Conectado com
VOZ DO COOPERATIVISMO

Notícias

Importações de trigo do Brasil devem cair em 2023/24

Colheita de trigo avança no Brasil, mas qualidade e preços preocupam. Safra global deve ser menor que a esperada, devido a condições climáticas adversas em algumas regiões produtoras.

Publicado em

em

Foto: Jaelson Lucas

Com a colheita nacional avançando, as atenções do setor seguiram voltadas ao campo em setembro. No Rio Grande do Sul, agentes relataram que as chuvas prejudicaram a qualidade das lavouras e devem reduzir a produtividade em algumas regiões. Há preocupações também quanto à incidência de doenças, tendo em vista as elevadas temperaturas e umidade.

A colheita de trigo foi iniciada no Rio Grande do Sul, estado que, vale lembrar, colheu a maior parte da produção nacional em 2022. No Paraná, o segundo maior estado produtor do País, a colheita deve ser menor que o estimado inicialmente, devido à alta incidência de doenças nas lavouras do estado, o que, por sua vez, se deve às temperaturas mais elevadas no inverno.

Dados divulgados pela Conab em setembro apontam que a produção da nova safra de trigo no Brasil poderá ser novamente recorde, estimada em 10,81 milhões de toneladas, alta de 3,9% em comparação com o relatório de agosto e 2,5% (ou 263,1 mil toneladas) acima do recorde da temporada passada.

A área com trigo no Brasil aumentou 11,8% frente à da temporada anterior, para 3,45 milhões de hectares. Contudo, a produtividade está estimada em 3,13 toneladas/hectare, 8,3% inferior à registrada em 2022 (3,42 t/ha), segundo a Conab.

Quanto às importações, a Conab reduziu novamente o volume estimado, em 200 mil toneladas frente ao relatório anterior, com previsão atual de 5 milhões de toneladas entre agosto de 2023 e julho de 2024. A disponibilidade interna foi elevada e está prevista em 16,55 milhões de toneladas entre agosto de 2023 e julho de 2024, representando alta de 4,9% frente à safra anterior.

O consumo está projetado pela Conab em 12,64 milhões de toneladas, 2% maior que a estimativa da safra anterior (de agosto de 2022 a julho de 2023). Em relação aos negócios, levantamento do Cepea mostra que a demanda de moinhos por trigo seguiu desaquecida em setembro, já que a venda dos derivados também não mostrou reação.

Muitos agentes aguardam a entrada de um maior volume da safra nova para adquirir novos lotes. Diante disso, os preços continuaram em queda no último mês.

No Rio Grande do Sul, a média de setembro foi de R$ 1.150,70/tonelada, quedas de 10,3% frente à de agosto de 2023 e de expressivos 34,1% em relação à de setembro de 2022. Trata-se também da menor média mensal desde dezembro de 2019, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI).

Assim como em agosto, a média do Rio Grande do Sul de setembro ficou superior à do Paraná. As médias mensais do Paraná e de São Paulo são as menores desde outubro de 2017, em termos reais.

No Paraná, a média de setembro foi de R$ 1.065,73/t, baixa mensal de expressivos 15,6% e anual de 38,7%.

Em São Paulo, a média foi de R$ 1.108,92 em setembro, com retrações de 13,7% na comparação com agosto de 2023 e de relevantes 39% frente a setembro de 2022.

Em Santa Catarina, a média foi de R$ 1.228,37/t, diminuições de 10,9% no mês e de 33,5% em um ano, sendo a mais baixa desde maio de 2019, em termos reais.

Mercado externo

No mercado externo, a queda do primeiro vencimento na Bolsa de Chicago foi de 6,1%, em comparação a agosto de 2023, para a média de US$ 5,7569/bushel (US$ 211,53/t) para o Soft Red Winter na CBOT.

Na Bolsa de Kansas, o primeiro vencimento do trigo Hard Winter caiu 4,5% em setembro, com média de US$ 7,1840/bushel (US$ 263,97/t).

As baixas foram relacionadas às boas expectativas de exportação por parte da Rússia e ao avanço da colheita nos Estados Unidos.

Transações externas

De acordo com dados preliminares da Secex, nos 20 dias úteis de setembro, as importações somaram 409,46 mil toneladas, contra 373,07 mil toneladas em setembro de 2022.

