Suínos
Infecções respiratórias em leitões no pós-desmame exigem atenção estratégica da suinocultura
Temática será discutida no 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), durante o Painel Sanidade, marcado para o dia 14 de agosto, às 10h10.

“Saúde respiratória de leitões após o desmame: compreendendo os patógenos endêmicos” será o tema que a doutora Maria Jose Clavijo Michelangeli vai ministrar durante o 17º Simpósio Brasil Sul de Suinocultura (SBSS), no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). A palestra acontece no dia 14 de agosto, às 10h10, no Painel Sanidade.
O SBSS é promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet). Em paralelo ocorre a 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair, feira técnica voltada ao setor, que conta com empresas do Brasil e América Latina, além da Granja do Futuro, com os principais lançamentos e tecnologias para os produtores.

Palestra “Saúde respiratória de leitões após o desmame: compreendendo os patógenos endêmicos” será ministrada pela doutora Maria Jose Clavijo Michelangeli no SBSS – Foto: Arquivo pessoal
A especialista destaca que o desmame representa uma fase de intenso estresse para os leitões, tornando-os mais vulneráveis a infecções respiratórias causadas por bactérias endêmicas. Essas infecções estão entre as principais responsáveis por perdas econômicas significativas na suinocultura, podendo representa até 45% das mortes na fase de creche e mais de 60% nas fases de recria e terminação. “As doenças respiratórias bacterianas em suínos são complexas e multifatoriais. Resultam da interação entre agentes infecciosos, fatores ambientais e práticas de manejo, impactando negativamente no ganho de peso, na conversão alimentar, nos custos de produção e na taxa de mortalidade”, explica a médica veterinária.
Entre os principais patógenos respiratórios bacterianos endêmicos que afetam os leitões após o desmame no Brasil estão Streptococcus suis, Glaesserella parasuis, Mycoplasma hyopneumoniae (pneumonia enzoótica suína) e Actinobacillus pleuropneumoniae (pleuropneumonia suína).
Para reduzir o impacto desses agentes, é essencial implementar estratégias como programas de vacinação direcionados, melhoria das condições ambientais nas instalações, fornecimento de dietas balanceadas e de fácil digestão, medidas rigorosas de biosseguridade e monitoramento contínuo da saúde dos animais.
Experiência
Maria Jose Clavijo Michelangeli é médica-veterinária formada pela Universidade Central da Venezuela e Ph.D. em Medicina Veterinária pela Universidade de Minnesota. Possui ampla experiência internacional em sanidade suína, com trajetória construída na pesquisa, ensino e atuação prática no campo.
Iniciou sua carreira como docente na Faculdade de Ciências Veterinárias da Universidade Central da Venezuela e, posteriormente, atuou como veterinária de suínos na Agrosoluciones. Sua paixão pela inovação e pela aplicação da ciência a levou aos Estados Unidos, onde atuou como professora pesquisadora associada na Universidade Estadual de Iowa, uma das instituições mais reconhecidas na área de Medicina Veterinária e produção animal. Em paralelo, atuou também como veterinária de garantia de saúde na PIC, empresa líder global em genética suína.
Atualmente, dedica-se exclusivamente à pesquisa e ao ensino como professora pesquisadora associada na Universidade Estadual de Iowa. É membro de diversas associações internacionais e atua como consultora para empresas do setor suinícola em diferentes países, com ampla experiência em diagnóstico, controle e eliminação de bactérias endêmicas.
Inscrições
1º lote: até 24 de junho: profissionais R$ 580 e estudantes R$ 400.
2º lote: de 25/06 a 24/07: profissionais R$ 720 e estudantes R$ 450.
3º lote: a partir de 25 de julho e durante o evento: profissionais R$ 890 e estudantes R$ 500.
Participar apenas da 16ª edição da Brasil Sul Pig Fair:
1º e 2º lotes: até 24 de julho: R$ 100.
3º lote: a partir de 25 de julho e no local do evento: R$ 200.
Grupos com dez ou mais participantes podem parcelar os valores em até três vezes, desde que a primeira parcela seja até a data anunciada para o valor na tabela. Pacotes adquiridos por agroindústrias, órgãos públicos e universidades serão faturados para o CNPJ da instituição. As inscrições podem ser realizadas pelo site oficial do evento, clicando aqui.
Inscrições de associados ao Nucleovet devem ser feitas por meio da secretaria da entidade e não diretamente no site. Contato (49) 99806-9548 ou financeiro@nucleovet.com.br.

Suínos
Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura
Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.
O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.
As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.
Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.
Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.
Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.
Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.



