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Impulsionada pelo Paraná, a área com trigo deve aumentar 7% no Brasil
Cerca de 3,3 milhões de hectares devem recebem o cereal, no entanto, a produção pode ser inferior ao recorde registrado em 2022, devido à possibilidade de menor produtividade da nova safra.

Em maio, os produtores brasileiros de trigo estiveram focados na semeadura da nova safra, que está avançando no país. Estimativas indicam que a área nacional com o cereal deve crescer em 2023. No entanto, a produção pode ser inferior ao recorde registrado em 2022, devido à possibilidade de menor produtividade da nova safra.
De acordo com dados divulgados pela Conab em maio, a área com trigo deve aumentar 7% no Brasil, para 3,3 milhões de hectares, impulsionada principalmente pelo crescimento de 12,5% previsto para o Paraná. As áreas com trigo também devem aumentar na Bahia, em Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.
Já para Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Goiás, Distrito Federal e São Paulo, estimativas apontam manutenção de área. Por outro lado, para a produtividade, a previsão é bem menor que a registrada na temporada passada, ficando, na média nacional, em 2,9 t/ha, recuo de 15,4%. Com isso, por enquanto, a oferta nacional de trigo está estimada em 9,6 milhões de toneladas, 9,4% inferior à da temporada passada, que foi recorde. Além disso, a Conab estima importação de 5,6 milhões de toneladas e exportação de 2,6 milhões de toneladas.
O consumo está projetado em 12,42 milhões de toneladas, 0,2% maior que a estimativa para 2022. A disponibilidade interna está prevista em 16,44 milhões de toneladas, recuo de 0,2% em comparação a 2022. Assim, os estoques finais, em julho/23, seriam de 1,42 milhão de toneladas.
Preços
Os preços do trigo recuaram em maio nos mercados doméstico e externo. No Brasil, os valores foram influenciados pela demanda enfraquecida e pelo avanço da semeadura da próxima safra, enquanto no mercado internacional, a pressão veio do aumento das estimativas de produção na Rússia e, principalmente, da renovação – por mais 60 dias – do acordo de exportação de grãos pelo Mar Negro entre Rússia e Ucrânia, a expirar no dia 18 de julho.
Em maio, o preço médio do trigo no mercado disponível do Paraná foi de R$ 1.448,82/t, queda de expressivos 9,2% frente ao de abril/23 e 28,8% menor que o de maio/22.
No Rio Grande do Sul, a média de maio foi de R$ 1.294,86/tonelada, baixa de 8,6% no mês e expressivo recuo de 35,3% em um ano. Em São Paulo, a média mensal fechou a R$ 1.564,48/t, quedas de 8,5% em relação a abril e de 22,1% em um ano. Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.461,45/t, redução de 7% frente à de abril/23 e 26,2% inferior à de maio/22. Em termos reais, os valores de maio/23 são os menores deste ano.
Balança comercial
De acordo com dados preliminares da Secex, nos 22 dias úteis de maio, as importações de trigo somaram 283,5 mil toneladas, contra 533,2 mil toneladas em maio/22.
Em relação ao preço de importação, a média de maio/23 foi de US$ 333,7/t FOB origem, 2,6% abaixo da registrada em maio/22 (de US$ 342,7/t).
Quanto às exportações, o Brasil embarcou apenas 70,8 mil toneladas em maio, contra 107,9 mil toneladas em maio/22, segundo a Secex.
Os preços de exportação registraram média de US$ 313,4/t FOB porto na parcial do último mês, 11,1% abaixo do de maio de 2022 (US$ 352,7/t).
Mercado externo
Em termos globais, o USDA estima a produção de 2023/24 em 789,8 milhões de toneladas, 0,2% superior à da temporada 2022/23, com altas representativas apontadas para Argentina, Índia e União Europeia.
Por outro lado, o USDA estima consumo mundial de 791,7 milhões de toneladas em 2023/24, sendo 0,4% inferior ao de 2022/23. Com isso, os estoques finais podem somar 264,3 milhões de toneladas, queda de 0,7%, no mesmo comparativo. Em relação às exportações da safra 2023/24, o USDA prevê volume de 212,5 milhões de toneladas transacionadas, 0,2% inferior ao da safra 2022/23, com Rússia, União Europeia e Canadá como principais exportadores.
Vale ressaltar que as exportações da Austrália e da Ucrânia devem recuar de forma expressiva, com volumes 8 milhões e 5 milhões inferiores à safra anterior, respectivamente. No mercado externo, a baixa do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de expressivos 7,1%, em comparação a abril deste ano, com médias de US$ 6,1669/bushel (US$ 227,70/t) para o Soft Red Winter na CBOT.
Na Bolsa de Kansas, o contrato maio do trigo Hard Winter cedeu apenas 0,3% em maio, com média de US$ 8,4773/bushel (US$ 311,49/t) para o Hard Winter em Kansas. A baixa foi influenciada por chuvas em regiões produtoras dos Estados Unidos e pela proximidade da colheita naquele país.
A análise conjuntural completa do trigo feita pela equipe do Cepea pode ser conferida clicando aqui.

