Empresas
Incidência de prolapso em órgãos pélvicos em matrizes: como as empresas de genética podem atuar para mitigar esse desafio?
Questão debatida em outros países, como Estados Unidos, vem chamando a atenção no Brasil em algumas linhagens genéticas

A longevidade e a saúde da porca são essenciais tanto para atender os quesitos de bem-estar animal quanto de viabilidade econômica da produção de suínos. Globalmente tem-se tentado identificar as possíveis causas relacionadas ao prolapso de órgãos pélvicos (POP) em matrizes suínas, condição que tem se tornado bastante problemática em alguns plantéis pelo mundo.
Os prolapsos de órgãos pélvicos em fêmeas são classificados em três categorias, sendo: o prolapso retal, mais comum após o parto ou no pico de lactação; o prolapso vaginal, mais comum no pré-parto; e o prolapso uterino, que ocorre logo após ou dentro de algumas horas após o parto.

Gerente de Sanidade da Topigs Norsvin, Heloiza Irtes, ressalta que as causas relacionadas ao POP em porcas ainda não estão completamente claras, mas muitos fatores já foram identificados
A gerente de Sanidade da Topigs Norsvin, Heloiza Irtes, explica que as causas relacionadas ao POP em porcas ainda não estão completamente claras, mas muitos fatores já foram identificados. “Alguns estudos mostram que a qualidade da água nas granjas pode influenciar a ocorrência de POP, assim como as granjas com fonte de água não tratada apresentaram maior risco para a enfermidade. Além disso, estes estudos também demonstraram pouca ou nenhuma evidência da influência do tamanho do rebanho, número de nascidos totais e da intensidade de indução ou auxílio do parto na incidência de prolapso. Em contrapartida, as porcas diagnosticadas com POP após o parto tiveram maior número de natimortos, um indicativo de dificuldade de parir”.
Outro fator importante identificado foi a estratégia de alimentação pré-parto, uma vez que a utilização Bump Feeding durante o final da gestação foi associada à redução do POP. Fator consistente com a observação de que porcas com pior escore corporal tiveram maior probabilidade de ter POP em comparação as fêmeas em boa condição corporal ou com excesso de peso.
“O fornecimento de ração antes do parto para porcas também teve impacto. Fêmeas que receberam menos de 2,2kg de ração no pré-parto tiveram aumento significante da incidência de POP quando comparadas às porcas que receberam 2,5kg ou mais de ração por dia”, indica a gerente.
Genética no centro da discussão
Nos últimos anos, a atenção ao fator genético também tem sido o foco das investigações científicas. Autores como Dunkelberger e Bhatia demostraram que o fator genético pode estar associado à ocorrência de POP no plantel. Estudos usando dados genômicos ao invés de dados de pedigree para estimar o parentesco entre os indivíduos de uma população confirmou que a genética é ainda mais importante do que se pensava, com herdabilidades de até 0,35. Esse estudo reforça, portanto, que para um progresso genético sustentável da suinocultura é necessário também incluir a seleção contra a incidência de POP nos objetivos de seleção.
“Por meio de um programa de genética moderno e inovador, a suinocultura busca sempre realizar a seleção de animais com maior longevidade e consequentemente que apresentam uma menor incidência de problemas como o POP. Diante disso, faz-se necessário que o programa de genética seja balanceado, melhorando o animal como um todo e não somente para uma característica”, reforça Heloiza.
Ainda, segundo a especialista da Topigs Norsvin, fazendo o dever de casa, agindo nos pontos certos, o trabalho de melhoramento genético tem se mostrado eficiente uma vez que existem inúmeras granjas brasileiras que não têm sido afetadas pelo aumento significativo da incidência de POP, como observado em outros países. Avaliando mais de 130 mil matrizes TN70 no Brasil em 2022, foi demonstrado que a taxa de mortalidade de matrizes ficou abaixo de 8%. A mortalidade de fêmeas relacionada somente a POP foi de 0,6%. “Esses resultados demonstram o comprometimento da Topigs Norsvin com o progresso genético sustentável”, corrobora Heloiza.
No entanto, mesmo que o aspecto genético seja importante, os fatores ambientais da granja também não podem ser negligenciados. “É de grande importância aliar seleção genética com a identificação e mitigação dos gatilhos ambientais para reduzir a incidência de POP em rebanhos comerciais de porcas”, orienta Heloiza.
TN70 entrega resultados positivos aos suinocultores
Desenvolvida pela Topigs Norsvin, a matriz TN70 atinge patamares de excelência únicos no cenário da genética suína mundial. Considerada por especialistas como a melhor matriz do mundo, esta fêmea F1 obtida pelo cruzamento das linhagens Norsvin Landrace e Linha Z (Large White), agrega as melhores características de ambas as linhagens.
A TN70 tem alta eficiência alimentar, ou seja, é uma fêmea que produz suínos terminados que consomem uma menor quantidade de ração para produzir um quilograma de peso vivo. Essa caraterística é altamente importante na produção de suínos, uma vez que o custo com alimentação representa entre 70 e 75% dos gastos totais da produção. Além disso, com a alta prolificidade, o elevado número de leitões desmamados e suínos terminados contribui com a diluição dos custos fixos de produção.
Preocupada com todo o processo de produção, a Topigs Norsvin tem focado no desenvolvimento de um melhoramento genético sustentável e balanceado, no qual um leitão a mais nascido vivo representasse também um leitão a mais desmamado. “Essa maior viabilidade, juntamente com a prolificidade da TN70, garante ao produtor mais suínos na fase de terminação e posteriormente comercializados”, finaliza Heloiza Irtes, da Topigs Norsvin.

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
Empresas
Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