O preço médio de importação em setembro/23 foi de US$ 278,9/t FOB origem, 36,1% abaixo do registrado no mesmo mês de 2022 (de US$ 436,2/t). Quanto às exportações, o Brasil não registrou escoamento externo, assim como em todo o mês de setembro do ano passado.

Safra global

A produção mundial está estimada em 787,34 milhões de toneladas, recuo de 0,8% frente aos dados divulgados em agosto, com quedas para Argentina, Austrália, Canadá e União Europeia.

Em comparação à safra anterior, o recuo foi de 0,4% na produção. Quanto ao consumo mundial, o USDA prevê em 795,85 milhões de toneladas em 2023/24, queda de apenas 0,03% em relação a 2022/23 e acima da produção global.

Com isso, os estoques finais podem somar 258,61 milhões de toneladas, baixa de 3,2% em relação à temporada anterior, sendo também os menores desde 2015/16.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo
Clique para comentar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

dez − oito =

Notícias

ABCS reforça práticas de bem-estar animal realizadas pelos produtores e agroindústrias

Prática foi ressaltada durante Audiência Pública na Câmara dos Deputados.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

A diretora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Charli Ludtke participou, na (30) de Audiência Pública na Câmara dos Deputados e solicitada pelos deputados Marcelo Queiroz (Progressistas/RJ) e Aureo Ribeiro (Solidariedade/RJ) com o objetivo de promover o bem-estar na suinocultura, uso prudente de antimicrobianos e de reforçar a transparência no atendimento dos requisitos de bem-estar animal (BEA). Na oportunidade, também foi apresentado a 4ª edição do relatório Observatório Suíno. O Relatório é uma iniciativa da ONG Alianima, que estruturou o Observatório Animal para o acompanhamento de políticas de boas práticas nas agroindústrias de suínos, dando transparência aos compromissos públicos assumidos pelas principais empresas do país.

Para a diretora técnica da ABCS, a Audiência é uma forma de unir os debates e informações dos diversos atores institucionais que atuam em prol do bem estar animal, como o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), ONGs e demais instituições que representam o segmento da suinocultura. “O bem estar animal e o uso prudente aos antimicrobianos são pautas fundamentais no segmento da suinocultura, e devem ser tratados integrando a saúde única, e visando cada vez mais promover um melhor grau de BEA nas criações e nos procedimentos relacionados ao abate dos animais”, disse Charli Ludtke. Ela também reforçou a necessidade de se trabalhar o conceito de bem estar junto a políticas de créditos. “É essencial ter incentivos subsidiados que possam auxiliar o produtor a investir nas adequações, já que o suinocultor tem aceitado e apoiado a adoção das boas práticas de produção”.

Na ocasião, a diretora explicou o trabalho desenvolvido pela a ABCS, que atua em sinergia com as normas estabelecidas pelo MAPA. “Capacitar e auxiliar os nossos produtores e agroindústrias a implementar as diretrizes estabelecidas pelo MAPA é fundamental. Principalmente para simplificar e obter maior adoção quanto a importância de se adequar às exigências do uso prudente dos antimicrobianos e o bem estar animal”. Charli ainda reforçou o conceito de Saúde Única e como a ABCS vem trabalhando o tema para auxiliar o produtor nessa evolução e adequação. “Assegurar o bem-estar é agregar valor à produção, e contribuir para uma suinocultura mais sustentável, priorizando apoio para a transição e buscando políticas de crédito, e tempo de adequação para as normas”, disse Charli.

Para o Consultor da Comissão Nacional de Aves e Suínos da CNA, Iuri Pinheiro Machado,a suinocultura é a única cadeia que que já tem uma norma sobre o tema (Instrução Normativa 113 de 2020), e por isso ela está a frente de outros setores. “A IN 113 mostra a evolução do setor produtivo de suínos, que absorveu bem o conceito de saúde única e da evolução no bem-estar animal apesar das dificuldades econômicas diante das últimas crises”.

Ainda participaram da Audiência: Valéria Stacchini Ferreira Homem – Coordenadora de Saúde Única e Boas Práticas (CSBP) do Ministério da Agricultura e Pecuária; Vanessa Negrini – Diretora do Departamento de Proteção, Defesa e Direitos Animais (DPDA) do Ministério do Meio Ambiente; Denizard André de Abreu Delfino – Coordenação-Geral de Vigilância de Zoonoses e Doenças de Transmissão Vetorial do Ministério da Saúde; Patrycia Sato – Presidente e Diretora Técnica da Organização de Proteção dos Animais– Alianima.

