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Impacto do estresse térmico na produção de suínos

Os suínos são animais homeotérmicos, pois mantêm sua temperatura interna constante e trocam calor com o ambiente

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Artigo escrito por Ketlen Cilmara Federizzi, médica meterinária e mestre em Ciência Animal e assistente técnica Comercial de Suínos da Tectron

Na suinocultura, além dos padrões da genética, nutrição, sanidade e de manejo hoje estabelecidos, uma atenção especial deve ser dada em relação à ambiência e ao bem-estar dos suínos dentro do plantel. Sabe-se que fatores climáticos como temperatura, umidade do ar, radiação solar, ventilação, entre outros, podem influenciar diretamente o sistema. Por ser um país tropical, o ambiente térmico brasileiro é determinante sobre o sistema produtivo e, muitas vezes, constitui-se no responsável pelo desenvolvimento dos animais abaixo do esperado.

Os suínos são animais homeotérmicos, pois mantêm sua temperatura interna constante e trocam calor com o ambiente. Entretanto, este processo só se mostra eficiente quando a temperatura ambiente está dentro dos limites da termoneutralidade. Esta é representada por uma faixa de temperatura em que os processos termorregulatórios são mínimos, com utilização total de energia líquida para deposição de tecidos. Quando submetidos a um estresse térmico, os suínos tendem a perder a eficiência de utilização da energia disponível à medida que acionam mecanismos de termorregulação para redução do impacto do ambiente quente sobre seu organismo. Para fêmea lactante a zona de conforto térmico corresponde entre 16°C e 22°C e para suínos em crescimento de 16°C a 24°C.

As respostas às condições ambientais podem depender do peso do animal, pois este é altamente correlacionado à porcentagem de gordura corporal e, consequentemente, à taxa de perda de calor para o ambiente. Sendo assim, os suínos pesados são mais sensíveis ao estresse por calor.

O suíno não conta com a sudorese como mecanismo de proteção às altas temperaturas utilizando-se, exclusivamente, da ofegação e de mudanças comportamentais. Além disso, o elevado metabolismo do suíno associado a altas temperaturas dificulta a dissipação do calor. Em temperaturas elevadas, os suínos utilizam mecanismos compensatórios, alterando as exigências nutricionais, o que afeta os resultados zootécnicos.

Alguns estudos submetem animais a ambientes de conforto e estresse térmico, calculando a diminuição de consumo de ração e de ganho de peso, e aumento de conversão alimentar sob efeito do estresse térmico.

Defesas

A redução no consumo de alimento observada em suínos submetidos a temperaturas ambientais elevadas, provavelmente, seja um mecanismo de defesa do organismo para redução da produção de calor resultante dos processos digestivos e metabólicos. Tem-se constatado que as altas temperaturas são associadas à redução do desempenho devido à diminuição do consumo de alimento e ao custo energético associado à dissipação do calor. Os suínos que apresentam elevadas taxas de deposição de proteína corporal são os mais prejudicados pelas altas temperaturas ambientais, ou seja, quanto maior potencial de desempenho, mais sensíveis são os animais às oscilações térmicas do ambiente.

A ocorrência de estresse térmico durante a lactação pode afetar negativamente a ingestão de alimento. Esse fato pode levar a mobilização de gordura corporal, aumentando a perda de peso, reduzindo a produção de leite, aumentando a taxa respiratória, a temperatura retal e comprometendo o desenvolvimento da leitegada. A redução no consumo de ração pelas matrizes em lactação é da ordem de 0,1 kg/dia para cada grau Célsius de acréscimo da temperatura ambiente em relação à zona de conforto térmico.

Em ambiente de conforto térmico, o consumo alimentar voluntário pode ser influenciado por fatores relacionados à matriz (estado corporal ao parto, tamanho da leitegada, ordem de parição e genótipo) relacionados ao meio ambiente (qualidade do ar, manejo, dias de lactação e incidência de doenças) e dietéticos (digestibilidade, densidade energética, balanço de proteína e/ou aminoácidos, consumo de água e frequência alimentar) que, de maneira interativa, determinam a quantidade de alimento consumido no período.

