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Bovinos / Grãos / Máquinas Bovinos

IATF: uma das maiores revoluções na reprodução da pecuária brasileira

Técnica é reconhecida por melhorar os índices de produção dos rebanhos e acelerar programas de incremento genético sendo amplamente utilizada no país.

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Foto: Divulgação/Ceva

Um dos pilares fundamentais da pecuária bovina é a reprodução. No sistema normal de produção de bovinos, o ciclo reprodutivo é longo, gerando apenas um descendente a cada parto. Situações diversas podem alongar ainda mais o ciclo, prolongado o intervalo entre partos com aumento significativo nos custos de produção. Desta forma, a eficiência reprodutiva torna-se indispensável para o sucesso produtivo.

Fotos: Shutterstock

Dentre as principais tecnologias disponíveis buscando a melhoria da performance reprodutiva nos bovinos, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) ganhou destaque por conta, fundamentalmente, da sua viabilidade econômica. Com a técnica, os produtores podem enfrentar os desafios de um mercado competitivo, atender à crescente demanda por produtos de origem animal e garantir a viabilidade a econômica de suas operações.

No Brasil, a IATF contribui para uma maior eficiência reprodutiva e representa um importante avanço para os rebanhos, sendo considerada um dos melhores sistemas de melhoramento genético.

Segundo dados do Departamento de Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (FMVZ/USP), a técnica foi amplamente empregada no Brasil em 2023. Entre o período de 2002 a 2021, a taxa de crescimento anual composta (CAGR: Compound Annual Growth Rate) do número de protocolos de sincronização comercializados para IATF foi de 34,1%.

Esses dados evidenciam o significativo crescimento da técnica na bovinocultura, permitindo ganhos de performance para grandes, médios e pequenos produtores, tendo o potencial para ser a ferramenta de maior contribuição na disseminação tecnológica da genética para a pecuária nacional.

Neste cenário faz-se necessário compreender os fatores que levaram a adoção massiva do processo. A inseminação artificial (IA) é a biotecnologia reprodutiva mais utilizada no mundo e sua aplicação traz grandes benefícios aos rebanhos quando comparada ao uso da monta natural. É importante destacar que o crescimento expressivo da técnica no Brasil se deu concomitantemente à adoção de protocolos de sincronização para IATF.

Ou seja, a IATF é uma facilitadora para a adesão da IA e permite desfrutar de todos os benefícios que ela possui, como o melhoramento genético, a concentração dos nascimentos e a padronização do rebanho e da carcaça no abate. A IATF ainda permite reduzir significativamente falhas na observação de cios dos animais no manejo da Inseminação Artificial, um fator importante.

Protocolos e alternativas

No campo, os protocolos mais empregados na IATF utilizam o eCG (Gonadotrofina Coriônica Equina) para estimular a fase final do crescimento folicular e a ovulação das vacas, atuando sobre os receptores de FSH (Hormônio Folículo Estimulante) e LH (Hormônio Luteinizante). O eCG possui elevado período de ação biológica após sua aplicação.

Pesquisas têm sido conduzidas buscando substitutos para o eCG e algumas alternativas incluem os análogos do GnRH (Hormônio Liberador de Gonadotrofinas) e o hCG (Gonadotrofina Coriônica Humana). Ao contrário do eCG, o hCG mantém sua atividade biológica após aplicado em bovinos por período bem inferior, aproximadamente 30 horas, isso devido à alta glicosilação da sua molécula de forma similar ao que ocorre com o eCG.

A fim de buscar produtos com maior padronização e não necessitar da participação de animais, pesquisas têm sido desenvolvidas. A tecnologia de produção recombinante é uma ótima alternativa, pois pode permitir produto com alto grau de padronização, além de proporcionar melhor bem-estar animal, contribuindo muito para o avanço do uso da IATF.

Ao contrário da inseminação tradicional, em que a detecção do cio é crucial, a IATF sincroniza o ciclo reprodutivo das fêmeas, permitindo a inseminação em um período predeterminado, aumentando a taxa de concepção e reduzindo o tempo médio para obtenção de uma nova gestação, ou em outras palavras, permitindo a redução no Período de Serviço (intervalo entre o parto e um anova concepção). Com a aceleração do processo de reprodução, os produtores podem reduzir o intervalo entre as gestações, o que leva a uma renovação mais rápida do rebanho e à produção de animais geneticamente superiores, possibilitando a disseminação de características desejáveis, tais como resistência a patógenos e eficiência produtiva.

closeup of a Nellore beef steer

Mais vantagens

Adicionalmente, a técnica proporciona uma série de vantagens, como: pode ser utilizada em fêmeas em anestro, possibilita escolher a melhor data para os partos, elimina erros de observação de cios, possibilita a geração de uma cria por ano para cada matriz, as vacas emprenham mais rápido no pós-parto, padroniza os lotes de animais nascidos permitindo a formação de lotes mais homogêneos e utiliza sêmen selecionado e indicado para cada fêmea.

