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IFC reúne todos os elos da Cadeia de Pescados em evento único
Encontro vai reunir congresso, feira de negócios e trabalhos científicos em um só local, de 17 a 19 de setembro, em Foz do Iguaçu, PR

A produção de pescados, e nele a aquicultura, é um setor estratégico no desafio de dobrar a produção de alimentos com a mesma área de produção até 2050 para alimentar um planeta com 9 bilhões de habitantes. A eficiência na conversão alimentar desta proteína para o produtor e o apelo da saudabilidade para o consumidor levam analistas a projetarem crescimento para a produção e consumo de pescados nos próximos anos. Para se ter uma ideia, a FAO prevê um crescimento no consumo total de pescados da ordem de 33% até 2030 apenas na América Latina e Caribe.
Apesar de ser exportadora de peixes e grande produtora de aquicultura, a região tem o menor consumo per capita do mundo, com apenas 9,8 quilos por ano. Entretanto, a entidade espera uma alta na casa de dois dígitos para o consumo total de pescados até 2030 em todas as regiões e sub-regiões. A expectativa é de aumento de cerca 33% na América Latina, por volta de 37% na África, de 28% na Oceania e de 20% na Ásia. Em termos de consumo per capita, o consumo mundial deve atingir 21,5 quilos em 2030 com as maiores taxas de crescimento projetadas para a América Latina, com alta de 18%. Enquanto Ásia e Oceania devem avançar cerca de 8%, o consumo por habitante na África deve retrair 2% na próxima década.
Diante deste quadro, uma maior organização da cadeia produtiva para atender este impulso da demanda nunca foi tão importante. O 1º International Congress Fish Congress & Fish Expo Brasil vão reunir os principais agentes deste mercado para debater os principais desafios e oportunidades de um segmento em expansão. Pela primeira vez, um evento vai reunir todos os elos da cadeia produtiva em nível internacional em uma iniciativa que vai realizar simultaneamente um congresso com debatedores de vários países e uma feira com rodadas de negócios com participantes internacionais. Serão debatedores da Europa, Ásia e Américas destacando suas perspectivas para a indústria, a produção, mercado e consumo, anunciou o presidente do International Fish Congress (IFC), Altemir Gregolin.
De 17 a 19 de setembro o encontro vai receber cerca de 2.000 participantes em Foz do Iguaçu, entre aquicultores, pescadores, empresários, prestadores de serviços, compradores, decisores, profissionais do setor, pesquisadores e formadores de opinião. Em um evento único para esta cadeia, serão mais de 30 palestras sobre sistemas de produção, desafios da indústria e de mercado, tecnologias de produção e processamento, nutrição, sanidade e manejo, além de uma feira com os principais players apresentando novidades tecnológicas para a atividade e apresentação de trabalhos científicos em uma iniciativa que visa incentivar a produção de conhecimento neste segmento no País.
O Congresso
Com o objetivo de discutir entraves à competitividade e estratégias de desenvolvimento, o IFC vai apresentar cases de sucesso de outros países, debater formas de aperfeiçoar práticas de produção e seu desenvolvimento sustentável, além de possibilitar a produtores e empresários o acesso a novas tecnologias e inovações para melhorar a eficiência e competitividade da cadeia de pescados e a sustentabilidade da atividade sob os aspectos econômico, social e ambiental, destacou Gregolin. “Para isso teremos a participação dos mais renomados pesquisadores e cientistas em nível nacional e internacional, bem como governos, empresários e profissionais dos principais países produtores, como Noruega, Chile, China, Peru e Espanha, entre outros”, antecipou o executivo.
A Feira
Para viabilizar a inclusão de pequenos negócios na feira de exposições, sejam empresas de tecnologias, processamento, comercialização ou prestadores de serviços na aquicultura e pesca, o evento vai disponibilizar uma área para estandes com preços acessíveis e até mesmo compartilháveis, divulgou a organizadora da feira e executiva de negócios da primeira edição da Fish Expo Brasil, Eliana Panty. “A ideia é contribuir de alguma maneira com o desenvolvimento de espírito empreendedor dos participantes dos diversos elos da cadeia produtiva através deste espaço. Desta forma, queremos viabilizar aos participantes, sejam micro, pequeno e médio empreendedor aquícola e pesqueiro, o acesso a investidores e conhecimento que possam colaborar com sua formação empresarial e principalmente ser a ferramenta para o acesso a novas tecnologias e inovações no mundo dos negócios”, disse. Outras informações sobre o I International Fish Congress & Fish Expo Brasil estão disponíveis no site do evento, ou podem ser obtidas através do e-mail executiva@internationalfishcongress.com.br ou do telefone +55 (48) 9-9980-4920.

Notícias
Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional
Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.
Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves
A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.
A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.
Fatores que influenciam mercado
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.
1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves
Fatores de alta:
- Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
- Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.
Fatores de baixa:
- Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
- Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
- Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
- Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.
2. Oferta e mercado interno
Fatores de alta:
- Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
- Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.
Fatores de baixa:
- Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.
3. Safra e clima
Fatores de baixa:
- Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

Foto: Claudio Neves
ciclo 2025/26;
- Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.
Acordo China-EUA
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.
Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.
Notícias
Santa Catarina mantém 93% das lavouras de milho em boa condição no início da safra
Epagri/Cepa registra avanço consistente do plantio, com alertas para falhas de germinação e manejo fitossanitário.

