Bovinos / Grãos / Máquinas
Uma jornada de evolução no bem-estar animal: das cinco liberdades aos cinco domínios
Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado.
Nos anos 1960, uma revolução no cuidado com os animais começou a ganhar forma com a publicação do livro Animal Machines de Ruth Harrison. A narrativa de Harrison expôs as duras realidades da industrialização da produção animal, desencadeando uma reação em cadeia que culminou na criação do Comitê Brambell pelo parlamento britânico. Esse comitê deu origem ao conceito das cinco liberdades, um marco crucial na história do bem-estar animal.
As cinco liberdades foram formuladas para garantir que os animais fossem: livres de fome e sede; livres de desconforto; livres de dor, lesões e doenças; livres para expressar comportamento natural; e livres de medo e angústia.
Essas liberdades serviram como uma base essencial para o cuidado com os animais, enfatizando a prevenção de sofrimento. No entanto, com o tempo, as críticas surgiram. A principal crítica era que essas liberdades eram vistas como ideais inatingíveis, sem o poder de determinar o que é um nível aceitável de bem-estar animal em um sentido ético e prático, e focavam apenas na eliminação de experiências negativas, negligenciando a promoção de estados positivos. E afinal, tecnicamente, como assegurar estas liberdades?
Os cinco domínios: uma nova abordagem
Com o avanço do conhecimento científico e a crescente consciência sobre a complexidade das necessidades dos animais, tornou-se evidente que as cinco liberdades, embora importantes, não eram suficientes para garantir um bem-estar animal completo. Concomitante, ficou evidente que para avaliar o bem-estar animal, é necessário reconhecer os animais como seres sencientes, capazes de experimentar estados afetivos positivos e negativos.
Dessa forma, é claro que a ciência do bem-estar animal passou por uma evolução teórica significativa, refletida nos métodos de avaliação atuais, que além de considerar indicadores baseados em recursos (como a disponibilidade de alimento e água) e no ambiente (como a temperatura do ar), assim como os estados afetivos negativos vivenciados pelos animais (como fome, sede, dor e medo), agora também se avaliam os estados positivos (como prazer e contentamento). Essas mudanças representam um claro avanço conceitual e metodológico na ciência do bem-estar animal.
Proposto inicialmente em 1994, os cinco domínios expandiram o foco do bem-estar animal. Em vez de apenas evitar o sofrimento, essa abordagem se concentrou em promover experiências positivas. O modelo estruturado mais recente considera 5 domínios, 4 deles sendo estados internos ou físicos-funcionais do animal: nutrição, ambiente físico, saúde e interações comportamentais; esses 4 primeiros domínios influenciam experiências afetivas associados ao quinto domínio, estado mental.
Das cinco liberdades para “uma vida que vale a pena ser vivida”
Focando na evidência de que os animais buscam conscientemente atingir objetivos específicos ao interagir com o ambiente, outros animais e humanos, é essencial considerar todas as condições, tanto negativas quanto positivas, de cada um dos domínios. Com base nisso, em 2009, a FAWC (Farm Animal Welfare Council) reconheceu que o bem-estar dos animais deveria ser expresso pela sua qualidade de vida, propondo uma classificação dessa qualidade de vida como: todo e qualquer animal de produção tenha uma vida digna de ser vivida. Para proporcionar ao animal uma vida digna de ser vivida, é preciso adotar a boa criação, manejo e transporte cuidadosos, abate humanitário e, acima de tudo, criadores qualificados e conscienciosos.
Conclusão
A transição de conceito das cinco liberdades para os cinco domínios representa uma evolução necessária para garantir um bem-estar animal mais holístico e positivo. Ao adotar os cinco domínios é possível evitar o sofrimento, bem como promover uma vida digna e que vale a pena ser vivida. Essa abordagem reflete um entendimento mais profundo da senciência animal e da importância de proporcionar experiências positivas, promovendo um nível de bem-estar elevado. Ao obter este entendimento dos cinco domínios, aprender a aplicar e avaliar o bem-estar animal, é possível ser mais assertivo na resolução dos desafios na produção animal, contribuindo para uma convivência sustentável entre humanos e animais, estabelecendo um novo padrão de cuidado na pecuária.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran