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Suínos Estrutura de quarentena foi ampliada

Importância da Estação Quarentenária de Cananéia para a manutenção e o progresso da suinocultura brasileira

A equipe de jornalismo de O Presente Rural esteve em Cananeia durante a inauguração da nova estrutura, uma parceria público-privada que era sonho antigo das empresas de genética que operam no Brasil. Entenda um pouco mais sobre como funciona essa quarentena e sua relevância para o país.

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Fotos: Giuliano De Luca/OP Rural

Todos os anos cerca de três mil suínos reprodutores de alto padrão genético chegam de outros países para o Brasil. Eles são os avôs ou bisavôs, que vão para as granjas de empresas de genética e, de maneira geral, são os primeiros encarregados por povoar as granjas de produtores rurais em todo o país. Em sua vida, cada animal pode ser o responsável por cerca de 60 mil leitões, que vão crescer e chegar à fase de terminação para que seja produzida carne suína e derivados da mais alta qualidade. Para garantir todo o sucesso da cadeia suinícola brasileira, esses reprodutores, porém, não precisam ter somente uma excelente genética. Eles precisam estar saudáveis.

Para garantir que estejam com a saúde em dia, livre de patógenos que possam se disseminar ao longo do processo produtivo e causar graves problemas sanitários e econômicos ao setor, os animais ficam em quarentena. O local é a Estação Quarentenária de Cananeia, no litoral de São Paulo. A fazenda, que já foi responsável por detectar e impedir a entrada de suínos contaminados com PRRS, uma doença da qual o Brasil é livre, acaba de ser ampliada, com a inauguração de mais duas unidades, que vai garantir a importação do dobro de reprodutores para sustentar o progresso da suinocultura brasileira e ajudar a manter se não o melhor, um dos melhores status sanitários do mundo.

Descobrimento de placas comemorativas marcou a inauguração oficial da Estação Quarentenária de Cananeia

A equipe de jornalismo de O Presente Rural esteve em Cananeia durante a inauguração da nova estrutura, uma parceria público-privada que era sonho antigo das empresas de genética que operam no Brasil. Entenda um pouco mais sobre como funciona essa quarentena e porque a Estação Quarentenária de Cananeia (EQC) é tão importante para a manutenção e o progresso da suinocultura.

Fortaleza sanitária brasileira

O chefe de Serviço da EQC, Mateus Carvalho Silva Araújo, explica que os suínos são importados de vários países e, do aeroporto em Viracopos, vão direto para a EQC, que fica é uma ilha, o que garante mais segurança para o setor. Lá, passam cerca de 30 dias até que todos exames e checagens sejam feitos. Se tudo estiver de acordo com as exigências sanitárias brasileiras, o suíno segue para as empresas de genética para dar continuidade ao processo. Mas há casos, no entanto, que doenças são detectadas. Nesses casos, os suínos são abatidos e eliminados na própria Estação.

Chefe de Serviço da EQC, Mateus Carvalho Silva Araújo

“O suínos chegam de vários países do mundo, como Estrados Unidos, Canadá, Noruega e Bélgica. Eles chegam por via aérea e desembarcam no aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). De lá, são deslocados por via terrestre até a Estação Quarentenária. A gente faz o recebimento dos animais, o alojamento das unidades em quarentenas e se iniciam as observações clínicas, que são importantes, como inspeção visual, exames clínicos mais detalhados se o animal apresentar algum sintoma. A gente se preocupa com a saúde do lote. Claro que a gente vamos examinar individualmente, mas estamos preocupados com doenças infectocontagiosos, então a gente olha o lote como um todo, buscando identificar sinais clínicos que possam ser dessas doenças”, destaca Mateus.

 

Por favor corrigir esse trecho: “Claro que a gente vamos examinar individualmente, mas estamos preocupados com doenças infectocontagiosos, então a gente olha o lote como um todo, buscando identificar sinais clínicos que possam ser dessas doenças”…
O entrevistado no caso fui eu mesmo e com certeza houve um erro grotesco na transcrição da minha fala, pois jamais falaria desta forma.

“Passados sete dias do recebimento, a gente faz uma coleta de sangue e fezes. Esse material vai para o Cedisa (Centro de Diagnóstico de Sanidade Animal), em Concórdia, SC, onde são testadas para doenças de importância para a suinocultura nacional, seja de doenças que o Brasil é livre ou que o Brasil controla. A gente busca mitigar o risco desses patógenos causadores de doenças através desses animais importados. Aos 14 dias é feita nova coleta para exames. Os resultados estando negativos e os animais em boa condição clínica, a gente libera após 30 dias do início da quarentena. Caso tenha algum achado clínico relevante ou resultado laboratorial positivo, iniciamos uma investigação sanitária para detalhar melhor essa condição de saúde e confirmar se realmente é doença contagiosa. Caso confirmado, o lote não sai da EQC, é sacrificado aqui mesmo”, menciona o chefe de Serviço da EQC.

