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Bovinos / Grãos / Máquinas

IATF derruba intervalo entre partos

Técnica permite que os animais sejam inseminados mesmo em anestro antes do protocolo, promovendo aumento na taxa de serviço

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Artigo escrito por Bruna Martins Guerreiro, médica-veterinária, mestre em Reprodução Animal e especialista técnica em Reprodução Animal na Ourofino Saúde Animal

Atualmente o Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com aproximadamente 194 milhões de bovinos. Apesar dessa grande dimensão, a pecuária brasileira de corte e leite ainda apresenta pouca eficiência produtiva. Diante disso, é imprescindível intensificar os sistemas de produção para maximizar a produtividade das propriedades.

O comprometimento da rentabilidade das fazendas de corte ocorre principalmente devido à baixa eficiência reprodutiva. Esse gargalo acontece porque as fêmeas não são cobertas de forma efetiva, acarretando incapacidade de produzir um bezerro por vaca a cada ano (elevado intervalo entre os partos).

Para realizar o manejo reprodutivo utilizando monta natural ou inseminação artificial (IA) é necessário que as fêmeas manifestem cio. Estudos mostram que aos 45 dias pós-parto apenas 20% dos animais estão ciclando. Isso ocorre devido às dificuldades nutricionais e amamentação, fazendo com que as fêmeas entrem em anestro. Essas fêmeas só vão retornar à ciclicidade e ter condições de serem cobertas apenas quando estiverem com boa condição corporal.

Esse atraso na ciclicidade faz com que ocorra aumento no intervalo entre partos, o que reflete negativamente no número de bezerros produzidos e desmamados. Quanto maior for o intervalo entre os partos das fêmeas, menor é a taxa de desmame por ano, comprometendo produtividade da propriedade.

IATF

Para reverter esse quadro podemos utilizar a inseminação artificial em tempo fixo (IATF), em que é possível inseminar todos os animais sem a necessidade de manifestação de cio. Para utilizar a IATF na fazenda não é necessário esperar que as fêmeas ciclem após o parto. Essa técnica permite que os animais sejam inseminados mesmo em anestro antes do protocolo, promovendo aumento na taxa de serviço. Dessa forma, é possível reduzir o intervalo entre partos das fêmeas e aumentar o número de bezerros produzidos por ano. Ainda, as fêmeas que ficaram gestantes retornam a ciclicidade após a IATF, podendo ser cobertas novamente por repasse de touro ou outra IATF.

A velocidade com que as vacas emprenham durante a estação de monta é muito importante para a produtividade da fazenda. Os bezerros produzidos no início da estação de monta são aqueles que apresentam maior peso à desmama, simplesmente porque nasceram e desmamaram em épocas mais favoráveis do ano. Consequentemente, esses animais acabam tendo maior peso final de produção. 

Pecuária leiteira

A grande dificuldade da pecuária leiteira brasileira na está na incapacidade de produzir leite de forma eficiente durante todo ano. Isso ocorre devido à baixa eficiência reprodutiva. Esse gargalo é associado à baixa detecção de cio das propriedades.

Para realização da IA é necessário detectar cio dos animais diariamente. Entretanto, esse manejo tem baixa eficiência devido à dificuldade de observação de cio (por mão-de-obra e tamanho do rebanho). Outro fator limitante é a duração do cio dessas fêmeas leiteiras – estudos mostram que quanto maior a produção leiteira diária, menor é o tempo que demonstram sinais de estro.

Diante disso, as fêmeas acabam recebendo poucas inseminações, o que compromete a taxa de serviço da propriedade. Dessa forma, a IATF ajuda os produtores a inseminar os animais sem ter a necessidade de detecção de cio.

Uma dúvida comum dos produtores é se a IATF consegue emprenhar as fêmeas da mesma forma que a IA pela observação de cio. Os estudos mostram que a taxa de prenhez dos dois modelos são semelhantes. A grande diferença está na velocidade com que os animais tornam-se gestantes. Com a IATF é possível reduzir o intervalo entre o parto e a concepção, o que reflete diretamente no intervalo entre partos e na porcentagem de fêmeas em lactação no rebanho.

