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Avicultura Higienização

Incubatório limpo e desinfetado melhora sanidade e também a produtividade

Principais problemas causados pelas contaminações são a infecção do saco da gema, que pode provocar a morte prematura da ave, a transmissão cruzada de doenças e a baixa eclosão de ovos.

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Foto: Arquivo/OP Rural

Vários fatores contribuem para expor os incubatórios a constantes ameaças de patógenos. Entre essas condições, as mais relevantes são a circulação frequente de pessoas e veículos e o próprio ambiente interno, propício para a ocorrência de doenças que afetam a produtividade e a qualidade dos ovos e consequentemente a saúde das aves.

Os principais problemas causados pelas contaminações são a infecção do saco da gema, que pode provocar a morte prematura da ave, a transmissão cruzada de doenças e a baixa eclosão de ovos.

Consultora e médica veterinária Renata Steffen: “Temos que conhecer o nosso inimigo e lembrar que ele está camuflado dentro da planta incubatória e lá dentro existe tudo que um fungo ou bactéria precisa” – Foto: Arquivo pessoal

Segundo a consultora e médica-veterinária Renata Steffen, a otimização da higiene no incubatório depende de três ações-chave: prevenir a entrada de patógenos através da biosseguridade; evitar a contaminação cruzada ou transporte de patógenos e inibir o desenvolvimento de mais doenças por meio da higienização. “Não tem como promover um ambiente estéril dentro do incubatório, e não é isso que queremos. Queremos é criar um local controlado de crescimento fúngico ou bacteriano”, explica Renata, e completa: “mas que esse crescimento não prejudique o desenvolvimento embrionário ou a qualidade dos pintinhos. E para isso fazemos uso da higienização”, afirma.

Renata destaca o papel fundamental do processo de biosseguridade no incubatório, porém, esse não é o único elo que merece atenção no controle interno de contaminantes dentro da planta de incubação. “O monitoramento e registro, o treinamento continuado e as auditorias são importantes”, afirma Renata.

Contaminantes

O principal meio externo de contaminação pode ser os ovos incubáveis que chegam no incubatório, pois podem trazer com eles patógenos, devido a um manejo inadequado ou a uma desinfecção incorreta.

As bactérias podem ser classificadas em: fermentadoras e não fermentadoras. As fermentadoras são aquelas que estouram e espalham uma grande carga bacteriana dentro da incubadora, o que aumenta a contaminação para os demais ovos. “Numa incubadora de estágio múltiplo distante isso se torna ainda mais preocupante”, comenta.

Conforme Steffen, as bactérias mais comuns vindas das granjas e que podem afetar a produção são as Pseudomonas spp, Salmonella spp, Escherichia coli, entre outras. “É muito importante combater essas bactérias para não se proliferarem e trazerem danos”, salienta.

Em relação a fungos, Renata cita a presença do Aspergillus dentro das plantas de incubação e as consequências que doenças respiratórias ou neurológicas podem causar quando acometidas pelo Aspergillus.

A alta incidência do fungo causa problemas graves que geram prejuízos enormes, não somente para retirá-lo do incubatório, como também no desenvolvimento dos pintinhos. “É importante sempre orientar e observar se está sendo realizada primeiramente essa quebra na clara de ar para saber se tem presença ou não do fungo”, ressalta .

Níveis aceitáveis

Manter a planta incubatória com níveis aceitáveis é, segundo Renata, o grande desafio nos incubatórios. “A avaliação da qualidade sanitária do centro de incubação deve ser efetuada periodicamente para se ter uma ideia da intensidade da contaminação ambiental, permitindo avaliar a eficácia dos processos de limpeza e desinfecção efetuados”, salienta Steffen.

Para isso, ela destaca a qualidade da matéria-prima através da sanidade das matrizes e saber se há lotes com problemas e classificá-los por último, sempre do mais novo para o mais velho também é indicado pela consultora. “Outro ponto importante é observar a qualidade de cascas, as trincas e a sujidade desses ovos”, explica.

Steffen afirma que é preciso conhecer as potenciais ameaças para saber onde e como agir. “Temos que conhecer o nosso inimigo e lembrar que ele está camuflado dentro da planta incubatória e lá dentro existe tudo que um fungo ou bactéria precisa”, ressalta.

