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VOZ DO COOP

Avicultura

Indústria de equipamentos se molda para atender novas exigências das aves

Antigo galinheiro deu lugar ao aviário automatizado, onde temperatura, iluminação, umidade, qualidade do ar, quantidade de ração, entre outros itens, são controlados por computador

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“A 30 anos atrás tínhamos uma situação de instalações bem diferente do que temos hoje. A genética da ave era uma, hoje ela é muito diferente. Para atender aquelas exigências, os galpões tinham basicamente cortina e ventilador. Às vezes nem ventilador tinha. Com o passar dos anos, em função da genética das aves, especialmente, houve uma evolução também dos galpões que abrigam a produção”, a lembrança é do avicultor e empresário Jacinto José Alfen, de Toledo, no Oeste do Paraná, um dos mais importantes polos de criação de frangos de corte do país. O antigo galinheiro deu lugar ao aviário automatizado, onde temperatura, iluminação, umidade, qualidade do ar, quantidade de ração, entre outros itens, são controlados por computador.

Para Jacinto, o desenvolvimento de linhagens genéticas fez com que esse filão de propor o melhor ambiente para as aves também teve que evoluir às pressas. Em pouco tempo, aqueles galpões que sequer tinham ventiladores contam hoje com sistemas computacionais de última geração, que permitem ao produtor controlar as principais variáveis necessárias para o frango desempenhar seu máximo potencial genético. Para ele, uma das principais mudanças na avicultura será nos próximos anos será a substituição dos tradicionais galpões com lonas laterais por sistemas mais fechados, como o dark house, que reduz a influência de agentes externos dentro dos galpões, como patogênicos e temperaturas extremas.

“Na sua casa é difícil viver sem ar condicionado. Com as aves, ocorreu a mesma situação. A ave ganhou peso corporal muito grande em um curto espaço de tempo. Diante disso, a questão da ambiência é fundamental para que se obtenha êxito na produção. Aliado a isso, temos hoje uma produção bastante grande de aves. Estamos falando em 37 quilos de ave por metro quadrado – até 40 quilos”, destaca. Por isso, de acordo com Alflen, é preciso estar sempre atento ao comportamento das aves, como amontoamento, por exemplo.

Calor

Alflen conta que sistemas como os de aquecimento dos galpões por radiação deve ser cada vez mais comum, apesar de custar um pouco mais há hora de investir. O aquecimento serve para aproximadamente a primeira metade do período em que o animal fica no aviário, até por volta de 25 dias, além de ser usado em dias frios. Já a refrigeração é usada na parte final do tempo de cada lote, já que nesse período o frango produz calor e necessita que o ar seja refrigerado.

“Inicialmente são dois pontos a serem observados. O primeiro deles é o pintinho de um dia. Quando o pintinho chega na granja, ele requer uma temperatura de 32º Celsius na cama de aviário”, cita. Equipamentos mais tradicionais, como os aquecedores à lenha, precisam ser ligados pelo menos 20 horas antes para que a cama de aviário alcance essa temperatura. Já o modelo por radiação, faz a cama atingir 32º Celsius em uma hora de funcionamento.

“Existem os aquecedores por radiação, que funcionam como os raios solares. O sol aquece a superfície onde ele incide. Esse tipo de aquecimento por radiação, que leva direto para a cama, faz essa função rapidamente. Consegue atingir a temperatura ideal para a cama em pouco tempo. O importante para o pintinho é a cama (aquecida), pois nessa fase ele contato maior com ela”, explica. “Depois que a cama estiver aquecida, o ambiente também passa a ser aquecido”, pontua. “Já os sistemas que são muito comuns, como os aquecedores a lenha, inicialmente fazem o aquecimento da massa de ar e posteriormente vão aquecer a cama”, sintetiza Alflen sobre as diferenças básicas dos dois modelos.

De acordo com ele, uma das grandes cooperativas avícolas do Paraná já usa 80% de aquecimento por radiação. De acordo com ele, o sistema só não é mais usado porque custa mais caro, mas, em sua opinião, é amortizado mais eficiência e redução da mão de obra. “Percebo que a radiação é mais efetiva que a lenha, porém o produtor não usa por questão de custo. Mas no fim das contas, a meu entender, essa tecnologia vale a pena. Você não precisa ter uma estrutura ao lado do aviário para armazenar lenha, a mão de obra é menor porque não vai precisar encontrar essa lenha e repor nos aquecedores com certa frequência”, cita.

