Bovinos / Grãos / Máquinas
Industrialização e tecnologia no campo impulsionam cadeia do leite no Paraná
Estado aumentou em 18% o volume de leite industrializado nos últimos cinco anos. São mais de R$ 1,2 bilhão de investimentos, cujo aumento na produção fez o Paraná assumir a 2ª posição na produção nacional e reduzir a diferença para a liderança de Minas Gerais.
Seja em forma de manteiga, queijo, creme de leite ou whey, os investimentos em novas indústrias e na tecnologia no campo têm impulsionado a produção de leite e derivados no Paraná. Em meio a uma série de novos empreendimentos que verticalizam a cadeia leiteira e agregam valor aos produtos, o Estado aumentou em 18% o volume de leite industrializado nos últimos cinco anos.
O volume total de leite fornecido para a industrialização era de 3,09 bilhões de litros em 2018 e saltou para 3,65 bilhões de litros em 2023, o que faz do Paraná o segundo maior produtor de leite e derivados industrializados do País, de acordo com a Pesquisa Trimestral do Leite, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento no período foi suficiente para o Paraná ultrapassar o Rio Grande do Sul, que em 2023 produziu 3,15 bilhões de litros de leite inspecionado, e diminuir em 25%, de 2,98 bilhões de litros para 2,22 bilhões de litros anuais, a vantagem que Minas Gerais tem na liderança da produção nacional.
“É uma evolução que diz respeito aos seus produtores, que adotaram tecnologia de ponta e gerem suas propriedades com um conceito empresarial, a maioria deles orientados pelas cooperativas. Isso se reflete em um produto de qualidade”, disse o presidente do Conselho Paritário Produtores/Indústrias de Leite do Estado do Paraná (Conseleite), Ronei Volpi.
Produtividade – O avanço é fruto da inserção da tecnologia na cadeia leiteira, que promove aumento de produtividade aos produtores, e dos investimentos de grandes indústrias, que fomentam logísticas mais eficientes e garantem a comercialização do que é produzido.
Para dentro da porteira, os produtores melhoraram a adubação das pastagens, a produção de silagem, os sistemas intensivos e as técnicas reprodutivas dos animais. É o que diz um diagnóstico feito pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná) sobre os estabelecimentos leiteiros do Paraná.
O documento, que fez um raio-x das propriedades no Estado, identificou, por exemplo, que a evolução de uma série de técnicas pelos produtores do Paraná fez com que a produtividade média por vaca ordenhada tenha aumentado de 10,21 litros por dia, de acordo com o Censo Agropecuário de 2017, para 15,28 litros por dia, segundo o levantamento de 2023.
O diagnóstico também apontou que três em cada quatro vacas do rebanho leiteiro paranaense são de raças especializadas, como holandesa, jersey ou cruzas entre elas, o que também impacta na produção de um leite de alta qualidade.
“O Paraná tem regiões muito organizadas, com alta qualidade e densidade de produção, altos níveis de produtividade e com uma boa logística. Nestes casos, os produtores são disputados pelo mercado. Por isso estamos atraindo tantas indústrias”, afirmou o gerente estadual de Cadeias Produtivas do IDR-PR, Hernani Alves da Silva.
Industrialização
Ao todo, os investimentos em andamento ou já realizados no Paraná pelas indústrias de leite e derivados desde 2019 ultrapassam a marca de R$ 1,2 bilhão.
A Unium investiu R$ 460 milhões em uma queijaria em Ponta Grossa e vai construir uma nova planta de leite em pó em Castro, com investimentos de R$ 450 milhões. O grupo, que reúne as cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal, é o segundo maior produtor de laticínios do Brasil.
A Tirol escolheu Ipiranga, também nos Campos Gerais, para construir sua primeira unidade fora de Santa Catarina. Com um investimento de R$ 152 milhões, a planta começou a operar com uma capacidade diária de produção de 600 mil litros de leite longa vida, mas com possibilidade de dobrar de tamanho.
Já em São Jorge D’Oeste, na região Sudoeste, a goiana Piracanjuba está construindo uma das maiores fábricas de queijos do Brasil, fruto de um investimento de R$ 80 milhões.