Higienização e desinfecção

Para desenvolver os Procedimentos Padrões de Higiene Operacional (PPHO) de maneira aplicável e com resultados satisfatórios, Renata aponta algumas etapas. De acordo com ela, é necessário observar alguns parâmetros, como os intervalos e frequência de limpeza e desinfecção conforme o sistema de produção; o tipo de detergente utilizado, concentração ou diluição e tempo de operação; a determinação de uma sequência lógica e a definição da qualificação e o número de operadores necessários para cada fase do serviço.

A primeira etapa é o intervalo e a frequência de limpeza e desinfecção do incubatório, que não deve ocorrer com a mesma frequência, em razão das áreas apresentarem diferentes sujidades. “Numa sala de ovo não tem uma sujidade tão alta, como no piso, onde costuma cair uma penujem ou maravalha”, exemplifica.

A operação de limpeza e desinfecção deve seguir uma sequência que deve iniciar no teto, passando para as paredes, hélice e finalizando no piso, e não utilizar o mesmo rodo que foi lavado o piso, para lavar as paredes e o teto ao preço de “levaremos agentes contaminantes de um local com maior incidência, para outro local com menor”.

A sala de classificação de ovos deve ter os pisos e bancadas limpos diariamente, enquanto que as paredes e tetos podem ser limpas a cada dois meses.

Devido a carga alta de agentes contaminantes, a limpeza das paredes, teto, piso e hélice dos nascedouros deve ser feita todo dia.

Geralmente são usados três tipos diferentes de detergentes na limpeza dos incubatórios: o alcalino, o neutro e o ácido. Cada detergente deve ser usado conforme a necessidade observada em cada ambiente e a frequência de limpeza. Renata destaca a necessidade de usar o gerador de espuma, pois ele ajuda na aderência do detergente na superfície e age na retirada da matéria. “É preciso deixar o tempo indicado pelo fabricante para a ação correta do produto, em torno de 10 a 15 minutos”, informa.

Os desinfetantes mais utilizados no processo de limpeza dos incubatórios são o glutaraldeido, clorexidina, cloro, iodo, fenol amônia quartenária e o formol. De acordo com Renata, cada desinfetante deve ser utilizado segundo suas propriedades. “Conforme a sujidade, usaremos as moléculas para cada situação”, ressalta.

Outro fator importante é ter os procedimentos descritos com o material de limpeza usado, o desinfetante com sua concentração/diluição e forma de aplicação e o responsável pela operação.

Operadores

Para Renata, qualificar e definir o número de colaboradores para cada etapa do processo de limpeza do incubatório é indispensável. “Temos que treinar esses operadores e distribuí-los de forma adequada, conforme o tempo que cada etapa exige, para que o serviço seja executado com qualidade”, salienta Renata

Um bom treinamento pode ser executado em duas partes:

Teórico, para apresentar o procedimento e como deve ser realizado, e prático, acompanhando o funcionário no local a ser realizado o procedimento, observando o passo a passo de como ele está desempenhando a função e sanar as dúvidas sobre a atividade.

O treinamento prático, segundo Renata, eleva o índice de assertividade do processo de limpeza. “Percebemos uma satisfação maior do funcionário em ver que tem alguém explicando como fazer e tirando as dúvidas”, menciona.

Custo-benefício

O custo-benefício precisa ser considerado, de acordo com Steffen, afinal, é muito menos dispendioso fazer a limpeza, a desinfecção e o controle de contaminantes, do que ter que resolver o problema já instalado. “A implantação e manutenção de um programa de otimização é bem mais em conta do que combater e eliminar agentes”, afirma. As despesas não se concentram apenas na necessidade de aumentar a quantidade de desinfetante ou trocar a molécula, mas em perdas de eclosão, mortalidade dos pintinhos no primeiro dia e baixa qualidade. “É uma cascata de perdas que começam a acontecer devido a um elo que se quebrou dentro da cadeia”, aponta Renata.

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Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Congresso APA debate avanços e desafios na avicultura de postura

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção.

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Fotos: Jaqueline Galvão/OP Rural

Considerado um dos maiores eventos avícolas do Brasil, o Congresso APA de Produção e Comercialização de Ovos foi mais uma vez sucesso absoluto de público. Realizado pela Associação Paulista de Avicultura (APA), a 21ª edição reuniu produtores, fornecedores, academia, profissionais da área e grandes nomes do setor no mês de março, em Ribeirão Preto (SP).

Coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura: “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”

Em uma maratona de 30 horas de conteúdo técnico, mais de 850 congressistas de vários estados brasileiros e países tiveram acesso a uma variedade de temas através de 25 palestras distribuídas nos painéis sobre Genética, Influenza aviária e Inspeção. Além disso, 75 trabalhos científicos foram expostos em pôsteres, enriquecendo ainda mais o ambiente acadêmico e profissional do evento.

O coordenador do congresso e diretor técnico da APA, José Roberto Bottura, destaca a evolução do evento. “A cada ano o congresso tem crescido em tamanho, o que muito nos orgulha. Superamos todas as nossas expectativas”, enfatizou. “O sucesso do nosso evento é resultado de cada um que trabalha, acredita e confia em nós para sua realização”, frisou.

Debates

Na edição 2024 temas essenciais do cotidiano do setor foram abordados, incluindo sanidade, inovação, evolução genética, exigências nutricionais, qualidade da água na granja, práticas de manejo, uso de minerais e aditivos alternativos, qualidade de casca, análise de dados, vacinação contra coccidiose, nutrição de precisão, vacina autógena, Influenza aviária, entre outros. “O fato de estarmos em um evento que não tem um espaço de feira de negócios em paralelo contribui muito para a interação dos participantes, que aproveitam os momentos de intervalo para tirar dúvidas, compartilhar opiniões, adquirir novas ideias, até por estarmos ainda no início do ano muitos dos assuntos discutidos no congresso podem ser bem utilizados ao longo de 2024”, salientou o zootecnista Diogo Ito, membro da Comissão Organizadora.

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques: “Esse congresso oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano”

Riqueza de informações

Responsável pelo controle de qualidade na Granja Odan, localizada em Pindamonhangaba (SP), Raquel Marques compartilha suas impressões sobre o congresso e destaca os aspectos que mais a impressionaram: “Esta foi a primeira vez que participei deste congresso e foi uma experiência enriquecedora. Ele oferece uma riqueza de informações que muitas vezes são difíceis de encontrar no nosso cotidiano, especialmente dada a especificidade da nossa área. Foi uma experiência repleta de aprendizados, oportunidades de networking e compartilhamento de conhecimento”, frisou.

Trabalhos premiados

Durante o evento, os melhores trabalhos científicos em cada categoria foram premiados. O estudante Felipe Dilelis, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, recebeu o prêmio na categoria Outras Áreas pelo trabalho intitulado “Biofilmes proteicos para manutenção da qualidade interna de ovos caipiras armazenados em temperatura ambiente”. Na categoria Sanidade, o prêmio foi para Viviane Amorim Ferreira, da Unesp Jaboticabal, pelo trabalho “Deleção do gene mgtC em Salmonella Gallinarum resulta em progressão retardada do Tifo Aviário”. Raully Lucas Silva, da Unesp de Jaboticabal, levou o 1º lugar na categoria Nutrição com o trabalho “Modelos não-lineares de efeito misto para predição das exigências de energia metabolizável e líquida em galinhas poedeiras na fase de postura”. Na categoria Manejo, o principal prêmio foi conquistado por Ednardo Rodrigues Freitas, da Universidade Federal do Ceará, com o trabalho “Programa de luz e forma física da ração pré-inicial sobre o desempenho de pintainhas até 35 dias de idade”.

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Fonte: O Presente Rural
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Avicultura

Desafios na integridade estrutural de frangos de corte e intervenções nutricionais

Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

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Fotos: Shutterstock

Nas últimas décadas a indústria avícola tem feito avanços significativos, especialmente no que diz respeito às melhorias genéticas e ao manejo, resultando na produção de frangos de corte altamente eficiente e de crescimento rápido. O manejo e a nutrição foram meticulosamente ajustados para suprir as necessidades genéticas e produzir aves maiores em um período de tempo reduzido.

