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IFC Brasil chega à sétima edição como a maior vitrine de inovação e negócios para o setor de pescados

Realizado desde 2019 em Foz do Iguaçu, no principal estado produtor de pescados do Brasil, conquistou o público e o status de evento Latam.

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Fotos: Divulgação/IFC

Em 2025, o International Fish Congress & Fish Expo Brasil (IFC Brasil) celebra sua sétima edição consolidado como um dos principais encontros do setor de pescados na América Latina. Desde a sua primeira edição em 2019, o evento transformou-se em uma vitrine de inovações, momento para prospecção de negócios e estratégias para o desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva. A escolha da sede, Foz do Iguaçu, é estratégica: o Paraná, o maior produtor nacional de tilápia, oferece um ecossistema único, com recursos hídricos abundantes, cooperativas com contribuição relevante no desenvolvimento da cadeia e políticas públicas alinhadas ao agronegócio, reforçando a vocação estratégica da região para o pescado.

Para a CEO do IFC Brasil, Eliana Panty, chegar à sétima edição é vencer um ciclo de superações ao lado do setor, acreditando na aquicultura como cadeia de produção de proteína segura e saudável. “Nosso propósito de fomentar a produção e o mercado, a educação e a ciência, o processamento e consumo está cada vez mais claro”.

Presidente do IFC Brasil, Altemir Gregolin: “Este propósito, a paixão, e o entusiasmo pelo setor, tornaram o IFC Brasil conhecido nos vários continentes e uma referência mundial de evento a ser visitado”

O presidente do IFC Brasil e ex-ministro da pesca, Altemir Gregolin, reforça o conceito que sustenta o evento: “O IFC Brasil surgiu com um propósito, o de contribuir com o processo de desenvolvimento da produção de pescado no país e o de ser um ator relevante na construção do sonho de transformar o Brasil em um grande produtor mundial de pescado”. Com isso, reforça ele, o evento reúne os melhores especialistas nacionais e internacionais para discutir os desafios e estratégias de desenvolvimento, as tendências de mercado, tendências tecnológicas, expor o que tem de melhor em tecnologias e realizar negócios tornou-se uma obsessão. “Este propósito, a paixão, e o entusiasmo pelo setor, tornaram o IFC Brasil conhecido nos vários continentes e uma referência mundial de evento a ser visitado”.

O início audacioso

A primeira edição do IFC Brasil em 2019 resultou de um projeto audacioso: reunir todos os elos da cadeia: produtores, indústria, varejo, academia e governo em um único espaço. Com 1.500 participantes e 40 expositores, o evento lançou as bases para posicionar o Brasil como potencial exportador global, destacando o potencial de 20 milhões de toneladas anuais de pescado (segundo a FAO). Nomes relevantes do setor no Brasil, junto com líderes internacionais debateram tecnologias em aquicultura, enquanto a Fish Expo Brasil surgiu como vitrine acessível para negócios.

“O IFC Brasil foi criado com a visão que a aquicultura desempenha um papel significativo na segurança alimentar global e no desenvolvimento econômico. Na segurança alimentar e nutricional a aquicultura já contribui significativamente para a segurança alimentar global, sendo uma fonte de proteínas e outros nutrientes. No desenvolvimento econômico representa oportunidades de emprego e gera receita para as economias locais, com impacto global”, destaca Eliana Panty.

Para Gregolin, o IFC Brasil representou uma ruptura em relação aos modelos de eventos até então realizados no setor. “Foi criado e se fortalece a cada edição com o objetivo de ser um evento de cadeia, ser rico em conteúdo, inovador em tecnologias e forte em negócios”. Com esse propósito, reúne, ao mesmo tempo e no mesmo lugar, o setor produtivo, governo e academia. “O IFC Brasil é o momento para que os três atores se aproximem, interajam e produzam soluções inovadoras para o desenvolvimento da atividade”, enfatiza.

Na pandemia, um evento digital

Em 2020, a pandemia desafiou a continuidade, mas o IFC Brasil reinventou-se com um formato híbrido e digital. Os desafios da crise sanitária permearam os temas, com 50 conferencistas discutindo biossegurança, e-commerce e diversificação de mercados. A feira virtual atraiu 100 empresas e gerou 34 mil visualizações de 40 países, mantendo a cadeia conectada e ativa durante a crise. A resiliência do setor ficou clara: a piscicultura transformou-se em nova fonte de renda para agricultores familiares.