A produtividade das fazendas de corte e leite pode ser aumentada ao incrementar a genética e a eficiência reprodutiva das fêmeas. Dessa forma, a utilização da IATF nas propriedades é fundamental para melhorar a produtividade das propriedades.

Benefícios da IATF

  • Eliminação da necessidade de observar de cio
  • Diminuição no intervalo entre partos
  • Eficiência reprodutiva
  • Otimização da mão-de-obra
  • Distribuição dos nascimentos
  • Programação da fazenda 

Mais informações você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2018 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Raça Brahman terá jurado internacional na 89ª ExpoZebu

Este ano quem comandará os julgamentos da raça será o jurado norte-americano Kelvin Moreno, com apoio da jurada auxiliar Poliana de Castro Melo.

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Foto: Divulgação

A 89ª edição da ExpoZebu será palco das comemorações dos 30 anos da chegada da raça Brahman no Brasil. Quem passar pelo Parque Fernando Costa, em Uberaba (MG), entre os dias 27 de abril e 05 de maio, poderá acompanhar a evolução da raça e as competições pelos grandes campeonatos.  “Será uma edição especial da ExpoZebu, pois estamos comemorando 30 anos da primeira importação de Brahman. A raça avançou muito nessas três décadas e vamos apresentar toda essa evolução aos visitantes dos mais diversos países que passarem pela ExpoZebu”, ressalta o presidente da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil (ACBB), Gustavo Rodrigues.

Este ano quem comandará os julgamentos da raça será o jurado norte-americano Kelvin Moreno, com apoio da jurada auxiliar Poliana de Castro Melo. Kelvin Moreno foi indicado pela diretoria da ACBB e atuará tanto no julgamento de pista quanto no Brahman a Campo. De família de selecionadores de Brahman no Texas, ele já atuou em exposições de vários países e é secretário/tesoureiro da American Brahman Breeders Association. No Brasil, Moreno vem contribuindo com o desenvolvimento de projetos científicos junto à ABCZ.

O julgamento da raça Brahman será de 1º a 3 de maio, começando com a competição “Brahman a Campo” no primeiro dia e segundo dia. Já os animais inscritos para a pista serão avaliados nos dias 2, 3 e 4 de maio. A expectativa é de que participem 150 exemplares nas duas competições.

A agenda da raça na ExpoZebu contempla ainda a Assembleia Geral Ordinária, no dia 1º de maio, às 19 horas, na Casa do Brahman. Já no dia 02 de maio, às 20 horas, acontece o 3º Leilão de Sêmen ACBB, também na sede da ACBB. Outra oportunidade de adquirir a genética Brahman será durante o Leilão Portobello e Terra Verde, agendado para o dia 03, às 20 horas, na Confraria/Armazém do Boi.

 Mérito ABCZ
O criador da raça Brahman, Marcos Henrique Pereira Alves, será um dos homenageados com a comenda “Mérito ABCZ”, juntamente com outras 18 personalidades do agronegócio brasileiro. A premiação acontecerá durante a abertura oficial da ExpoZebu no dia 4 de maio, antes das disputas dos Grandes Campeonatos.

Titular da Fazenda Transmontana, localizada em Vassouras/RJ, Marcos Henrique é selecionador da raça Brahman desde 2000 e associado da Associação dos Criadores de Brahman do Brasil. O criatório está entre os que mais realizam provas de ganho em peso a pasto no estado, utilizando touros mais bem avaliados nessas competições.

Em 2024, a fazenda já confirmou sua participação na 4ª Prova de Eficiência e Performance Brahman/BoicomBula, que será realizada pela ACBB. Outro projeto para 2024 é a realização do 20° Leilão Brahman Transmontana, oficializado pela entidade.

Fonte: Assessoria ACBB
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Indústria gaúcha de leite tem retração de quase 4% nas vendas 

Comercializações internas foram as que mais sofreram, caindo mais de R$ 350 milhões. 

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A indústria gaúcha de leite apresentou retração de quase 4% nas vendas no acumulado de 12 meses, de março de 2023 a fevereiro de 2024 contra março de 2022 a fevereiro de 2023. Os dados da Receita Estadual apontam que o volume somado baixou para R$16,61 bilhões. As comercializações internas foram as que mais sofreram, caindo mais de R$ 350 milhões.

