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IBGE divulga Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra por estados de 2000 a 2018

Mato Grosso apresentou a maior área de expansão agrícola e ficou em segundo lugar tanto no aumento da área de pastagem quanto nas reduções de áreas de vegetação florestal e campestre

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Arquivo/OP Rural

O IBGE divulgou na quarta-feira (17), pela primeira vez, o Monitoramento da Cobertura e Uso da Terra com estatísticas desagregadas por Estados e Distrito Federal, com dados para os anos de 2000, 2010, 2012, 2014, 2016 e 2018. A contabilidade de cobertura e uso da terra já era divulgada, em nível nacional, para estes mesmos anos de referência, sendo que os dados mais recentes, de 2018, foram divulgados no ano passado. Os produtos incluem mapas, gráficos e textos de análise.

Os resultados contábeis são apresentados no formato de planilhas, com tabelas de Estoques (adições e reduções, em termos de área, para os tipos de cobertura e uso durante um determinado período contábil) e Matrizes de Mudanças (conversões entre as diferentes classes ao longo de um período). Já os mapeamentos, que expressam o fenômeno de forma geoespacial, permitem a análise das conversões de uso da terra ao longo do tempo e do espaço, e podem ser avaliados de forma combinada com outras informações ambientais, para uma ampla compreensão dessa evolução. Os dados também estão disponíveis na Plataforma Geográfica Interativa.

“A contabilidade da cobertura e uso da terra por estados permite uma análise mais detalhada dessa dinâmica, tornando-se, assim, uma importante ferramenta, tanto para gestores estaduais, como para instituições de pesquisa com atuação local ou regional, já que revelam dinâmicas associadas ao avanço das fronteiras agrícolas, a demanda por matérias primas e a expansão da atividade pecuária, entre outras atividades correlatas”, explica Fernando Peres, Gerente de Recursos Naturais da Unidade Estadual do IBGE em Santa Catarina.

De 2000 a 2018, Pará teve a maior expansão da área de pasto com manejo e a maior redução da vegetação florestal

Entre 2000 a 2018, o Pará se destaca duas vezes entre as unidades da federação, com a maior redução absoluta da área de vegetação florestal (-116.086 km²), passando de pouco mais de um milhão de quilômetros quadrados para 888 mil km². No mesmo período, houve a maior expansão da área de pastagem com manejo no país (83.400 mil km²). Em 2018, o estado apresentava a segunda maior área dessa classe de uso da terra entre os estados brasileiros. Observou-se, também, um amplo crescimento da área agrícola, que passou de 1.086 km², em 2000, para 9.158 km², em 2018.

As mudanças de uso e cobertura da terra no Pará tem características diferentes nos distintos períodos: de 2000 a 2010, foi mais frequente a conversão de vegetação florestal para pastagem com manejo (53.419 km²). Já o avanço de mosaicos florestais, caracterizados por ocupação mista de área agrícola, pastagem e/ou silvicultura, sobre a vegetação florestal predominou nos demais períodos analisados: 2010-2012 (7.227 km²), 2012-2014 (3.216 km²), 2014-2016 (9.848 km²) e 2016-2018 (5.025 km²).

Mato Grosso teve o maior aumento absoluto de área agrícola

De 2000 a 2018, Mato Grosso apresentou o maior incremento absoluto da área agrícola (50.616 mil km²) e foi o segundo no ranking tanto de expansão da área de pastagem (45.449 mil km²) quanto de reduções de área de vegetação florestal (-71.253 mil km²) e campestre (-22.653 km²). Em 2018, o estado concentrava 17,93% da área agrícola e 16,85% da área de pastagem com manejo do Brasil, as maiores áreas dessas classes de uso entre as unidades da federação.

Observando-se a dinâmica da transformação de vegetação florestal e campestre em Mato Grosso em cada período estudado, destaca-se, entre 2000 e 2010, o avanço de áreas de pastagem com manejo sobre a vegetação florestal (30.491 km²) e sobre a vegetação campestre (10.900 km²). Já entre 2010 e 2012, a ênfase foi nas conversões de vegetação florestal para mosaicos florestais (3.584 km²) e de vegetação campestre para pastagem com manejo (872 km²).

Entre 2012 e 2014, observa-se o avanço de áreas agrícolas sobre a vegetação florestal (2.460 km²) e sobre a vegetação campestre (1.364 km²). Entre 2014 e 2016, destacam-se as conversões de vegetação florestal para mosaicos florestais (2.387 km²) e de vegetação campestre para pastagem com manejo (270 km²). E, novamente, de 2016 a 2018, repete-se essa observação de conversões de vegetação florestal para mosaicos florestais (2.302 km²) e de vegetação campestre para pastagem com manejo (1.447 km²).

BA, PI e MA responderam por mais de 90% da expansão da área agrícola do Nordeste

A dinâmica na região Nordeste é marcada pela expansão de áreas de mosaicos campestres, caracterizados por um elevado número de estabelecimentos rurais de pequeno porte com múltiplos usos.

Na região do Matopiba (acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados do Maranhão, Piauí, Bahia e Tocantins), áreas de vegetação campestre foram substituídas por áreas agrícolas. Bahia, Piauí e Maranhão responderam por 91,74% do aumento de áreas agrícolas no Nordeste entre 2000 e 2018, que ocorreu, principalmente, sobre áreas de vegetação campestre.

Na Bahia, as mudanças nas coberturas florestal e campestre correspondem, principalmente, à substituição de vegetação campestre por áreas agrícolas e mosaicos campestres e de vegetação florestal por mosaicos florestais e pastagem com manejo. De 2000 a 2010 e de 2010 a 2012, destacam-se as conversões de vegetação campestre para área agrícola (7.012 km² e 3.209 km², respectivamente) e de vegetação florestal para mosaicos florestais (2.755 km² e 2.729 km², respectivamente).

Mais recentemente, de 2012 a 2014 e de 2014 a 2016, a ênfase foi na conversão de vegetação campestre para mosaicos campestres (1.775 km² e 699 km², respectivamente) e de vegetação florestal para mosaicos florestais (947 km² e 379 km², respectivamente). De 2016 a 2018, observam-se as conversões de vegetação campestre para área agrícola (331 km²) e de vegetação florestal para pastagem com manejo (66 km²).

Área de silvicultura de MG representava mais de 20% do total nacional em 2018

Em 2018, Minas Gerais apresentava a maior área de silvicultura do país, representando 22,97% do total do território nacional ocupado por essa classe de atividade. O maior aumento de área dedicada à silvicultura, no período de 2000 a 2018, entretanto, foi registrado no Mato Grosso do Sul (7.545 km²), que abrangeu 12,47% da área de silvicultura do Brasil em 2018, a segunda maior área dessa classe de uso entre as unidades da federação.

Já São Paulo representava 15,24% da área agrícola e 11,96% da área de silvicultura do Brasil, sendo, respectivamente, o segundo e o terceiro maior valor entre as unidades da federação em 2018.

Fonte: Agência IBGE

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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável

Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

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Foto: SAA SP

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.

 

Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.

Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.

A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.

Solos mais saudáveis e produtivos

Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.

Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.

A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.

Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.

Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.

A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.

A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).

O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.

Fonte: O Presente Rural com Embrapa Cerrados
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