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Suínos / Peixes

Idade ao desmame pode aumentar com restrição aos antibióticos

“Há uma perspectiva de que esse período possa ser aumentado na medida em que se abre a discussão sobre produzir suínos sem antimicrobianos promotores de crescimento”, sustenta o médico veterinário Jamil Faccin

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Um dos fatores que mais influencia na produtividade e resultados finais é a idade do leitão ao desmame. O desempenho do animal durante toda a vida vai ser consequência do correto manejo neste período. Para explicar um pouco mais sobre o assunto, o médico veterinário Jamil Faccin falou sobre “Idade do leitão ao desmame e seu desempenho subsequente: onde está o ponto de corte?” durante o Simpósio Internacional de Suinocultura (Sinsui), que aconteceu de 22 a 24 de maio, em Porto Alegre, RS. Faccin sustenta que idade ao desmame de suínos pode aumentar com restrição aos antibióticos: “Há uma perspectiva de que esse período possa ser aumentado na medida em que se abre a discussão sobre produzir suínos sem antimicrobianos promotores de crescimento”.

O tema vem sendo estudado pelo profissional há tempos, que tem este assunto como projeto de pesquisa no doutorado. A tese faz parte de uma inovadora linha de pesquisa na fase de creche, desenvolvida em parceria entre a Master Agroindustrial, Agroceres PIC e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

O médico veterinário conta que o ponto da idade do desmame está diretamente relacionado ao desempenho do animal. “Estes dois fatores, idade e peso, estão intimamente relacionados. Através disso, granjas que praticam um desmame mais tardio, entre 26 a 28 dias, desmamam um leitão mais pesado e, consequentemente, um animal com melhor desempenho zootécnico”, diz. Faccin afirma que se acredita que um leitão com maior maturidade fisiológica, comportamental e imunitária consegue enfrentar melhor os desafios pós-desmame e, através disso, reduzir as taxas de mortalidade e refugagem e o número de dias necessários para atingir o peso de abate.

Apesar desta idade ser importante, não se tem um período consagrado ou ideal, confidencia Faccin. “O motivo é que o que determina qual idade se atinge maiores margens varia de empresa para empresa. O custo de produção, a logística e, principalmente, os indicadores zootécnicos – como genética, manejo, estrutura, nutrição e sanidade – são determinantes para encontrar a mais vantajosa idade ao desmame”, informa.

O médico veterinário destaca que é sabido que em situações de perdas acima do ideal em fases de creche e terminação, o aumento da idade do desmame pode gerar um maior impacto no desempenho e retorno financeiro do que quando comparadas com situações de excelência no status sanitário do rebanho. “É importante ressaltar que, hoje, uma idade menor que 21 dias é financeiramente pior para o sistema de produção como um todo”, diz.

Muito cedo ou muito tarde

Faccin destaca que fazer o desmame muito tarde ou muito cedo acarreta também em prejuízos para a propriedade e para o animal. “Pode-se dizer que em um cenário brasileiro, com vazio sanitário curto e todas as rações de creche contendo antimicrobianos, a faixa ideal é dentro de 21 a 28 dias. Obviamente que dentro de uma perspectiva produtiva e financeira”, comenta. O profissional reitera que com menos de 21 dias há prejuízos em desempenho zootécnico dos leitões, pior produtividade no parto subsequente e menor lucro por leitão desmamado. Já com mais de 28 dias acredita-se que não é necessário para o contexto atual, causando uma menor margem líquida, uma vez que o número de desmamados/ano reduz significativamente.

Esta margem de dias é importante ser seguida. O médico veterinário comenta que hoje o ponto de corte está justamente dentro da faixa entre 21 e 28 dias, “no entanto há uma perspectiva de que esse período possa ser aumentado na medida em que se abre a discussão sobre produzir suínos sem antimicrobianos promotores de crescimento”, confidencia.

Reavaliando conceitos

Algumas ações podem ser realizadas pelo suinocultor para melhorar o manejo e, assim, favorecer o desempenho dos leitões desmamados. “De uma maneira geral, visar ações que maximizem o peso ao desmame, ou através do manejo na maternidade ou aumento da idade ao desmame”, comenta Faccin. Ele ainda afirma ser evidente que o manejo de creche interfere diretamente no desempenho. “Porém, um animal mais pesado ao desmame é um animal que se adapta mais fácil às mudanças ocasionadas ao desmame e, no geral, demanda menos tempo dos colaboradores”, assegura.

O médico veterinário conta que com o aumento da idade ao desmame, é aberto um novo cenário para a produção global. “Isto porque este manejo interfere em todas as fases de produção”, explica. Faccin diz que, por conta disso, pesquisas, manejo e o planejamento da produção realizados até o momento necessitam de uma reavaliação, visando obter o máximo potencial zootécnico e financeiro para a indústria.