Recentemente, o trabalho impediu que uma doença que não está presente na suinocultura brasileira se disseminasse pela cadeia produtiva. “Tivemos um caso no ano passado de Síndrome Respiratória Reprodutiva de Suínos (PRRS), que o Brasil é livre, nunca teve. E a PRRS acabou ingressando em um lote oriundo dos Estados Unidos. Conseguimos identificar com nossa rotina de diagnóstico e esse lote não ingressou (no sistema produtivo)”, lembra o profissional.

O desafio agora, segundo o profissional é trabalhar com quatro lotes simultâneos, em quatro unidades de produção. Para isso, um rígido controle sanitário e de manejo precisa ser adotado. “Nós dobramos a capacidade de quarentena. O desafio agora é maior. Vamos trabalhar com quatro lotes simultâneos, é preciso ter coordenação entre as equipes de trabalho. Quando um profissional adentra uma unidade, não pode entrar em outra por um período mínimo de cinco dias. Todos os materiais de uso são exclusivos de cada unidade, temos processos de desinfecção e descontaminação de tudo que entra e sai da nossa área de biossegurança, onde estão as unidades. Para se ter uma ideia, são dois banhos para entrar e dois banhos para sair das unidades onde estão os animais”, destaca, reforçando que passam a ser “quatro lotes simultâneos, de empresas diferentes, de origens diferentes, totalmente isolados entre si”.

A estrutura conta com baias coletivas e individuais, possuem moderno sistema de filtragem de ar, com acesso exclusivo aos profissionais que atuam diretamente com os animais, como os médico veterinários. Foram investidos R$ 7 milhões nas obras e equipamentos. Durante a inauguração, foi feita uma visita in loco para visitantes e profissionais de imprensa, coisa que não deve acontecer depois dos primeiros alojamentos.

Parceria

De acordo com Serviço de Registro Genealógico de Suínos (SRGS) da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), cerca de três mil animais chegam a Cananeia todos os anos. Com a evolução da atividade no Brasil, explica o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Genética de Suínos (Abegs), Alexandre Furtado da Rosa, o local ficou pequeno e precisa ser ampliado. “Nos últimos dez anos a suinocultura brasileira vem experimentando um crescimento interessante de produtividade, mas também de novos projetos, sendo mais eficiente, com crescimento de exportações. Ainda, em função do alto grau de status sanitário do nosso plantel e da qualidade genética, as empresas que atuam no mercado brasileiro estão começando a exportar material genético para outros países, que é um movimento meio novo. Normalmente você só importa material para multiplicar aqui, mas em função dessa atualização genética agora temos países, especialmente vizinhos da América do Sul, interessados na importação do produto brasileiro”, frisa.

“Também tivemos a entrada de novas empresas de genética globais que vieram para o Brasil e a EQC começou a ficar

Presidente da Abegs, Alexandre Furtado da Rosa

apertada. Nós tínhamos dois galpões cada um com capacidade para 500 animais, um galpão antigo que foi reformado e um novo construído em 2015, e não estava mais permitido o ingresso de animais. Permitia no máximo 12 introduções por ano. Como aumentou o número de empresas dentro da Abegs, que representa o segmento genético, além desse da questão das exportações de material genético, a gente achou que precisava aumentar o espaço. Nós procuramos o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na atual gestão da ministra Tereza Cristina, e renovamos o acordo de cooperação técnica. É uma parceria entre Abegs, que é a financiadora dos investimentos, a ABCS (Associação Brasileira de Criadores de Suínos), que é responsável pelo registro genealógico dos animais importados, e o Ministério Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que detém toda a parte oficial da gestão de Cananéia e também dos protocolos de investigação sanitária”, justifica Alexandre Furtado da Rosa, que também é presidente da Agroceres PIC.

“Iniciamos em fevereiro e hoje aqui estamos conseguindo inaugurar esses dois novos galpões para 460 animais cada um, totalmente climatizados para dar conforto térmico aos animais, com filtro de ar que dá uma proteção adicional em relação aos outros galpões. Agora podemos fazer 24 introduções por ano. Estamos muito contentes porque isso vai possibilitar aumentar o fluxo de importação. A gente vai aumentar a qualidade genética do plantel brasileiro e possibilitar a exportação de material para outros países”, menciona.

Para ele, a estrutura é diferenciada em relação a outros países produtores. “Não adianta nada você ter um status sanitário elevadíssimo se você não tem uma genética boa. Cananéia possibilita isso, poucos países no mundo tem algo como essa estrutura, totalmente isolada fisicamente, com poder público instalado nessa parceria público-privada”, frisa.

