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Imagens de satélite permitem prever produtividade da soja com 71% de precisão

Modelo desenvolvido pela Embrapa, também testado em outras culturas, mostrou correlação alta entre os dados preditos e observados e foi usado na validação de bioinsumo contra seca.

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Fotos: Geraldo Magela

Um modelo desenvolvido pela Embrapa mostrou ser capaz de prever a produtividade da soja com 71% de precisão, utilizando imagens de satélite de alta resolução. A tecnologia, que combina sensoriamento remoto com cálculos estatísticos e aprendizagem de máquina, tem potencial para auxiliar produtores e a indústria no planejamento estratégico de colheita, logística e comercialização.

A pesquisa faz uso de imagens diárias da constelação PlanetScope, disponibilizadas pelo Programa Brasil MAIS, do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Essas imagens permitem acompanhar, em tempo quase real, o desenvolvimento das lavouras. No caso da soja, os pesquisadores aplicaram o índice de vegetação realçado (EVI2), capaz de capturar diferenças relacionadas à biomassa e à estrutura da planta.

Os resultados foram promissores: a correlação entre a produtividade predita e a observada chegou a 71%, índice considerado alto para estudos dessa natureza. O modelo foi aplicado em experimentos de validação do bioestimulante Hydratus, desenvolvido para aumentar a resistência das plantas à seca. “Esse tipo de análise fornece uma estratégia inovadora e econômica para avaliar o desempenho das culturas em tempo real”, explica o pesquisador da Embrapa Agricultura Digital, Geraldo Magela Cançado.

Embora o estudo tenha tido como foco principal a soja, a mesma metodologia também foi testada em outras culturas, como a cana-de-açúcar, com índices ainda mais elevados de acurácia. A expectativa é que, com o avanço da pesquisa e a inclusão de novas variáveis, como temperatura, textura do solo e disponibilidade hídrica, o modelo se torne ainda mais robusto e aplicável em escala comercial.

Além de apoiar produtores e indústrias, a ferramenta pode ser utilizada em levantamentos oficiais de safra, oferecendo previsões mais objetivas e abrangentes para diferentes regiões do país.

Trabalho premiado

O Programa Brasil MAIS (Meio Ambiente Integrado e Seguro) do Ministério da Justiça e Segurança Pública conta com uma plataforma de alertas por meio de imagens diárias de nanossatélites da constelação PlanetScope. Essas imagens são compartilhadas com mais de 600 instituições brasileiras, entre órgãos de segurança pública e fiscalizadores, nos âmbitos federal, estadual e municipal, e com universidades e instituições de pesquisa. A Embrapa é uma das usuárias das imagens fornecidas por 130 satélites que cobrem diariamente o Brasil, com resolução de 3 metros por pixel e 8 bandas espectrais.

“Embora o Programa tenha como foco principal a fiscalização de vários tipos de ilícitos, o potencial dessas imagens também se destaca na pesquisa agrícola, abrindo novas possibilidades de estudo e inovação na Embrapa. A iniciativa se mostra bastante adequada para aplicações em áreas experimentais, como talhões de produção agrícola, onde o acompanhamento diário de alta resolução pode gerar informações valiosas para pesquisa e manejo”, afirma o chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agricultura Digital Júlio Esquerdo.

A grande frequência de imagens representa um ganho quando comparado ao uso de imagens de drones, por exemplo. Embora a resolução de imagem do drone seja melhor, a frequência fica restrita à disponibilidade de pessoal para fazer voos.

Neste ano a Rede MAIS, que reúne as instituições participantes do Programa Brasil MAIS, promoveu uma premiação para reconhecer a valorizar as iniciativas com uso da plataforma. O trabalho “Previsão da Produtividade em Cana-de-Açúcar Utilizando Análise Temporal de Imagens PlanetScope” submetido pela Embrapa ficou em primeiro lugar na categoria instituições federais.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Agricultura Digital

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Programa Coopera Agro Santa Catarina avança e anima setor de aves e suínos

Iniciativa aprovada pela Alesc amplia o acesso ao crédito, estimula investimentos no campo e fortalece a competitividade das cadeias de proteína animal no estado.

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Foto: Shutterstock

A Associação Catarinense de Avicultura (ACAV) e o Sindicato da indústria de Carnes e Derivados (Sindicarne) comemoram a aprovação na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc) do Programa Coopera Agro SC, de autoria do Governo do Estado. A iniciativa prevê a criação de até 10 linhas de crédito, somando R$ 1 bilhão em financiamentos voltados a agricultores vinculados a cooperativas e integradoras, com impacto econômico estimado em R$ 26 bilhões, 40 mil empregos diretos e indiretos, além de benefícios para mais de 120 mil produtores rurais.

Diretor executivo das entidades, Jorge Luiz de Lima, estima crescimento de 3% a 5% em 5 anos.

As entidades que representam o forte setor de proteína animal catarinense destacam que a iniciativa chega em um momento decisivo para ampliar investimentos, garantir competitividade e fortalecer todas as cadeias. O diretor executivo das duas entidades, Jorge Luiz de Lima, reforça que o programa atende demandas históricas do setor ao criar mecanismos reais e sustentáveis de acesso ao crédito.

“Hoje, o setor tem capacidade de ampliação e modernização, mas esbarra na burocracia e limitação de crédito. Com acesso facilitado pelo programa, os produtores de suínos e aves poderão ampliar suas capacidades produtivas e investir em novas tecnologias. Com isso, as agroindústrias também aumentam produtividade e o setor tecnológico acompanha a geração de empregos. Eu chamo essa iniciativa de economia circular, cuja estimativa de crescimento dos setores pode alcançar de 3 a 5% em 5 anos”, avalia Lima.

