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Pet Saúde

Importância da esterilização cirúrgica (castração) no controle populacional de cães e gatos

Ações que visam a diminuição e/ou controle dessa população são de responsabilidade do meio social em que esses animais são concebidos

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Artigo escrito por Lara Marzinkowski Schmen, graduanda de Medicina Veterinária do Centro Universitário Univel – Cascavel, e Marcos Piazzolo, professor de Medicina Veterinária do Centro Universitário Univel – Cascavel

Cães e gatos de rua (errantes), em situação de abandono ou proveniente de ninhadas indesejadas são exemplos de população animal que levam problemas à saúde pública, problemas esses que vão desde a disseminação de doenças de caráter zoonótico à ataques a pedestres.

Ações que visam a diminuição e/ou controle dessa população são de responsabilidade do meio social em que esses animais são concebidos.

A curto prazo a esterilização reprodutiva é uma das ações mais efetivas e utilizadas em cães e gatos afim de controlar o crescente número desses animais e as consequências desse aumento no impacto à saúde pública.

Números de animais no Brasil

Segundo o censo populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2018 e a Associação Brasileira da Industria para Animais de Estimação (ABINPET) apontaram que o Brasil tem cerca de 139,3 milhões de animais de estimação, desses, 54,2 milhões são cães, 39,8 milhões de aves, 23,9 milhões de gatos, 19,1 milhões de peixes e 2,3 milhões de répteis e pequenos mamíferos, ou seja, mais da metade dos animais de estimação do nosso pais é cão ou gato (ABINPET, 2018). A taxa de crescimento anual calculada da população pet está em torno de 5%, ao passo que o crescimento populacional humano está na faixa de 1%. Esses números correspondem a uma projeção estimada, já que é muito difícil contabilizar com precisão o número real de animais nas ruas.

Esse aumento da população no número de cães e gatos pode levar a algumas consequências do ponto de vista da saúde pública, pois, grande parte dessa população vive em situação de abandono podendo levar a desordens ambientais e disseminar doenças que colocam em risco sua qualidade de vida e dos seres humanos quando há disseminação zoonoses.

Métodos de controle da população de animais

Desde sempre a superpopulação de cães e gatos tem sido alvo de ações de controle, antigamente o método mais utilizado era a captura e sacrifício desses animais. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (2005) reconhece que a técnica de recolhimento e eliminação de animais, sejam eles sadios ou não, é inadequada devido ao seu alto custo e gera controvérsia e muitas vezes reações enfáticas das pessoas contrárias a esse método. Nesse sentido as novas técnicas de controle preconizadas incluem: educação para guarda responsável, esterilização e a aplicação de legislação vigente em cada país, território, etc.

Umas das alternativas que se mostra mais eficiente no combate à superpopulação de animais de rua é a esterilização cirúrgica (SOUZA, 2014). Existem várias técnicas de esterilização de cães e gatos (machos e fêmeas) descritas. As técnicas cirúrgicas amplamente recomendadas e largamente utilizadas são, nas fêmeas, a retirada dos ovários e útero (ovariohisterectomia) e nos machos a retirada dos testículos (orquiectomia). A ovariohisterectomia pode ser feita pela técnica tradicional com incisão pela linha média, incisão pelo flanco abdominal e através de videolaparoscopia. Nos machos, além da retirada cirúrgica dos testículos ainda podem ser utilizadas técnicas de vasectomia ou esterilização química com a aplicação intratesticular de gluconato de zinco, essa última sendo menos utilizada e ainda carente de estudos a longo prazo no impacto do seu uso no bem-estar do animal submetido a essa técnica. Devido ao grande estreitamento de relações entre os seres humanos e seus animais de estimação e a preocupação com sua saúde esses procedimentos são de grande procura na prática veterinária (LEVY et al., 2008; HOWE, 2006).

Políticas públicas de controle populacional

Políticas públicas locais de controle populacional desses animais leva em consideração principalmente da proteção do seu bem-estar e da disseminação de doenças transmitidas entre esses animais (cinomose, parvovirose, etc.) ou comuns a eles e aos seres humanos (raiva, leishmaniose, leptospirose, etc.). Além de esforços do poder público, organizações não governamentais (ONGs) tem papel importante no controle populacional desses animais com trabalhos de recolhimento, esterilização e destino (adoção) dos mesmos. Ações conjuntas têm demonstrado êxito a curto prazo no trabalho de diminuir ou contar o aumento da população desses animais em situação de abandono ou concebidos na rua, criações de mutirões de castração para população de baixa renda, convênios entre prefeituras e clínicas veterinárias particulares e projetos de centro cirúrgico itinerante (castramóvel) são algumas das ações de esterilização em larga escala desenvolvidas e com resultados efetivos no controle populacional animal.