Ceo do IFC Brasil, Eliana Panty: “Convidamos os protagonistas e atores para, a cada edição, sentarem na mesma mesa e discutirem juntos estratégias sólidas e de sucesso”

A retomada presencial em 2021 consolidou o IFC como referência. Com 1.500 participantes e R$ 60 milhões em negócios, a terceira edição do IFC Brasil destacou espécies nativas como o tambaqui da Amazônia, servido em 400 bandas durante o festival liderado pela Acripar e pelo Sebrae. Tecnologias como sistemas de recirculação (RAS) e avanços em genética de tilápia dominaram os debates, enquanto líderes do setor apontaram caminhos para a competitividade internacional.

“Convidamos os protagonistas e atores para, a cada edição, sentarem na mesma mesa e discutirem juntos estratégias sólidas e de sucesso. Provocamos as empresas a desafiarem ainda mais os seus departamentos de desenvolvimento de produtos e soluções a caminharem juntos com a genética, a nutrição, a sanidade e o manejo”, diz Eliana Panty.

Em 2022, a revolução azul

Em 2022, a “Revolução Azul” guiou a quarta edição rumo à sustentabilidade global. O evento expandiu fronteiras com 60 palestrantes de 18 países e tecnologias disruptivas: inteligência artificial para monitoramento de biomassa, tanques-rede anti-predadores e certificação. Projetos como ASTRAL (UE) e parcerias com a Alemanha em RAS reforçaram o compromisso com produção multitrófica e baixo impacto ambiental. Foz do Iguaçu, nesse cenário, firmou-se como portal logístico e simbólico da aquicultura continental.

“Avançamos muito em genética e nutrição, tivemos como aliada a tecnologia mas ainda temos um grande desafio global de biosseguridade na aquicultura no contexto das mudanças climáticas. Um futuro cada vez mais próximo com episódios de escassez hídrica ou enchentes, mudanças bruscas de temperatura e a produção intensiva exigem um trabalho integrado entre ciência e produção. O IFC Brasil quer ser esse tabuleiro de jogadas antecipadas e estratégicas, onde todos ganham”, destaca Eliana Panty.

IFC Brasil torna-se um evento Latam

As edições seguintes (2023–2024) transformaram o IFC Brasil em um evento Latam, atraindo participantes de 20 países e superando R$ 80 milhões em negócios por edição. Painéis mostraram a abertura do mercado internacional para o pescado brasileiro, enquanto a tilápia nacional consolidou o Brasil como 4º produtor mundial. A participação das mulheres na aquicultura ganhou destaque, com iniciativas como o Encontro Mulheres das Águas, abrindo um espaço inédito para as mulheres nas discussões, promovendo equidade e inovação.

Neste ano de 2025, o IFC Brasil sedia a sexta edição do Encontro Mulheres das Águas. “Reunimos as Mulheres das Águas, muitas vezes, com diferentes abordagens, ouvimos relatos de luta, superação e obstinação de mulheres produtoras, exportadoras, pesquisadoras, mentoras e principalmente mulheres que à frente de pisciculturas, famílias e empresas levam o exemplo de garra”, afirma Eliana Panty.

A sétima edição e os desafios do setor

Em 2025, o IFC Brasil alcança a sétima edição com uma pauta importante: discutir com coragem um dos maiores desafios do setor nos últimos anos: a tarifação de 50% sobre o pescado brasileiro pelos Estados Unidos, importante importador do setor. Painéis estratégicos com autoridades governamentais e líderes de instituições do setor e cooperativas debaterão caminhos para lidar com este desafio. São muitas questões a serem respondidas: alternativas como a diversificação para outros mercados asiáticos e árabes até o aumento do consumo interno.

Nas seis edições anteriores, o IFC Brasil construiu o legado de uma cadeia integrada. Como resume o presidente do evento, o ex-ministro da pesca, Altemir Gregolin: “O IFC provou que, com união e inovação, o pescado brasileiro não apenas alimenta o mundo, mas transforma vidas”.