O dirigente ressalta que ACAV e Sindicarne participaram da construção do Programa e acompanharão de perto a sua efetivação.

Programa

O Programa Coopera Agro SC busca ampliar o acesso ao crédito, fortalecer cooperativas e agroindústrias e impulsionar a competitividade do campo em todas as regiões. Isso porque, as condições de financiamento são diferenciadas, com taxa de juros reduzida, próxima a 9% ao ano, e prazo total de quitação de 10 anos, incluindo dois anos de carência.

A operacionalização financeira será conduzida em parceria entre o Governo do Estado e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), por meio da aquisição de Letras Financeiras com prazo de 10 anos. O programa prevê R$ 200 milhões aportados pelo Estado e R$ 800 milhões pelo setor privado. Como incentivo adicional, o Governo poderá liberar créditos acumulados de ICMS, limitados a até 50% do valor investido.

A coordenação do programa é da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária (Sape), com apoio da Secretaria de Estado da Fazenda (SEF) e da Secretaria de Estado do Planejamento (Seplan).

Fonte: Assessoria ACAV
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Notícias Da granja à ceia

Defesa sanitária assegura qualidade dos perus de Natal

Fiscalização permanente dos Fiscais Estaduais Agropecuários no Rio Grande do Sul garante sanidade da produção, protege o status exportador do Estado e previne enfermidades como influenza aviária e doença de Newcastle.

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A fiscalização da produção de perus é uma das atividades realizadas de forma permanente pelos Fiscais Estaduais Agropecuários. Ao longo de todo o ano, os servidores da categoria fazem vigilância ativa nas granjas do Rio Grande do Sul, o segundo estado que mais exporta carne de peru. A ação tem como objetivo atestar para os países compradores que a produção do Estado é livre de enfermidades como a doença de Newcastle e a influenza aviária.

Os Fiscais Estaduais Agropecuários estão presentes em todo o processo de produção, que se inicia com a certificação das matrizes e incubadoras e o registro das granjas. A categoria atua nas coletas de sangue e outros materiais para controle de enfermidades, no acompanhamento da sanidade dos perus e no atendimento de notificações de doenças com potencial de epidemias ou risco para a saúde pública.

“O consumo de carne de peru no Rio Grande do Sul é mais restrito ao Natal, mas a defesa sanitária das granjas produtoras é uma atividade realizada de maneira contínua. Este trabalho é fundamental pois, devido ao ciclo de produção mais longo, se comparado às galinhas de corte, os perus têm mais risco de exposição à influenza aviária e doença de Newcastle”, explica o presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do RS (Afagro), Giuliano Suzin.

No Rio Grande do Sul, a atividade envolve 209 propriedades – são 194 granjas comerciais de perus e 15 granjas de reprodução de perus, segundo dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Conforme o relatório anual de 2025 da Associação Brasileira de Proteína Animal (APBA), a produção de carne de peru é de 127,36 mil toneladas, sendo que mais da metade (50,38%) é destinada à exportação. Santa Catarina responde por 43,06% (27,6 mil toneladas) das exportações, enquanto o Rio Grande do Sul participa com 35,57% (22,8 mil toneladas) e o Paraná com 21,3% (13,6 mil toneladas). Os principais destinos são México, África do Sul e União Europeia. A maior parte dos embarques (26,22%) é pelo Porto de Rio Grande.

Fonte: Assessoria AFAGRO
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FPA alerta para insegurança jurídica após voto no STF sobre demarcações

Bancada reconhece avanços na Lei 14.701, mas critica retirada do Marco Temporal e reforça defesa da PEC 48 para dar previsibilidade às demarcações de terras indígenas.

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Foto: Aires Mariga

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) acompanha o julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da Lei 14.701/2023, que trata do Marco Temporal para a demarcação de terras indígenas no Brasil, e avaliou de forma cautelosa o voto apresentado pelo ministro Gilmar Mendes. Em nota divulgada na tarde desta segunda-feira (15), a bancada reconhece a manutenção de dispositivos considerados relevantes para a segurança jurídica no campo, mas manifesta preocupação com a retirada do trecho que trata diretamente do Marco Temporal.

Entre os pontos considerados positivos pela FPA está a preservação de regras que ampliam a transparência e a previsibilidade dos processos de demarcação, como a obrigatoriedade da gravação de entrevistas, a definição de critérios objetivos para a atuação de peritos e a participação dos produtores rurais nos procedimentos. A bancada também destaca o reconhecimento da validade dos títulos de propriedade nos casos de ampliação de terras indígenas, além da garantia do direito de permanência temporária de ocupantes de boa-fé, evitando retiradas imediatas sem uma solução previamente definida.

Outro aspecto apontado como avanço é a definição de regras para invasões recentes. Conforme o voto, nos casos ocorridos após 15 de dezembro de 2025, a retirada dos invasores deverá ser imediata. Para a FPA, a medida contribui para inibir novas ocupações irregulares e reduzir conflitos no meio rural.

Por outro lado, a Frente Parlamentar avalia que a exclusão do dispositivo que trata diretamente do Marco Temporal compromete a previsibilidade das demarcações. Segundo a bancada, esse critério é fundamental para evitar disputas fundiárias e assegurar segurança jurídica a produtores rurais, comunidades indígenas e ao próprio Estado.

A FPA também critica o prazo de dez anos proposto para a conclusão das demarcações, argumentando que a medida, sem um critério objetivo como o Marco Temporal, não resolve a instabilidade jurídica existente no país.

Diante desse cenário, a bancada informa que seguirá atuando no Congresso Nacional para a conclusão da tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2023, que busca estabelecer o Marco Temporal no texto constitucional, com o objetivo de garantir segurança jurídica para todos os envolvidos.

Fonte: Assessoria FPA
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