O avanço do plantio do milho em Santa Catarina, que já alcança 92% da área prevista para a safra de verão 2025/2026, confirma um início de ciclo predominantemente positivo no estado, mas acompanhado de sinais de alerta pontuais. Segundo o Boletim Agropecuário da Epagri/Cepa, 93% das lavouras são classificadas como boas, um indicador robusto para o período, porém a evolução do desenvolvimento apresenta nuances importantes entre as microrregiões produtoras.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR
De maneira geral, o estabelecimento das plantas ocorreu dentro do esperado, com solo apresentando boa umidade e clima favorável nas principais áreas de produção. Ainda assim, a distribuição das chuvas definiu comportamentos distintos entre as regiões, influenciando estandes, sanidade e andamento dos tratos culturais.
No Alto Vale do Itajaí, onde 90% das lavouras estão em boas condições, o desenvolvimento vegetativo é satisfatório, com umidade adequada e apenas focos pontuais de percevejos e cigarrinha. Situação semelhante aparece em Campos de Lages, Planalto Norte e Concórdia, todas com 100% das lavouras avaliadas como boas, apresentando germinação regular, plantas sadias e baixa pressão de pragas. Em Concórdia, inclusive, as primeiras áreas já entraram em floração.
Outras regiões apresentam ritmos distintos. Em Joaçaba, por exemplo, parte das áreas atrasou o plantio devido ao excesso de chuva, e os técnicos registraram ocorrências de percevejo, lagarta e tripes. Já no Litoral Norte, apesar de 100% de condição boa, o excesso de precipitação provocou falhas de germinação, especialmente em lavouras entre os estádios V3 e V8.
No Oeste, regiões importantes para o milho catarinense também mostram realidades variadas. Chapecó/Xanxerê registra 90% das

Foto: Gessí Ceccon
lavouras em boas condições, com plantas em V6 e crescimento favorecido por radiação solar. Em São Miguel do Oeste, o plantio já está finalizado, com início de floração e controle de cigarrinha e ervas daninhas em andamento; 94% das lavouras são classificadas como boas.
O extremo Sul do estado, por sua vez, vem sendo impactado por chuvas intensas. Ainda que 98% das áreas apresentem condição boa, os agrônomos alertam para os efeitos acumulados da umidade elevada nas fases seguintes do desenvolvimento. Em Curitibanos, a semana chuvosa também impôs ajustes no cronograma de tratos culturais, embora as lavouras sejam avaliadas como boas a ótimas.
No cenário estadual, a cigarrinha-do-milho continua sob vigilância, embora com baixa incidência até o momento. A manutenção de condições de sanidade dependerá do monitoramento contínuo e da disciplina no manejo fitossanitário, especialmente em áreas com histórico de enfezamento e maior pressão de insetos.
A Epagri/Cepa reforça que, apesar dos pontos de atenção, o potencial produtivo da safra é positivo. Os próximos dias, marcados pelo comportamento das chuvas e pela manutenção de temperaturas adequadas, serão decisivos para consolidar esse cenário. Se as condições atuais persistirem, Santa Catarina tende a iniciar a colheita com nível elevado de desempenho agronômico e produtivo.
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Custos de produção recuam no frango e avançam no suíno em outubro
Levantamento da Embrapa mostra alta no custo do suíno vivo em Santa Catarina e queda no frango de corte no Paraná, com impacto direto da variação da ração.

Os custos de produção de suínos e de frangos de corte tiveram comportamentos diferentes em outubro conforme levantamento da Embrapa Suínos e Aves por meio da Central de Inteligência de Aves e Suínos (CIAS).
Em Santa Catarina, o custo de produção do quilo do suíno vivo foi de R$ 6,35 em outubro, alta de 1,09% em relação ao mês anterior, com o ICPSuíno chegando aos 363,01 pontos. No acumulado de 2025, o índice também registra aumento (2,23%).

Em 12 meses, a variação é de 2,03%. A ração, responsável por 70,72% do custo total de produção na modalidade de ciclo completo, subiu 1,28% no mês.
No Paraná, o custo de produção do quilo do frango de corte baixou 1,71% em outubro frente a setembro, passando para R$ 4,55 e com o ICPFrango atingindo 352,48 pontos.
No acumulado de 2025, a variação é negativa, de -4,90%. No comparativo de 12 meses o índice também registra queda: -2,74%. A ração, que representou 63,10% do custo total em outubro, baixou 3,01% no mês.
Santa Catarina e Paraná são estados de referência nos cálculos dos Índices de Custo de Produção (ICPs) da CIAS, devido à sua relevância como maiores produtores nacionais de suínos e frangos de corte, respectivamente.
A CIAS também disponibiliza estimativas de custos para os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Rio Grande do Sul, fornecendo subsídios importantes para a gestão técnica e econômica dos sistemas produtivos de suínos e aves de corte.

App Custo Fácil
Aplicativo gratuito da Embrapa que gera relatórios personalizados das granjas e diferencia despesas com mão de obra familiar. Disponível para Android na Play Store.
Planilha de Custos
Ferramenta gratuita para gestão de granjas integradas de suínos e frangos de corte, disponível no site da CIAS