Apesar da esterilização cirúrgica ser um método de controle efetivo e imediato no controle populacional de cães, existem alguns aspectos que precisam ser levados em consideração. O custo para a sociedade na implementação de “castramóveis”, convênios que subsidiam cirurgias em clinicas veterinárias particulares são uns dos exemplos que levam controvérsia na sua aplicação. Outro ponto importante em é o efeito à longo prazo dessas ações sem campanhas de conscientização da sociedade sobre a posse responsável e manutenção dos seus pets em ambientes saudáveis e controlados, pois, ações de esterilização tem efeito prático sobre a população já existente e ações educativas se fazem necessárias na conscientização de que toda a sociedade é responsável pelo seu próprio bem-estar e dos animais (BORTOLOTI e DÁGOSTINI, 2007).

Conclusão

Não é recente a preocupação com o bem-estar animal e em saúde pública quando se trata de controle populacional de cães e gatos, no entanto é necessário que a educação e conscientização da população a longo prazo aliadas às ações imediatas, como a esterilização, sejam implementadas em larga escala e de maneira continua para que população humana e animal convivam de forma harmônica e saudável.

Fonte: Assessoria

Pet No CFMV

CRMV-RJ protocola pedido de isenção total à anuidade do ano em que ocorra parto, adoção ou gestação não levada a termo

Medida representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Como parte do compromisso do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Rio de Janeiro (CRMV-RJ) em promover uma prática profissional cada vez mais humanizada e inclusiva, o presidente Diogo Alves protocolou no dia 07 de março, junto ao Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), um pedido para a concessão de isenção total correspondente à anuidade de mulheres inscritas no sistema CFMV/CRMVs no ano em que ocorra o parto, adoção ou gestação não levada a termo.

Essa medida, prometida durante a campanha da chapa eleita para o período de 2023-2026, representa um importante passo em direção à valorização das profissionais médicas-veterinárias e zootecnistas, reconhecendo e apoiando momentos significativos de suas vidas pessoais.

Ao promover essa isenção, o CRMV-RJ demonstra sua sensibilidade às necessidades individuais dos profissionais, bem como seu compromisso em criar um ambiente de trabalho mais acolhedor e justo para todos.

Esta iniciativa também é apresentada durante o Mês Internacional da Mulher, reafirmando o compromisso desta autarquia com a igualdade de gênero e com a promoção de condições mais favoráveis para a atuação das mulheres na Medicina Veterinária e na Zootecnia.

Fonte: Assessoria CRMV-RJ
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Pet

Pets também podem desenvolver transtornos mentais e emocionais

É preciso entender as particularidades dos animais, as causas e os sinais comportamentais de que algo não está bem

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Inúmeras pesquisas apontam para o quadro de saúde mental da população humana, conscientizando sobre a necessidade de cuidados para garantir o bem-estar emocional dos indivíduos e da sociedade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) inclusive publicou o Informe Mundial de Saúde Mental (2022) e alertou que, em 2019, quase um bilhão de pessoas viviam com algum transtorno mental, a principal causa de incapacidades.

Porém, transtornos mentais e emocionais não são exclusividade dos humanos. Os pets também podem desenvolvê-los, principalmente ansiedade, reatividade, agressividade, medo/fobia, comportamento compulsivo e dermatites. “Os animais de estimação têm emoções e elas devem ser compreendidas e respeitadas. É preciso atender às necessidades emocionais do pet e ficar atento caso haja mudança de comportamento do animal, procurando assistência especializada quando algo fora do comum acontecer”, comenta a médica-veterinária comportamental, Dani Graziani.

As situações que mais geram desconforto para eles estão relacionadas a mudanças, como de casa ou de rotina, à perda de um ente da família ou até mesmo à senilidade, processo de envelhecimento que vem acompanhado de desafios físicos e emocionais, como diminuição da visão, da audição e do olfato, dificuldade de locomoção, irritabilidade, desorientação, perda de memória, entre outros fatores que os deixam mais vulneráveis. “São muitos os sinais que podem identificar que o animal de estimação não está bem, como um cão tranquilo apresentar agressividade ou um pet que fazia seu xixi no lugar certo começar a fazê-lo em outro lugar. É importante acolher em vez de ficar bravo, pois ele está demonstrando que precisa de ajuda e o apoio é essencial para o processo de cura”, aconselha a veterinária.

De olho na prevenção

A atividade física impacta diretamente na saúde física e mental dos animais. “Os cães precisam correr, caminhar e explorar ambientes. Um passeio diário de vinte minutos já acalma e ajuda no gasto de energia, na socialização, na perda de peso e na manutenção da massa muscular”, indica a médica-veterinária Farah de Andrade.

A falta de brinquedos e de interação também pode trazer prejuízos, assim como um ambiente muito agitado ou monótono demais. “O ideal é manter uma rotina equilibrada entre atividades, brincadeiras e descanso, para se evitar o estresse e a ansiedade. Dar mais atenção ao pet é fundamental para o bem-estar dele”, conta Farah.

