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IBGE aponta produção recorde de suínos no segundo trimestre

Foram 1,3 milhão de toneladas de carcaças, 6,78% a mais que o mesmo período do ano passado e 4,53% superior ao abate do primeiro trimestre de 2022.

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Foto: Arquivo/Jaelson Lucas/AEN

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou dados preliminares de abate referentes ao segundo trimestre de 2022. Apesar da crise, a produção de suínos do Brasil continuou crescendo no primeiro semestre de 2022 (tabela 1). O segundo trimestre teve produção recorde de 1,3 milhão de toneladas de carcaças, 6,78% a mais que o mesmo período do ano passado e 4,53% superior ao abate do primeiro trimestre de 2022.

Tabela 1. Dados de abate de bovinos, aves e suínos de 2022 (toneladas de carcaças e 1.000 cabeças), comparados com 2021, por trimestre (T) e por semestre (SEM). Fonte: IBGE. OBS: * dados preliminares do 2T de 2022; **projeção para 2022 sobre a média do primeiro semestre

Quando se compara os volumes do primeiro semestre de 2022 com o mesmo período do ano passado o crescimento foi de 6,4%, porém, só foi 1,5% maior que o segundo semestre de 2021. Mantidas as médias dos seis primeiros meses para o restante do ano, o país deve fechar 2022 com quase 5,1 milhões de toneladas (4% a mais que 2021).

As exportações de carne suína in natura ainda estão inferiores aos volumes do ano passado (tabela 2).

Tabela 2. Volumes exportados totais e para a China de carne suína brasileira in natura de janeiro a julho de 2020, 2021 e 2022 (em toneladas) e comparativo da diferença percentual entre 2022 e 2021. Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

A China que no ano passado representou mais da metade das exportações, no acumulado de janeiro a julho de 2022 não chega a 40%, representando uma redução de 127 mil toneladas nos embarques para o gigante asiático neste período em relação ao ano passado. Com alguns países como Filipinas, Singapura e Argentina comprando mais, no total a redução do volume embarcado pelo Brasil foi de apenas 47 mil (-7,94%) toneladas entre janeiro e julho de 2022.

Há sinais de aumento das exportações para os próximos meses com a reação paulatina dos preços do suíno na China. O mês de agosto, com média diária de embarques acima de 4,8 mil toneladas na primeira quinzena, deve ultrapassar facilmente a barreira das 90 mil toneladas de carne suína in natura exportada, marca que não superamos desde setembro de 2021.

No balanço de produção e exportação a disponibilidade interna de carne suína aumentou consideravelmente em 2022 (gráfico 1), determinando maior consumo per capita projetado para este ano, que deve se aproximar dos 20kg por habitante.

Gráfico 1. Balanço trimestral da carne suína brasileira de 2020 até junho/22: produção, exportação e disponibilidade interna, em toneladas (eixo da esquerda), e consumo per capita ano projetado em kg/habitante/ano (eixo da direita). Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex e IBGE.

Em todos os meses do primeiro semestre de 2022, houve aumento de disponibilidade interna em relação ao mesmo período de 2021 (tabela 3), totalizando um aumento de 195,6 mil toneladas no período (10,34%). A título de comparação, em todo o ano de 2021, o excedente despejado no mercado interno em relação ao ano anterior foi de 295 mil toneladas.

Tabela 3. Balanço mensal da carne suína brasileira no primeiro semestre de 2022: produção, exportação e disponibilidade interna (em toneladas), sendo esta última comparada com o mesmo período de 2021. Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex e IBGE.

Com todo este excedente de oferta, especialmente nos meses de maio e junho, quando a disponibilidade interna se manteve acima de 360 mil toneladas mensais, era de se esperar estagnação e até mesmo queda no preço pago ao produtor, porém não foi o que aconteceu, pelo contrário, desde junho os preços têm reagido em todas as praças e as carcaças em agosto (gráfico 2) finalmente ultrapassaram a marca de 10 reais por kg. Esta reação dos preços mesmo em meio à maior oferta de carne suína é um indicativo claro de que a demanda no Brasil voltou a aumentar consistentemente.

Gráfico 2. Preço da carcaça suína especial em São Paulo (SP) de março a agosto de 2022 (até dia 19/08/22). Fonte: Cepea

Em função dos custos ainda elevados, esse aumento ainda não permite margens positivas para todos os produtores (tabela 4), mas demonstra uma tendência de recuperação paulatina do setor, principalmente porque nos aproximamos do final do ano quando a procura pela carne suína sempre aumenta.