Outro aspecto relevante é a economia de tempo e recursos associada à IATF. Em comparação com métodos tradicionais de reprodução, a IATF permite uma utilização mais eficiente dos touros reprodutores, proporcionando a produção de um número significativamente maior de descendentes ao ano quando comparada ao manejo de monta natural, reduz os custos operacionais e o tempo necessário para alcançar os resultados desejados
Em síntese, a Inseminação Artificial em Tempo Fixo representa uma ferramenta inestimável para a pecuária bovina moderna, possibilitando uma gestão reprodutiva precisa e eficiente. Seu emprego requer expertise técnica e rigoroso controle de procedimentos, sempre necessitando da avaliação prévia, monitoramento e/ou execução de todo o processo por médico veterinário capacitado, além de cuidados no manejo nutricional e sanitário do rebanho. Porém os benefícios potenciais em termos de eficiência produtiva, qualidade genética e viabilidade econômica são inegáveis, contribuindo para a sustentabilidade e competitividade do setor.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: Por Marcos Malacco, Médico veterinário, Gerente técnico de pecuária da Ceva Saúde Animal.

Bovinos / Grãos / Máquinas Em Uberaba, Minas Gerais

ABCZ vai realizar curso de avaliação morfológica de raças zebuínas leiteiras

O curso é destinado a produtores, profissionais do setor e estudantes de Ciências Agrárias.

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Foto: Divulgação/ABCZ

Para obter uma produção eficiente na pecuária leiteira, o produtor precisa estar atento não só à capacidade produtiva do rebanho, mas também aos aspectos morfológicos dos animais. E durante a ExpoLeite, que acontecerá entre os dias 21 e 25 de outubro, em Uberaba (MG), a ABCZ realizará o Curso de Avaliação Morfológica de Raças Zebuínas Leiteiras, oportunizando uma seleção mais satisfatória nas fazendas, com base em características funcionais para a produção de leite.

O curso é destinado a produtores, profissionais do setor e estudantes de Ciências Agrárias. O conteúdo será aplicado em aulas teóricas e práticas, no dia 21 de outubro. “Os participantes vão aprender a identificar e reconhecer os principais aspectos morfológicos ligados à conservação das raças puras, como as características morfológicas influenciam a produção leiteira, as associações genéticas e fenotípicas entre as características morfológicas e os atributos econômicos da produção de leite e, ainda farão, na prática, a identificação e classificação de fêmeas e machos com aptidão leiteira”, destaca o Superintendente Técnico Adjunto do Leite e Projetos Técnicos da ABCZ, Carlos Henrique Cavallari Machado.

O investimento é de R$ 150,00 para estudantes e de R$ 300,00 para não estudantes. Para se inscrever, clique aqui.

Confira a programação completa.

Fonte: Assessoria ABCZ
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Bovinos / Grãos / Máquinas Seminário de Criadores e Pesquisadores

Pecuaristas debatem planejamento reprodutivo e desafios da prenhez em novinhas precoces

Transferência de conhecimento tem proporcionado uma evolução expressiva no desempenho genético dos rebanhos, melhorando a qualidade dos animais e, consequentemente, a oferta no mercado.

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Fotos: Fernando Samura

Transmitir uma mensagem com mais clareza e divulgar informações que tenham aplicabilidade no campo. Estes foram os objetivos centrais que nortearam as discussões do 28º Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores, promovido recentemente pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), em Uberaba (MG). Conforme os organizadores, a edição de 2024 foi uma das maiores já realizadas, registrando um crescimento de público de 25% em relação ao ano anterior.

Zootecnista, especialista em Agronegócio e diretora de Mercado e Associados da ANCP, Fernanda Borges: “O Seminário não só reforçou a importância da fase da prenhez ao parto na cadeia produtiva, como também destacou o papel da ANCP em promover a inovação e o desenvolvimento contínuo da pecuária nacional”

Com o tema “Da prenhez ao parto”, o seminário focou nos avanços mais recentes da pecuária de corte, no planejamento reprodutivo e nos desafios associados a prenhez em novilhas precoces, atraindo cerca de 500 participantes, entre criadores associados, pecuaristas, pesquisadores, professores e estudantes de ciências agrárias, técnicos agropecuários, profissionais de programas de melhoramento genético, associações de raças bovinas e empresas da área de genética de todo o país.