Em fêmeas suínas modernas, as necessidades de nutrientes para a máxima produção de leite raramente são atendidas pela ingestão voluntária de ração, mesmo em condições de conforto térmico. O déficit nutricional pode ser parcialmente compensado pela mobilização de reservas corporais. Sob estresse de calor, a redução no consumo médio diário, aumenta a intensidade da depleção de tecido corporal da matriz.

As alterações comportamentais das fêmeas suínas lactantes, em ambiente de calor, podem ser observadas pela menor frequência e maior intervalo das amamentações diárias, o que reflete na produção de leite.

A orientação é de utilização de termômetros para conhecer as oscilações de temperatura interna das instalações, manejar corretamente as cortinas para manter a temperatura próximo da zona de conforto, evitando as oscilações térmicas acentuadas e permitindo boa ventilação. Para galpões climatizados cuidados especiais devem ser tomados na execução do projeto, e no manejo adequado dos equipamentos. Além dos cuidados relativos à ambiência, adequações nutricionais, principalmente relacionadas à concentração de energia (suplementação de concentrados com alta energia líquida) e aminoácidos podem ser feitas. Atualmente ferramentas tecnológicas, como óleos essenciais e os manipuladores do bem-estar orgânico já estão disponíveis e, podem ser adicionados às rações de suínos submetidos ao estresse, seja ele de qualquer ordem ou origem.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de outubro/novembro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Poder de compra do suinocultor cai e relação de troca com farelo atinge pior nível do semestre

Após pico histórico em setembro, alta nos preços do farelo de soja reduz competitividade e encarece a alimentação dos plantéis em novembro.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A relação de troca de suíno vivo por farelo de soja atingiu em setembro o momento mais favorável ao suinocultor paulista em 20 anos.

No entanto, desde outubro, o derivado de soja passou a registrar pequenos aumentos nos preços, contexto que tem desfavorecido o poder de compra do suinocultor.

Assim, neste mês de novembro, a relação de troca de animal vivo por farelo já é a pior deste segundo semestre.

Cálculos do Cepea mostram que, com a venda de um quilo de suíno vivo na região de Campinas, o produtor pode adquirir, nesta parcial de novembro (até o dia 18), R$ 5,13 quilos de farelo, contra R$ 5,37 quilos em outubro e R$ 5,57 quilos em setembro.

Trata-se do menor poder de compra desde junho deste ano, quando era possível adquirir R$ 5,02 quilos.

Fonte: Assessoria Cepea
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Aurora Coop lança primeiro Relatório de Sustentabilidade e consolida compromisso com o futuro

Documento reúne práticas ambientais, sociais e de governança, reforçando o compromisso da Aurora Coop com transparência, inovação e desenvolvimento sustentável.

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Fotos: Aurora Coop

A Aurora Coop acaba de publicar o seu primeiro Relatório de Sustentabilidade, referente ao exercício de 2024, documento que inaugura uma nova etapa na trajetória da cooperativa. O lançamento reafirma o compromisso da instituição em integrar a sustentabilidade à estratégia corporativa e aos processos de gestão de um dos maiores conglomerados agroindustriais do país.

Segundo o presidente Neivor Canton, o relatório é fruto de um trabalho que alia governança, responsabilidade social e visão de futuro. “A sustentabilidade, para nós, não é apenas um conceito, mas uma prática incorporada em todas as nossas cadeias produtivas. Este relatório demonstra a maturidade da Aurora Coop e nossa disposição em ampliar a transparência com a sociedade”, destacou.

Em 2024, a Aurora Coop registrou receita operacional bruta de R$ 24,9 bilhões, crescimento de 14,2% em relação ao ano anterior. Presente em mais de 80 países distribuídos em 13 regiões comerciais, incluindo África, América do Norte, Ásia e Europa, a cooperativa consolidou a posição de destaque internacional ao responder por 21,6% das exportações brasileiras de carne suína e 8,4% das exportações de carne de frango.