Gregolin complementa com números e visão de futuro: “Nestes 7 anos, a evolução foi permanente. O IFC Brasil foi palco de mais de 400 conferencistas nacionais e internacionais de mais de 30 países, mais de 200 horas de conteúdo, a média de 130 marcas de empresas expostas na feira a cada edição, R$ 80 milhões de negócios em média por edição, com destaque para as duas rodadas internacionais de negócios com APEX Brasil, que abriram o mercado externo para várias empresas, e mais de 600 trabalhos científicos apresentados”, enumera Gregolin.

Para o presidente do IFC Brasil, nestes sete anos de IFC, a produção de pescado foi se transformando, se tecnificando, ganhando escala e desbravando novos mercados. “A cadeia produtiva foi se organizando e verticalizando e novos investidores entraram na produção, na indústria e ao longo de toda a cadeia de suprimentos como na nutrição, genética, sanidade e equipamentos”. Ele pontua que, ainda neste período, a produção, o consumo e as exportações cresceram e as entidades nacionais se fortaleceram. “O setor está mais maduro, mais articulado e mais protagonista, colocando o Brasil na pegada de outras cadeias de carnes, que é o de ser grande e estratégico na produção de pescado e na segurança alimentar global desta proteína. O Brasil, em um futuro próximo, sentará ao lado dos grandes produtores mundiais de pescado”, acredita Gregolin.

“Devemos o sucesso do IFC Brasil, principalmente ao setor produtivo e as empresas que acreditaram no evento e que sempre prestigiaram, as entidades que sempre nos apoiaram, os aquicultores, empresários, profissionais do setor, pesquisadores, professores, estudantes, veículos de imprensa parceiros e nossa valorosa e incansável equipe de profissionais. A todos o nosso reconhecimento e nossa eterna gratidão”, credita o presidente do evento.

“Ao longo das seis edições anteriores, assistimos animados ao processo de maturação do setor, a chegada de novos players e entrada de mais empresas e tecnologias de produção que confirmaram a nossa aposta de que em um prazo muito menor que o frango ou o suíno, o peixe ganhou escala e o mercado internacional”, destaca Eliana Panty.

Para a gestora, a maior satisfação é ver crescer a cada ano o reconhecimento da cadeia produtiva do pescado como atividade de impacto econômico e social, o que aumenta ainda mais o desafio de oferecer um evento pertinente e relevante, que contribua definitivamente para o setor. “Foram 7 anos de muito trabalho, de muitas pequenas vitórias e de muito apoio. Somos gratos pela confiança das empresas e instituições que abraçaram o nosso desafio, que é de transformar o IFC Brasil numa vitrine que corresponda à grandiosidade do setor de pescados brasileiro”, finaliza Eliana Panty.

Patrocínios: A 7ª edição do IFC Brasil – Internationa Fish Congress & Fish Expo Brasil é correalizada pela Fundep (Fundação de Apoio ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Pós-graduação), Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), UFPR (Universidade Federal do Paraná) e a sua Fundação, a Funpar. O IFC Brasil 2025 tem o patrocínio do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul), da Itaipu Binacional, do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), MPA (Ministério da Pesca e Aquicultura) e Governo Federal.

O acesso é gratuito e a edição pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Aqua Summit BR 2025 traz programação estratégica para orientar o futuro da aquicultura no Brasil

Encontro reúne lideranças, especialistas e setor produtivo para integrar ciência, mercado e políticas públicas.

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A primeira edição do Aqua Summit BR 2025 reúne, de 26 a 28 de novembro, no Palácio Araguaia em Palmas, no Tocantins, uma programação intensa que combina conhecimento, estratégia e inovação para impulsionar o futuro da aquicultura brasileira. O evento estratégico vai reunir lideranças, pesquisadores, empresários e representantes das cadeias de proteína animal e da aquicultura para planejar o futuro da produção de pescado no Brasil. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site www.aquasummitbr.com.br.

