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Impacto dos aditivos neurosensoriais sobre o comportamento e “better-being” dos animais de produção

Agindo em certas áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, elas podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o comportamento

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Arquivo/OP Rural

Artigo escrito por Jean-François Gabarrou, PhD e gerente Científico Animal Care, Phodé, França

Os diferentes sentidos, visão, tato, olfato, paladar e audição, permitem que os seres vivos compreendam seu entorno e se adaptem a ele. O olfato e paladar exercem uma ação sinérgica e se ativam através de estímulos químicos induzidos pelas moléculas sensoriais. Mesmo em doses muito pequenas, é suficiente para que sejam sentidas e absorvidas pelo cérebro. Agindo em certas áreas do cérebro responsáveis pelas emoções, elas podem ter uma influência positiva ou negativa sobre o comportamento.

Existem várias provas sobre o mecanismo de ação dos aditivos neurosensoriais no cérebro e a modulação do comportamento dos animais. Estes estudos científicos são realizados em colaboração com o INRA, Instituto Nacional francês de Pesquisa Agronômica.

Os receptores orofaríngeos captam as moléculas sensoriais, que atuam no hipotálamo, liberando hormônios e neurotransmissores que estimulam o sistema nervoso central, provocando um efeito positivo sobre o comportamento e consumo de alimentos. Um estímulo olfativo contribui para produzir uma imagem positiva ou negativa em função da experiência vivenciada por cada um dos odores presentes em um determinado momento. Portanto, um odor provocará uma reação no cérebro na medida em que se vincula com esta experiência vivenciada. Esta imagem é armazenada na memória do indivíduo, que registra a mensagem atribuída.

A mensagem que se recebe através de um odor pode ser considerada como um perigo ou como um sentimento tranquilizador, como o odor da mãe para os animais jovens.

Modulando o comportamento e rendimento

Frequentemente na nutrição animal, as matérias-primas são selecionadas levando em conta antes de tudo seu preço, em vez das suas características funcionais. É o mercado das matérias-primas que impõe as variações de odor e sabor dos alimentos. No entanto, um animal que descobre um odor ou sabor novo precisa de um tempo de adaptação.

Variando as matérias-primas que compõem o alimento, corre-se o risco de que o animal reduza seu consumo, resultando uma atitude de “desconfiança” diante de um sabor novo (neofobia). Escolher moléculas com odores e sabores específicos e adaptados conforme a idade e a espécie, permite oferecer ao animal um alimento com uma palatabilidade melhor. Homogeneizar o sabor do alimento que se disponibiliza ao animal, assegura o consumo mesmo com modificação das matérias-primas incorporadas. Por exemplo, os suínos são atraídos pelos sabores de caramelo ou de trufa, mas não gostam do sabor de coco, que provocam diminuições do consumo. Cada espécie tem uma sensibilidade diferente aos odores, depende em parte do tamanho do epitélio olfativo e do número dos receptores gustativos (por ex. 200 em um pato e 25.000 em uma vaca).

Percepção de estresse

Outras moléculas olfativas contidas em certos extratos vegetais regulam a percepção do estresse que pelo animal, exercendo uma ação direta no seu cérebro. Ao modular certos neurotransmissores específicos (dopamina, serotonina), estas moléculas regulam a mensagem de estresse e diminuem suas consequências negativas. Assim, modera-se a resposta fisiológica diante dos fatores de estresse presente na produção intensiva tais como: manejo dos animais, as condições de produção (problemas de ventilação, variações de temperatura, etc., estresse social (densidade, hierarquia…), o estresse fisiológico (parto, fase de incubação…).

Todos estes fatores afetam o “Better-Being” e o desempenho dos animais. A energia que o animal mobiliza para responder ao estresse ambiental representa uma perda de energia que seria usada na produção. Um animal submetido a um estresse contínuo debilita-se e se torna mais sensível a qualquer patógenos. Em relação aos animais jovens, o uso de moléculas olfativas favorece a iniciação à alimentação sólida e a transição alimentar pós-desmame.

A importância de uma alimentação rápida do leitão e do pintinho na chegada no início de produção é crucial para evitar problemas sanitários e obter resultados zootécnicos satisfatórios. Neste contexto, o uso de misturas com moléculas olfativas com propriedades funcionais melhora a motivação do animal para comer. A ativação de certas áreas do cérebro relacionadas com o apetite provoca um grande estímulo hormonal que estimula o consumo voluntário durante os períodos críticos da vida do animal.

Disponibilizando-lhe um sabor conhecido e tranquilizador em um período de mudanças intensas, proporcionamos com que o animal supere mais facilmente esta fase. Neste caso, o aumento do desempenho é unicamente uma consequência do “Better-Being” do animal.

Caso prático em aves

As moléculas neurosensoriais são moléculas olfativas que têm impactos positivos no cérebro do animal. Estas moléculas são criadas em função da espécie, idade e da problemática a ser solucionada (estresse, matéria-prima, dificuldades de consumo). Para os pintinhos, foram criadas para favorecer a ingestão de alimento por meio da estimulação das áreas do cérebro relacionadas com o apetite, através do olfato e do paladar.

Com pesquisas avançadas, selecionamos estas moléculas e conseguimos que a mistura de extratos vegetais possa se adaptar ao processo de fabricação de alimento e à cada espécie. Realizou-se uma pesquisa de doutorado na Universidade de Salahaddin-Erbil, com 720 pintinhos de um dia sem sexar. Os animais tinham acesso ad libitum ao alimento. Realizou-se uma comparação do consumo e do peso dos animais entre um grupo de controle e um tratamento com moléculas neurosensoriais para pintinhos (500 g/t).

No grupo tratamento, além do maior consumo (Fig. 3), observamos um aumento significativo no  peso dos pintinhos (P<0,05) aos 11 dias de idade.

Em leitões

A desmama é um período crítico para os animais jovens que têm um sistema digestivo imaturo, sofrendo um forte estresse alimentar durante a passagem da alimentação líquida à sólida, além do estresse causado pela separação da mãe. As moléculas neurosensoriais demonstraram seu efeito positivo nos resultados zootécnicos.

No Japão, foi feito uma validação comercial em animais de 21 e 42 dias de idade. Como resultado, o ganho de peso diário (GPD) e o consumo de alimento aumentou significativamente (Fig. 4, P<0,05).

Através do olfato e do paladar podemos estimular algumas áreas do cérebro que controlam as emoções. Algumas moléculas neurosensoriais específicas permitem alterar o comportamento alimentar de um animal, favorecendo sua adaptação que resultará na otimização do seu desempenho, independente de manejo, densidade e variações de temperatura.

Outras notícias você encontra na edição de Nutrição e Saúde Animal de 2019.

Fonte: O Presente Rural

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Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

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O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

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Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

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Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

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A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
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Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

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O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
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