigoríficos.
Controle das infecções subclínicas
Um programa imunoproxilático consistente e a correta execução de medidas de biosseguridade evitaram a circulação de patógenos, e em consequência a apresentação de quadros clínicos e subclínicos. Essa estratégia tem que ser rigorosamente mantida o ano todo, mesmo na ausência de sinais clínicos severos ou mortalidade, pois um relaxamento destas medidas levará a perdas de produtividade e ao aumento da pressão de infecção para os próximos lotes. Práticas dirigidas a economizar nos programas preventivos como: subdosagem de vacinas, substituição por vacinas mais baratas, porém menos protetivas por exemplo, facilitariam a circulação dos patógenos primários e o estabelecimento de infecções subclínicas.
Outras notícias você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2019 ou online.
Avicultura
Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas
Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.
O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.
Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.
Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.
Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.
O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.
Destaques
A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.
O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.
De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.
“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.
Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.
“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.
Metodologia
A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.
Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.
Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.
Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.
Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.
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Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024
Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.
Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.
A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.
Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.
Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos
Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.
Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.
Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.
De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.
Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.
Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.
E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.
Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.