A abertura oficial será realizada no dia 26 de novembro, às 19 horas, com a Palestra Magna “A Força das Proteínas Brasileiras no Cenário Mundial: O que a aquicultura pode aprender com as demais proteínas”, conduzida por Celso Luiz Moretti, engenheiro agrônomo, mestre e doutor em produção vegetal, pesquisador, ex-presidente da Embrapa e atual presidente do conselho do CGIAR, reconhecido internacionalmente por sua contribuição à sustentabilidade agrícola, incluindo o Prêmio Norman Borlaug.

No dia 27 de novembro, às 09 horas, inicia-se o primeiro painel, “Lideranças e sua importância no desenvolvimento da cadeia”, destacando o papel estratégico da gestão e da articulação institucional para o fortalecimento do setor, com participação de Diones Bender Almeida, da Genomar Genetics Latin América, e João Manoel Cordeiro Alves, do Sindirações, sob moderação de Altemir Gregolin, ex-ministro da Pesca e presidente do IFC Brasil.

Em seguida, às 10h30, ocorre o segundo painel, “Avanços Normativos e Governança Setorial em Debate”, abordando as atribuições do governo e do setor produtivo para garantir competitividade e construir um ambiente regulatório moderno e eficiente. Participam Juliana Satie Becker de Carvalho Chino, do Dipoa/Mapa, e Helinton Rocha, da Câmara Setorial.

A programação da tarde começa às 14 horas com o painel “Pacote Tecnológico Integrado: A Base da Competitividade nas Cadeias de Proteína Animal”, trazendo uma visão sobre soluções inovadoras para elevar produtividade e garantir sustentabilidade, com contribuições de Gustavo Maia, da Shrimpl, e Marcos Queiroz, da MqPack, sob mediação de Everton Krabbe, da Embrapa Suínos e Aves.

Às 15h30, o quarto painel, “Posicionamento Mercadológico e Branding Territorial”, explora estratégias de diferenciação, construção de marca e agregação de valor nas cadeias de proteína, com Tom Prado, da REI Alimentos, e Lidia Leal da Silva Lopes, da Angus Brasil, sob moderação de Carlos Humberto Duarte de Lima e Silva, da SICs.

Encerrando o dia, o Flash Embrapa e Sepea apresentará uma sequência de pitches sobre tecnologias desenvolvidas pela Embrapa Pesca e Aquicultura, incluindo edição genética, inteligência de dados para aquicultura, programas de competitividade e soluções de reuso de água, com apresentações de Eduardo Varela, Manoel Pedrosa Filho, Renata Melon e Marccela Mataveli, além da participação de Thiago Tardivo, da Secretaria de Pesca e Aquicultura do Tocantins, destacando as condições favoráveis para investimentos no estado. “O Tocantins oferece condições ideais para o desenvolvimento da piscicultura: clima favorável, abundância de água, quatro grandes reservatórios federais, logística eficiente, incentivos fiscais e segurança jurídica para investidores. A realização da primeira edição do Aqua Summit em Palmas é uma oportunidade única para apresentar essas vantagens a investidores nacionais e internacionais, destacando o potencial do estado para impulsionar a cadeia produtiva do pescado”, destaca Tardivo.

No dia 28 de novembro, os participantes farão uma visita técnica à Embrapa Pesca e Aquicultura, onde poderão conhecer de perto pesquisas, tecnologias e estruturas que posicionam o Tocantins como referência nacional em inovação científica para o setor.

A programação do Aqua Summit BR 2025 foi concebida para integrar ciência, mercado e políticas públicas, estimulando decisões estratégicas e preparando a aquicultura brasileira para um novo ciclo de competitividade, sustentabilidade e crescimento.

Sede estratégica

A escolha de Palmas como sede é unanimemente celebrada pelas lideranças envolvidas. Para Danielle de Bem Luiz, analista e chefe da

Embrapa Pesca e Aquicultura, o Aqua Summit BR é uma oportunidade única para a cadeia do pescado refletir, aprender com o sucesso das demais cadeias de proteínas e avançar na consolidação da sua produção e na ampliação de mercados. “O evento integrará pesquisa aplicada, políticas públicas e mercado para reforçar a competitividade e o protagonismo da aquicultura brasileira”, ressalta Danielle.