Frio

Conforme o frango vai ganhando peso, ele passa a produzir calor, ao contrário de quando ele era novo, quando tinha necessidade de auxílio para manter a temperatura. “A evolução do período produtivo vai diminuindo a temperatura no aviário, chegando a algo em torno de 21-22 graus. Ainda que você tenha períodos frios, você vai usar aquecimento só até os 25 dias, no máximo. Conforme ela vai crescendo, vai produzindo mais calor. Aos 25-30 dias, ela própria produz calor e consegue manter o ambiente aquecido com isso”, explica Alflen.

A temperatura desejada no computador é alcançada misturando entrada e saída de ar, velocidade do vento e placas evaporativas, esta apenas em dias muito quentes. “A renovação mínima de ar é muito importante par aser controlada. Nas granjas mais avançadas, estamos falando do inlet, uma espécie de janelinha na abertura lateral de todo  aviário que faz a renovação do ar”, explica. O ar entra pelos inlets e é expelido pelos exaustores. De acordo com Alflen, a tecnologia evoluiu a ponto de apenas os inlets serem necessários para garantir a entrada de ar. “Uma vez conseguíamos cerca de 40% da renovação de ar pelos inlets. Passamos a 50%, 60% e hoje estamos falando em 100%”, destaca. “O vento vem pelo inlet e se sobrepõe sobre as aves”, aponta. “O inlet abre de acordo com o número de exaustores que você tem. Quando mais exaustores, mais pressão dentro do aviário, vai abrindo mais a entrada de ar, abrindo mais o inlet. Hoje 100% da capacidade de renovação do ar pode ser feita pelo inlet”, reitera.

A outra abertura de ar, que são as placas evaporativas em aviários mais modernos, devem ser usadas em casos de extremo calor, pois a água causa alguns transtornos, especialmente na cama, cita o produtor. “Nós temos duas aberturas de ar: o inlet e as placas evaporativas. Primeiro temos que esgotar nossa capacidade de ventilação para na sequência ligar a placa, só em último caso, quando tiver muito quente. Ela é eficiente, diminui mais a temperatura interna, mas a água gera alguns problemas, principalmente ao molhar a cama e a temperatura na entrada da placa é mais adequada que no fundo em função do tamanho do galpão”, pontua.

Vento

O vento, explica Alflen, ajuda o frango a manter sua sensação térmica mais baixa. Essa sensação já se consegue mensurar, destaca Alflen. “Medimos a temperatura do ambiente, mas hoje também a sensação térmica. A velocidade do vendo faz com que o animal sinta menos calor. Ela começa em 0,8 metro cúbico por segundo (na fase inicial) e vai até 3,5 metros cúbicos por segundo. “Quando atinge essa velocidade, essa ave não gosta, a não ser em dias de calor extremo e quando ela já tem ao redor de 40 dias. Quando ocorre isso, baixamos a temperatura com água. O vento se encarrega da sensação térmica diferente.

Para ele, faltar ou sobrar vento em determinados pontos do aviário vai resultar em mortalidade. A ambiência influencia muito o desempenho do lote. Ambiência requer bom aquecimento, boa distribuição das aves, ventilação mínima (renovação), climatização em parte de túnel. Não posso errar no projeto. A deficiência de ventilação em certo ponto certamente vai gerar mortalidade”, comenta.

O fim das cortinas amarelas?

Alflen acredita que os novos aviários vão cada vez mais ser automatizados e vedados, como os modelos dark house. “Há uma grande diferença entre os modelos dark e os tradicionais. Vejo hoje, como está caminhando a genética, que os modelos de cortina não vão sumir, mas a tendência de reduzir seu uso é bastante significativa na questão de vedação de galpões”, argumenta. Ele explica que o controle de temperatura – e outros indicadores – em todos os três terços do galpão é mais fácil com esses modelos por não sofrerem tanta influência externa.

De acordo com o produtor paranaense, esses sistemas de cortinas podem ocasionar problemas de acúmulo de aves, que evitam as laterais mais quentes durante o dia. Tem duas cortinas, que criam bolsão de ar e acaba isolando, mas a percepção de calor perto disso é maior. Há problemas de acúmulo de aves, que por isso têm dificuldades de acessar os comedouro e bebedouros”, justifica.