Com os novos empreendimentos, a produção paranaense de vários derivados do leite também teve forte alta. De acordo com dados do Sistema de Informações Gerenciais do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF), do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a produção de iogurte, por exemplo, aumentou 23% entre 2021 e 2023. O soro de leite, que é a matéria prima usada para a produção de whey, teve aumento de 11%. Já as sobremesas lácteas registraram aumento de quase 13%.
Empregos
O avanço no processo de verticalização da cadeia do leite se reflete nos empregos na indústria. No acumulado do ano, entre janeiro e agosto, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que 461 novas vagas de emprego foram geradas nas indústrias de laticínios do Paraná.
O saldo positivo nas contratações representa um aumento de 3,49% no estoque de empregos ligados à indústria paranaense de laticínios ao longo do ano. O aumento é o maior entre os principais estados produtores de leite do Brasil. Minas Gerais, que lidera a produção nacional, teve um crescimento de 2,8% no período, por exemplo. O percentual do Paraná também é superior ao registrado por São Paulo (1,12%), Santa Catarina (0,79%) e Rio Grande do Sul (0,7%).
As contratações recentes também mostram uma recuperação no mercado. Apenas em agosto, que foi o mês mais recente com dados divulgados pelo Caged, o Paraná abriu 219 novos postos de trabalho na indústria de derivados do leite, o que representou 24% de todas as contratações feitas no Brasil neste segmento.
Impacto
Atualmente, a cultura do leite é a terceira que mais fatura na agropecuária paranaense, atrás apenas da soja e do frango de corte. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), foram R$ 11,3 bilhões em 2023, o que representa 5,74% de toda a produção agrícola do Estado.
Ao longo de cinco anos, a cadeia do leite ultrapassou a cultura do milho em relevância econômica para o Estado, por exemplo. Este crescimento na participação da economia paranaense é puxado pelas regiões que acabaram se especializando na produção de leite.
É o caso de Castro, nos Campos Gerais, que ampliou em 55% a produção de leite no município. Hoje a cidade é a maior produtora nacional, com 454 milhões de litros anuais. Para a agricultura local, o leite é responsável por 30% do faturamento agropecuário, com 1,1 bilhão de Valor Bruto da Produção (VBP).
O mesmo acontece em Carambeí, também nos Campos Gerais, em que o leite é responsável por quase um terço do VBP municipal, com R$ 692 milhões em 2023. O valor é fruto de uma produção de 269 milhões de litros por ano, o segundo maior volume de todo o País.
Cooperativas
Grande parte desta força se deve à atuação das cooperativas que se especializaram na produção de leite. De acordo com o diagnóstico feito pelo IDR-Paraná, 54% dos produtores de leite do Estado são membros efetivos de cooperativas e 28% estão ligados a associações de produtores.
“As cooperativas são importantes porque elas prestam assistência técnica aos produtores, orientando as melhores formas de produção, além de serem fundamentais na comercialização”, explicou Hernani Alves da Silva.
Segundo o documento, metade da produção do Estado tem como destino as cooperativas. Em relação à assistência técnica, 22% disseram ter recebido orientação do próprio IDR-Paraná e 20% foram assistidos com informações pelas cooperativas.
De acordo com o diretor de operações da Cooperativa Witmarsun, Rafael Wollmann, as transformações promovidas pela tecnologia são notáveis. “Ao otimizar processos e aumentar a eficiência, conseguimos oferecer aos nossos produtores ferramentas para que eles possam produzir leite de alta qualidade com menor custo, garantindo uma renda mais justa por seu trabalho”, afirmou.
A cooperativa produz leite ensacado e queijos finos na cidade de Palmeira, nos Campos Gerais, com produtos que já foram premiados nacionalmente. “É por isso que investimos em parcerias sólidas com nossos produtores, oferecendo assistência técnica, acesso a crédito e garantindo a compra de todo o leite produzido com base em preços justos e transparentes”, disse o diretor da cooperativa.
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Camila Telles palestra na abertura do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite
Discutirá o significado de empreender, destacando as diversas oportunidades que surgem ao iniciar um negócio do zero em uma propriedade rural.
Conhecida nacionalmente como uma agroinfluencer que atua na defesa do agronegócio e no combate à desinformação sobre o setor primário, a produtora rural Camila Telles realizará a palestra de abertura do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL). A preleção com o tema “Empreendedor: a criatividade que o agro precisa” está programada para o dia 05 de novembro (terça-feira), às 18h30, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC). Promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), o evento reúne médicos veterinários, zootecnistas, técnicos, estudantes, pesquisadores, profissionais de agroindústrias e produtores rurais.