No entanto, os frangos modernos tendem a priorizar a deposição muscular em detrimento do desenvolvimento do esqueleto e dos tecidos moles, o que pode resultar em desafios à integridade estrutural. Este artigo resume os desafios emergentes da integridade estrutural enfrentados pela indústria de frangos de corte, propondo intervenções nutricionais que podem mitigar esses problemas, incluindo pododermatite, questões relacionadas à qualidade da carcaça e incidência de claudicação.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Qualidade da carne 

O peito amadeirado (WB) é uma miopatia degenerativa observada em frangos de corte, resultando na degradação da qualidade dos filés de peito e rechaço/repúdio do consumidor. Os filés afetados exibem maior resistência antes e depois do cozimento, além de menor capacidade de retenção e absorção de água.

Apesar do significativo número de estudos conduzidos, a etiologia precisa ainda permanece obscura, indicando que a condição está associada a aves com taxas de crescimento mais aceleradas ou com filés de maior peso.

Uma das hipóteses sobre a etiologia da WB e de miopatias semelhantes é que frangos de corte com uma taxa de crescimento muscular hipertrófico demanda mais metabolicamente, o que pode resultar em maior risco de acúmulo de resíduos metabólicos, desencadeando assim um aumento do estresse oxidativo.

Os radicais livres acumulados são altamente reativos e podem danificar o DNA, RNA, proteínas e lipídios presentes nas células musculares, desencadeando inflamação e distúrbios metabólicos, que eventualmente levam à degeneração das fibras musculares. Quando os danos causados pelo aumento do estresse oxidativo excedem a capacidade regenerativa das células musculares, resulta em um acúmulo de tecido fibroso e gordura, contribuindo para miopatias como o WB.

Pododermatite

A pododermatite é uma inflamação da pele que resulta em lesões necróticas na superfície plantar das patas em aves. Foi observado que a umidade na cama é o principal fator que predispõe o desenvolvimento de pododermatite em aves. Sabe-se que minerais como Zn, Cu e Mn, desempenham um papel fundamental na manutenção da integridade estrutural de vários tecidos, incluindo a pele. Além disso, nutracêuticos como probióticos, prebióticos ou enzimas melhoram a integridade intestinal e promovem melhora na consistência fecal, consquentemente na qualidade da cama, podendo reduzir as lesões nas patas.

Diversas pesquisas foram conduzidas para investigar o papel dos minerais orgânicos na prevenção de lesões nas patas. Em um estudo conduzido em 2017 foi constatado que a suplementação de uma combinação dos oligoelementos Zn, Cu e Mn, na forma de quelato metal metionina hidroxi (MMHAC), não apenas melhorou o desempenho, mas também reduziu as lesões nas patas, aprimorando o processo de cicatrização de feridas.

Estratégias de intervenção

Diversas estratégias de intervenção estão sendo consideradas para diminuir a incidência de WB na indústria avícola, incluindo restrição alimentar, redução da densidade de nutrientes e diminuição de lisina durante a fase de crescimento. Essas estratégias têm o intuito de diminuir ou desacelerar a taxa de crescimento, no entanto, se não forem aplicadas adequadamente, essas abordagens apresentam o risco de comprometer o desempenho.

Por outro lado, estratégias baseadas em antioxidantes, como a inclusão de arginina, vitamina C, selênio e minerais na dieta, têm sido avaliadas para reduzir miopatias. O uso de antioxidantes reduz o estresse oxidativo em tecidos animais. Com o intuito de reduzir as miopatias, pesquisadores avaliaram o efeito de várias intervenções dietéticas (antioxidante dietético, mineral orgânico Zn-Cu-Mn- MMHAC e selênio) na incidência de WB quando as aves foram expostas ao estresse oxidativo.

Em resumo, sob diferentes condições de estresse oxidativo, programas de intervenção dietética podem aprimorar o desempenho e promover a integridade da carcaça, reduzindo problemas como o WB. Este efeito é provavelmente alcançado ao melhorar simultaneamente o status antioxidante, tanto exógeno quanto endógeno, reduzindo o estresse oxidativo e aprimorando o processo de cicatrização dos tecidos da ave.

Incidência de claudicação

A incidência de claudicação vem aumentando nas últimas décadas e está correlacionado com o rápido crescimento e peso corporal. Os machos mostram maior suscetibilidade à claudicação em comparação com as fêmeas. Ainda não está claro se a claudicação é um efeito direto do rápido aumento da taxa de crescimento e do peso corporal ou se é um efeito indireto do desenvolvimento inadequado dos ossos e tendões, ou mesmo da falha da barreira intestinal, provável é que seja uma junção dos fatores citados.

