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Impactos da guerra e estiagem são temas de fórum da avicultura

O evento foi o 15º durante esses dois anos de pandemia, que exigiram que todos esses encontros ocorressem na modalidade virtual, conforme os protocolos sanitários estabelecidos pelos governos. Entre os tópicos abordados, estão as consequências da guerra entre Ucrânia e Rússia, países estratégicos para o setor, acumulado com os dois anos de pandemia e da estiagem atual no Estado.

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Fotos: Arquivo/OP Rural

Preocupados com os reflexos da economia diante de um cenário que acumula guerra, pandemia e estiagem no Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) promoveu ontem o XV Fórum Asgav & Sipargs: Análise e Perspectivas do Cenário Econômico Atual de Mercados – Impactos da Crise no Leste Europeu e Efeitos da Estiagem no RS”. O evento foi o 15º durante esses dois anos de pandemia, que exigiram que todos esses encontros ocorressem na modalidade virtual, conforme os protocolos sanitários estabelecidos pelos governos.

Entre os tópicos abordados, estão as consequências da guerra entre Ucrânia e Rússia, países estratégicos para o setor, acumulado com os dois anos de pandemia e da estiagem atual no Estado.

A atividade foi assistida por lideranças de entidades representativas, autoridades políticas e industriais. Os participantes acompanharam duas palestras, sendo uma conduzida pelo economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), André Nunes, que abordou o tema “Impactos na Indústria e Economia Regional e Nacional”, e a outra pelo economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, cujo assunto foi a “Situação do Agronegócio Gaúcho e Brasileiro frente ao atual cenário (crise Europa/estiagem) e perspectivas”.

A mediação foi do presidente da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), José Eduardo dos Santos, que abriu ressaltando que um setor pujante como a avicultura não poderia se abster nesse momento. “É de extrema importância e cada vez mais necessário ter reuniões para apurar informações que irão direcionar as tomadas de decisões dentro do setor, colaborando para evitar a propagação de desinformações”, afirmou.

Presidente do Conselho Diretivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, Nestor Freiberger

O presidente do Conselho Diretivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, Nestor Freiberger, ressaltou a complexidade da situação. “É um momento muito ruim e difícil e por isso precisamos de eventos como esses para que especialistas nos ajudem com projeções para o setor não ser ainda mais prejudicado”, comentou.

André Nunes destacou o cenário econômico atual de fevereiro de 2022, lembrando que o período indicava expectativa de crescimento em desaceleração, porém ainda elevado, economia impactada pelos preços das commodities internacionais e assinalou que a dificuldades da indústria em adquirir insumos começou em outubro de 2020 e, desde então, vem se agravando.

“A economia mundial está enfrentando o segundo choque negativo de oferta em menos de dois anos”, afirmou. Nunes ressaltou que a guerra, estiagem, pandemia causaram esse choque entre oferta e produção. “Se a demanda não se adequar, teremos aumento inflacionário”, adiantou.  O especialista disse que um dos mercados mais atingidos pela guerra entre Rússia e Ucrânia foi o petróleo e derivados, consequência que deve impactar setores de produção de embalagens e de logística, entre outros.

Estiagem

Antônio da Luz focou a sua apresentação na estiagem no Estado gaúcho e na falta de milho, explicando que a seca traz um gargalo para as questões locais. “Não temos um problema de milho agora, mas temos no Rio Grande do Sul, agravado pela estiagem”, enfatizou. Ele volta a 2020, ano de perdas que levou ao baixo estoque, seguido pelo plantio comprometido pela falta de chuvas em 2021, o que ocasionou uma safra de milho negativa, embora tenha sido positiva para outras culturas. “Nós viemos de um biênio ruim até chegar em 2022 com perdas ainda maiores”, ressaltou.

Para ter uma dimensão mais clara das perdas provocadas nesse período, destacando que a Farsul considera o número em 14,5 milhões de toneladas de grãos, Da Luz faz uma analogia. “Se pegarmos carretas grandes com capacidade de 57 toneladas, precisaríamos de mais de 253 mil para transportar todos os grãos que perdemos”, exemplifica para elucidar o volume de perdas.

