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Indústria da Suplementação Mineral Pecuária cresce 2,2% em janeiro
Resultado reforça a tendência de usar mais tecnologia no Corte e Leite, além de acompanhar as estimativas positivas para mercado nacional e internacional em 2023.

As Indústrias de Suplementos Minerais do Brasil tiveram um aumento de 2,2% na comercialização de tecnologias nutricionais em janeiro na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foram negociadas 162,4 mil toneladas, o primeiro avanço obtido desde março do ano passado, ancorado essencialmente em produtos Pronto para Uso e Núcleo, impactando pouco mais de 56 milhões de cabeças de bovinos em todo o Brasil.
O resultado positivo foi divulgado durante a primeira reunião ordinária da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram), realizada em São Paulo, Capital, no último dia 16 de fevereiro. A entidade reúne 62% das empresas do setor e encerrou 2022 com uma comercialização de aproximadamente 2,5 milhões de toneladas. “Foi muito bom receber esse número porque ele é fruto do trabalho que as empresas do setor fazem para que a Pecuária de Corte e Leite do Brasil produza mais e melhor, com mais qualidade e produtividade, remunerando o pecuarista e contribuindo para os resultados da economia brasileira e as exportações de proteínas de origem animal”, comemorou Juliano Sabella, Presidente da Asbram.

Juliano Sabella, Presidente da Asbram
A reunião da Associação tratou, ainda, das novidades que a entidade está implementando neste ano para ter um retrato mais fiel da representatividade e abrangência do segmento, para poder comunicar melhor os investimentos realizados em nome do Agro Brasil. “O nosso tradicional painel de dados das indústrias de suplementos minerais agora será mais completo, trazendo os resultados de mercado alcançados pela Pecuária de Corte e Pecuária de Leite. É importante lembrarmos que o trabalho da indústria de suplementação é sinônimo de uma verdadeira assistência técnica prestada ao pecuarista. Não apenas a comercialização. Mantemos, diariamente, um exército de dez mil profissionais no campo, vendendo, sim, mas também orientando, informando, fazendo extensão rural, treinando clientes e colaboradores das fazendas para que transformem o investimento realizado na solução tecnológica em margem, lucro, resultado para o negócio do empreendedor rural”, reforçou Juliano Sabella.
O Presidente da Asbram reforçou durante a reunião a importância da estratégia adotada para comunicar com eficiência o trabalho das corporações do setor nos últimos anos, com as campanhas nas redes sociais, iniciativas como a ação ‘Beba mais Leite’, a participação nos anuários mais representativos da mídia segmentada da Pecuária e o evento nacional anual, que vai ser realizado em Campinas, nos dias 23 e 24 e novembro deste ano. “Conseguimos realizar, ao lado de todos os parceiros da ASBRAM, nos últimos anos, uma agenda muito proativa. E vamos inovar ainda mais. Nosso próximo passo é realizar um diagnóstico para mensurarmos o tamanho da Pecuária de Corte em valores.
O preço dos suplementos minerais, a real dimensão do negócio da suplementação mineral na bovinocultura brasileira e os impactos econômicos sobre todo o mercado agro”, anunciou Sabella. Pois o momento não poderia ser mais oportuno. O Engenheiro Agrônomo, Consultor e Coordenador do Rally da Pecuária, Maurício Palma Nogueira, que abriu o encontro da Asbram, enfatizou que a tecnologia vai embalar o contínuo aumento da produção de carne bovina, apontar as exportações brasileiras para até três milhões de toneladas de equivalente carcaça e sustentar a evolução do setor, que mais do que triplicou a taxa de desfrute desde 1993.
“O preço do boi no Brasil está bom, subindo em quase todas as praças. E o cenário internacional promete. Os americanos vão precisar importar mais. Os chineses também, agora que voltaram a funcionar plenamente depois das paralisações por causa da Covid-19. Em janeiro, eles já compraram 60 mil toneladas a mais. E estamos avançando pelo volume e também pela diversificação dos clientes, como é o caso da Indonésia. O Brasil tem gente que ainda cria gado como há um século, mas a pressão sobre os menos produtivos é cada vez maior. Por outro lado, há gente provando que, usando tecnologia, a pecuária é mais lucrativa do que a agricultura. E vai permanecer assim se não houver um evento sanitário negativo ou medidas políticas incorretas”, avaliou.
A reunião ainda discutiu temas como a rastreabilidade na nutrição animal dentro do Brasil, as diferenças e semelhanças entre a Pecuária nacional e a norte-americana e foi encerrada com a apresentação do professor de economia da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador do centro de agronegócios da FGV, Felippe Cauê Serigatti, que está bem mais animado com o cenário externo do que o ambiente econômico interno. “A inflação está caindo nos Estados Unidos, a China reabriu todas as suas portas ao mercado mundial, está crescendo mais, e a Europa também traz boas notícias neste início de ano. Há preços menores para alimentos em geral e fertilizantes também. Tanto que o Fundo Monetário Internacional (FMI) já revisou sua expectativa de crescimento médio da economia mundial em 2023 para 2,9%, uma pequena elevação diante das perspectivas anunciadas no fim do ano passado. Isso é bom para o Brasil e o mundo. Mas o nosso ambiente interno iniciou o ano bem mais deteriorado. Opiniões infelizes do novo Presidente, ataque à política de juros praticada pelo Banco Central, perspectiva de aumento da inflação por causa dos preços livres de produtos e serviços, que não estão ao alcance da administração do governo federal. É hora de aguardar e esperar estabilidade e serenidade na condução da política econômica”, aconselhou Felippe Serigatti.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



