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Indústria gaúcha deve exportar US$ 917 milhões a menos em 2024

Fiergs estima retração nas vendas externas a partir dos impactos das inundações e de acordo com o que tinha sido previsto para o ano. Farsul indica impacto negativo na produção de alimentos e ABPA registra queda de 11% nas exportações de carne de frango do estado em maio, mas já aponta para recuperação do setor.

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Foto: Marilayde Costa

As inundações que atingiram o Rio Grande do Sul em maio irão afetar o desempenho das exportações nos próximos meses. Estimativas da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) indicam que neste ano serão exportados US$ 917,3 milhões a menos do que em 2023 considerando-se que, antes da tragédia climática, a instituição estimou expansão nas exportações em 2024. Essas projeções foram refeitas após os danos às indústrias do estado.

De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) organizados pela Unidade de Estudos Econômicos da Fiergs e enviados para a ANBA, as exportações da indústria do Rio Grande do Sul somaram US$ 1,2 bilhão em maio deste ano. Esse valor representa queda de 19,3% em comparação com o mesmo período do ano passado.

Porto de Rio Grande operou dentro da normalidade, mas estradas que levam mercadorias até o terminal foram afetadas pelas inundações – Foto: Divulgação/Portos RS

Esses dados consideram a indústria extrativa e a indústria de transformação. A extrativa exportou US$ 2,6 milhões, em alta de 15,3% sobre maio de 2023, mas seus ganhos foram perdidos pela indústria de transformação, que sofreu queda de 19,3% nas vendas externas, a um total de US$ 1,2 bilhão.

Economista-chefe da Fiergs, Giovani Baggio afirmou que o desempenho da indústria gaúcha já demonstrava desaceleração. Em função disso, para avaliar os prejuízos estimados, foi preciso separar a tendência dos últimos meses da tragédia climática. “Nossa previsão inicial para o total exportado pela Indústria de Transformação para o acumulado de janeiro a dezembro de 2024 estava em US$ 14,9 bilhões no período pré-enchente. Após as informações mais recentes, atualizamos nossas estimativas para US$ 14 bilhões, ou seja, devido às enchentes nossas estimativas são de que o Rio Grande do Sul deve exportar US$ 917,3 milhões a menos de produtos industriais nesse ano”, afirmou Baggio.

 Impacto em diversos setores além da indústria
Baggio disse que as perdas na indústria foram “generalizadas”, afinal, em maio, 18 dos 23 segmentos exportadores da indústria local venderam menos do que no mesmo período do ano passado. O segmento de alimentos, que é o principal exportador, vendeu para o exterior US$ 373,1 milhões em maio, em queda de 36,5% em relação a maio de 2023. A maior parte das plantas produtoras de alimentos no estado estava nos municípios atingidos pelas inundações: Porto Alegre, Pelotas, Caxias do Sul, Passo Fundo, Canoas, Gravataí, Lajeado e Santa Maria.

O segundo segmento mais afetado foi o de máquinas e equipamentos, com exportações que somaram US$ 56,3 milhões, que foram 49% menores do que em maio de 2023. A exportação de veículos automotores, que foi o terceiro setor mais afetado, somou US$ 64,3 milhões em maio, ou 41,7% menos do que no mesmo mês de 2023.

Baggio afirmou que o principal porto gaúcho, de Rio Grande, e portos de Santa Catarina que atendem o estado operaram dentro de sua capacidade, no entanto, a infraestrutura que leva produtos a estes portos foi danificada. Isso aumentou o tempo de deslocamento das mercadorias até os navios e aumentou o custo do transporte.

O economista-chefe da Fiergs apontou, ainda, a participação dos países árabes nas exportações gaúchas: “O Rio Grande do Sul exportou US$ 22,3 bilhões em mercadorias no acumulado de janeiro a dezembro de 2023. Deste total, US$ 1,6 bilhão (7%) teve os países do Oriente Médio como destino principal. Dos US$ 16,9 bilhões exportados pela Indústria de Transformação gaúcha, US$ 1,2 bilhão (7,3%) foram diretamente para parceiros comerciais árabes”, afirmou. Os principais destinos, entre os árabes, foram Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita.