Colocar em prática o enriquecimento ambiental, ou seja, adaptar o lar para proporcionar uma rotina mais saudável e prazerosa ao pet, com estímulos mentais, físicos e sensoriais, auxilia a prevenir o tédio, reduzir o estresse e promover um comportamento equilibrado.

Para dar certo, é preciso conhecer o animal de estimação, seus gostos e preferências. Para os gatos, é possível instalar prateleiras nas paredes, nichos, redes, arranhadores e deixar brinquedos em locais estratégicos. Já para os cachorros, além dos brinquedos, incluir atividades que estimulam o olfato, treinamento cognitivo e socialização são algumas formas de deixar o ambiente mais interativo.

Tratamento em forma de petisco

Medicar um animal nem sempre é uma tarefa fácil, sendo, muitas vezes, um fator de grande estresse, especialmente para os felinos. Para isso existem soluções como os medicamentos manipulados em formas farmacêuticas que facilitam a administração, como biscoitos, caldas ou molhos, pastas orais e géis transdérmicos. As apresentações orais podem ainda ser flavorizadas com sabores como bacon, caramelo, leite condensado, frango entre diversos outros que atraem os pets. “O gel transdérmico é aplicado na pele do animal e sua aplicação mais parece um carinho. Já um biscoito com sabor é como um petisco, um mimo. Muitos pacientes chegam a ‘pedir’ mais”, comenta Farah.

Os medicamentos manipulados também costumam ser a principal alternativa para a prevenção ou o tratamento de transtornos mentais devido à possibilidade de combinação de ativos num mesmo medicamento, manipulado na dose exata para o peso do animal, além dos diferenciais de flavorização e apresentação.

“Florais de Bach e fitoterápicos como valeriana, kawa-kawa, passiflora, L-triptofano e melatonina são algumas opções que podem ser prescritas em casos como insônia, estresse ou ansiedade. Medicamentos controlados, geralmente indicados para casos mais complexos, também podem ser manipulados, como fluoxetina, sertralina e clomipramina”, comenta Farah, ressaltando que somente um médico-veterinário está apto a prescrever o tratamento mais adequado para cada caso.

Fonte: Assessoria DrogaVET
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Notícias

Instituto da UEL completa um ano com 84 cientistas em busca de vacina contra toxoplasmose

No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.

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Coordenador do INCT-Toxoplasmose, professor João Luis Garcia: "A vacina nacional se encontra em estágio de ensaio pré-clínico" - Foto: Pedro Livoratti/Agência UEL

O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Toxoplasmose (INCT), do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Estadual de Londrina (UEL), comemora um ano de atividades com 70 pesquisadores brasileiros e 14 estrangeiros provenientes de 32 instituições conectados. As atividades do grupo começaram em março de 2023, logo após a UEL ser contemplada na Chamada 58/2022 do Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT), do CNPq, que financia pesquisas de alto impacto, com investimento de R$ 5 milhões.

No Brasil, 14 estados de todas as regiões estão representados no INCT com pesquisadores desenvolvendo projetos científicos que buscam um kit de diagnóstico rápido para a doença, além de uma vacina para suínos e gatos, animais considerados os principais transmissores da doença.

A toxoplasmose é uma zoonose que afeta a saúde pública brasileira. Recentemente, em 2018, houve um surto da doença em Santa Maria (RS), com um óbito. Outra manifestação intensa do parasita ocorreu em Santa Isabel do Ivaí, no Noroeste do Paraná. O protozoário pode ser encontrado em fezes de gato e alimentos contaminados e pode causar graves complicações em gestantes e pessoas com o sistema imunológico debilitado.

As pesquisas do INCT têm foco na prevenção, daí a importância da criação de um kit rápido. Além desse esforço, os pesquisadores têm projeto para o desenvolvimento da primeira vacina brasileira contra toxoplasmose. O imunizante é utilizado em ovinos e caprinos apenas no Reino Unido, Irlanda, França e Nova Zelândia. A vacina nacional se encontra em estágio de ensaio pré-clínico. O imunizante deverá ser aplicado em gatos (que contaminam o meio ambiente por meio das fezes) e em suínos (que podem transmitir a doença pelo consumo da carne mal passada).

O coordenador do Instituto, João Luis Garcia, do Departamento de Medicina Veterinária e Preventiva (DMVP), afirma que o projeto foca na chamada Saúde Única, focando em ferramentas que possam fortalecer medidas preventivas, de forma conciliada com a sustentabilidade. O público-alvo das medidas preventivas envolve crianças e gestantes. “Outra preocupação é quanto aos animais de produção, já que a doença não pode ser constatada na inspeção sanitária”, afirma.

Por meio do INCT Toxoplasmose, a estudante Ana Clésia da Silva viajou em agosto do ano passado para os Estados Unidos, onde aprofunda pesquisas sobre a doença na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NCSU), considerado um importante centro de pesquisa da doença.

Pesquisadores interessados ainda podem submeter seus projetos para avaliação. As propostas podem ser enviadas para o portal do Instituto.

Fonte: AEN-PR
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