Para o presidente do Nucleovet, Tiago José Mores, a participação da comunicadora engrandecerá ainda mais a qualidade técnica do evento. “Em tempos onde a verdade sobre o agronegócio é, muitas vezes, distorcida, contar com profissionais que se dediquem à defesa é fundamental para promovermos um diálogo mais justo e transparente sobre a importância do setor para o país”, pontua.
A palestrante Camila Telles é produtora rural, empresária, comunicadora e defensora do agro brasileiro. É formada em Relações Públicas com especialização em Marketing Estratégico e, por meio das redes sociais, usa sua voz para combater inverdades sobre o pilar da economia brasileira.
Em sua apresentação, Camila discutirá o significado de empreender, destacando as diversas oportunidades que surgem ao iniciar um negócio do zero em uma propriedade rural. A especialista também abordará a importância dos jovens para o futuro do agronegócio, bem como a relevância da sucessão familiar nesse cenário.
Sobre o evento
O SBSBL é reconhecido por ser referência em disseminação de conhecimento, aperfeiçoamento de classe, apresentação de novas tecnologias e troca de experiências. Nesta edição, a programação técnico-científica engloba os painéis indústria, qualidade da forragem e saúde, manejo e ambiente.
A programação do evento ainda inclui o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte – que ocorre na manhã do dia 05 de novembro – a 8ª Brasil Sul Milk Fair e a Granja do Futuro.
A Milk Fair é um espaço onde empresas que atuam nos segmentos de saúde, nutrição e tecnologia estarão reunidas para promover networking, oportunidades de negócio e aperfeiçoamento técnico dos congressistas, a partir da troca de experiências. Durante a Granja do Futuro, startups e tradicionais empresas do setor divulgarão soluções e inovações para o mercado leiteiro.
Inscrições
As inscrições para participar do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) já estão no último lote. Os investimentos são de R$ 570,00 para profissionais e de R$ 460,00 para estudantes. Com esse ingresso o participante tem acesso total ao evento – 13º SBSBL, 8ª Brasil Sul Milk Fair e 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.
Há também a possibilidade de participar somente do 3º Fórum Bovinocultura de Corte e da 8ª Milk Fair. Os valores para essa modalidade são de R$ 200,00.
Para participar somente da 8ª Brasil Sul Milk Fair e conferir novas tecnologias e soluções expostas por empresas do setor, as inscrições podem ser feitas pelo valor de R$ 100,00.
Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSBL serão concedidos códigos-convites bonificados. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas. As inscrições podem ser realizadas, clicando aqui.
Bovinos / Grãos / Máquinas Em Chapecó (SC)
Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite começa na próxima semana
Evento vai reunir profissionais, pesquisadores, produtores rurais, estudantes e lideranças do setor nos dias 05, 06 e 07 de novembro.
Chapecó (SC) sedia, na próxima semana, mais uma edição do Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL), evento referência em disseminação de conhecimento, aperfeiçoamento da classe, desenvolvimento de novas tecnologias e troca de experiências. O evento, promovido pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet), acontece nos dias 05, 06 e 07 de novembro no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).
A programação técnico-científica engloba os painéis indústria, qualidade da forragem e saúde, manejo e ambiente. Nesta edição, ainda acontecem a 8ª Brasil Sul Milk Fair e o 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte.
O presidente do Nucleovet, Tiago Mores, ressalta que o evento é organizado para oportunizar discussões atuais, com apresentação de novas soluções e geração de conexão entre empresas e profissionais. “Recebemos médicos veterinários, zootecnistas, técnicos, profissionais de agroindústrias, produtores rurais e estudantes de todo o Brasil e da América-Latina, nossa missão é entregar um evento completo que demonstre e reforce a pujança da bovinocultura brasileira”.
Na visão de Mores, o sucesso do evento também tem sido baseado em uma abordagem pragmática de assuntos do cotidiano e que possam agregar informação técnica e aplicação prática.