Fonte: Assessoria ABCS
Continue Lendo

Notícias

Confira como será o clima no Brasil em dezembro

Segundo o Inmet, o mês será marcado por volumes mais regulares na parte central do país, continuidade das chuvas na Região Sul e, na Região Nordeste e parte da Região Norte, volumes abaixo da média histórica.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Mapa

Em dezembro, a previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de chuvas próximas ou abaixo da climatologia do mês em áreas da Região Norte, como o oeste do Amazonas, leste do Pará e Tocantins e grande parte da Região Nordeste (tons em cinza, amarelo e laranja – figura 1a), com volumes previstos inferiores a 200 milímetros (mm). Já a parte leste da Região Nordeste, ainda estará em seu período seco e é normal que os acumulados de chuva não ultrapassem os 100 mm.

Em grande parte das Regiões Centro-Oeste e Sudeste, a previsão indica chuvas acima da média e chuvas mais regulares (tons em azul – figura 1a), com volumes que podem superar os 300 mm em áreas de Mato Grosso, Goiás, centro-sul de Minas Gerais, nordeste de São Paulo e sul do Rio de Janeiro. No norte dos estados de Goiás, Minas Gerais e Espírito Santo, as chuvas previstas poderão ser abaixo da média, com volumes inferiores a 200 mm.

Para a Região Sul, ainda são previstas chuvas acima da média nos estados do Paraná e Santa Catarina (tons em azul – figura 1a), onde são previstos volumes acima de 180 mm. Volumes inferiores, são previstos para o centro-sul do Rio Grande do Sul, onde as chuvas devem ser próximas ou ligeiramente abaixo da média.

O prognóstico climático do Inmet para o mês de dezembro de 2023 e seu possível impacto na safra 2023/24 para as diferentes regiões produtoras indica que em áreas do Matopiba (região que engloba os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), os baixos volumes de chuva previstos ainda manterão os níveis de água no solo baixos, exceto em áreas do sul de Tocantins e extremo sudoeste da Bahia, onde haverá uma ligeira recuperação da umidade no solo. Essa condição poderá impactar a evolução do plantio e desenvolvimento inicial dos cultivos de primeira safra que já estão em andamento.

Em grande parte do Brasil Central, o retorno gradual das chuvas está sendo importante para a recuperação do armazenamento de água no solo, especialmente em áreas do norte de Mato Grosso e sul de Goiás. No geral, a umidade no solo será favorável para a semeadura e o desenvolvimento dos cultivos de primeira safra, exceto em áreas do norte de Minas Gerais e do Espírito Santo, bem como no noroeste do Mato Grosso do Sul e sudoeste de Mato Grosso, onde os níveis de umidade poderão ser mais baixos.

Na Região Sul, os níveis de água no solo podem continuar elevados e beneficiar as fases iniciais dos cultivos de primeira safra. Contudo, em algumas áreas o excesso de chuvas poderá resultar em excedente hídrico e encharcamento do solo, impactando a colheita dos cultivos de inverno e impedir o avanço da semeadura dos cultivos de primeira safra.

Temperatura

A previsão também indica que as temperaturas que deverão ser acima da média em grande parte do País (tons em amarelo e laranja – figura 1b), principalmente no leste da Região Norte e grande parte da Região Nordeste, onde as temperaturas médias podem superar 28ºC. Ressalta-se que, a ocorrência de dias consecutivos com chuva sobre o oeste da Regiões Sul, poderá amenizar as temperaturas, chegando a valores inferiores a 24°C.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Balança comercial tem superávit recorde de US$ 8,776 bi em novembro

Safra recorde de soja e queda nas importações puxaram resultado.

Publicado em

em

Foto: Claudio Neves

Beneficiada pela queda nas importações de combustíveis e compostos químicos e pela safra recorde de soja, a balança comercial – diferença entre exportações e importações – fechou novembro com superávit de US$ 8,776 bilhões, divulgou nesta sexta-feira (1º) o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). O resultado é o melhor para meses de novembro e representa alta de 41,5% em relação ao mesmo mês do ano passado, pelo critério da média diária.

Com o resultado de novembro, a balança comercial acumula superávit de US$ 89,285 bilhões em 2023, maior resultado para o período desde o início da série histórica, em 1989. Desde agosto, o saldo positivo acumulado supera o superávit comercial recorde de US$ 61,525 bilhões de todo o ano passado.