Tabela 4. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido), em 2021 e em 2022 até julho. Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos) e Cepea (preço).

A colheita da segunda safra de milho se encaminha para o final, e mesmo com volumes recordes de produção, os preços deste cereal têm se mantido estáveis. As exportações de milho estão a pleno vapor, puxadas pelo câmbio favorável e pela expectativa de alta demanda externa que oscila conforme se desenvolve a safra norte-americana, com clima relativamente seco e incerteza quanto ao volume de quebra que, somado aos problemas da Ucrânia, outro grande exportador, colocam o Brasil como potencial fornecedor de milho para suprir a demanda eventualmente não atendida pelos demais exportadores.

Gráfico 3. Preço da saca (60kg) de milho em Campinas(SP) nos últimos 60 dias úteis (até 19/08/22). Fonte: Cepea

Com a crise de oferta e custos do setor desde o início do ano passado esperava-se a redução da produção de suínos em 2022. Segundo a análise do presidente da ABCS, Marcelo Lopes, os dados de abate do primeiro semestre demonstram que esta redução não se materializou, pelo contrário, houve um aumento da produção e da disponibilidade interna, e mesmo assim, o preço pago ao produtor está reagindo, mostrando que o consumo de carne suína no Brasil está efetivamente mudando de patamar. “Apesar da boa disponibilidade de milho, não há viés de queda expressiva nos custos de produção, mas o produtor já vislumbra margens positivas à medida que o fim do ano se aproxima e as demandas interna e externa da nossa carne suína aumentam”, expõe.

Fonte: Asco ABCS

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Agricultura regenerativa ganha destaque na COP30 como caminho para um agro mais sustentável

Painel do Mapa no Pavilhão Brasil debate práticas que reduzem emissões, recuperam solos e fortalecem a competitividade da agricultura de baixo carbono no país.

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Foto: Freepik

Representantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) participaram, neste penúltimo dia da COP30, de um painel dedicado à agricultura regenerativa como caminho para um agronegócio mais sustentável e resiliente. O encontro ocorreu no Pavilhão Brasil, na Blue Zone, reunindo especialistas e autoridades para discutir soluções que integrem produção e preservação.

O painel teve como foco mostrar como práticas regenerativas podem reduzir emissões de carbono, restaurar a capacidade produtiva dos solos e ampliar a eficiência das cadeias agropecuárias. Os participantes também discutiram os desafios e as oportunidades para expandir essas técnicas no campo brasileiro, sobretudo diante das mudanças climáticas e da necessidade de fortalecer a segurança alimentar.

O auditor fiscal federal agropecuário do Mapa, Luís Rangel, destacou que o Programa Caminho Verde Brasil será um dos principais motores da transformação sustentável no país. A iniciativa prevê a recuperação de áreas atualmente degradadas, devolvendo-as à produção por meio de ciência, tecnologia e inovação, fortalecendo a agricultura de baixo carbono e ampliando a competitividade do Brasil no cenário global.

Rangel também reforçou que o governo vem ampliando os instrumentos de incentivo para que mais produtores adotem práticas sustentáveis. Entre eles, está o desconto de 0,5% no Plano Safra para quem investe em sistemas produtivos sustentáveis e tecnologias de baixa emissão. Para ele, “a transição verde já é uma realidade no campo brasileiro, e programas como o Caminho Verde mostram que é possível produzir mais, conservando os recursos naturais”.

Além disso, o debate ressaltou que a agricultura regenerativa está alinhada às metas nacionais de sustentabilidade, contribuindo para o uso eficiente do solo, o aumento da biodiversidade e a redução de impactos ambientais, sem comprometer a produtividade de pequenos, médios e grandes produtores.

Fonte: Assessoria Mapa
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Mobilização do setor rural retira de pauta PL que aumentaria custos extrajudiciais no Paraná

Pressão do Sistema Faep, sindicatos e produtores garante suspensão do projeto que poderia elevar em até 532% taxas essenciais para atividades rurais e impactar o preço dos alimentos no estado.

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Foto: Shutterstock

O Projeto de Lei (PL) 1016/2025, referente ao aumento dos valores de referência aos atos extrajudiciais no Paraná, foi retirado da pauta de votação da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). A ação é resultado da mobilização do Sistema Faep, com apoio dos sindicatos e produtores rurais, que também envolveu o G7 (grupo que reúne sete entidades representativas do setor produtivo paranaense), os deputados estaduais e o governo estadual. O projeto de lei havia sido protocolado na Alep pelo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná (TJPR).