As aves com claudicação enfrentam dificuldades para acessar ração e água, o que pode levá-las à desidratação e, eventualmente, à morte. As significativas perdas econômicas atribuídas à claudicação são resultados do aumento da taxa de mortalidade e das condenações durante o processamento no frigorífico. A necrose da cabeça femoral (NCF) é uma

condição metabólica mais prevalente em frangos de corte com crescimento acelerado, sendo reconhecida como a principal causa de claudicação.

Há evidências que mostram que as bactérias associadas ao NCF se originaram no intestino Enterococcus (E.) spp. Estudos demonstraram que a fonte de infecção por Enterococcus (E.) spp pode ser tanto de transmissão vertical quanto horizontal. A ventilação inadequada no aviário cria um ambiente propício, o que leva a rápida proliferação de bactérias afetando o intestino. Além disso, o estresse oxidativo ou doenças entéricas anteriores podem comprometer a integridade mucosa intestinal.

A falha na barreira intestinal pode facilitar a invasão de bactérias patogênicas, levando à translocação dessas bactérias para os ossos. Os ácidos orgânicos e óleos essenciais podem interferir no desenvolvimento da NCF, atenuando ou reduzindo a população de bactérias patogênicas, melhorando a função da barreira intestinal e reduzindo a translocação de bactérias através da parede intestinal. Os minerais desempenham um papel crucial no desenvolvimento ósseo e na saúde das articulações.

Descobertas recentes indicam que o Zn-Cu-Mn-MMHAC são fontes orgânicas eficazes para atender às necessidades de frangos de corte, melhorarando a saúde estrutural dos ossos, tendões, patas e intestino, e reduzindo a incidência de claudicação em aves.

Conclusão

Em resumo, enfrentar os desafios emergentes na integridade estrutural de frangos de corte requer uma abordagem multifacetada que combina práticas de manejo adequadas, intervenções nutricionais eficazes e uma compreensão aprofundada dos mecanismos subjacentes aos problemas observados. Investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento são essenciais para identificar e implementar estratégias sustentáveis que promovam a saúde e o bem-estar das aves, ao mesmo tempo em que garantam a produção eficiente e de alta qualidade na indústria avícola.

As referências bibliográficas estão com as autoras via e-mail manara.grigoletti@novusint.com.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor avícola acesse a versão digital de Avicultura de Corte e Postura clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Mercedes Vázquez-Añón, zootecnista, doutora em Ciência Animal e diretora de Iniciativas Estratégicas e Colaboração de Contas na Novus; e Kelen Zavarize, zootecnista, doutora em Nutrição e gerente de Serviços Técnicos na Novus.
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Avicultura Artigo

A importância das monitorias sanitárias no incubatório de aves

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório

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Divulgação Zoetis

Artigo escrito por: Beatriz Silva Santos, médica veterinária, assistente técnica da Zoetis na divisão de Aves para as regiões Sudeste e Centro-oeste*

A avicultura brasileira se destaca pelo uso de tecnologia avançada, controle de qualidade e constante monitoramento microbiológico nas diversas etapas da produção. Entre essas etapas, os incubatórios de aves têm o papel fundamental de conectar diferentes origens de ovos embrionados e o destino das aves recém-nascidas em um mesmo ambiente.

A qualidade dos pintos com um dia de vida é determinada pela interação de múltiplos fatores inerentes ao incubatório, que podem gerar condições ideais para a disseminação de patógenos, com consequentes perdas embrionárias e de pintinhos, má qualidade das aves e enfermidades que levarão a grandes prejuízos.

As bactérias, de modo geral, podem penetrar no ovo pelos poros em menos de 30 minutos após a postura. Esta penetração é facilitada, nos primeiros minutos após a postura, pela umidade e temperatura natural do ovo. Durante a incubação, a umidade e a temperatura também favorecem o rápido aumento da população microbiana.

As fontes de contaminação em uma planta de incubação, além de ovos contaminados e penugem dos pintinhos, podem estar associadas a vários fatores como a qualidade do ar e da água, o fluxo de pessoas (funcionários e visitantes) e de veículos, a presença de pragas (roedores e insetos), pássaros, a remoção e tratamento de resíduos (biológicos, químicos e físicos) e a higienização de ambientes e equipamentos.