“O melhor status sanitário do mundo”

Para o presidente da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, a Estação Quarentenária de Cananeia é decisiva para manter o status sanitário. “O status sanitário da suinocultura brasileira sem dúvida

Presidente da ABCS, Marcelo Lopes

nenhuma é o melhor do mundo. O país é livre de diversas doenças que acometem o mundo inteiro, e essa Estação vem de encontro a isso, traz mais segurança nas importações dos reprodutores. Além disso, torna o país exportador de genética. A EQC abriu as portas para que a gente começasse a exportar genética. Temos uma estrutura maravilhosa, do governo federal, onde uma parceira público-privada vem dando certo. Há alguns anos inauguramos o primeiro sítio como experiência dessa PPP e hoje estamos inaugurando os sítios 3 e 4. É um exemplo de parceria a ser seguido”, destaca.

Para proteger esse status, lembra que outras fontes carreadoras de patógenos podem entrar por portos e aeroportos, em alimentos industrializados ou mesmo em ingredientes para a ração dos animais. “Os portos, os aeroportos, enfim, todas as entradas do país precisam ser fiscalizadas, e esse investimento (EQC) fica como exemplo. A cadeia de suínos não pode ter surpresas dessa natureza. Existe um esforço da ABCS, da Abegs e do Mapa para termos mais investimento em biossegurança. Existem diversos protocolos trabalhados com Mapa, caso haja esse tipo de surpresa, para a gente estar preparado, isolar e não acometer o país inteiro”, destaca Lopes.

O secretário de Defesa Agropecuária, do Mapa, José Guilherme Leal, destacou a relação de genética e sanidade, ambos temas centrais da Estação Quarentenária de Cananeia, para o desenvolvimento do setor. “Todo o desenvolvimento da suinocultura brasileira passa por aqui. Garantia os avanços na genética, com a proteção

Secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, José Guilherme Leal

necessária da sanidade”, frisou.

Leal também destacou a parceria entre governo federal e empresas e entidades como um pontos fundamentais para a realização das obras. “Estamos comemorando com muita justiça. Fazer uma parceria entre público e privado nem sempre é fácil. Precisamos primeiro ter disposição para fazer e entender que estamos fazendo as coisas corretas. E isso é que estamos fazendo aqui, (a parceria) que permitiu essa construção. Em pouco tempo, conseguimos fazer um trabalho muito importante para nossa suinocultura”, lembrou.

O secretário do Mapa lembrou “toda a magnitude da suinocultura brasileira, que tem papel importantíssimo para abastecer nossa população, mas também para gerar divisas com as exportações”. Ele reforçou a importância de atender a demanda do setor privado e o trabalho em conjunto com as empresas. “Com essa ampliação, temos condição de atender a demanda do setor privado, pois a limitação física estava estrangulando (as empresas de genética). Temos que comemorar essa parceria reforçada agora com essa ampliação”, mencionou o secretário.

Mais velocidade no progresso genético

O diretor da Topigs Norsvin, André Costa, explica que mais animais importados, com maior frequência, vão acelerar o progresso genético no Brasil. “As empresas de genética têm seus planteis de alto potencial genético localizado em outros países, então é necessário realizar a importação frequente de material genético. Hoje temos a possibilidade de duplicar a importação de nossas granjas núcleo principais, que estão Estados Unidos, Noruega e Canadá. Isso representa não somente mais volume, mas a velocidade com que o melhoramento genético é aplicado”, pontua Costa.

O diretor de Negócios e Marketing da mesma empresa, Adauto Junior Canedo, amplia, exemplificando que esse avanço está em caraterísticas que o mercado quer. “A ampliação do Quarentenário de Cananeia vai possibilitar a importação de um maior número de animais por ano para continuar fazendo nosso melhoramento genético. Somos players de produção e exportação, mas precisamos nos manter competitivos em relação a ganho de peso, conversão alimentar, entre outras características. Aumentando o número de animais importados, você faz uma aceleração nesse melhoramento genético”.

EQC

De acordo com o Mapa, a EQC encontra-se edificada na Ilha de Cananeia, litoral sul do estado de São Paulo, distante 261 km da capital, com acesso 17 km após a cidade de Registro, no sentido São Paulo-Curitiba. A EQC foi construída em área isolada no sul da Ilha, distando aproximadamente 6 km da cidade de Cananéia. As edificações existentes somam uma área construída de cerca de 6,5 mil metros quadrados, dividida entre prédios administrativos, alojamentos, oficinas, estábulos, lavanderia, estação de tratamento de efluentes e outros.

“Além das quarentenas, a estação foi preparada para ser um importante centro brasileiro para a realização de cursos e treinamentos em defesa sanitária animal de interesse do próprio Mapa, de Secretarias de Estado da Agricultura, de universidades e outros.  Para isso, procedeu-se à construção de auditórios, alojamentos e demais instalações para a adequada recepção de participantes e instrutores.

Suínos

Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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