Conectado com
VOZ DO COOP

Bovinos / Grãos / Máquinas Segundo Cepea

Incertezas no mercado de derivados em abril pressionam cotações ao produtor

Depois de registrarem altas consecutivas de dezembro de 2019 a abril de 2020, os preços pagos ao produtor caíram em maio

Publicado em

em

Arquivo/OP Rural

Depois de registrarem altas consecutivas de dezembro de 2019 a abril de 2020, os preços pagos ao produtor caíram em maio. De acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, a “Média Brasil” líquida em maio (referente à captação do mês anterior) chegou a R$ 1,3783/litro, recuos de 5% frente ao mês anterior e de 11,2% em relação a maio/19 (em termos reais, com valores deflacionados pelo IPCA de abril/20). A desvalorização do leite no campo esteve atrelada às incertezas no mercado de derivados em abril, decorrentes da crise por causa da pandemia de coronavírus.

Abril marcou o primeiro mês completo de enfrentamento à pandemia e de, consequentemente, uma nova dinâmica de consumo da população. Além de o atendimento dos serviços de alimentação (importantes canais de distribuição de lácteos) ter sido prejudicado pelo agravamento da pandemia, também houve a diminuição da frequência das compras por parte dos consumidores, diante da redução da renda de muitas famílias. Segundo agentes consultados pelo Cepea, esses fatores impactaram negativamente sobre a demanda de derivados no correr de abril.

De acordo com a pesquisa diária do Cepea, com apoio financeiro da OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras), o preço do leite UHT registrou queda acumulada de 17,8% em abril. Ainda assim, a média mensal, de R$ 2,87/litro, ficou 8,41% acima da registrada em março/20 (quando, vale lembrar, foi verificado o choque de demanda no início do isolamento social).

O mercado de queijo muçarela também foi afetado pelas incertezas do cenário atual, registrando demanda enfraquecida e volume reduzido de negociações. Esse derivado apresentou desvalorização acumulada de 8,3% em abril, e o preço médio mensal fechou a R$ 17,93/kg, recuo de 5,97% em relação ao de março. A dificuldade em se assegurar a liquidez impactou negativamente na produção deste lácteo em abril. Como consequência, houve aumento da oferta de leite cru no mercado spot (negociação entre indústrias) em abril. Em Minas Gerais, o preço médio do leite cru caiu 7,3% na primeira quinzena de abril e 11,7% na segunda.

Por outro lado, a entressafra da produção leiteira avança no Sudeste e Centro-Oeste. No Sul, a estiagem prejudica a atividade e compromete a quantidade e a qualidade da produção de silagem para os próximos meses. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea registrou queda de 0,6% de março para abril na “Média Brasil” e acumula baixa de 12,4% neste ano.

Tipicamente, neste cenário, as indústrias empenhariam esforços para recompor seus estoques.  Contudo, as perspectivas negativas sobre o consumo no médio e longo prazos aumentaram o nível de incerteza em abril e diminuíram o investimento das indústrias em estoques, pressionando as cotações no campo em maio.

Junho

Como o preço do leite ao produtor é formado depois das negociações quinzenais do leite spot (negociação de leite cru entre indústrias) e das vendas de lácteos, as cotações no campo de junho refletirão o mercado de derivados de maio. Durante este mês, observou-se que a produção de leite no campo diminuiu. Como consequência, pesquisas do Cepea apontam que o preço médio mensal do leite spot em Minas Gerais em maio foi 6,7% maior que o de abril, em termos nominais. A menor oferta no campo em maio e a menor produção de derivados em abril, por sua vez, reduziram os estoques de UHT e muçarela neste mês, favorecendo o aumento das cotações.

De 4 a 27 de maio, a pesquisa diária do Cepea mostrou alta acumulada de 14,4% para as cotações de UHT e elevação de 15,7% para as de muçarela. Ainda assim, as médias mensais parciais dos preços do UHT e da muçarela neste período, de R$ 2,68/litro e de R$ 17,90/kg, são 6,62% e 0,1% menores que as respectivas médias de abril.

Fonte: Cepea

Bovinos / Grãos / Máquinas

Primeiro trimestre de 2024 se encerra com estabilidade nos custos

Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Publicado em

em

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira se manteve estável de fevereiro para março, considerando-se a “média Brasil” (bacias leiteiras de Bahia, Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul). Com isso, o primeiro trimestre de 2024 se encerrou com uma leve retração no custo, de 0,3%. Apesar da leve recuperação nas cotações de grãos no período, os preços de insumos destinados à dieta animal continuaram recuando.

Dessa forma, os custos com o arraçoamento do rebanho acumulam queda de 1,8%. Sendo este o principal componente dos custos de produção da pecuária leiteira, reforça-se que a compra estratégica dos mesmos pode favorecer o produtor em períodos adversos.

No mercado de medicamentos, o grupo dos antimastíticos foi o que apresentou maiores elevações em seus preços, sobretudo em MG (1,2%) – este movimento pode ter sido impulsionado por chuvas intensas em algumas regiões do estado ao longo do mês.

Por outro lado, produtos para controle parasitário registraram leves recuos, enquanto vacinas e antibióticos ficaram praticamente estáveis. Tendo em vista o preparo para o plantio das culturas de inverno nesta época do ano, foi possível observar valorização de 7,4% das sementes forrageiras na “média Brasil”, com os avanços chegando a ficar acima de 10% no Sul do País.