Uma das vantagens de galpões vedados, em sua opinião, é a redução no custo de energia, já que ambientes mais controlados exigem menos o uso de equipamentos. “Com galpões fechados você vai ter economia de energia, tanto para aquecimento quanto para climatização. Se ele é totalmente lacrado, não tem tanta influencia do ambiente externo no interno, com isso a gente reduz a energia, por exemplo, pelo número de exaustores ligados”, acentua.

Mais informaçõs você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Com foco em eficiência e agilidade, recolha de ovos férteis ganha automação na Copacol

Esteiras transportam automaticamente os ovos férteis das granjas até o setor de classificação: o processo ocorre sem o contato humano, proporcionando maior sanidade e também agilidade na função.

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Fotos: Divulgação/Copacol

A automação na recolha avança nos núcleos de produção de ovos férteis da Copacol e o sucesso da primeira estrutura em pleno funcionamento é comemorado por cooperados que realizaram esse investimento, em Nova Aurora, no Oeste do Paraná. “A vantagem do sistema envolve principalmente a qualidade da produtividade: observamos redução de trincas de ovos, agilidade no processo, e maior biosseguridade na recolha”, afirma Francismar Sanches Perandré, gerente de produção de pintainhos da Copacol.

O custo do investimento varia conforme a extensão das esteiras implantadas entre os galpões e a sala de classificação, além da topografia dos terrenos onde as estruturas estão instaladas. Em Nova Aurora, os galpões da Granja São Roque, integrados à Copacol, iniciaram as operações dos equipamentos: 45 mil ovos passam diariamente pelas esteiras. Antes, a recolha era feita manualmente pelos colaboradores, que transportavam os ovos férteis em carrinhos até o setor de classificação.

Tendência

Considerada uma tendência inovadora para o setor já em análise na Cooperativa, a automação na recolha dos ovos férteis foi implantada em seis meses pelos cooperados Paulo Ferreira do Nascimento, José Aparecido de Paula e Souza, Lucas Pecinha de Paula e Souza e Ronaldo Schlogel, proprietários da Granja São Roque, em funcionamento há oito anos.

O sistema teve um custo de R$ 1 milhão e trouxe eficiência na operação e maior comodidade aos colaboradores. “É um projeto inédito na Cooperativa, onde a qualidade se destaca. O sistema supre a falta de mão de obra que enfrentamos, além disso, os colaboradores ficam em uma sala climatizada em condição adequada de trabalho”, afirma um dos sócios, Paulo Ferreira.

Sistema avança

A Copacol possui 26 cooperados na atividade de produção de ovos férteis, que juntos mantém 48 núcleos de produção. Por dia são 683,3 mil ovos selecionados nas granjas, que têm como destino os incubatórios da Cooperativa, onde ocorre análise de incubação: após esse processo que pode levar até cinco dias, o ovo fica por 21 dias até nascimento do pintainho que em seguida terá como destino um dos 1.241 aviários mantidos por 768 avicultores integrados da Copacol.

Por mês, a produção de ovos férteis chega a 20,5 milhões pela Cooperativa. “O sistema de automação está em processo de instalação em outros núcleos. É um investimento que garante benefícios em todo o processo, uma tendência que garante eficiência na recolha, visto que é um serviço contínuo, feito de maneira cuidadosa para eficiência no ciclo de formação do pintainho”, afirma Sanches.

Fonte: Assessoria Copacol
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Avicultura

Manejo de cama de frangos de corte em evidência no 24º SBSA

Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou vai palestrar no evento dia 11 de abril.

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Doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou, integra o time de especialistas que vão estar em Chapecó (SC) no mês de abril para um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano - Foto: Arquivo pessoal

Componente fundamental para o sucesso da avicultura de corte, a cama aviária influencia tanto no desempenho zootécnico das aves quanto nas características de carcaça. O manejo correto para a obtenção de animais saudáveis, com menos custo de produção, maior bem-estar animal e qualidade da carne, será apresentado no 24º Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), pela doutora em Manejo Ambiental Avícola, Connie Mou. A profissional vai ministrar a palestra “Manejo de cama de frangos de corte”, no dia 11 de abril (quinta-feira), às 08 horas, no Centro de Cultura e Eventos Plínio Arlindo de Nes, em Chapecó (SC).

Connie Mou é gerente técnica de serviços na Danisco Animal Nutrition and Health (IFF). Possui mestrado em Nutrição Avícola pela Virginia Tech e doutorado em Manejo Ambiental Avícola pela Universidade da Geórgia.

