Notícias Na ExpoLondrina
IDR-Paraná apresenta tecnologias para agricultura sustentável e renda
O Instituto integrará o espaço Via Rural, que contará com pesquisadores e professores especialistas em agricultura para levar orientações técnicas e opções tecnológicas que possam melhorar a vida no campo.

Popularmente conhecido como Fazendinha, o espaço destinado ao agronegócio paranaense na ExpoLondrina 2022 terá área de 11 mil metros quadrados e contará com uma equipe de técnicos, pesquisadores e professores especialistas em agricultura para levar orientações técnicas e opções tecnológicas que possam melhorar a vida no campo.
O local e as atividades são organizados pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) em parceria com a Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Universidade de Londrina (UEL) e a Sociedade Rural do Paraná (SRP).
As unidades expositivas oferecem informações sobre agricultura agroecológica, inovação, cooperação, saneamento básico e inclusão social. Traz também novidades em energias renováveis, biotecnologia (soluções para pequenos produtores) e aquicultura, entre outros. Há, ainda, a vitrine do Turismo Rural, que traz o sabor e o aroma dos pratos regionais com degustação de chás e pães.
A Via Rural conta também com um setor de eventos e uma agenda de diversas oficinas e palestras gratuitas. Quem se interessar em participar pode fazer a inscrição o site do IDR-Paraná (AQUI).
Para Cristovon Ripol, gerente regional do IDR-Paraná em Londrina e também um dos organizadores do evento, a Fazendinha traz a beleza do campo e da vida na roça para a ExpoLondrina.
“Quem visitar a feira terá acesso a informações de qualidade e opções de tecnologia que podem contribuir para uma agricultura mais sustentável, sem deixar de pensar da produtividade e geração de renda. Teremos especialistas em agronegócio com informações relevantes, principalmente para as atividades desenvolvidas na região. É mais uma oportunidade para o Instituto oferecer um serviço de qualidade ao agricultor paranaense”, afirma Ripol.
Feira
Considerada uma das maiores feiras agropecuárias do Brasil, a Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina acontece de 1 a 10 de abril no Parque Governador Ney Braga. Além de negócios, o evento oferece uma grande gama de entretenimentos. Atrai, em média, 500 mil visitantes. Na última edição (2019) a movimentação econômica chegou a R$ 615,6 milhões.
Entre as atividades, criadores apresentam animais e genética tanto de gado zebuíno quanto europeu; pequenos produtores participam de dezenas de cursos realizados por instituições de ensino e pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná); institutos de pesquisa lançam novas cultivares; são expostos e julgados bovinos, ovinos, caprinos, equinos.
Confira o que está disponível no espaço Via Rural na ExpoLondrina 2022:
Produção de grãos com baixo impacto ambiental
Práticas de manejo para o cultivo de soja, milho, feijão, girassol e cereais com foco na sustentabilidade. Os visitantes vão obter também informações sobre o uso racional de defensivos, eficiência nutricional, manejo de solos,
inoculação, manejo de pragas e doenças.
Energias renováveis
Uma das novidades desta edição da feira é o estande do RenovaPR, que vai mostrar como devem ser instaladas estruturas de usinas de energia fotovoltaica. Além de informações sobre como participar do programa de incentivo à geração de energias renováveis no campo, o visitante também poderá acompanhar o funcionamento de uma usina de energia fotovoltaica, saber sobre o custo médio para instalação e qual a economia gerada com o sistema.
Produção de café
Neste espaço o visitante terá acesso a informações técnicas sobre o cultivo. Durante a feira serão apresentadas novas variedades que podem trazer maior qualidade e produtividade. São as cultivares IPR 106, que já foi lançada, e a IPR 102, que será apresentada em breve. Serão demonstradas opções para convívio com a broca e para um cultivo com sustentabilidade e redução de custos sem perder a produtividade e a qualidade.
Bovinocultura de corte
O tema central da Unidade de Pecuária de Corte será o melhoramento genético do rebanho e a qualidade de carne bovina produzida no Paraná, por meio de biotécnicas reprodutivas. Destaque a produção de bovinos com baixa emissão de gases de efeito estufa.
Será exposto um bovino em acrílico, um molde do aparelho reprodutivo da fêmea, para ensinar como é realizada a inseminação artificial e materiais utilizados em biotécnicas reprodutivas.
Haverá, ainda, a exposição da raça Purunã, que foi desenvolvida por pesquisadores do IDR-Paraná e reconhecida pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Fruticultura
Informações sobre o cultivo da pitaya e de plantas de fruta em vaso são atrações do espaço de fruticultura. Tudo em parceria com produtores da região. O espaço ainda vai expor variedades de abacate para mostrar suas características: Margarida, Avocado (Hass), Fortuna, Quintal e Ouro Verde.
