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Indicado ao Prêmio Nobel da Paz visita a região Oeste do Paraná

Durante passagem por Medianeira, ontem (05), Alysson Paolinelli relembrou sua vinda enquanto ministro da Agricultura ao Oeste por ocasião da geada negra, que devastou lavouras paranaenses em 1975

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Ex-ministro da Agricultura, engenheiro agrônomo Alysson Paolinelli: “Vem aí a fase da biologia e da bioeconomia, e isso será bem diferente. Se hoje somos o primeiro, temos que caminhar para continuar assim”- Fotos: Sandro Mesquita

O ex-ministro da Agricultura, Alysson Paolinelli, visitou a sede da Lar Cooperativa Agroindustrial, no município de Medianeira, na tarde de ontem (05). Após encontro reservado com o diretor-presidente da cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, Paolinelli plantou uma muda de peroba rosa no Bosque dos Pioneiros e Autoridades, na sede da Lar, em companhia de diretores executivos da empresa, convidados e profissionais da imprensa.

No Bosque dos Pioneiros e Autoridades da Lar já foram plantadas mais de 70 árvores nativas

Na ocasião, Paolinelli relembrou sua vinda a Medianeira em 1975, após a geada negra que devastou as lavouras de café da região, quando era ministro da Agricultura no governo de Ernesto Geisel. Ele disse que ficou impressionado com o que havia acontecido. Contou que após isso desenvolveu um programa com o então governador do Paraná, Jaime Canet Júnior, para recuperar plantações e implantar outras oportunidades de cultivares. “E quando voltei seis meses depois e vi isso aqui plantado, confesso que senti uma vibração como se tivesse tomado uma injeção de cânfora na veia”, brincou.

Aos 85 anos, o engenheiro agrônomo lembrou também da época em que assumiu a pasta de ministro da Agricultura entre os anos de 1974 e 1979 e fez um contraponto com o atual momento do agronegócio brasileiro. “Um dos problemas do Brasil naquela época era não ser capaz da autossuficiência alimentar. Importávamos alimentos muito caros e isso sacrificava muito a família brasileira de classe média, que passou a pagar o alimento mais caro do mundo”, destacou.

Segundo Paolinelli, o governo reconheceu que precisava fazer algo para mudar aquele cenário, afinal, de acordo com ele, a maior parte da população brasileira gastava quase metade da renda familiar com alimentação. “Para mudar essa situação, desenvolvemos um plano estratégico baseado em ciência e tecnologia através da Embrapa, com as universidades, instituições estaduais de pesquisa e a iniciativa privada, e deu certo”, ressaltou.

Ele evidenciou o trabalho de recuperação realizado no cerrado brasileiro, bioma que, segundo o agrônomo, era capaz de ser recuperado. “Aprendemos a recuperar o cerrado e ele passou as ser a área mais produtiva e competitiva que o mundo tem hoje”, enfatizou.

De acordo com Paolinelli, graças a essa iniciativa a produção brasileira mudou e hoje o Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo, com saldo na balança comercial na parte da alimentação de mais de US$ 100 milhões. Segundo ele, isso está fazendo com que o país siga em frente sem sentir de forma mais contundente as crises externas mundo afora. “Essa foi uma mudança muito importante feita pelos produtores”, destacou.

 

Celeiro do mundo

Perguntado se o Brasil se tornará o grande fornecedor de alimento para o mundo como muitas pessoas cogitam, Paolinelli foi categórico em afirmar que isso deve realmente acontecer e, conforme o agrônomo, esse conceito é sustentado por organismos internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e os grandes bancos internacionais. “Todos eles afirmam que em 2050 a população deverá ser de dez bilhões de pessoas, dois e meio a mais que hoje, e esse pessoal terá muito mais dinheiro e irá se alimentar melhor, portanto, a demanda vai ser maior do que a média de hoje, e eles sabem que temos que produzir pelo menos 70% a mais do que estamos produzindo atualmente”, pontuou.

 

Principais pilares

Paolinelli destacou também o crescimento do agronegócio brasileiro e afirmou que os produtores precisam continuar evoluindo e acreditando sempre nas inovações tecnológicas que surgem graças à ciência. “A pesquisa, a ciência e a tecnologia são os fatores principais no desenvolvimento do agronegócio, mas sozinhos eles não fazem nada, é preciso ter políticas públicas e empresários capazes de aproveitar esses resultados para realizar”, frisou.

Para o agrônomo, a produtividade do setor agropecuário brasileiro está aumentando de forma exponencial sem precisar aumentar a área de produção. Ele diz que o Brasil tem um caminho amplo para aumentar a produção através de incrementos na produtividade. “Tenho certeza que essa tarefa que o mundo está nos dando podemos fazer na mesma área que temos hoje. Para isso, basta usarmos as tecnologias já existentes. Não precisamos derrubar uma árvore, nem aumentar um metro quadrado”, enalteceu Paolinelli.

 

Nobel da Paz

O nome de Alysson Paolinelli foi indicado ao Nobel da Paz 2021, maior honraria científica, cultural, literária e tecnológica do mundo. Ele conta que ficou honrado com a indicação e salienta que foi escolhido pelos seus companheiros com os quais trabalhou por mais de 50 anos. “Eu aceitei porque acho que essa homenagem não é minha, é do Brasil, e se ganhar, quem ganha é o país”, considera.

Paolinelli também ressalta a importância de todas as pessoas envolvidas no setor produtivo do agronegócio brasileiro. “O mérito será dos produtores, profissionais técnicos, pesquisadores, de todos que ajudaram a fazer as políticas públicas na hora certa e de forma certa, e fundamentalmente as organizações, como essa cooperativa, que são espelho do Brasil”, elogiou.

O diretor-presidente da Lar Cooperativa, Irineo da Costa Rodrigues, destacou a presença do ex-ministro da Agricultura nas instalações da instituição, pois, segundo ele, Paolinelli é um ícone do sucesso da agropecuária brasileira. “Recebemos a notícia que ele queria nos visitar e isso nos encheu de orgulho, afinal ele é um ícone do sucesso da agropecuária do Brasil”, ressaltou.

Rodrigues também lembrou que nunca nenhum brasileiro ganhou a honraria e, para o líder cooperativista, Paolinelli é um forte candidato ao Nobel da Paz este ano.  “Ele é a pessoa que pode materializar com toda a lucidez, todo o conhecimento e humildade que o caracteriza. Acredito que se tem um setor que realmente pode dar esse título ao nosso país é a agricultura”, destacou.

Fonte: O Presente Rural

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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