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Suínos Em 2024

IBGE aponta consumo per capita de carne suína de 19,52 kg

A produção de suínos se manteve praticamente estável em relação a 2023, com um crescimento de apenas 684,2 mil cabeças e 31,5 mil toneladas de carcaças.

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O IBGE publicou na última terça-feira (18) números definitivos do abate de 2024 (Tabela 1), sem muitas mudanças em relação aos dados preliminares. A produção de suínos do ano passado foi praticamente a mesma de 2023, com crescimento de somente 684,2 mil cabeças (+ 1,2%) ou 31,5 mil toneladas de carcaças (+ 0,6%).

Tabela 1 – Abate brasileiro mensal de suínos, 2024 e 2023, em cabeças e toneladas de carcaças (total e peso médio em kg) e diferença em relação ao mesmo mês anterior. Elaborado por Iuri Machado, com dados do IBGE.

Analisando o abate de suínos por unidade da federação (Tabela 2), houve retração no volume de abate (toneladas de carcaças) de Santa Catarina (-0,18%) e Paraná (-1,76%), que continuam liderando a produção. Na maioria dos demais entes federados houve crescimento da produção, com destaque para Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo e Ceará que aumentaram o abate em mais de 2%.

Tabela 2 – Abate brasileiro anual de suínos por Unidade Federativa, em 2024 e 2023, em cabeças e toneladas de carcaças (total e peso médio em kg), percentual de cada estado sobre o total e diferença de um ano para o outro. Destaque em azul para crescimento e em laranja para redução de 2024 em relação a 2023. Elaborado por Iuri Machado, com dados do IBGE.

Subtraindo-se as exportações de carne suína in natura dos volumes de carcaças produzidos tem-se, em 2024, pela primeira vez em 10 anos, uma queda na disponibilidade interna (consumo doméstico), depois de expressivo crescimento em 2021 e 2022 e pequeno incremento em 2023 (Tabela 3).

Tabela 3 – Abate, exportação de carne suína in natura e disponibilidade interna de carne suína (toneladas em equivalente carcaça) brasileira nos últimos 10 anos e crescimento percentual anual da disponibilidade interna. Elaborado por Iuri  Machado, com dados do IBGE e Secex.

Dividindo-se a disponibilidade interna do ano passado pela estimativa populacional mais recente do IBGE (212.583.750 milhões de habitantes), o consumo per capita de carne suína do Brasil em 2024 foi de 19,52 kg/habitante/ano. Considerando que em 2015 o consumo estimado era de 14,47 kg/habitante/ano, houve um incremento no consumo individual de quase 35% na última década (+ 5,05 kg/hab/ano); a carne suína foi a proteína animal que mais ganhou espaço na dieta do consumidor brasileiro neste período.

Primeiro trimestre de 2025 encerra com exportações e custos em alta e preços domésticos caindo

Tudo indica que o recorde de exportação de carne suína de 2024 seja superado em 2025. No acumulado de janeiro e fevereiro deste ano, quando comparado com o mesmo período do ano passado já houve acréscimo de quase 20 mil toneladas (+12,4%) de carne suína in natura embarcada (Tabela 4), com crescimento expressivo do valor em dólar.

Ao analisar a destinação das exportações brasileiras neste início de ano, conclui-se a mesma tendência de crescimento de compradores alternativos a China, como Filipinas, Japão e México, visto que o gigante asiático vem reduzindo suas compras desde o ano passado.

Tabela 4 – Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em janeiro e fevereiro de 2025, comparado com o mesmo período de 2024, com valor em dólar (FOB). Ordem dos países estabelecida sobre volumes de 2025. Elaborado por Iuri Machado, com dados da Secex.

Apesar do bom ritmo das exportações, no mercado doméstico, as cotações do suíno (vivo e carcaças) que haviam subido em fevereiro, voltaram a recuar na primeira quinzena de março (Gráficos 1, 2 e 3).

Gráfico 1 – Indicador Suíno vivo – Cepea/Esalq (R$/kg) em Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, mensal, nos últimos 6 meses, março/25 até dia 19/03/2025 (cotação indicada no gráfico média de novembro/24, quando atingiu recorde nominal em algumas praças). Fonte: Cepea

Gráfico 2 – Indicador Carcaça especial – Cepea/Esalq(R$/kg) em São Paulo, Mensal, nos últimos 6 meses, março/25 até dia 19/03/2025. Fonte: Cepea

Gráfico 3 – Indicador Carcaça especial – Cepea/Esalq(R$/kg) em São Paulo, Diário, nos últimos 30 dias úteis, até dia 19/03/2025. Fonte: Cepea

Ao analisar o comportamento da bolsa de suínos de Belo Horizonte, umas das principais referências de preço nas regiões Sudeste e Centro-oeste do país, observa-se que, após uma alta contínua do valor de referência nas três primeiras semanas de fevereiro, na quinta-feira que antecedeu o Carnaval (27/02), iniciou o ciclo de recuo das cotações, reduzindo o preço semana a semana até atingir R$ 8,00 em 20/03, mesmo preço de janeiro/25 (Tabela 5).