Além do mais, Faccin destaca que atualmente o consumidor está cada vez mais preocupado com a maneira como seu alimento é produzido, e o aumento da idade ao desmame vem ao encontro a isso, como uma ação que reduz perdas e ameniza o estresse nesta fase. “Portanto, este manejo visa, além da maximização do desempenho zootécnico e lucro, o bem-estar na produção dos animais e uma perspectiva para a produção livre ou com menor uso de antimicrobianos”, sustenta.

Mais informações você encontra na edição de Suínos e Peixes de maio/junho de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Suínos / Peixes

Peste Suína Clássica no Piauí acende alerta

ACCS pede atenção máxima na segurança sanitária dentro e fora das granjas

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Presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto e texto: Assessoria

A situação da peste suína clássica (PSC) no Piauí é motivo de preocupação para a indústria de suinocultura. A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) registrou focos da doença em uma criação de porcos no estado, e as investigações estão em andamento para identificar ligações epidemiológicas. O Piauí não faz parte da zona livre de PSC do Brasil, o que significa que há restrições de circulação de animais e produtos entre essa zona e a zona livre da doença.

Conforme informações preliminares, 60 animais foram considerados suscetíveis à doença, com 24 casos confirmados, 14 mortes e três suínos abatidos. É importante ressaltar que a região Sul do Brasil, onde está concentrada a produção comercial de suínos, é considerada livre da doença. Portanto, não há risco para o consumo e exportações da proteína suína, apesar da ocorrência no Piauí.

 

Posicionamento da ACCS

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, expressou preocupação com a situação. Ele destacou que o Piauí já registrou vários casos de PSC, resultando no sacrifício de mais de 4.300 suínos. Com uma população de suínos próxima a dois milhões de cabeças e mais de 90 mil propriedades, a preocupação é compreensível.

Uma portaria de 2018 estabelece cuidados rigorosos para quem transporta suínos para fora do estado, incluindo a necessidade de comprovar a aptidão sanitária do caminhão e minimizar os riscos de contaminação.

Losivanio também ressaltou que a preocupação não se limita aos caminhões que transportam suínos diretamente. Muitos caminhões, especialmente os relacionados ao agronegócio, transportam produtos diversos e podem não seguir os mesmos protocolos de biossegurança. Portanto, é essencial que os produtores mantenham um controle rigoroso dentro de suas propriedades rurais para evitar problemas em Santa Catarina.

A suinocultura enfrentou três anos de crise na atividade, e preservar a condição sanitária é fundamental para o setor. “A Associação Catarinense de Criadores de Suínos pede que todos os produtores tomem as medidas necessárias para evitar a entrada de pessoas não autorizadas em suas propriedades e aquel a que forem fazer assistência em visitas técnicas, usem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para minimizar os riscos de contaminação. Assim, a suinocultura poderá continuar prosperando no estado, com a esperança de uma situação mais favorável no futuro”, reitera Losivanio.

Fonte: ACCS
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Suínos / Peixes

Levantamento da Acsurs estima quantidade de matrizes suínas no Rio Grande do Sul 

Resultado indica um aumento de 5% em comparação com o ano de 2023.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com o objetivo de mapear melhor a produção suinícola, a Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs) realizou novamente o levantamento da quantidade de matrizes suínas no estado gaúcho.

As informações de suinocultores independentes, suinocultores independentes com parceria agropecuária entre produtores, cooperativas e agroindústrias foram coletadas pela equipe da entidade, que neste ano aperfeiçoou a metodologia de pesquisa.

Através do levantamento, estima-se que no Rio Grande do Sul existam 388.923 matrizes suínas em todos os sistemas de produção. Em comparação com o ano de 2023, o rebanho teve um aumento de 5%.

O presidente da entidade, Valdecir Luis Folador, analisa cenário de forma positiva, mesmo com a instabilidade no mercado registrada ainda no ano passado. “Em 2023, tivemos suinocultores independentes e cooperativas que encerraram suas produções. Apesar disso, a produção foi absorvida por outros sistemas e ampliada em outras regiões produtoras, principalmente nos municípios de Seberi, Três Passos, Frederico Westphalen e Santa Rosa”, explica.

O levantamento, assim como outros dados do setor coletados pela entidade, está disponível aqui.

Fonte: Assessoria Acsurs
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Suínos / Peixes

Preços maiores na primeira quinzena reduzem competitividade da carne suína

Impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Os preços médios da carne suína no atacado da Grande São Paulo subiram comparando-se a primeira quinzena de abril com o mês anterior

Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio do típico aquecimento da demanda interna no período de recebimento de salários.

Já para as proteínas concorrentes (bovina e de frango), o movimento foi de queda em igual comparativo. Como resultado, levantamento do Cepea apontou redução na competitividade da carne suína frente às substitutas.

Ressalta-se, contudo, que, neste começo de segunda quinzena, as vendas da proteína suína vêm diminuindo, enfraquecendo os valores.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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