Aquicultura
Apresentar equipamentos e materiais relacionados com a área e motivar o consumo de produtos oriundos da aquicultura é o que será oferecido pelo espaço, que abrange peixe e diversos frutos do mar como camarão, ostras, mexilhões, entre outros. Para quem quer investir no ramo serão apresentadas quais espécies são recomendadas para criação comercial.
Além disso, haverá divulgação de trabalhos científicos da UEL relacionados à aquicultura, de trabalhos de técnicos do IDR-Paraná e atividades da Associação Norte Paranaense de Aquicultores (Anpaqui).
Inclusão social e cidadania
Vai demonstrar as ações desenvolvidas pelo IDR-Paraná para promover a inclusão social e produtiva das famílias rurais que se encontram em situação de vulnerabilidade social. Com exposição de fotos, o estande terá exemplos do trabalho para a garantir a proteção social e os direitos constitucionais básicos, segurança alimentar e modelos alternativos de produção, ações de fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários, entre outras.
Unidade de saneamento básico rural
Uma das grandes dificuldades no meio rural é o saneamento básico, seja para consumo, dessedentação dos animais e/ou cultivo agrícola. Na Unidade Expositiva de Saneamento Básico Rural serão demonstradas algumas tecnologias de baixo custo que visam mitigar a falta de saneamento no meio rural, proporcionando melhor qualidade de vida à população rural.
Organização rural e mercados
O IDR-Paraná desenvolve o trabalho de articulação e assessoria às organizações rurais em todo o Paraná com objetivo de fortalecer as cooperativas e associações da agricultura familiar. No Espaço Organização Rural/Mercado/Agroindústria Familiar, estarão presentes cooperativas e associações, assistidas pelo IDR-Paraná, com produtos de suas agroindústrias representando centenas de famílias, homens, mulheres e jovens do meio rural, que produzem alimentos de qualidade, como queijos, mel, biscoitos, erva-mate, bolachas, doces e geleias.
É uma oportunidade para novos cooperados divulgarem e venderem seus produtos via cooperativa ou associação. O visitante também terá informações sobre o cooperativismo e associativismo rural e como agregar valor à produção para maior geração de renda no campo.
Turismo rural
No espaço destinado ao Turismo Rural os visitantes podem encontrar uma estação gastronômica com diferentes pratos, que serão produzidos para estimular o uso do alimento e fomentar a gastronomia por meio da utilização de matérias primas regionais. Terão acesso também ao Mundo das Cores e Aromas, com degustação de chás, pães e comercialização de flores por produtores assistidos pelo IDR-Paraná e UEL.
A intenção é passar orientações técnicas sobre a importância de oferecer opções de produtos diferenciados, principalmente no turismo gastronômico. Este espaço ainda conta com apresentações culturais, roteiro turístico, como a Rota do Queijo Paranaense, Caminhos dos Cafés das Mulheres e ideias de como usar matérias primas rurais como decoração.
Empresas Juniores de Agronomia, Zootecnia e Medicina Veterinária
O Movimento Empresa Júnior tem como principal função levar a experiência profissional para dentro das universidades. Porém, neste ano as empresas juniores do setor agrário da Universidade Estadual de Londrina se uniram para criar e possibilitar a disseminação deste conteúdo para o público da feira. Será compartilhado o conhecimento universitário em zootecnia de precisão, agropecuária, pets, entre outros.
Espaço Saúde HU-UEL
O visitante terá informações sobre doação de órgãos e tecidos para transplantes, cadastro no registro nacional de doadores de medula óssea, humanização e violência obstétrica, importância do leite humano para os recém-nascidos e a doação de leite, conscientização sobre a doação de sangue, prevenção de coronavírus e síndromes respiratórias agudas, importância da vacinação para prevenção de doenças, entre outros.
Floricultura como Agronegócio
Espaço com informações sobre as etapas da produção de orquídeas de proveta (laboratório), mostra de variedades de plantas ornamentais com potencial no agronegócio, pesquisas desenvolvidas pelos alunos na área de floricultura e tipos de substratos e adubos. Também será apresentado um exemplo de sucesso em produção de rosa do deserto.
Formigas Cortadeiras
Será exposto um formigueiro vivo para observação do comportamento dos insetos em cortar e carregar folhas, separar o lixo e se alimentar de um fungo (simbiôntico) para sua sobrevivência. Terá também demonstração de resultados do controle de saúvas com produtos biológicos.

Notícias
Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
Notícias
Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
Notícias
Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