A maior parte dos produtos embarcados para esses parceiros comerciais, entre janeiro a dezembro de 2023, integravam o segmento de alimentos (US$ 920,7 milhões), de agricultura e pecuária (US$ 336,5 milhões) e de tabaco (US$ 166,4 milhões). “Vale destacar que pela produção diferenciada do segmento alimentício gaúcho, em especial o de frango halal, a maior parte das exportações são de produtos do ramo de abate de aves (US$ 619,6 milhões)”, observou o economista-chefe da Fiergs. Halal são produtos feitos de acordo com as normas do islamismo.

Baggio acrescentou que a normalização dos setores impactados vai depender do nível de auxílio que as empresas receberão do governo federal, assim como dos esforços para refazer a infraestrutura do estado. “Diferentemente do que ocorreu na pandemia do Covid-19, os estoques, o maquinário e a malha logística foram afetados de maneira direta”, disse. “Ainda, é importante salientar que muitos trabalhadores ficaram desabrigados por causa do choque climático, o que dificulta a retomada plena”, completou.

Diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luís Rua, afirma que produtores de carne de frango já começaram a se recuperar no Rio Grande do Sul, embora a reconstrução do estado, e do setor, seja necessária: “As perspectivas a partir de agora são positivas. Naturalmente, há toda uma reconstrução que está sendo feita” – Foto: Divulgação/ABPA

Outros segmentos exportadores 
Diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Luís Rua disse que áreas que concentram granjas e unidades produtoras de carne de frango, como municípios do Vale do Taquari, onde estão cidades como Lajeado e Roca Sales, estão entre as mais atingidas pelas inundações. “Basicamente, em todas as plantas e granjas afetadas durante a calamidade de maio, agora já vemos cenário em que estão operando basicamente em condições de normalidade”, afirmou Rua. “As perspectivas a partir de agora são positivas. Naturalmente, há toda uma reconstrução que está sendo feita”, completou.

Dados da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) mostram que a queda de 11,4% nas exportações de carne de frango procedentes do estado em maio seguiu no sentido contrário do desempenho brasileiro, que teve alta de 4,9%. Os integrantes da equipe econômica da Farsul informaram que, até o momento, de todos os produtos do agronegócio da pauta exportadora, “somente podemos afirmar que a queda das exportações de carne de frango foi resultado das enchentes”.

Assim como Baggio, da Fiergs, e Rua, da ABPA, a Farsul apontou para a importância da reconstrução da infraestrutura do estado. Embora a produção de grãos já tivesse sido colhida quando as inundações afetaram o Rio Grande do Sul, os “estragos nas estradas gaúchas” comprometem a logística e, por isso, há urgência na definição de medidas e ações para a “reconstrução do estado”.

Fonte: ANBA

Notícias Reunião na ACIC

Presidente do Sindiavipar enumera razões que fazem do Brasil referência em proteínas

País reúne uma série de fatores e condições que fazem dele um dos líderes mundiais em grãos e proteínas, sozinho alimente um bilhão de pessoas.

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Roberto Kaefer durante reunião com empresários nesta semana, na Acic, em Cascavel, no Oeste do Paraná - Foto: Divulgação/Acic

Mesmo com condições excepcionais à produção de alimentos, o Brasil reúne uma série de fatores e condições que fazem dele um dos líderes mundiais em grãos e proteínas. Sozinho, o Brasil alimenta um bilhão de pessoas no mundo, ou 12% do contingente atual de oito bilhões de seres humanos. O País é referência na produção e o maior exportador de carnes de frango do planeta e o Paraná, sozinho, responde por 42% desse volume. A cadeia do frango, no Estado, encontra no Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas (Sindiavipar) o seu maior parceiro, entidade atualmente presidida pelo cascavelense Roberto Kaefer.

Kaefer foi o convidado especial da Acic para a tradicional reunião de diretoria da entidade, realizada sempre na última quinta-feira do mês. Ele falou sobre alguns dos aspectos que tornam o País modelo no segmento. Um dos principais é a rígida legislação de sanidade animal e os recursos, principalmente preventivos, adotados pela cadeia para antever, proteger-se e minimizar possíveis efeitos de crises. A maior ameaça ao setor atualmente, afirmou, está na influenza, que já provoca sérios danos à avicultura de países vizinhos na América Latina. “Estamos muito atentos a essa questão e empregando inúmeras contramedidas, como o diálogo antecipado e franco com nossos parceiros internacionais”.