No caso do leite em pó, mais de 55% do que foi demandado dentro do Rio Grande do Sul veio de importações. “Com a entrada em vigor do decreto do Governo, que limita a utilização de benefícios fiscais por quem compra o insumo fora, o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul (Sindilat/RS) acredita que as empresas de reprocessamento (chocolates, sorvetes e biscoitos) voltem a consumir da indústria gaúcha, fortalecendo também os produtores”, destacou Alexandre dos Santos, segundo vice-presidente do Sindilat/RS.

A apuração indica na quarta sondagem, que a compra de embalagens segue liderando quando se trata da entrada de insumos. “Isso reflete a importância para o setor lácteo da manutenção dos incentivos de equiparação fiscal, como o do FAF, sem os quais será inviável manter a competitividade no mercado, já que mais de 60% do leite processado é consumido fora RS ao passo que diversos insumos precisam ser comprados de fora, pois não são produzidos aqui”, acrescenta Darlan Palharini, secretário-executivo do Sindilat/RS, ao reafirmar opção pela revisão da alíquota de ICMS à retirada das equiparações fiscais existentes com outros estados produtores.

Fonte: Assessoria Sindilat/RS
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Pesquisadores avaliam se microrganismos podem reduzir emissão de metano de bovinos

Avaliação já indicou que a abundância de alguns microrganismos é diferente em touros com altas e baixas taxas de emissões. Já no que diz respeito ao consumo alimentar, foram identificados tanto organismos associados  à ineficiência alimentar quanto à maior eficiência.

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Foto: Gisele Rosso

Em um ano em que as ondas de calor continuam severas, as pessoas tendem a refletir um pouco mais sobre as consequências das alterações do clima. A ciência tem feito a sua parte. Boa parte das pesquisas da Embrapa Pecuária Sudeste, localizada em São Carlos (SP) tem foco em sistemas sustentáveis de produção, ou seja, busca obter carne e leite com menor emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) para reduzir o impacto da atividade agropecuária.

Entre diversos estudos e tecnologias do centro de pesquisa, um deles avalia a contribuição de bactérias e microrganismos na emissão de metano de bovinos e na eficiência alimentar desses animais por meio da hologenômica, o estudo simultâneo dos genomas do hospedeiro e dos microrganismos.

Coordenado pela pesquisadora Luciana Regitano, o estudo, que envolve instituições do Brasil e do exterior, testou se os componentes do microbioma ruminal e fecal dos animais poderiam ser usados ​​como biomarcadores. Segundo Luciana, os cientistas querem saber se, usando a informação sobre o tipo de microrganismos abrigado pelo animal, é possível melhorar seu perfil de eficiência alimentar e emissão.

A avaliação já indicou que a abundância de alguns microrganismos é diferente em touros com altas e baixas taxas de emissões. Já no que diz respeito ao consumo alimentar, foram identificados tanto organismos associados  à ineficiência alimentar quanto à maior eficiência.

Essa pesquisa, que contou com apoio da Fapesp por meio do Projeto Temático “O  hologenoma de Nelore: implicações na qualidade de carne e em eficiência alimentar”, deve ser concluída no final deste ano. Para saber mais, veja um dos trabalhos aqui .

Hologenômica

Interessados nesse tema terão a oportunidade de participar de um curso de curta duração Análise de Dados Hologenômicos para Agricultura. O curso ocorre presencialmente de 29 de julho a 09 de agosto de 2024, em São Carlos (SP). As inscrições para seleção de candidatos estão abertas no site do evento até o dia 30 de março. Quarenta candidatos, 20 do Brasil e 20 do exterior, serão selecionados e terão custeio total de suas despesas pela Fapesp. Para inscrição, acesse aqui.

A iniciativa propõe uma visão interdisciplinar da hologenômica e de como avaliar e integrar dados de diferentes técnicas ômicas (genômica, metagenômica, epigenômica, transcriptômica, etc.). Além disso, vai discutir como essas ferramentas podem melhorar o desenvolvimento de novas tecnologias agrícolas.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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