Eliana Panty, diretora da Hollus Comunicação e Eventos, valoriza a realização no estado em que nasceu: “Realizar um evento no Tocantins ao lado da Embrapa e do Governo do Estado é um sonho antigo. Cresci às margens do Rio Tocantins, onde a vida sempre veio da água. Hoje, mais do que nunca, voltamos nosso olhar para essa proteína que nasce das águas. A piscicultura tem enorme potencial, mas ainda enfrenta desafios de infraestrutura, processamento, logística e mercado. Eventos como o Aqua Summit BR criam os espaços de debate necessários para transformar esse potencial em desenvolvimento real, gerando mais qualidade, mercado e consumo para o pescado brasileiro”, menciona.

Foto: Divulgação

“O Aqua Summit representa uma oportunidade estratégica para fortalecer a aquicultura tocantinense, pois aproxima produtores, pesquisadores, investidores e gestores públicos em torno de um mesmo objetivo: transformar o potencial natural do Tocantins em um setor produtivo robusto e sustentável”, afirma Roberto Sahium, secretário-executivo da Pesca e Aquicultura do Tocantins.

Citando condições que o estado possui (recursos hídricos, clima favorável e localização estratégica), Sahium lembra que é preciso avançar em conhecimento técnico, em inovação e em agregação de valor. “Eventos como o Aqua Summit permitem justamente essa troca de experiências e tecnologias, estimulando a adoção de boas práticas, o empreendedorismo e a atração de novos investimentos para o setor aquícola tocantinense”, reforça.

Com grande potencial de desenvolvimento também na aquicultura, o Tocantins tem avançado nessa área. Ainda longe de transformar em realidade todas as condições que possui para uma aquicultura sustentável nos três pilares (ambiental, econômico e social), o estado atualmente é o 17° maior produtor nacional, com 18.100 toneladas de peixes no ano passado, principalmente tambaqui.

Fonte: Assessoria Aqua Summit
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Com carnes mais caras, consumo de tilápia dispara 32,9% no país

Com a disparada dos preços da carne bovina e suína, o pescado ganhou espaço no carrinho de compras e a tilápia se tornou a principal impulsionadora do crescimento do setor.

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Em um cenário de forte inflação nas proteínas mais tradicionais, o consumidor brasileiro vem ajustando seu carrinho de compras e ampliando o consumo de pescado. Um novo estudo da Scanntech revela que o volume consumido de peixes cresceu 8,2% no acumulado de janeiro a setembro deste ano.

O levantamento analisou o comportamento de consumo em um período de aumento significativo do preço das proteínas. A carne bovina foi a mais impactada, com alta de quase 25%, seguida pela carne suína, que registrou 21,2% de aumento. Em contrapartida, o preço dos peixes subiu apenas 2,1% no mesmo período.

Foto: Divulgação

Essa disparidade de preços impactou diretamente o volume de vendas, levando o consumidor a buscar alternativas mais acessíveis. O estudo destaca que a categoria costuma apresentar maior sazonalidade na Páscoa e na Quaresma. No entanto, fora esse período, foram justamente os meses de janeiro, julho e agosto, aqueles com menor variação de preços, que registraram as maiores altas de consumo em relação aos mesmos meses de 2024. “Estamos percebendo que, em 2025, o consumidor tem revisto suas escolhas no carrinho de compras para adequar o orçamento. Quando falamos da tradicional mistura, o movimento é semelhante: a alta nos preços da carne bovina ao longo do ano levou muitos brasileiros a buscar alternativas em outras proteínas, como os pescados, ampliando o consumo de peixes, sobretudo aqueles com melhor custo-benefício”, analisa a diretora de Marketing da Scanntech, Priscila Ariani.

Tilápia lidera a mudança de hábito

Entre todas as subcategorias analisadas, a tilápia é a principal impulsionadora da alta no consumo de pescados.O estudo apontou que a espécie teve um crescimento expressivo, de 32,9%, no volume de vendas. Esse movimento foi diretamente estimulado por uma redução de -8,4% no preço médio do quilo da tilápia, tornando-a a opção mais atrativa para substituir as proteínas mais caras.