Notícias Livre de imprevistos
Empresas agrícolas apostam em tecnologia para aumentar produtividade e segurança
O uso de câmeras de segurança inteligentes, permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.

Nos últimos anos, o setor agrícola brasileiro tem investido cada vez mais em diferentes tecnologias. O objetivo é ampliar a forma de monitorar as plantações em tempo real, para saber exatamente sobre o período ideal para plantio, irrigação e colheita, sendo instrumentos que funcionam como importantes aliados para o trabalho na agricultura.
Da mesma forma, os investimentos em tecnologia também se fazem necessários nas propriedades visando a segurança destes espaços, com o objetivo de garantir que o patrimônio esteja livre de imprevistos.
Pensando nisso, apresentamos este artigo para você, que possui empresas agrícolas, ou propriedades, e ainda está em dúvida sobre quais os tipos de tecnologia poderá investir para aumentar a sua produtividade e segurança.
Melhorando o desempenho das plantações
Existem diversas tecnologias voltadas exclusivamente para fornecer melhorias para as propriedades rurais, com o desenvolvimento de máquinas e equipamentos que se tornaram aliados para o desenvolvimento agrário.
Um dos exemplos a serem destacados é voltado à agricultura de precisão. Através de dados de GPS, imagens de satélite e sensores, é possível avaliar a qualidade do solo e das diferentes culturas existentes na fazenda. O objetivo é garantir a aplicação adequada de sementes, fertilizantes, defensivos e outros insumos, de modo a garantir a eficiência da produção.
Atualmente, a conectividade nas propriedades já é uma realidade. E a internet das coisas (IoT) se torna uma importante aliada. Através da instalação de sensores no solo, em plantas e máquinas, é possível coletar dados em tempo real sobre a temperatura, umidade, níveis de nutrientes e condições climáticas. Isso permite um manejo eficiente para a irrigação da região, além de detectar determinados problemas precocemente.
Da mesma forma, tecnologias como inteligência artificial e big data se somam juntos às melhorias para o setor agrícola, através do uso de algoritmos de IA para analisar grandes volumes de dados sobre o andamento das culturas plantadas, fazendo com que os produtores tenham real noção de lidar com o seu plantio de acordo com a demanda exigida.
E isso também soma-se a equipamentos modernos e automatizados, como os tratores e colheitadeiras autônomos, que fazem o trabalho no campo por 24 horas por dia, garantindo a redução de custos operacionais. Outro exemplo pode ser visto com os drones, que através de câmeras e sensores, fazem o monitoramento aéreo das lavouras, para localizar áreas que necessitam de maior cuidado.
Segurança como aliada ao setor
Atualmente, se tornou cada vez mais necessário que as empresas agrícolas também invistam em segurança, para proteger sua plantação, maquinário, e até mesmo as pessoas que estão trabalhando nas propriedades. Pensando nisso, também há tecnologias que contribuem com a segurança no setor.
Um dos exemplos está justamente no sistema de reconhecimento de placas de veículos. que ajuda a identificar todos os veículos que estiverem dentro das instalações das propriedades. Além disso, estes dispositivos são essenciais para fiscalizar e monitorar atividades suspeitas nos locais fechados, com o objetivo de oferecer resposta imediata em caso de possíveis ameaças.
Outro recurso que vem ganhando espaço é o uso de câmeras de segurança inteligentes, capazes de detectar comportamentos anormais, movimentos fora do padrão ou a presença de pessoas em áreas restritas. Essas câmeras permitem uma resposta proativa, enviando alertas automáticos e reduzindo significativamente o tempo entre a detecção de um incidente e a ação preventiva.
Há também o caso dos softwares de gestão agrícola, que se tornam aliados para a avaliação de riscos dentro da área de cultivo, tornando o ambiente mais seguro para os trabalhadores, de modo a garantir a execução dos serviços de acordo com as normas regulatórias.
A rastreabilidade também entra no processo, com o uso de ferramentas como o blockchain, responsáveis pelo rastreio da origem e do percurso dos produtos agrícolas. O objetivo é aumentar a transparência de toda a cadeia de suprimentos até o consumidor final, gerando segurança alimentar.
Conclusão
Investir em tecnologias para o setor agrícola é uma necessidade de grande importância, principalmente para a melhora da produtividade e segurança das operações. Isso traz credibilidade às propriedades que estão mais atentas às necessidades do mercado, com a realização dos trabalhos de forma eficaz.
Portanto, é fundamental que os proprietários de áreas agrícolas estejam cada vez mais atentos às necessidades de mercado, de forma a ampliar a sua gama de clientes, e a crescer suas vendas.
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Estreia de filme sobre Aury Bodanese será transmitida pelo O Presente Rural
Longa-metragem “Antes do Nascer do Sol” terá lançamento nacional ao vivo nesta terça (18), a partir das 19h. A obra reconstrói a trajetória e o legado de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro e referência no desenvolvimento do agronegócio catarinense.