O presidente da comissão científica, Claiton André Zotti, explica que a programação é elaborada por uma comissão responsável por avaliar os temas de maior relevância para o setor na atualidade. “Com uma equipe formada por profissionais de diversos segmentos da cadeia produtiva, conseguimos construir uma programação riquíssima e que engloba importantes debates”, destaca.
Zotti reforça que as discussões são levantadas por renomados pesquisadores do setor, qualificando ainda mais a grade técnico-científica do evento. “Tratamos de um ramo complexo e desafiador, temos novas práticas e técnicas sendo desenvolvidas a todo momento. É crucial que profissionais da bovinocultura de leite e de corte mantenham-se atualizados acerca dos avanços do setor”.
Inscrições
As inscrições para participar do 13º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL) já estão no último lote. Os investimentos são de R$ 570,00 para profissionais e de R$ 460,00 para estudantes. Com esse ingresso o participante tem acesso total ao evento – 13º SBSBL, 8ª Brasil Sul Milk Fair e 3º Fórum Brasil Sul de Bovinocultura de Corte. Há também a possibilidade de participar somente do 3º Fórum Bovinocultura de Corte e da 8ª Milk Fair. O valor para essa modalidade é de R$ 200,00.
Para participar somente da 8ª Brasil Sul Milk Fair e conferir novas tecnologias e soluções expostas por empresas do setor, as inscrições podem ser feitas pelo valor de R$ 100,00.
Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSBL serão concedidos códigos-convites bonificados. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas. As inscrições podem ser realizadas, clicando aqui.
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Cooperado da Coopavel é reconhecido entre os melhores do mundo na pecuária de leite
Geraldo não apenas eleva o padrão da pecuária de leite, mas também inspira outros produtores rurais a buscar inovação e eficiência em suas atividades.
Geraldo Tomazzi, cooperado da Coopavel e morador Três Barras do Paraná, recebeu recentemente notícia de um reconhecimento internacional à sua dedicação e inovação na pecuária de leite. Thiago Ernesto, representante da DeLaval, entrou em contato para informar que a propriedade de Geraldo havia conquistou uma das dez melhores posições do mundo em um ranking da multinacional que avalia propriedades rurais dedicadas à produção de leite com robôs de ordenhas.
“Essa conquista é um exemplo do comprometimento e da es realizado pelo Geraldo. Ele se tornou um modelo para a Coopavel e para toda a região Oeste, hoje um dos maiores centros produtores de leite do Paraná”, destaca o presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, ressaltando a importância dessa vitória do pecuarista de Três Barras para o setor.
Rankings anteriores
Geraldo já havia se destacado em rankings anteriores da DeLaval, ocupando a quinta posição no Brasil em 2022 e a sétima em 2023. Mas em julho de 2024, a propriedade dele figurou entre as dez melhores do mundo (terceiro melhor desempenho em ranking global da multinacional), um feito incrível considerando que, no Brasil, mais de 400 propriedades utilizam robôs na produção de leite, enquanto que no mundo são mais de 50 mil.
170 animais
Há três anos, Geraldo adotou a ordenha robotizada em sua propriedade. Com dois robôs, cada um destinado a uma vaca por vez, a ordenha de cada animal leva em média seis minutos. A implementação dessa tecnologia trouxe diversas vantagens, diz o pecuarista, como a automação de tarefas que antes exigiam mão de obra intensiva. Atualmente, apenas seis membros da família se dedicam à atividade. Se ainda utilizasse métodos convencionais para a ordenha de todo o plantel então seriam necessários quatro colaboradores a mais.
Indicadores
A adoção dos robôs permite também o registro detalhado de informações de cada animal. Os dados são armazenados em um banco de específico que o pecuarista emprega para aprimorar continuamente os resultados. Hoje, a produção diária de leite na propriedade de Geraldo alcança 6,6 mil litros, evidenciando o sucesso da modernização adotada.
Com essa conquista, Geraldo não apenas eleva o padrão da pecuária de leite, mas também inspira outros produtores rurais a buscar inovação e eficiência em suas atividades, destaca Dilvo Grolli. “Nada mal para quem começou, em 2005, com apenas 12 novilhas”, recorda o cooperado que virou referência em produtividade e qualidade em pecuária de leite. “Sou muito grato por essa conquista, contudo quero fazer um reconhecimento à minha família que sempre esteve ao meu lado em todas as etapas de implantação e de aprimoramento da atividade”.