Possui experiência na avaliação de ambientes de aviários, na busca por maneiras inovadoras de gerenciar a cama e no uso/análise de dados de sensores para melhorar o desempenho, a saúde e o bem-estar das aves. Seus principais interesses incluem trabalhar no terreno com os produtores de aves, ouvindo os seus problemas e descobrindo como resolver os seus desafios através de um raciocínio científico sólido.

Um dos principais eventos técnicos do setor avícola latino-americano, o 24º SBSA será realizado pelo Núcleo Oeste de Médicos Veterinários e Zootecnistas (Nucleovet) entre os dias 09 e 11 de abril. O Simpósio é referência na disseminação do conhecimento, na inovação tecnológica e no intercâmbio de experiências. A programação reunirá profissionais qualificados de renome nacional e internacional.

Inscrições

Para acompanhar as colocações da especialista e demais palestrantes é necessária inscrição no 24º SBSA. As inscrições para o Simpósio e a 15ª Poultry Fair estão no último lote. O investimento é de R$ 850,00 para profissionais e de R$ 480,00 para estudantes.

Os ingressos para acessar somente a feira, sem participar da programação científica, podem ser adquiridos por R$ 200,00. Na compra de pacotes a partir de dez inscrições para o SBSA serão concedidas bonificações. Associados do Nucleovet, profissionais de agroindústrias, órgãos públicos e grupos de universidades têm condições diferenciadas.

O 24º SBSA tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina (CRMV-SC), da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

Fonte: Assessoria Nucleovet
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Avicultura

Simpósio Frangos de Corte discute atual cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas

Salmonella e antimicrobianos serão debatidos por Ricardo Hummes Rauber, nos dias 26 e 27 de março

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Ricardo Hummes Rauber é médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal - Foto: Divulgação/Assessoria FACTA

Nos dias 26 e 27 de março, a cidade de Maringá (PR) será palco do Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo, organizado pela FACTA. O evento reunirá especialistas dos setores público e privado com o intuito de encontrar soluções eficazes para os desafios enfrentados pela avicultura nacional.

Ricardo Hummes Rauber, médico-veterinário, mestre em Medicina Veterinária Preventiva, doutor e pós-doutor em Sanidade Avícola e consultor em Saúde Animal, será um dos palestrantes do Simpósio e conduzirá uma discussão aprofundada sobre a Salmonella, no primeiro dia do evento. Rauber abordará o cenário regulatório brasileiro e as exigências dos principais mercados importadores de produtos avícolas, destacando a importância da prevenção e do controle dessa bactéria por meio de práticas consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte.

“Levando em conta o cenário regulatório no Brasil e as demandas dos principais mercados importadores de produtos avícolas brasileiros, que estabelecem critérios baseados em análises qualitativas dos lotes, fica evidente para as empresas que a prevenção é a estratégia mais eficaz para o controle da salmonela. Isso significa que todos os esforços devem ser direcionados para impedir a contaminação dos lotes por qualquer sorotipo desse agente. Procedimentos consistentes de biosseguridade nas granjas de frangos de corte, controle rigoroso da qualidade de pintos de 1 dia e de rações são alguns  pontos de atenção importantes para a efetividade dos programas de controle de salmonela no Brasil”, adianta o especialista.

No segundo dia, o foco estará na palestra sobre a retirada de antimicrobianos das dietas, tema em destaque diante das crescentes preocupações com a resistência bacteriana. “Em resposta a essa questão, diversas restrições têm sido aplicadas à produção animal, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Isso inclui, por exemplo, a proibição de certas moléculas usadas como promotoras de crescimento”, explica Rauber.

Ainda, segundo o médico veterinário, esse cenário de debates e limitações, juntamente com as restrições já em vigor e outras em análise, obriga o setor de produção animal a revisar seus processos. O objetivo é atender às exigências atuais e se preparar para futuras demandas. A implementação e/ou aprimoramento de protocolos rigorosos de biosseguridade, o estabelecimento de critérios para o uso de antibióticos baseados em evidências científicas e a aplicação desses critérios com rigor técnico são exemplos de medidas que precisam ser adotadas para responder a essas necessidades.

Com a participação de especialistas e profissionais, o Simpósio Frangos de Corte: Sanidade e Manejo será um importante espaço de troca de conhecimento e busca por soluções que impulsionem o desenvolvimento sustentável da avicultura brasileira.

Fonte: Assessoria FACTA
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