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Indústria de ração está pessimista com o cenário econômico

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A indústria brasileira de rações passa por um momento delicado. Afetada fortemente pelos preços altos do milho e do farelo de soja, que chegaram a custar o dobro em meados do ano passado, somados à desvalorização rápida do real e à retração da demanda industrial, o setor está diante de um cenário preocupante. “Também já estamos percebendo redução na demanda do consumo da população, não só por carnes, aves e suínos, mas também por produtos como rações para pets”, explica Ariovaldo Zani, vice-presidente do Sindirações.
 
De acordo com Zani, a dependência de insumos importados é outro ponto contra, já que a maior parte dos produtos utilizados pela indústria de rações vem de fora, com exceção da lisina, produzida no Brasil. “A indústria fica no meio de uma situação delicada. De um lado, estão os fornecedores das matérias-primas importadas, mais caras com a alta do dólar e do outro o varejo, que reflete o humor do consumidor, mais cauteloso nas compras”, diz.
 
No primeiro quadrimestre deste ano, houve recuo da demanda de ração para bovinos de corte e leite e queda nos pedidos de rações para suínos, um dos principais mercados do setor. Segundo Zani, os empresários, que sempre acreditaram na recuperação da economia, iniciaram o segundo semestre sem grandes esperanças e se o cenário continuar ruim, “talvez nem as perdas de 2012, que foram da ordem de 3%, nós conseguiremos recuperar”.
 
Francisco Turra, presidente-executivo da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e representante da indústria de aves no País reforça a preocupação de Zani, ao dizer que o setor avícola também foi afetado e nunca enfrentou uma crise tão forte quanto a de 2012. “Em plena safra, vimos as cotações do milho subirem 50%, por conta da quebra de safra norte-americana.  Ao mesmo tempo, a soja, outro importante insumo, mais que dobrou de preço após a estiagem ocorrida no Sul do País”, explica.  Segundo ele, a soja e o milho representam mais de 90% da ração e esta, por sua vez, é o principal custo do setor.
 
Apesar da preocupação, o representante da Ubabef acredita que o ano será de recuperação das perdas passadas. “Os custos estão mais equilibrados, embora em patamares mais elevados que no ano anterior, e a remuneração das vendas no mercado internacional estão recuperando, tardiamente, os prejuízos sofridos em 2012”, avalia.  Mas ele salienta que este tem sido um ano em que a cadeia do frango está refletindo sobre formas de ampliar a capacidade competitiva, com investimentos em tecnologia de produção e por soluções em logística.
 
Setores afetados
 
Entre os segmentos que mais têm sofrido com o cenário desfavorável estão o setor de produção de bovinos, a avicultura e a suinocultura. “Um dos únicos segmentos que ainda não foram afetados por essa conjuntura é a piscicultura, que tem crescido, apesar do cenário”, diz Zani. Até o segmento Pet, que vinha crescendo a passos largos no Brasil, neste ano deve sofrer com a retração. “O consumidor está endividado e mais cauteloso, e isso começa a impactar a venda de rações para animais domésticos também”, explica o executivo. Esse setor movimentou cerca de R$ 9,5 bilhões em vendas no ano passado, mas ainda corresponde a apenas 3% do volume de rações comercializadas. Procuradas, as fabricantes de rações Pedigree e Purina não retornaram os pedidos de entrevista.
 
Como consequência da alta nos preços dos insumos, Turra revela que os custos de produção do setor de avicultura subiram mais de 40%, enquanto os preços internacionais das exportações sofreram redução. “Foram muitos problemas e o setor pagou caro por isso. Algumas empresas entraram em recuperação judicial. Outras, reduziram o ritmo e mais de 10 mil trabalhadores perderam seus empregos”, revela.
 
Sobre a recuperação judicial de empresas do setor, Zani também enxerga com preocupação, já que, segundo ele, apesar do processo garantir uma sobrevida para aquelas que estão em situação financeira ruim, isso “acaba prejudicando o credor, que deixa de receber e afeta toda a cadeia produtiva, que sofre com os efeitos, em um cenário já complicado”.
 
O executivo do Sindirações considera que o setor do agronegócio vive em um estado de hipocrisia. “Quando o produtor de grãos míngua, com preços baixos, o segmento de carnes está satisfeito com a queda do custo. Quando o contrário acontece, o setor de alimentação padece”, diz.
 
Por isso, ele defende a discussão entre todos os elos da cadeia, de alternativas e soluções para que o setor todo volte a entrar nos trilhos. Zani alega que é preciso um debate, desde o produtor de insumos, até o varejista, para falar sobre custos, cenário econômico, juros, demanda, “enfim, um amplo debate que inclua todos os elos, inclusive as redes de fast food. Só assim poderemos criar um plano conjunto para enfrentar esses desafios”.

Fonte: Sindirações

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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