Como forma de melhorar esse cenário, o economista-chefe da Farsul propõe contratos mais claros, entre produtores e indústrias no Sul. “Ou nos organizamos como setor e compramos internamente o milho produzido aqui ou ele vai todo para o mercado internacional”, comentou, lembrando que a China em 2014 importava três milhões de toneladas de milho e hoje deverá comprar 26 milhões.

O presidente do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Sérgio Turra, mencionou o projeto Duas Safras, que foca na utilização de culturas de inverno para compor ração animal como alternativa à falta de milho, dizendo que no ano passado começou a sua implementação em alguns locais e que deu muito certo. “Crescemos 61% na produção de inverno”, salientou.

Turra reforçou que o conflito entre Rússia e Ucrânia, grandes exportadores de trigo, deverão ter problemas para manter essa posição. “Temos que ocupar essa oportunidade”, alertou. O dirigente ainda acrescentou que nunca se deixou de fazer a campanha para o milho como cereal estratégico e antecipou que já houve aumento de área com o cereal irrigado nas terras baixas, como é possível observar nos municípios de Osório e Santo Antônio da Patrulha.

Setor suinícola

O presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do RS (Sips), José Roberto Goulart, compartilhou que para a suinocultura, que tem ciclo longo e não tem solução de curto prazo, “enfrentar um abismo entre o preço de custo e de venda, no patamar atual, tanto no mercado interno como externo, não tem solução rápida”.

Santos finalizou dizendo que é preciso estar atento e buscar informações com especialistas da área para ajudar no enfrentamento dessas questões. “A partir do que ouvimos, vamos nos reunir e ver como aplicar de forma positiva, criando mecanismos que permitam mais proteção para produtor e indústria dentro dessa complexidade em que se vive”, pontuou.

Fonte: Assessoria

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Sucessão familiar no agro: como atrair os jovens para o campo?

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A sucessão familiar no agronegócio tem se tornado um dos grandes desafios para o setor rural, especialmente em um contexto em que os jovens estão cada vez mais imersos em tecnologia e afastados das práticas tradicionais da agricultura. Esse distanciamento ameaça a continuidade das atividades no campo, principalmente em regiões onde o trabalho artesanal, como a delicada colheita de grãos de café, ainda desempenha um papel fundamental para a economia local e a preservação da cultura agrícola.

O grande desafio está em demonstrar que o trabalho rural pode ser sinônimo de oportunidades, crescimento pessoal e profissional, desde que haja um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos métodos tradicionais.

Para garantir a continuidade das propriedades rurais e a manutenção da produção, é essencial adotar estratégias que tornem o campo mais atraente para as novas gerações. Investir em tecnologia e inovação é um dos principais caminhos, pois permite modernizar as atividades agrícolas, tornando-as mais eficientes e rentáveis. Além disso, a introdução de práticas sustentáveis e a adoção de modelos de gestão mais profissionalizados podem despertar o interesse dos jovens que buscam alinhamento com causas ambientais e sociais.

Outro fator crucial é a educação e capacitação voltadas para o agronegócio. Oferecer programas de treinamento e especialização em áreas como agroecologia, gestão rural e empreendedorismo pode preparar melhor os jovens para assumir a liderança das propriedades familiares. Incentivos governamentais, como acesso a crédito e políticas de apoio à agricultura familiar, também são fundamentais para facilitar essa transição. Criar um ambiente onde os jovens se sintam valorizados e capazes de inovar é essencial para garantir a sucessão familiar e a sustentabilidade do setor agrícola a longo prazo.

É fundamental que os jovens vejam o campo como um espaço onde tradição e inovação se complementam e coexistem de forma harmoniosa. Integrar tecnologias modernas às práticas agrícolas tradicionais pode não apenas preservar o legado familiar, mas também abrir novas oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável no setor rural.

