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IA reforça cuidados com desinfecção de ambientes avícolas

Custo é de apenas R$ 0,03 por ave para ter maior proteção contra introdução do vírus da Gripe Aviária, alerta profissional

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A desinfecção correta dos galpões, essencial para garantir a biosseguridade dos planteis avícolas, ganha mais destaque com a preocupação da indústria brasileira com os casos de Influenza Aviária (IA) registrados no início do ano no Chile. Para o produtor ter a máxima proteção de seu rebanho é preciso seguir o passo a passo da desinfecção contínua e da desinfecção entre lotes, o que muitas vezes não ocorre na tentativa de eliminar custos. Na ponta do lápis, segundo Giovani Marco Stingelin, de uma grande empresa de saúde animal no Brasil, fazendo todos os procedimentos, a desinfecção custa R$ 0,03 por ave.

“O custo é na verdade um investimento. Os programas de limpeza e desinfecção são componentes essenciais de qualquer programa de biosseguridade, buscando conter ou reduzir ao máximo possíveis disseminações de doenças. Um bom programa de limpeza e desinfecção é a base para uma boa saúde animal, uma vez que, em condições de confinamento, a gravidade e a ocorrência das enfermidades estão diretamente relacionadas ao nível de contaminação do ambiente. Eles funcionam reduzindo a carga microbiana e viral nas instalações e equipamentos e, consequentemente, diminuem o risco do aparecimento de enfermidades nas aves”, pontua Stingelin, responsável pelo Departamento Técnico da Farmabase.

Para o Presente Rural, o profissional fez os cálculos e garante: “um bom programa de desinfecção custa só três centavos (R$ 0,03) por ave”. De acordo com ele, a limpeza e desinfecção de instalações, veículos, equipamentos, silos, entre outros, requer o investimento nos insumos e tempo de mão de obra, mas consiste em investimento rentável, tendo em vista que geralmente a prevenção de uma doença é mais fácil e barata do que lidar com um surto de doença e as perdas consequentes.

“Em média, usando como exemplo um galpão de 20 mil aves, e que o valor estimado do desinfetante seja de R$ 28/litro, o investimento para realização de todo o processo de limpeza e desinfecção, aspersão sobre os animais e desinfecção da água de bebida, garantindo máxima proteção do lote contra o vírus da Influenza, não passa de três centavos de real por ave”, afirma.

De acordo com o profissional, a desinfecção pode ser realizada por agentes físicos ou químicos. “Os agentes químicos são os mais utilizados na avicultura e podem ser bactericidas, fungicidas, esporicidas e viricidas”, comenta.

Conforme Stingelin, na escolha do produto desinfetante devem ser consideradas características tais como o local e as superfícies a serem desinfetadas, o microorganismo a ser combatido, entre outras. “O desinfetante deve ter alto poder de eliminação de patógenos, atender à relação custo/benefício, ter baixa toxicidade, estabilidade em condições adversas de pH, elevada penetrabilidade em biofilmes e não causar efeitos adversos ao meio ambiente e aos animais”, orienta.

Ainda conforme o profissional, existem hoje diversas substâncias desinfetantes que podem ser utilizadas na avicultura industrial, “sendo que os princípios ativos mais utilizados na produção animal são os compostos de amônia quaternária, DDAC, associações entre amônia quaternária e glutaraldeído, compostos iodados e clorados”.

“Por serem produtos químicos, os aplicadores devem utilizar equipamentos de proteção individual (EPI), como roupa impermeável, luvas, óculos e máscara”, recomenda. 

No processo de limpeza e desinfecção entre lotes, para um galpão de 20 mil aves, que tem geralmente 1.440 m2 (12m x 120m) são necessários em média dois a três funcionários, que ficam responsáveis por retirar a cama, toda a matéria orgânica, restos de ração e a sujeira contida nas paredes, cortinas e gaiolas (limpeza seca) para posteriormente iniciar o processo de limpeza úmida. Em média, seguindo as orientações dos fabricantes, são usados em torno de sete litros de detergente nos dois mil litros de água destinados para lavagem e dois litros de desinfetante em mais dois mil litros de calda direcionados a desinfecção. Para esse mesmo lote, para realização de desinfecção contínua, nebulização a cada 48 horas e desinfecção diária da água de bebida são utilizados cerca de 23 litros de um desinfetante a base de DDAC, com registro e indicação de bula para aspersão e uso via água de bebida. Isso significa que, ao longo dos 40 dias do lote, se investe cerca de R$ 0,03 por ave em prevenção de enfermidades, o que seguramente é mais barato do que tratar um lote que possa ficar doente”, reforça.

Ele ressalta que é indispensável que o desinfetante escolhido seja registrado no Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) e tenha em bula as recomendações para nebulização, uso via água de bebida e desinfecção de instalações e equipamentos.

Ambiente todo contemplado

Stingelin ressalta a importância de um programa de desinfecção atender todo o ambiente em que está exposto o frango. “A realização rotineira de um processo de higienização é a condição indispensável para a manutenção de um alto nível de saúde do rebanho, pois, através da redução da carga microbiana nas instalações, equipamentos e, consequentemente no ambiente do sistema de produção, seguramente se reduzirá o risco de ocorrência de doenças, bem como será possível o controle e/ou a erradicação de enfermidades presentes. Um bom programa de desinfecção deve ser focado em todas as áreas de contato do ambiente com as aves, como o piso, cortinas, comedouros, água de bebida e também o ar do galpão, visando a diminuição da poeira e a inativação dos microrganismos em suspensão no ar”, defende.

Prevenção

Para o profissional, a desinfecção preventiva representa uma prática comum, mas extremamente necessária na cadeia produtiva de aves. “Uma desinfecção completa e eficiente somente pode ser executada após a retirada dos animais das instalações, devido a isto o processo de limpeza e desinfecção é realizado no intervalo entre os lotes. No método de desinfeção contínua, a recomendação é que em caráter preventivo, seja realizada a aspersão de água com o desinfetante no galpão três vezes por semana e o desinfetante seja utilizado via água de bebida durante todo o processo produtivo, reduzindo o risco de transmissão de patógenos por esta via e pelos bebedouros que são fonte de contaminação”, cita.

De acordo com ele, para estar mais seguro contra a Influenza Aviária é necessário p produtor estar atento ao poder de ação do produto. “No caso da Influenza, é preciso se atentar ao uso de desinfetantes que tenham poder viricida. Um exemplo de alta efetividade contra o esse vírus é o desinfetante a base de DDAC”, destaca. “A desinfecção contínua – desinfecção do ar, da água e do galpão – durante o processo de criação do lote reduz drasticamente os riscos de introdução e propagação do vírus da IA”, reforça.

Etapas

A limpeza e desinfecção do aviário têm como meta reduzir a quantidade de microrganismos patogênicos no ambiente de criação. De acordo com Stingelin, considera-se que nenhum desinfetante pode exercer sua ação com eficiência se não houver uma boa limpeza prévia. “Assim, a limpeza e desinfecção são duas atividades sequenciais e complementares para se criar um ambiente propício para a criação de aves”.

A etapa da limpeza é dividida em limpeza seca e limpeza úmida, que tem a função básica de eliminar a matéria orgânica presente no ambiente a ser trabalhado. “A limpeza seca consiste na remoção do material orgânico (cama de aviário, ração, fezes, penas, ovos quebrados)”, conta. “Após a limpeza seca, devemos iniciar a limpeza úmida, utilizando água e sabão ou detergente”.

A etapa de desinfecção, complementa, consiste na aplicação de soluções desinfetantes nas superfícies, a fim de eliminar a maior quantidade possível de microrganismos patogênicos. “O processo de desinfecção deve ser realizado do teto ao piso, sendo distribuído em toda superfície do galpão”.

Proibição de visitas a granjas

Para Stingelin, o controle do tráfego de pessoas nas granjas é muito importante no programa de biosseguridade. “O acesso de visitantes que não sejam essenciais à granja deve, sim, ser restringido. Toda barreira que impeça a entrada do vírus na propriedade, como pessoas, fômites e veículos deve ser utilizada”, diz.

Além disso, cita a obrigatoriedade de manter registros das visitas necessárias. “Quando a visita é indispensável deve-se manter um registro de todos os visitantes, bem como da sua última procedência. É necessário que se respeite um vazio sanitário mínimo de 48 horas e se possível, que se utilize banho antes de entrar na granja e bota plástica descartável, devendo calça-las na entrada de cada aviário, descartando-as ao término da visita”.

Além de reduzir as visitas, explica Stingelin, os produtores avícolas e os profissionais que trabalham na atividade devem evitar contato com outros animais, principalmente, com aves silvestres, assim com o controle e disciplina de fluxo de pessoas, veículos e equipamentos. “Desta forma é possível minimizar o risco de introdução do vírus da IA na propriedade”.

Mais informações você encontra na edição de Aves de janeiro/fevereiro de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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