O levantamento também identificou diferenças relevantes no consumo entre as regiões brasileiras. A tilápia se manteve como a espécie mais representativa em praticamente todo o país, com exceção do Norte. As regiões Centro-Oeste e Norte foram as que registraram a maior retração no preço por quilo da tilápia e, consequentemente, os melhores resultados em volume de vendas.

As demais espécies também apresentaram comportamentos distintos entre as regiões:

  • Salmão: Na contramão da categoria, o salmão apresentou queda de consumo em todo o Brasil.
  • Merluza: Apresentou crescimento no Interior de São Paulo, Nordeste e região Leste (MG, ES e RJ), áreas onde a espécie já tem participação de vendas superior à de outras regiões.
  • A espécie se destacou com um aumento de 42,5% no consumo em volume no total Brasil, ganhando força nas vendas em praticamente todo o país. A única exceção foi o Centro-Oeste, onde o preço médio mais elevado limitou o avanço do consumo.
  • Sardinha: Mesmo apresentando o menor preço por quilo, a sardinha registrou recuo no volume de vendas em todas as regiões, com exceção de São Paulo, Nordeste e Centro-Oeste.

Fonte: Assessoria Scanntech
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Pesquisa paulista estuda genética para impulsionar criação de trutas no Brasil

Estudo do Instituto de Pesca avalia linhagens e fatores que influenciam o crescimento muscular para fortalecer a truticultura nacional.

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No Brasil, a maioria das truticulturas (atividade dedicada à criação de trutas) é de pequeno porte, principalmente por conta da limitada disponibilidade de águas frias, indispensáveis para o cultivo dessa espécie. Para driblar esse desafio e ampliar a rentabilidade do setor, pesquisadores têm buscado estratégias como a agregação de valor e a diversificação de produtos.

Nesse contexto, o pesquisador Vander Bruno dos Santos, do Instituto de Pesca (IP-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, está desenvolvendo a pesquisa “Avaliação do crescimento muscular de linhagens de trutas arco-íris (Oncorhynchus mykiss)”, que busca compreender como diferentes características genéticas e fisiológicas influenciam o desenvolvimento dos peixes e como essas informações podem contribuir para o aprimoramento da produção aquícola.

Análise genética e desempenho produtivo

O estudo avalia o crescimento de linhagens de trutas com diferentes colorações de pele, uma característica que desperta interesse tanto científico, por funcionar como marcador fenotípico (um traço visível que pode refletir diferenças genéticas entre os peixes), quanto comercial, especialmente em criadouros que exploram a pesca recreativa, modalidade de lazer em que os peixes são devolvidos à água após a captura.

A pesquisa analisa aspectos como crescimento corporal, desenvolvimento das fibras musculares e expressão de genes ligados ao crescimento, entre eles IGF, mTOR e miostatina, conhecidos por seu papel no aumento e na regulação da massa muscular. Também é avaliada a influência de aminoácidos específicos, como a arginina, com importante papel no crescimento muscular das trutas.

As linhagens estudadas são obtidas a partir do cruzamento entre trutas brancas e trutas de coloração selvagem. Os peixes são cultivados em tanques com fluxo contínuo de água fria até atingirem o peso comercial de aproximadamente 350 gramas. Durante todo o processo, amostras de tecidos, sangue e músculo são coletadas para análises histológicas e bioquímicas, além de testes que investigam a atividade de genes relacionados ao crescimento e a composição de aminoácidos presentes nos tecidos.

Os dados obtidos permitirão ajustar modelos matemáticos de crescimento, como o modelo de Gompertz, que possibilita avaliar a taxa de desenvolvimento dos peixes ao longo do tempo. Também será determinado o rendimento do processamento, etapa fundamental para medir a eficiência produtiva das diferentes linhagens.

Com os resultados, a pesquisa pretende gerar informações que contribuam para o melhoramento genético e nutricional da truticultura nacional, fortalecendo a sustentabilidade e a competitividade dessa atividade no país.

De acordo com Vander, “os fatores que determinam o menor crescimento da linhagem branca dominante, quando comparada com a padrão-selvagem, azul ou amarela ainda precisam ser melhor elucidados. Isso irá refletir nas necessidades de alterações de manejo e aspectos nutricionais para se obter o melhor desempenho de cada linhagem”.

Fonte: Assessoria Instituto de Pesca
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