Fonte: Por Bruno Sampaio, gestor do Bmg Agro e do Guima Café
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Notícias

A importância da pesquisa agropecuária

A pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

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Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC), Vanir Zanatta - Foto: Divulgação/MB Comunicação

O acelerado desenvolvimento do setor primário da economia, nas últimas décadas, resultou dos avanços da pesquisa científica na esfera da Embrapa, das Universidades, dos centos de pesquisa privados e dos grandes grupos da indústria da alimentação. De um lado, a pesquisa para gerar conhecimento que fundamenta as novas tecnologias; de outro, a aquisição dessas tecnologias para aplicação na produção.

Apesar disso, ainda é necessário fomentar a pesquisa agropecuária brasileira para turbinar os níveis de investimento público em patamares equivalentes aos dos principais concorrentes do Brasil no mercado mundial. O caminho natural é a Embrapa, capitaneando uma cadeia de pesquisa, que envolve as Universidades e outros centros de pesquisa. A ideia é fortalecer as ferramentas de gestão de órgãos públicos e estimular as parcerias público-privadas, inclusive com cooperativas agropecuárias, com o fomento de estudos que efetivamente contribuam para o maior desenvolvimento, sustentabilidade e competitividade do setor agropecuário. Essa integração pode facilitar a captação de investimentos na geração de inovações de alto impacto para o enfrentamento dos desafios do agro brasileiro.

Em Santa Catarina, por exemplo, que se destaca no incremento da produção de leite, esse reforço na pesquisa poderia começar com a instalação de um núcleo de pesquisas voltadas ao gado leiteiro, com ênfase para forrageiras. Nas pequenas unidades de produção a atividade proporciona importante fonte de renda para as famílias rurais. A atividade exibe notável desenvolvimento técnico da produção, especialmente da genética e sanidade.

Quinto produtor nacional, o setor tem sofrido uma intensa concentração da produção. Para a pecuária leiteira tornar-se mais competitiva, há a necessidade da pesquisa de forrageiras para identificar variedades mais adaptadas à região. A melhoria da qualidade da alimentação do rebanho proporcionará um salto notável na elevação da produção e da renda dos produtores.

A proposta consiste na instalação de uma unidade da Embrapa no Estado de Santa Catarina para a pesquisa de forrageiras e outras tecnologias voltadas à produção de leite e, também, gado de corte. Os pastos hoje utilizados, via de regra, são de espécies provenientes de regiões distantes e de baixa adaptação ao microclima, resultando em limitado desenvolvimento e baixa eficiência nutricional.

A empresa mantém em Concórdia a Embrapa Suínos e Aves, com pesquisas em suínos e aves e tecnologias correlatas, especialmente de proteção ao meio ambiente. O novo núcleo de pesquisa poderia ser criado junto a Embrapa de Concórdia (SC). O foco seria a produção e manejo de forragem, o que geraria conhecimentos para a melhoria da alimentação animal, além da possibilidade de agregar valor ao leite pelo sistema de produção a pasto.

Atualmente, a Embrapa desenvolve pesquisas voltadas à pecuária de leite em três unidades: a de gado de leite, voltada às soluções para o desenvolvimento sustentável do agronegócio do leite em Juiz de Fora (MG); a unidade  Pecuária Sudeste, com ênfase na eficiência e sustentabilidade da produção em São Carlos (SP) e a unidade Pecuária Sul que desenvolve pesquisas em bovinocultura de corte e leite, ovinocultura e forrageiras nos campos sulbrasileiros, compreendidos pelos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, em Bagé (RS).

As cooperativas agropecuárias são atores estratégicos no apoio aos programas de  pesquisa científica, como testemunham inúmeras ações em passado recente.

Fonte: Por Vanir Zanatta, Presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC)
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Notícias Atenção produtor rural

Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc

Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.

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Foto: José Fernando Ogura

O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.

A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.

A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).

O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).

No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.

A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.

O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.

Fonte: Assessoria Faesc
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ABMRA 2024

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