Vice-presidente da Aurora Coop Marcos Antonio Zordan e o presidente Neivor Canton

De acordo com o vice-presidente de agronegócios, Marcos Antonio Zordan, os números atestam a força do cooperativismo e a capacidade de geração de riqueza regional. “O modelo cooperativista mostra sua eficiência ao unir produção, competitividade e compromisso social. Esses resultados são compartilhados entre os cooperados e as comunidades, e reforçam a relevância do setor no desenvolvimento do país”, afirmou.

A jornada de sustentabilidade da Aurora Coop foi desenhada em consonância com padrões internacionais e com base na escuta ativa dos públicos estratégicos. Entre os temas prioritários figuram: uso racional da água, gestão de efluentes, transição energética, práticas empregatícias, saúde e bem-estar animal, segurança do consumidor e desenvolvimento local. “O documento reflete uma organização que reconhece a responsabilidade de atuar em cadeias longas e complexas, como a avicultura, a suinocultura e a produção de lácteos”, sublinha Canton.

Impacto social e ambiental

Em 2024, a cooperativa gerou 2.510 novos empregos, alcançando o marco de 46,8 mil colaboradores, dos quais 31% em cargos de liderança são ocupados por mulheres. Foram distribuídos R$ 3,3 bilhões em salários e benefícios, além de R$ 580 milhões em investimentos sociais e de infraestrutura, com destaque para a ampliação de unidades industriais e melhorias estruturais que fortaleceram as economias locais.

A Fundação Aury Luiz Bodanese (FALB), braço social da Aurora Coop, realizou mais de 930 ações em oito estados, beneficiando diretamente mais de 54 mil pessoas. Em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul, a instituição doou 100 toneladas de alimentos, antecipou o 13º salário dos colaboradores da região, disponibilizou logística para doações, distribuiu EPIs a voluntários e destinou recursos à aquisição de medicamentos.

O relatório evidencia práticas voltadas ao uso eficiente de recursos naturais e à gestão de resíduos com foco na circularidade. Em 2024, a cooperativa intensificou a autogeração de energia a partir de fontes renováveis e devolveu ao meio ambiente mais de 90% da água utilizada, devidamente tratada.

Outras iniciativas incluem reflorestamento próprio, rotas logísticas otimizadas e embalagens sustentáveis: 79% dos materiais vieram de fontes renováveis, 60% do papelão utilizado eram reciclados e 86% dos resíduos foram reaproveitados, especialmente por meio de compostagem, biodigestão e reciclagem. Em parceria com o Instituto Recicleiros, a Aurora Coop atuou na Logística Reversa de Embalagens em nível nacional. “O cuidado ambiental é parte de nossa responsabilidade como produtores de alimentos e como cidadãos cooperativistas”, enfatiza Zordan.

O bem-estar animal e a segurança do consumidor estão no cerne da atuação da cooperativa. Práticas rigorosas asseguram o respeito aos animais e a inocuidade dos alimentos, garantindo a confiança dos mercados internos e externos.

Futuro sustentável

Para Neivor Canton, a publicação do primeiro relatório é um marco institucional que projeta a Aurora Coop para novos patamares de governança. “Este documento não é um ponto de chegada, mas de partida. Ao comunicar com transparência nossas ações e resultados, reforçamos nossa identidade cooperativista e reiteramos o compromisso de gerar prosperidade compartilhada e preservar os recursos para as futuras gerações.”

Já Marcos Antonio Zordan ressalta que a iniciativa insere a Aurora Coop no rol das empresas globais que aliam competitividade e responsabilidade. “A sustentabilidade é o caminho para garantir longevidade empresarial, fortalecer o vínculo com a sociedade e assegurar alimentos produzidos de forma ética e responsável.”

O Relatório de Sustentabilidade 2024 da Aurora Coop confirma o papel de liderança da cooperativa como referência nacional e internacional na integração entre desempenho econômico, responsabilidade social e cuidado ambiental. Trata-se de uma publicação que fortalece a identidade cooperativista e projeta a instituição como protagonista na construção de um futuro sustentável.

Com distribuição nacional nas principais regiões produtoras do agro brasileiro, O Presente Rural – Suinocultura também está disponível em formato digital. O conteúdo completo pode ser acessado gratuitamente em PDF, na aba Edições Impressas do site.

Fonte: O Presente Rural
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Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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