Os incubatórios de aves e os nascedouros também são uma área de alto risco, pois fornecem temperatura e umidade ideais para muitos microrganismos sobreviverem e se reproduzirem.

Os patógenos mais prejudiciais aos pintos de um dia que podem causar mortalidade embrionária, mortalidade ao nascer, aumento de refugos e mortalidade nas primeiras semanas de idade são: Escherichia coli, que serve como parâmetro quantitativo da contaminação bacteriana em um incubatório; Salmonella e Pseudomonas e fungos da espécie Aspergillus.

Pesquisas realizadas demostraram que 70% dos casos de onfalite e morte embrionária são causadas por Escherichia coli e quando estes embriões não morrem, os pintinhos apresentam má reabsorção do saco vitelino, não ganham peso e apresentam baixo desempenho.

O Aspergillus fumigatus é o fungo de maior importância que pode crescer em um ambiente de incubatório de aves. Existe uma associação entre a presença de grande número de colônias de Aspergillus fumigatus com o desenvolvimento de aspergilose clínica nos primeiros dias de vida do pintinho. No entanto, grande quantidade destes indica que há necessidade de uma melhor higienização dos ovos na granja ou no incubatório.

Programa sanitário

Um programa sanitário deve ser elaborado para minimizar os riscos relacionados as fontes de contaminação que prejudicam a qualidade dos produtos da “granja ao prato”, desde os ovos férteis até a carne servida a mesa do consumidor, pois afetam a saúde das aves e/ou a saúde pública, com ênfase especial aos microrganismos causadores de ETA (Enfermidades transmitidas por alimentos), como Salmonella spp, Escherichia coli, Campylobacter jejuni, Staphylococcus aureus e Clostridium sp.

O programa deve ser rotineiramente realizado e os resultados regularmente conferidos e interpretados usando processos-padrão contínuos de validação e monitoramento da população microbiológica.

Para que as aves possam expressar seu potencial genético e produtivo elas devem estar dentro de padrões de genética, nutrição, manejo, ambiente e microbiológico desde o primeiro dia de vida. A avaliação microbiológica qualitativa e quantitativa funciona como um termômetro dos processos relacionados as reprodutoras e as medidas de biosseguridade dos incubatórios a fim de conferir se o programa sanitário adotado está sendo eficaz no controle destes microrganismos.

Entre os principais itens a ser monitorados nos incubatórios estão: qualidade dos ovos, limpeza do ambiente e equipamentos utilizados nos processos (carrinhos, bandejas de ovos, caixas de pintos, triturador), limpeza e fluxo de caminhões de transporte de ovos e pintos, qualidade da água, contaminação de ovos bicados, mecônio, pintos de 1 dia, vacinas de aves, mãos dos sexadores, troca de filtros, entre outros, de acordo com a especificidade das plantas, sempre buscando cumprir as exigências sanitárias do Plano Nacional de Sanidade Avícola (PNSA) e legislações do mercado brasileiro e internacional.

Outras análises utilizadas são: pesquisa de Salmonella spp. em swabs de superfícies; pesquisa de salmonellas e/ou outras bactérias em penugens, ovos bicados, mecônio e pintos de 1 dia; análise microbiológica de solução vacinal; análise bacteriológica e físico-química da água de abastecimento e água destilada; monitoramento e diagnóstico de enfermidades através de exames sorológicos, histopatológicos, biologia molecular; entre outras análises extras.

Ao analisar os resultados é possível agir na causa do problema, em casos de amostras fora dos padrões de qualidade estabelecidos. Pode ser necessário revisar o manejo dos ovos na granja, melhorar o processo de desinfecção deles e/ou do incubatório, verificar os procedimentos de sanitização de ambientes e equipamentos, avaliar a limpeza do sistema de climatização de aviários, controlar a qualidade da água e conferir a desinfecção em incubadoras e nascedouros, conforme o mapeamento das falhas encontradas.

Tão importantes quanto as análises microbiológicas, treinamentos regulares dos funcionários, a avaliação da qualidade dos ovos (AQO), embriodiagnóstico realizado por pessoas especializadas e checklists frequentes dos procedimentos de boas práticas de produção são monitorias sanitárias que garantem o sucesso do programa de biosseguridade, e consequentemente, a qualidade do produto final do incubatório de aves, os pintinhos de um dia.

Fonte: Assessoria
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