Tal atividade também impacta diretamente o mercado de fertilizantes, que registou recuperação de 0,3% na “média Brasil”. Por outro lado, o mercado de defensivos agrícolas apresentou queda de 0,4%, a qual foi associada ao prolongamento das chuvas em algumas regiões, o que reduz, por sua vez, a demanda por tais insumos.

De maneira geral, a estabilidade nos preços dos principais insumos utilizados e a elevação do preço do leite pago ao produtor contribuíram para a diluição dos custos da atividade leiteira no período, favorecendo a margem do produtor.

Cálculos do Cepea em parceria com a CNA, tomando-se como base propriedades típicas amostradas no projeto Campo Futuro, apontam elevações de 4% na receita total e de 30% na margem bruta (o equivalente a 9 centavos por litro de leite), considerando-se a “média Brasil”.

Relação de troca

Em fevereiro, a combinação entre valorização do leite e a queda no preço do milho seguiu favorecendo o poder de compra do pecuarista leiteiro. Assim, o produtor precisou de 28 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do grão – o resultado vem se aproximando da média dos últimos 12 meses, de 27 litros/saca.

Fonte: Por Victoria Paschoal e Sérgio Lima, do Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Menor oferta de matéria-prima mantém preços dos derivados em alta

Cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Publicado em

em

Foto: Rubens Neiva

Impulsionados pela menor oferta no campo, os preços do negociados no atacado de São Paulo subiram pelo terceiro mês consecutivo. De acordo com pesquisas diárias do Cepea, realizadas em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB ), as cotações médias do leite UHT e da muçarela foram de R$ 4,13/litro e R$ 28,66/kg em março, respectivas altas de 3,9% e 0,25%, em termos reais, quando comparadas às de fevereiro.

Já em relação ao mesmo período do ano passado, verificam-se desvalorizações reais de 9,37% para o UHT e de 8,53% para a muçarela (valores deflacionados pelo IPCA de março).

O leite em pó fracionado (400g), também negociado no atacado de São Paulo, teve média de R$ 28,49/kg em março, aumento de 0,99% no comparativo mensal e de 9,6% no anual, em termos reais.

A capacidade do consumidor em absorver altas ainda está fragilizada, e o momento é delicado para a indústria, que tem dificuldades em repassar a valorização da matéria-prima à ponta final.

Agentes de mercado consultados pelo Cepea relatam que as vendas nas gôndolas estão desaquecidas e que, por conta da baixa demanda, pode haver estabilidade de preços no próximo mês.

Abril

As cotações dos derivados lácteos seguiram em alta na primeira quinzena de abril no atacado paulista.

O valor médio do UHT foi de R$ 4,21/litro, aumento de 1,99% frente ao de março, e o da muçarela subiu 0,72%, passando para R$ 28,87/kg.

O leite em pó, por outro lado, registrou queda de 2,04%, fechando a quinzena à média de R$ 27,91/

Colaboradores do Cepea afirmaram que os estoques estão estáveis, sem maiores produções devido às dificuldades de escoamento dos produtos

Fonte: Por Ana Paula Negri e Marina Donatti, do Cepea.
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Preço ao produtor avança, mas dificuldade em repassar altas ao consumidor preocupa

Movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo.

Publicado em

em

Foto: JM Alvarenga

O preço do leite captado em fevereiro registrou a quarta alta mensal consecutiva e chegou a R$ 2,2347/litro na “Média Brasil” do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP.

Em termos reais, houve alta de 3,8% frente a janeiro, mas queda de 21,6% em relação a fevereiro de 2023 (os valores foram deflacionados pelo IPCA). Pesquisas em andamento do Cepea apontam que o leite cru captado em março deve seguir valorizado, com a Média Brasil podendo registrar avanço em torno de 4%.

Fonte: Cepea/Esalq/USP

O movimento altista no preço do leite continua sendo justificado pela redução da oferta no campo. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea caiu 3,35% de janeiro para fevereiro, acumulando baixa de 5,2% no primeiro bimestre deste ano. Nesse contexto, laticínios e cooperativas ainda disputam fornecedores para garantir o abastecimento de matéria-prima.

A limitação da produção se explica pela combinação do clima (seca e calor) com a retração das margens dos pecuaristas no último trimestre do ano passado, que reduziram os investimentos dentro da porteira. Porém, a elevação da receita e a estabilidade dos custos neste primeiro trimestre têm contribuído para melhorar o poder de compra do pecuarista frente aos insumos mais importantes da atividade.

A pesquisa do Cepea, em parceria com a CNA, estima que a margem bruta se elevou em 30% na “média Brasil” nesse primeiro trimestre. Apesar da expectativa de alta para o preço do leite captado em março, agentes consultados pelo Cepea relatam preocupações em relação ao mercado, à medida que encontram dificuldades em realizar o repasse da valorização no campo para a venda dos lácteos.

Com a matéria-prima mais cara, os preços dos lácteos no atacado paulista seguiram avançando em março. Porém, as variações observadas na negociação das indústrias com os canais de distribuição são menores do que as registradas no campo.

Ao mesmo tempo, as importações continuam sendo pauta importante para os agentes do mercado. Os dados da Secex mostram que as compras externas de lácteos em março caíram 3,3% em relação a fevereiro – porém, esse volume ainda é 14,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.

Fonte: Por Natália Grigol, do Cepea.
Continue Lendo
SIAVS 2024 E

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.