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Impacto da Influenza Aviária pelo mundo servem de exemplo

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O Brasil alcançou o patamar de maior exportador de aves do mundo devido a vários fatores, mas um deles é, sem dúvida nenhuma, o principal. O país tem elevado status sanitário e está livre de doenças importantes na produção industrial, conseguindo assim exportar para cerca de 155 países. Contudo, as ameaças de patologias, que ocorrem no mundo inteiro, também ameaçam o Brasil, que tem trabalhado com a prevenção. Hoje, um grande problema é a Influenza Aviária (IA), que tem assolado produções inteiras. O assunto foi tema de palestra do diretor de produção e técnico científico da Associação Brasileira de Proteína Animal, Ariel Mendes, durante a V Conferência Nacional de Defesa Agropecuária. “Nosso diferencial é a sanidade e chegamos a condição de maior exportador a partir de crises causadas pela IA na Ásia e na Tailândia. Assim, a defesa sanitária tornou-se um foco para o país”, pontua. Para o Brasil, a IA é uma doença exótica.

Mendes cita que o vírus da influenza tipo A pode atingir humanos, suínos, equinos e aves, sendo que conta com até 16 subtipos H e até nove subtipos N. As possibilidades de combinações são 144 e 103 delas já foram bem estudadas. No contexto, a preocupação com as aves silvestres como transmissoras da doença é porque são  susceptíveis a todos os subtipos e há envolvimento de aves migratórias na maioria dos casos de surtos. Informou, ainda, que os mais patogênicos são o H5 e H7. Em aves, os subtipos mais comuns de baixa patogenicidade são o H4, H6 e H9. A alta taxa de mutação é uma grande preocupação de saúde pública e também pelo risco de pandemia.

História

Do primeiro caso de IA diagnosticado, por volta de 1800, até o registro da primeira contaminação em humanos, foi um bom tempo – 1997, em Hong Kong. Depois, a partir de 2002 a 2003 iniciou um processo de difusão do vírus na Europa e Ásia. Mais recentemente, foram enfrentados casos sérios em perus na Alemanha, frangos na Holanda e patos no Reino Unido, além dos relatos da China. Os surtos têm aumentado de número sistematicamente. As aves mais vulneráveis são as de ciclo longo, como perus e reprodutoras, mas os frangos de corte não têm escapado ilesos.

Uma preocupação que o Brasil tem, mesmo sem ter casos de IA, é devido a sua relação comercial vinculadas à avicultura com regiões onde houve casos de doenças. São técnicos, geneticistas, pesquisadores, equipamentos e produtos que constantemente são importados para atender demanda da cadeia avícola nacional. “Por isso há uma cobrança grande de restringir visitas às propriedades e evitar o contato, principalmente com pessoas que estiveram em regiões com a presença da doença”, ressalta. Por outro lado, Ariel Mendes elogia o processo de integração na avicultura brasileira, o que colabora para evitar contaminações, mas também demonstra a preocupação com os sistemas de subsistência ou praticados em baixa escala, que podem não ter uma biosseguridade tão criteriosa.

Vigilância

Mendes defende a rigorosa vigilância do Brasil, para assegurar a manutenção da sanidade. Ele lembra que países tão criteriosos quanto, caso da Austrália, também enfrentaram problemas. “Não dá para baixar a guarda”, diz, mencionando a importância de um diagnóstico precoce e uma equipe de contenção treinada. O diretor da ABPA menciona que as missões internacionais, em visitas ao Brasil, além de conhecerem o sistema de biosseguridade, também são preocupadas no quanto o país está preparado para contenção.

A primeira medida, menciona Ariel Mendes, é o despovoamento, para erradicar a disseminação do vírus. A recuperação é definida por limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).

Países dão exemplo de contenção e superação

Apesar de haver uma divulgação intensa dos surtos, não há um foco tão grande assim nas situações de superação e erradicação a IA. “Demanda investimento de pessoas e recursos”, acrescenta. Um bom exemplo citado é o da Holanda, até então grande exportador de ovos, que teve surtos de H7N7 no primeiro semestre de 2003. Foram 241 granjas infectadas, abrangendo seis milhões de aves, mas tiveram que ser despovoadas 1.255 granjas, atingindo um plantel de 30 milhões de aves sacrificadas. De cada dez das primeiras granjas infectadas, três eram “free range” (ao ar livre e familiar), sendo 168 granjas de poedeiras, 18 de perus, 34 de reprodutoras, 2 de frango de corte, 2 de patos e 13 de hobby e uma para fim adverso. No processo de contenção, informa Ariel Mendes, 17.421 locais, aves de estimação também precisaram ser sacrificadas, num total de 170 mil aves. Para erradicar a doença, o país contou com o apoio da União Europeia e foram necessários em torno de um bilhão de Euros.

Matéria completa na edição impressa do O Presente Rural de AVES ou no link: http://www.flip3d.com.br/web/pub/opresenterural/?numero=38

Fonte: O Presente Rural

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Brasil abre mercado em Moçambique para exportação de material genético avícola

Acordo sanitário autoriza envio de ovos férteis e pintos de um dia, fortalece a presença do agronegócio brasileiro na África e amplia para 521 as oportunidades comerciais desde 2023.

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O governo brasileiro concluiu negociação sanitária com Moçambique, que resultou na autorização de exportações brasileiras de material genético avícola (ovos férteis e pintos de um dia) àquele país.

Além de contribuir para a melhoria de qualidade do plantel moçambicano, esta abertura de mercado promove a diversificação das parcerias do Brasil e a expansão do agronegócio brasileiro na África, ao oferecer oportunidades futuras para os produtores nacionais, em vista do grande potencial do continente africano em termos de crescimento econômico e demográfico.

Com cerca de 33 milhões de habitantes, Moçambique importou mais de US$ 24 milhões em produtos agropecuários do Brasil entre janeiro e novembro de 2025, com destaque para proteína animal.

Com este anúncio, o agronegócio brasileiro alcança 521 novas oportunidades de comércio, em 81 destinos, desde o início de 2023.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Assessoria Mapa
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Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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