Caso o PL 1016/2025 fosse aprovado, o impacto financeiro seria significativo na agropecuária estadual. Isso porque os produtores rurais teriam que pagar, por exemplo, até 532% a mais para averbação sem valor econômico, 351% para emissão de certidões e 82% para pedidos de escrituras com valor acima de R$ 750 mil. Com o aumento dos custos dentro da porteira, o valor dos alimentos para a sociedade paranaense sofreria reajuste.

“A retirada de tramitação do projeto é uma vitória do setor rural e também da sociedade paranaense, já que teria impacto para todos os cidadãos. O momento em que vivemos, principalmente no meio rural, é delicado, com altos custos de produção, margens apertadas e problemas extras, como as intempéries climáticas. Essa vitória é coletiva, resultado da mobilização de diversos elos da cadeia produtiva rural”, destaca o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette. “O Sistema Faep, nossos sindicatos e produtores rurais agradecem a sensibilidade dos deputados estaduais, principalmente do presidente da Alep, Alexandre Curi, e do governador, Carlos Massa Ratinho Junior”, complementa.

A retirada do PL da pauta da Alep evita que os produtores rurais tenham que pagar a mais em operações de registro, averbação, retificação de área, georreferenciamento, regularização ambiental e ratificação de área em faixa de fronteira. Esses documentos são necessários para o financiamento, regularização fundiária, crédito rural, registro de propriedades, regularização ambiental e, até mesmo, a obtenção de financiamentos bancários.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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Centro de Excelência em Fertilizantes lidera debate sobre inovação na AgriZone

Painel do Mapa apresenta novo modelo de governança para desenvolver fertilizantes eficientes e tecnologias adaptadas aos biomas brasileiros, fortalecendo a segurança alimentar e a sustentabilidade.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) promoveu, na quinta-feira (20), o painel “O Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas e a Nova Governança para Inovação Aberta no Agro”, na AgriZone, para debater como o CEFENP promoverá a ponte para a inovação em fertilizantes adaptados às condições tropicais. O Centro será formado por uma rede de hubs em nove estados do Brasil, com cinco países parceiros. Open labs e plantas-piloto transformarão ativos de P&D em produtos e tecnologias em fertilizantes eficientes, da bancada ao campo, sob a orientação da ciência, das políticas públicas e da sustentabilidade.

Na ocasião, representantes do Centro de Excelência em Fertilizantes e Nutrição de Plantas (CEFENP) apresentaram os modelos de governança, financiamento de projetos e estímulo ao mercado, que permitem inovação em fertilizantes eficientes, otimizando ativos públicos e acelerando demonstrações de campo com foco em adaptação climática e inclusão produtiva. Eles também destacaram como as diretrizes do CEFENP se alinham às do Plano Nacional de Fertilizantes (PNF).

Foto: Mapa

O assessor especial da Secretaria-Executiva, José Carlos Polidoro, explicou que o centro de excelência em fertilizantes e nutrição de plantas consiste na criação de uma instituição público-privada representada por organismos nacionais e internacionais, setor privado e governos federal e estaduais, para promover inovação e negócios voltados ao desenvolvimento de tecnologias de ponta para a produção de fertilizantes no país e garantir a segurança alimentar. “Nós agora temos uma iniciativa de Estado, cujo desafio até 2050 é resolver essas questões. Temos prioridades muito claras para transformar o Brasil em um grande produtor de fertilizantes”, ressaltou Polidoro.

O diretor-executivo do Sindicato Nacional das Indústrias Produtoras de Matéria-Prima de Fertilizantes destacou que o Brasil tem condições de desenvolver tecnologias para a produção de fertilizantes apropriadas para cada bioma brasileiro. “O Brasil tem centros de pesquisa e desenvolvimento, tem pesquisadores, tem uma agricultura pujante, tem uma indústria que investe no país. Então, entendemos que o Brasil tem total condição de cumprir os objetivos do Plano Nacional de Fertilizantes e reduzir nossa dependência”, afirmou.

A missão essencial do CEFENP é demonstrar que a cooperação interinstitucional e o uso compartilhado de ativos de P&D são mecanismos eficientes para reduzir custos, democratizar o acesso à inovação e consolidar a soberania tecnológica nacional.

A iniciativa busca instituir um novo paradigma de governança para o agronegócio brasileiro: um modelo capaz de escalar fertilizantes inteligentes, bioinsumos e práticas regenerativas, garantindo segurança alimentar, descarbonização da produção e resiliência climática.

Fonte: Assessoria Mapa
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