O evento ofereceu uma programação rica e diversificada, com especialistas renomados no setor discutindo e compartilhando conhecimentos sobre as novas tecnologias e práticas que estão moldando o futuro da produção bovina no Brasil. Além de palestras e discussões em plenário, os participantes tiveram a oportunidade de acompanhar uma mesa-redonda, o lançamento de novas DEPs (Diferença Esperada na Progênie) e a divulgação do sumário de touros 2024.

ExpoGenética

Esta foi a segunda vez que o Seminário integrou a programação da ExpoGenética, reforçando seu papel como um dos principais fóruns de debate e troca de conhecimento no setor. “A ExpoGenética é um dos principais encontros da pecuária de corte no Brasil, proporcionando uma excelente oportunidade de networking. É um ambiente em que criadores, pesquisadores e empresas se conectam, trocam conhecimentos e estabelecem parcerias que impulsionam o setor”, ressalta a zootecnista, especialista em Agronegócio e diretora de Mercado e Associados da ANCP, Fernanda Borges.

De acordo com a profissional, a escolha do tema que norteou as discussões da 28ª edição do evento se deu em razão de que os criadores têm investido cada vez mais na precocidade sexual de novilhas, buscando com que esses animais emprenhem em idades mais jovens. Contudo, esse avanço trouxe à tona um novo desafio: dificuldades no parto devido ao tamanho, idade e desenvolvimento da fêmea.

Além de oferecer uma plataforma para atualização e a troca de conhecimento, Fernanda diz que o evento visa popularizar o melhoramento genético em toda a cadeia produtiva, atingindo desde pequenos até grandes criadores. “Nosso objetivo é garantir que todos tenham acesso às ferramentas necessárias para desenvolver melhor seu rebanho para que compreendam e reconheçam o potencial que possuem nas mãos”, frisou, acrescentando: “Muitos criadores ainda baseiam suas decisões em achismos, opiniões de vizinhos ou informações genéricas, sem conhecer as reais oportunidades que o melhoramento genético pode oferecer. Neste sentido, o seminário busca formar multiplicadores de conhecimento, de modo que a informação chegue a todos os níveis da cadeia produtiva, contribuindo para o fortalecimento da pecuária nacional”.

Conforme a zootecnista, o Brasil tem um enorme potencial para melhorar não apenas a quantidade, mas também a qualidade da produção de carne. O investimento em genética, segundo ela, é uma alternativa com excelente custo-benefício e pode proporcionar ganhos acumulativos ao longo dos anos, sem complexidades desnecessárias. “O Seminário não só reforçou a importância da fase da prenhez ao parto na cadeia produtiva, como também destacou o papel da ANCP em promover a inovação e o desenvolvimento contínuo da pecuária nacional”, frisou.

Ciência e prática

Fernanda destaca a importância do Seminário Nacional de Criadores e Pesquisadores como o evento mais relevante promovido pela ANCP ao longo do ano. Com quase três décadas de trajetória, o Seminário se consolidou como um importante canal para a disseminação dos avanços em pesquisa e desenvolvimento aplicados à prática pecuária. “A ANCP investe intensamente em pesquisas e no desenvolvimento de conhecimento que possa ser diretamente aplicado pelos produtores no dia a dia. O seminário desempenha um papel importante ao reunir e compartilhar essas inovações, originadas de colaborações com universidades e centros de pesquisa”, menciona.

Essa transferência de conhecimento tem proporcionado uma evolução expressiva no desempenho genético dos rebanhos, melhorando a qualidade dos animais e, consequentemente, a oferta no mercado. “O impacto positivo dessas inovações reverbera por toda a cadeia produtiva da carne, beneficiando todos os envolvidos e garantindo que o conhecimento transmitido durante o seminário se reflita em avanços concretos na prática pecuária”.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor de bovinocultura de leite e na produção de grãos acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas, clique aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Indicador sobe 3% na 1ª dezena, mas pecuaristas esperam maiores altas

No atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea.

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Foto: Shutterstock

Levantamentos do Cepea mostram que as cotações do boi gordo seguem em alta, sustentadas pela oferta limitada de animais prontos para abate no spot.

No acumulado da primeira dezena de setembro, o Indicador Cepea/B3 subiu 3,1%, passando de R$ 239,75 no último dia útil de agosto, para R$ 247,20 na última terça-feira (10).

Segundo pesquisadores do Cepea, apesar do movimento altista, pecuaristas se mantêm resistentes em entregar o boi, na expectativa de valores maiores que os atuais.

No atacado, os preços da carne com osso também registram aumentos, impulsionados pela demanda aquecida, de acordo com colaboradores consultados pelo Cepea.

Divulgação recente do IBGE mostra que o volume abatido no segundo trimestre foi recorde, com destaque para a categoria fêmea (vaca e novilha) – foram 8,8 milhões de cabeças no semestre, o que representou 45,7% do total de animais abatidos.

 

Fonte: Assessoria Cepea
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