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IFC Brasil se debruça sobre mercados e sustentabilidade da aquacultura

A 4ª edição do International Fish Congress & Fish Expo Brasil apresenta tecnologias do mundo todo, consolidando o evento como o maior fórum de especialistas em pescado, com participantes de toda a América Latina.

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Fotos: Arquivo/OP Rural

O encontro que discute o mercado e as novas fronteiras para o pescado brasileiro no cenário global reúne os principais players do setor em Foz do Iguaçu (PR). É o 4° International Fish Congress & Fish Expo Brasil, que de hoje (31) até sexta-feira (02) une feira de tecnologias, congresso, mostra de trabalhos científicos e rodada de negócios.

A edição marca a expansão do evento para América Latina e tem como foco propor alternativas e reunir estratégias para o crescimento sustentável e desenvolvimento responsável do setor. Participam dos painéis e debates especialistas de cinco continentes com diferentes visões e experiências para uma aquicultura orientada para ampliar mercados interno e externo, como impulsionador da produção de pescado para o Brasil e o mundo. Serão três dias de palestras, painéis, debates e feira de negócios em evento presencial com transmissão ao vivo, com tradução para o espanhol e on demand em plataforma de streaming exclusiva.

Ex-ministro da Pesca e Presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin: “Ao apontar tendências, expor o que tem de melhor em tecnologias e apresentar caminhos e ações para o desenvolvimento, o IFC Brasil uniformiza informações e coloca todos os atores numa mesma sintonia e trabalhando numa mesma direção”

O ex-ministro da Pesca e Presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, destaca que o IFC 2022 propõe uma discussão de temas transversais ao setor, com propósito de orientar o crescimento de forma ordenada e conectada com as tendências mundiais de consumo. “O IFC assume uma dimensão inédita em 2022. Desde o início, tem como objetivo central ser um grande instrumento de apoio ao desenvolvimento da cadeia produtiva de pescado no Brasil. Ao apontar tendências, expor o que tem de melhor em tecnologias e apresentar caminhos e ações para o desenvolvimento, o IFC Brasil uniformiza informações e coloca todos os atores numa mesma sintonia e trabalhando numa mesma direção”, ressalta.

Fish Expo gerando negócios

O IFC Brasil, depois do recorde de público e lançamentos de tecnologias inéditas na última edição em 2021, reserva para a sua quarta edição muitas novidades, entre elas um evento voltado para a América Latina, com empresas de diversos países, e a ampliação da feira Fish Expo Brasil, que permite um número de expositores 40% maior.

A diretora executiva Eliana Panty destaca o crescimento da feira e ampliação do foco em negócios. “A Fish Expo é uma feira de negócios que vai reunir empresas de todos os elos da cadeia com lançamentos, ofertas exclusivas e participantes de todo o país e da América Latina. Teremos uma nova área chamada Hands On Aqua, destinada à tecnologia de RAS e onde os expositores poderão demonstrar as funcionalidades de equipamentos para aquicultura. Nas rodadas de negócios, compradores e fornecedores estarão frente a frente com mediadores profissionais para proporcionar sucesso nas negociações”.

Os organizadores do IFC destacam a importância da geração de negócios e abertura de mercados. “Teremos a ampliação do foco em negócios e discussões de mercado com o projeto Peixe Grande, com a presença já confirmada de importadores americanos e compradores brasileiros do varejo e do food service; aumento da presença de empresas especializadas em tecnologias para a produção, processamento, cadeia de frio e logística”.

Certificadora Cdial Halal

A Cdial Halal, referência mundial em certificação de produtos e serviços Halal, é patrocinadora e apoiadora do IFC 2022. A certificadora tem mais de 35 anos no mercado, e o certificado é aceito em mais de 150 países. Esta é a primeira participação da certificadora em um evento específico do segmento de pescado, refletindo o crescimento do interesse desse mercado exigente no produto brasileiro. A certificadora participará ainda de um painel sobre Mercado Mundial e Nacional de Pescados que abordará o estado atual e tendências da produção, consumo e comércio mundial de pescados, exportações brasileiras de pescado, evolução, desafios e tendências.

As expectativas para o ano de 2024 é que o mercado Halal como um todo movimente 5,7 trilhões de dólares, sendo o setor de alimentos Halal o principal, com expectativa de movimentar 1,38 trilhões de dólares até 2024.

Projeto Astral

Foto: Shutterstock

IFC Brasil sediará uma reunião internacional do Projeto Astral – iniciativa financiada pela União Europeia e coordenado pela Norce (Centro de Investigação da Noruega) e presente em mais de 15 países. O encontro reúne instituições de pesquisa, universidades e empresas brasileiras, com foco em parcerias no Brasil. Com o lema “toda a aquicultura sustentável, rentável e resiliente do Oceano Atlântico”, o projeto que foi iniciado com a Universidade Federal de Rio Grande (FURG) agora quer ampliar as parcerias para o desenvolvimento de uma aquicultura sustentável, rentável e cada vez mais demandada no mercado global, através da produção em sistema multitrófico.

O presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin, destaca que “é uma honra sediar uma reunião internacional do Projeto Astral que visa desenvolver novas cadeias de valor sustentáveis, rentáveis e resilientes através da produção integrada de aquicultura multitrófica (IMTA). Astral é um projeto colaborativo da União Europeia Horizonte 2020 que tem nos objetivos definir, apoiar e promover este tipo de produção aquícola sustentável em todo o espaço atlântico”.

Na programação do 4° International Fish Congress & Fish Expo Brasil, mais de 60 especialistas de 18 países vão debater em um workshop internacional de sistemas de recirculação na aquicultura.

Programação

A programação do IFC 2022 está repleta de novidades e conferencistas que são expoentes em suas áreas no país e em nível internacional, revela Gregolin. “Com os pés no presente e os olhos focados no futuro – uma diversidade de temas serão abordados em uma programação relevante. O debate sobre o mercado e competitividade do pescado brasileiro será um dos pontos fortes a ser discutido com a presença de empresas brasileiras e de Matthew Alexander Perez, CEO da Aquanita, grande importadora americana, que mostrará o perfil e o potencial daquele mercado para o nosso pescado”.

Presença marcante da cadeia do pescado deve se repetir nesta quarta edição do evento

O debate sobre “Inovações e Tendências Tecnológicas” contará com a presença de Diego Lages, diretor global da Marel Fish da Islândia, uma das maiores empresas do setor de tecnologias para processamento de pescado, e do doutor Adolfo Alvial, diretor executivo do Clube de Inovação Aquícola do Chile. No bloco Sistemas de Produção, destaque para presença do doutor Keith Morris M.Sc, gerente global de Marketing da Phibro Aqua, que tratará da importância da “mitigação do estresse na aquicultura para elevar a produtividade e a sanidade dos animais”. Outro destaque será o debate sobre a “produção em sistema de recirculação – RAS”, com o Simon Dureijka, diretor de Produção da empresa Infinite Sea, da Alemanha, e Marcelo Shei, da empresa Altamar.

Destaque também para a palestra do PhD. Rajesh Joshi, pesquisador sênior da GenoMar Genetics, da Noruega. Pesquisador cujos estudos são os mais consultados atualmente. Ele abordará o tema “inovação na criação seletiva para uma indústria rentável de Tilápia do Nilo”. Na área de nutrição, atenção especial para o “uso de aditivos enzimáticos nas dietas de peixes para melhorar a qualidade de água e performance animal”, com o doutor Alexandre Barbosa de Brito, gerente técnico da ABvista para a América Latina.

IFC Brasil tem apoio do setor

O 4º International Fish Congress tem coorganização da Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-Graduação (Fundep) e da Unioeste, com apoio da Itaipu Binacional, Secretaria Nacional de Aquicultura e Pesca (SAP), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Governo do Estado do Paraná, Associação Brasileira de Reciclagem Animal (ABRA), Associação de Produtores de Peixes do Brasil (Peixe BR), Associação das Indústrias de Pesca (Abipesca), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Agência de Fomento do Paraná, Sanepar e Copel. O IFC 2022 conta ainda com o apoio da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e Sistema Faep/Senar-PR. Como parceiro o evento tem a Caixa Econômica Federal, que lançou recentemente linhas de crédito exclusivas para o agronegócio. O jornal O Presente Rural é apoiador e jornal oficial do IFC Brasil.

Workshop internacional em sistemas de recirculação na aquicultura

Numa parceria entre o IFC Brasil e a rede BluEco Net financiada pelo BMBF (Ministério Alemão de Educação e Pesquisa) e coordenada pelo Centro de Aquacultura do Instituto Alfred-Wegener em Bremerhaven, Alemanha, o evento em Foz do Iguaçu realiza o primeiro Workshop Internacional em Sistemas de Recirculação na Aquicultura.

A rede BlueEco Net tematiza a bioeconomia bi-nacional (Alemanha-Brasil) com um foco temático especificamente na sustentabilidade de toda a cadeia de valor da indústria da aquicultura, incluindo seus setores associados de serviços, provedores de tecnologia, fornecedores de matéria-prima (animais, plantas, agricultura) e seus clientes na indústria de alimentos.

O workshop concentra-se na tecnologia RAS e sua aplicabilidade na aquicultura. O objetivo é apoiar o desenvolvimento de uma produção eficiente de peixe e camarões em sistemas fechados. As metas incluem dar uma visão geral da situação atual na Alemanha/Europa sobre RAS e BFT, de um ponto de vista empresarial, incluindo possíveis obstáculos tecnológicos e soluções encontradas, bem como técnicas para reduzir os custos no sistema de produção e exemplos de empresas solidificadas que o tornaram rentável na Alemanha.

A programação deste workshop foi elaborada para propiciar uma visão atual dos desafios técnicos e econômicos da tecnologia RAS em diferentes países, neste caso a Alemanha e o Brasil.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na aquicultura brasileira acesse gratuitamente a versão digital 2ª edição Especial Aquicultura.

Fonte: O Presente Rural

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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