Na menor ameaça, como a confirmação de casos em aves silvestres no litoral do Paraná, uma força tarefa foi desencadeada e ações rápidas neutralizaram riscos. “Saber o que fazer, com assertividade e eficiência são atitudes fundamentais nesse mercado” destacou Kaefer. O nível de profissionalismo dessa indústria, integrando os seus mais inúmeros segmentos, faz do Brasil um exemplo em qualidade e segurança alimentar. A produção mundial de carne de frango em 2023 foi de 102 milhões de toneladas. O maior produtor são os Estados Unidos, com 21 milhões de toneladas, e o Brasil é o segundo, com 14,8 milhões. “No entanto, somos os maiores exportadores, com mais de 5,1 milhões de toneladas enviadas a dezenas de países”.

VBP

A carne de frango, ao lado de outras proteínas e grãos, faz do Paraná um dos maiores detentores de Valor Bruto da Produção (VBP), do País, e no Oeste estão alguns dos municípios que superaram a cifra de R$ 1 bilhão, entre eles Toledo (R$ 4,2 bilhões, o maior do Estado), Cascavel, Santa Helena, Marechal Cândido Rondon, Assis Chateaubriand, São Miguel do Iguaçu e Palotina. O Vbp do Paraná, o terceiro maior do País, já supera a cifra de R$ 143 bilhões. O Oeste abate 2,2 milhões de aves por dia mas, diante do cenário mundial, Roberto Kaefer disse que o momento é de manter a produção estável, porque o equilíbrio é uma das chaves para o sucesso e a rentabilidade do negócio.

A cadeia do frango é responsável por quatro milhões de empregos no Brasil e um milhão deles estão no Paraná que, sozinho, responde por mais do que o volume somado dos outros três principais exportadores nacionais, Santa Catarina, São Paulo e Rio Grande do Sul. Kaefer falou também da abertura de novos mercados, como o da Polinésia, e do status brasileiro de ser o único país no mundo com autorização para exportar para Israel. Estudos indicam que o potencial nacional de crescimento das proteínas, nos próximos sete anos, é de 13% no frango, de 7% no suíno e de 7% no bovino.

A evolução da avicultura brasileira está associada a um conjunto de fatores e um dos mais importantes é a genética. Atualmente, explicou Roberto Kaefer, a conversão alimentar faz a produção de um quilo de carne acontecer com o consumo pela ave de apenas um quilo e meio de ração. O presidente do Sindiavipar falou também de um seminário econômico do qual participou, recentemente na China, ao lado de ministros do atual governo, e destacou a relevância desse mercado. “A China é o nosso maior parceiro comercial. Somente de frango, no ano passado, ela importou 682 mil toneladas” apontou Kaefer, que está à frente de um sindicado que representa 17,2 mil aviários em 320 municípios e com Vbp superior a R$ 45 bilhões.

Orgulho

O vereador Cidão, presente à reunião na Acic, parabenizou Kaefer pela liderança e disse que a avicultura e o agronegócio são orgulhos para a região. Ao responder a um questionamento do empresário Gilberto Bordin, o presidente do Sindiavipar informou que a produção de carnes em laboratório seguirá como inovação, mas de acesso a poucos em função do elevado custo de produção. José Ivaldece e Genesio Pegoraro citaram o empreendedorismo e a pujança do agro e da pecuária do Oeste e o presidente da Acic, Siro Canabarro, afirmou que a entidade apoia e está ao lado de quem empreende e gera oportunidades.

Fonte: Assessoria ACIC
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Notícias

Construção de medidas voltadas aos produtores rurais é discutida com o governo federal

Medidas especiais e específicas para os produtores gaúchos são esperadas pelos setores produtivos.

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Foto: Divulgação/Seapi

A recuperação da agricultura gaúcha esteve na pauta da reunião entre o governo do Estado, a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e o governo federal nesta sexta-feira (28), na sede da entidade. Medidas especiais e específicas para os produtores gaúchos são esperadas pelos setores produtivos.

Pelo governo estadual, estiveram presentes os secretários da Casa Civil, Artur Lemos, e da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, Clair Kuhn, além do secretário-adjunto de Desenvolvimento Rural, Lindomar Moraes. Também participaram o ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, e toda a diretoria da entidade.

O ministro Fávaro afirmou que de forma emergencial o governo atendeu ao pedido de suspensão dos vencimentos das dívidas dos produtores até 14 de agosto e já tem a criação do Fundo Garantidor de Crédito. “Isso já foi atendido até aqui e devemos buscar novas alternativas”, destacou.