O filme “Antes do Nascer do Sol”, que narra a trajetória de Aury Luiz Bodanese, uma das figuras mais emblemáticas do cooperativismo agro brasileiro, estreia oficialmente nesta terça-feira (18), às 19 horas. A transmissão ao vivo está programada para começar às 18h57 e você pode conferir no canal de YouTube de O Presente Rural.
Mais de 20 plataformas de comunicação, distribuídas em quatro estados, vão acompanhar o evento simultaneamente, ampliando o alcance da produção cultural. O lançamento marca um dos maiores movimentos de difusão audiovisual já realizados por um grupo regional de mídia no Sul do país.
Criado por Osnei de Lima e Julmir Cecon, o longa-metragem reconstrói a vida, a obra e o impacto de Bodanese no desenvolvimento do agronegócio catarinense e nacional. O roteiro destaca a atuação dele na consolidação do modelo cooperativista na região Oeste, reconhecido por transformar pequenas propriedades e fortalecer cadeias produtivas como leite, suínos e aves.
A direção de marketing do projeto é assinada por Fernanda Moreira, do Grupo Condá, responsável por coordenar a estratégia que conectou veículos de comunicação e plataformas digitais para o lançamento simultâneo.
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Relação de troca melhora e abre espaço para antecipação de compras de fertilizantes, aponta Itaú BBA
Após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais.

A relação de troca entre fertilizantes e os principais produtos agrícolas brasileiros apresentou melhora contínua nos últimos três meses e voltou a níveis próximos da média histórica para nitrogenados e potássicos. A avaliação é da Consultoria Agro do Itaú BBA, no relatório divulgado nesta terça-feira (18), referente novembro de 2025, que aponta um cenário mais favorável para produtores planejarem a safrinha de 2026 e até iniciarem compras para a safra de verão de 2027.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
Segundo os analistas, após a forte volatilidade causada pelo conflito entre Israel e Irã, que pressionou especialmente as cotações da ureia, os preços globais recuaram parcialmente. No Brasil, todos os principais fertilizantes caíram em relação às máximas de julho, tanto em dólar quanto em reais. O MAP atingiu a mínima do ano, e a ureia voltou a patamares semelhantes aos de 2024
Fosfatados ainda pesam
Com a queda das cotações, a relação de troca melhorou para a maior parte das culturas, refletindo um equilíbrio maior entre custo dos insumos e preços agrícolas. Ainda assim, os fertilizantes fosfatados continuam acima da média histórica, mantendo pressão sobre operações que dependem de maiores doses de MAP e similares.
A única exceção é o café: com as cotações do grão em forte alta ao longo de 2025, o setor registra as melhores relações de troca já

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
observadas no histórico da consultoria, o que torna a compra de fertilizantes particularmente atrativa para os cafeicultores
Fontes mais baratas e diluídas
O relatório destaca um movimento estruturante no mercado brasileiro: o avanço do uso de fertilizantes com menor concentração do macronutriente, mas preço mais competitivo por ponto percentual de N ou P₂O₅.
Nos nitrogenados, o sulfato de amônio (SAM) passou a oferecer melhor custo por unidade de nitrogênio do que a ureia, atraindo demanda adicional. Entre os fosfatados, o supersimples (SSP) ganhou espaço pela menor cotação nominal, seguido do supertriplo (TSP), que também avança em relação ao tradicional MAP
O efeito já aparece nas importações: entre janeiro e outubro de 2025, pela primeira vez o Brasil importou mais SAM que ureia, e mais SSP do que MAP, um marco inédito nas duas cadeias

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná
Oportunidades para safrinha de 2026
Com as relações de troca mais favoráveis e preços recuados, o Itaú BBA avalia que há espaço para acelerar as compras da safrinha de inverno de 2026, que estão atrasadas. Os analistas também citam a possibilidade de produtores iniciarem, desde já, a montagem do pacote tecnológico para a safra 2027, aproveitando o momento de maior previsibilidade de custos
Câmbio segue como ponto de atenção
Apesar da queda nas cotações internacionais de ureia, MAP e KCl, o relatório lembra que a taxa de câmbio continua sendo um fator determinante na formação de preços internos. Movimentos do dólar frente ao real podem neutralizar parte da competitividade obtida pela retração externa dos fertilizantes, especialmente em um momento marcado por instabilidades macroeconômicas globais