Em relação ao resultado mensal, as exportações ficaram estáveis, enquanto as importações despencaram em novembro. No mês passado, o Brasil vendeu US$ 27,82 bilhões para o exterior, alta de 0,6% em relação ao mesmo mês de 2022 pelo critério da média diária. As compras do exterior somaram US$ 19,044 bilhões, recuo de 11,2% pelo mesmo critério.

Do lado das exportações, a safra recorde de grãos e a recuperação do preço do minério de ferro compensaram a queda internacional no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional). Do lado das importações, o recuo no preço do petróleo, de derivados e de compostos químicos foi o principal responsável pela retração.

Após baterem recorde no primeiro semestre do ano passado, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, as commodities recuaram nos últimos meses. Apesar da subida do petróleo e de outros produtos em novembro, os valores continuam inferiores aos do mesmo mês do ano passado.

No mês passado, o volume de mercadorias exportadas subiu 5,1%, enquanto os preços caíram 4% em média na comparação com o mesmo mês do ano passado. Nas importações, a quantidade comprada caiu 1,8%, e os preços médios recuaram 9%.

Setores

No setor agropecuário, a safra recorde de grãos pesou mais nas exportações. O volume de mercadorias embarcadas subiu 46,6% em novembro na comparação com o mesmo mês de 2022, enquanto o preço médio caiu 15,2%. Na indústria de transformação, a quantidade subiu 5%, com o preço médio recuando 2,2%. Na indústria extrativa, que engloba a exportação de minérios e de petróleo, a quantidade exportada caiu 6,5%, enquanto os preços médios caíram 0,7%.

Os produtos com maior destaque nas exportações agropecuárias foram soja (+76%); frutas e nozes não oleaginosas (+81,6%) e animais vivos, exceto pescados ou crustáceos (+12,2%). Em valores absolutos, o destaque positivo é a soja, cujas exportações subiram US$ 1,178 bilhão em relação a novembro do ano passado. A safra recorde fez o volume de embarques de soja aumentar 105,8%, mesmo com o preço médio caindo 14,5%.

Na indústria extrativa, as principais altas foram registradas em minérios de ferro e concentrados (+27,5%) e pedra, areia e cascalho (+37,7%). No caso do ferro, a quantidade exportada aumentou 5,6%, e o preço médio subiu 20,7%, puxados principalmente pelos estímulos para a economia chinesa.

Quanto aos óleos brutos de petróleo, também classificados dentro da indústria extrativa, as exportações caíram 7,4%. Os preços médios recuaram 8,2% em relação a novembro do ano passado, enquanto a quantidade embarcada aumentou apenas 0,9%.

Na indústria de transformação, as maiores altas ocorreram em açúcares e melaços (+36,8%), farelos de soja (+15,3%) e carne bovina (+11%). A crise econômica na Argentina, principal destino das manufaturas brasileiras, também interferiu no recuo das exportações dessa categoria.

Entre os importados, os produtos que tiveram os maiores recuos foram trigo e centeio não moídos (-30,3%); milho não moído, exceto milho doce (-40,1%) e látex e borracha natural (-60,6%), na agropecuária; óleos brutos de petróleo (-35,4%) e gás natural (-11,4%), na indústria extrativa; e compostos organoinorgânicos (-46,9%) e válvulas e tubos termiônicos (-25,4%), na indústria de transformação.

Quanto aos fertilizantes, cujas compras do exterior ainda são impactadas pela guerra entre Rússia e Ucrânia, as importações subiram 2,7% na comparação com novembro do ano passado. No entanto, o crescimento seria maior não fosse a diminuição de 37,7% nos preços. A quantidade importada subiu 64,7%.

Estimativa

Apesar da desvalorização das commodities, o governo prevê saldo positivo recorde de US$ 93 bilhões, contra projeção anterior de US$ 84,7 bilhões, feita em julho.

Segundo o MDIC, as exportações ficarão estáveis em 2023, subindo apenas 0,02% e encerrando o ano em US$ 334,2 bilhões. As estimativas são atualizadas a cada três meses. As importações recuarão 11,5% e fecharão o ano em US$ 241,1 bilhões.

As previsões estão um pouco mais otimistas que as do mercado financeiro. O boletim Focus, pesquisa com analistas de mercado divulgada toda semana pelo Banco Central, projeta superávit de US$ 83,05 bilhões neste ano.

Fonte: Agência Brasil
Continue Lendo
AJINOMOTO SEÇÃO SUÍNOS

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.