O titular do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) também mencionou que um grupo de trabalho foi criado com integrantes do Mapa e da Câmara dos Deputados. O grupo de trabalho busca estruturar o diagnóstico para criar soluções de reestruturação ao Rio Grande do Sul. “O Plano Safra, que será anunciado em 3 de julho, será 9% maior que o anterior e atenderá 20% a mais da área a ser coberta pelo plano. Também estamos trabalhando para que todos os produtores estejam cobertos pelo seguro rural”, enfatizou.

Artur solicitou que o governo estadual faça parte desse grupo de trabalho para a construção dessas medidas. “Como as perdas econômicas do Rio Grande do Sul em razão de catástrofes ambientais são maiores do que as registradas em outras regiões do país, é plenamente justificável que os órgãos de controle criem algo específico para o nosso Estado”, disse o titular da Casa Civil.

O secretário da Agricultura destacou que é fundamental a criação de novas linhas de crédito aos agricultores e a negociação das dívidas existentes. “O produtor consegue pagar, mas precisa de ajuda. A liberação de recurso também movimenta a economia, do Estado e das cidades”, afirmou Kuhn.

Gedeão contou que, em 7 de maio, a Farsul encaminhou ofício ao Mapa com reivindicações para criação de uma nova linha de crédito aos produtores, com 15 anos de prazo para pagamento, juros de 3% e carência de dois anos. O presidente da entidade pediu medidas emergenciais e que atendam aos anseios gaúchos. “O governo federal arrumou cerca de R$ 7 bilhões rapidamente para fazer um leilão para a importação de arroz, sendo que não há necessidade e temos o produto. Dá para usar esse dinheiro e resolver fazendo a equalização”, afirmou Gedeão. Ele também mencionou que o prazo para novas soluções é 14 de agosto e que é preciso agilidade para que o produtor consiga acessar os créditos do Plano Safra.

Fonte: Assessoria Seapi
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Notícias Barreiras fitossanitárias

Aumento do comércio internacional eleva risco de dispersão de pragas agrícolas

Discussão sobre as barreiras fitossanitárias no comércio internacional foi debatido na Reunião de Pesquisa de Soja, realizada entre quarta (27) e quinta-feira (28), pela Embrapa Soja, em Londrina (PR)

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Foto: Claudio Nonaka/Embrapa Soja

A crescente dispersão de pragas agrícolas pelo mundo pode ser atribuída ao aumento do comércio entre os países. O Brasil exportou aproximadamente 60% dos 147 milhões de toneladas de soja, produzidos na safra 2023/2024.

Do total exportado, cerca de 70% foi comercializado para China.  Portanto, a discussão sobre as barreiras fitossanitárias no comércio internacional foi debatido na Reunião de Pesquisa de Soja, realizada entre quarta (27) e quinta-feira (28), pela Embrapa Soja, em Londrina (PR). “Todos os países que importam do Brasil têm preocupação com as pragas quarentenárias. A China, em especial, fez recentes atualizações da lista de pragas quarentenárias e tem sido rigorosa com a sanidade e qualidade da soja”, explica Fátima Parizzi, da Abiove/Anec.

Segundo ela, no Brasil, toda a cadeia produtiva e o Ministério da Agricultura vem produzindo material de orientação e de sensibilização sobre os cuidados com as praga quarentenária. Desde a produção até a expedição da soja, Parizzi conta que existem procedimentos que precisam ser observados para que não haja notificação internacional ou mesmo rechaço do lote com presença de praga quarentenária.

Diante disso, as responsabilidades e as ações do setor de armazenamento para exportação foi o tema da palestra de Pedro Mattos, da Associação das Supervisoras e Controladoras do Brasil. “Abordamos a legislação brasileira e a importância do cumprimento da legislação em relação às exportações que remete ao cumprimento da legislação internacional”, explica. “Desta forma, os carregamentos do Brasil têm que estar isentos de pragas quarentenárias e de sementes tóxicas para evitar os problemas de fitossanidade”, alerta.

Luis Clóvis de Oliveira, da cooperativa Cocamar, apresentou as responsabilidades e ações do setor produtivo. “Na cooperativa, fizemos uma trabalho com técnicos e produtores mostrando o papel fundamental que todos temos para evitar possibilidades de rechaço de cargas, com consequente prejuízo econômico”, explica. “A principal ação no campo é o manejo de plantas daninhas na lavoura, ou seja, é preciso plantar e colher “no limpo”, destaca.

Fonte: Assessoria Embrapa Soja
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