Tabela 5 – Preço semanal da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) desde o segundo semestre de 2024 (R$/kg vivo), até a reunião de 20/03/2025. Destaque, em azul, para alguns movimentos de alta relevante e, em amarelo, movimentos recentes de queda. Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG

Embora a Conab, no último levantamento, publicado em 13 de março, tenha estimado um pequeno aumento no volume de milho da safra 2024/25, podendo chegar a um total 122,8 milhões de toneladas, é preciso destacar que quase 80% deste volume refere-se à segunda safra (“safrinha”) que ainda está em fase de plantio e só será colhida a partir de junho.

Segundo a consultoria Mbagro, existe uma percepção do mercado de que o clima pode interferir negativamente no resultado da produção da safrinha. Mesmo assim, a sinalização de queda de preço no segundo semestre ainda é mantida; no dia 19/03 o futuro da B3 para setembro/25 estava em R$ 74,15/saca de 60kg, ante R$ 79,00 em março/25. Já o indicador ESALQ/BM&FBOVESPA no dia 19 de março chegou a R$ 90,18/saca de 60kg (Gráfico 4).

Gráfico 4 – Preço médio diário do Milho (R$/SC 60kg) em Campinas-SP, nos últimos 60 dias úteis, até dia 19/03/2025. Fonte: Cepea

Apesar do farelo de soja apresentar queda nas cotações desde o início o ano, a alta do milho e de outros insumos tem pressionado para cima os custos de produção das granjas (Tabela 6); os custos de 2025 estão maiores que o mesmo período do ano passado, mas inferiores ao ano de 2023. Entretanto, o preço de venda maior que nos anos anteriores tem permitido margem positiva na atividade.

Tabela 6 – Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido) em janeiro e fevereiro de 2023, 2024 e 2025, e a média anual de 2023 e 2024. Elaborado por Iuri Machado com dados: Embrapa (custos), Cepea (preço do suíno).

Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o primeiro semestre está bastante desafiador. “Além da oscilação das cotações do suíno, com recuo significativo em março, a taxa Selic ultrapassando 14% ao ano deixa o crédito cada vez mais restrito, tanto para a expansão do consumo da população, quando para novos investimentos para ampliar a produção. Por outro lado, a alta do custo de produção puxada principalmente pelo milho, cuja colheita da segunda safra ainda está relativamente longe, restringe ainda mais as margens da atividade. As retaliações entre EUA e China no comércio de commodities agropecuárias pode abrir espaço para ampliarmos ainda mais as exportações de carnes para o gigante asiático, porém, pelo mesmo motivo, a eventual expansão das exportações de grãos brasileiros para aquele destino também pode pressionar os custos de produção no Brasil”, avaliou.

Fonte: Assessoria ABCS

Suínos

Swine Day 2025 reforça integração entre ciência e indústria na suinocultura

Com 180 participantes, painéis técnicos, pré-evento sanitário e palestras internacionais, encontro promoveu troca qualificada e aproximação entre universidade e setor produtivo.

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Foto: Divulgação/Swine Day

Realizado nos dias 12 e 13 de novembro, na Faculdade de Veterinária da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o Swine Day chegou à sua 9ª edição reunindo 180 participantes, 23 empresas apoiadoras, quatro painéis, 29 apresentações orais e oito espaços de discussão. O encontro reafirmou sua vocação de aproximar pesquisa científica e indústria suinícola, promovendo ambiente de troca técnica e atualização profissional.

O evento também contou com um pré-evento dedicado exclusivamente aos desafios sanitários causados por Mycoplasma hyopneumoniae na suinocultura mundial, com quatro apresentações orais, uma mesa-redonda e 2 espaços de debate direcionados ao tema.

As pesquisas apresentadas foram organizadas em quatro painéis temáticos: UFRGS–ISU, Sanidade, Nutrição e Saúde e Produção e Reprodução. Cada sessão contou com momentos de discussão, reforçando a proposta do Swine Day de estimular o diálogo técnico entre academia, empresas e profissionais da cadeia produtiva.

Entre os destaques da programação estiveram as palestras âncoras. A primeira, ministrada pelo Daniel Linhares, apresentou “Estratégias epidemiológicas para monitoria sanitária em rebanhos suínos: metodologias utilizadas nos EUA que poderiam ser aplicadas no Brasil”. Já o Gustavo Silva abordou “Ferramentas de análise de dados aplicadas à tomada de decisão na indústria de suínos”.

Durante o encerramento, a comissão organizadora agradeceu a participação dos presentes e anunciou que a próxima edição do Swine Day será realizada nos dias 11 e 12 de novembro de 2026.

Com elevado nível técnico, forte participação institucional e apoio do setor privado, o Swine Day 2025 foi considerado pela organização um sucesso, consolidando sua importância como espaço de conexão entre ciência e indústria dentro da suinocultura brasileira.

Fonte: O Presente Rural
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Suínos

Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças

Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

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Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.

Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.

No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.

Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.

Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.

Fonte: Assessoria Cepea
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Suínos

Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde

Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

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Foto: Jonathan Campos

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.

Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock

Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.

Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.

O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.

Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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