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Hong Kong autoriza exportações de penas de aves brasileiras
Produto tem diversos usos industriais, incluindo a fabricação de almofadas, travesseiros, roupas de cama e estofados, além de ser utilizado como matéria-prima em produtos de isolamento térmico e acústico.
A Região Administrativa Especial (RAE) de Hong Kong, na China, aprovou a importação de penas de aves do Brasil. Este produto possui diversos usos industriais, como na fabricação de almofadas, travesseiros, roupas de cama e estofados, além de ser utilizado como matéria-prima para produtos de isolamento térmico e acústico.
Essa abertura de mercado fortalece a posição dos produtos avícolas brasileiros, demonstrando a confiança no sistema de controle sanitário do país.
Em 2023, Hong Kong importou mais de US$ 1,15 bilhão em produtos do agronegócio brasileiro. Com este novo acordo, o setor comemora a 72ª abertura de mercado em 2024, alcançando um total de 150 aberturas desde o início de 2023.
Notícias Regularização e diálogo
Saiba como a cadeia da carne no Brasil caminha para atender às demandas globais
Do TAC da Carne à rastreabilidade, 2ª edição dos Diálogos Boi na Linha tratou dos desafios e oportunidades na trajetória para uma pecuária sustentável.
Promover uma cadeia produtiva da carne mais transparente, com foco em rastreabilidade e na amplitude dos compromissos da pecuária é essencial para que o setor atenda tanto às demandas ambientais e sociais quanto às exigências do mercado internacional, facilitando a adaptação às novas regulamentações e evitando o surgimento de barreiras comerciais.
As crescentes exigências de mercados como a União Europeia — que demandam rastreabilidade completa — evidenciam a importância desse esforço. Segundo a
coordenadora de Rastreabilidade da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Danielle Schneider, o Brasil já exporta cerca de 28,5 milhões de cabeças de gado por ano, com 54% do total destinado à China e uma parcela significativa em cortes nobres para a Europa.
A especialista da Abiec foi uma das palestrantes da 2ª edição dos Diálogos Boi na Linha, realizada em Cuiabá (MT), no dia 23 de outubro. No encontro, as estratégias para manter a pecuária brasileira como referência em produtividade e qualidade estiveram em pauta. Realizado pelo Imaflora – Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola, o evento busca explorar os desafios e oportunidades da bovinocultura, oferecendo um espaço para troca de experiências e construção coletiva de soluções.
Rastreabilidade e sustentabilidade
O Programa Boi na Linha, lançado em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e o Imaflora, tem avançado como ferramenta para fortalecer a governança e a transparência na cadeia da carne e do couro bovinos no Brasil. Desde 2019, o programa tem estimulado o cumprimento do que determina o Código Florestal e a implementação de práticas de rastreabilidade e sustentabilidade, fundamentais para o cumprimento de exigências internacionais e o combate a irregularidades socioambientais.
O gerente em Cadeias Agropecuárias do Imaflora, Lisandro Inakake, destacou durante os Diálogos que a pecuária é extremamente importante para o crescimento do Brasil e, ainda assim, a sua relação com os aspectos ambientais ainda é vista como negativa. “Temos um potencial enorme e muito o que ajustar. No entanto, projetos e iniciativas como o Boi na Linha já demonstraram o quanto o gado pode ter um impacto neutro, positivo ou de baixo carbono dentro dessa agenda. Cabe a nós ampliarmos a implementação dessas iniciativas e conseguir contar uma história positiva”, resumiu.
Adaptação e responsabilidade do setor
Essa movimentação rumo a uma produção mais transparente e sustentável exige colaboração entre os diversos elos da cadeia produtiva e a inclusão dos produtores é um dos pontos cruciais no debate. O diretor Comercial do Grupo Frialto e presidente do Sindifrigo, Paulo Bellincanta ressaltou a importância de critérios de rastreabilidade factíveis, sem prejudicar a competitividade. No mesmo sentido, o diretor de Operações do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC), Bruno de Jesus Andrade pontuou que, ao excluir pequenos produtores do mercado formal, o setor perde oportunidades de agregar valor e incentivar melhores práticas. “Eles acabam vendendo para empresas sem controle, o que dificulta o investimento em melhorias”, explicou Andrade.
Nesse contexto, o setor busca unir rastreabilidade sanitária e ambiental, como destacou o diretor de Parcerias da The Nature Conservancy (TNC), Fábio Medeiros, reforçando a garantia de que o investimento em monitoramento seja balanceado com incentivos ao produtor. “O custo da rastreabilidade é pequeno frente ao valor que agrega e precisamos olhar para o longo prazo”, afirmou Medeiros, frisando a importância de incentivos especialmente para pequenos pecuaristas.
Para o procurador da República e coordenador do Grupo de Trabalho (GT) Amazônia Legal, Rafael da Silva Rocha, se faz necessário manter um diálogo constante. “É por meio dessa troca e da melhoria contínua que vamos atingir objetivos comuns”, destacou Rocha, reforçando a importância da expansão do Termo de Ajustamento de Conduta da Carne (TAC da Carne), fundamental na regularização de frigoríficos na Amazônia Legal.
Ampliando o diálogo
Lisandro Inakake salientou a importância de o evento “Diálogos Boi na Linha” proporcionar um espaço em que todos os elos da cadeia produtiva possam construir uma visão compartilhada sobre os desafios e necessidades da pecuária sustentável. “Este segundo encontro teve como principal objetivo criar pontes entre as instituições e os produtores de Mato Grosso, promovendo um ambiente de discussão aberto e focado no aprendizado e na escuta ativa das demandas regionais. A partir desse entendimento, conseguimos adaptar os referenciais do Programa Boi na Linha para apoiar o Ministério Público Federal com um olhar mais próximo da realidade local,” enfatizou.
Inakake sublinhou que, ao longo dos últimos cinco anos, o Programa Boi na Linha tem permitido uma visão mais clara de como algumas práticas de exclusão, por exemplo, podem gerar distorções na cadeia. Por isso, é essencial que o diálogo constante e de longo prazo contemple alternativas para produtores que precisam se adequar às normas socioambientais. “O evento consolida o papel do programa em apoiar tanto a inclusão quanto o desenvolvimento sustentável, engajando todos os participantes em uma agenda positiva para o futuro da pecuária no país”, enfatizou.
Notícias
Brasil fortalece cooperação com México em seguro rural
Memorando de Entendimento assinado entre o Mapa e o Alasa prevê, entre outras ações, a realização do 18º Congresso Internacional da Alasa, previsto para ocorrer entre os dias 07 e 10 de abril de 2025, em Brasília.
Entre os dias 31 de outubro e 1º de novembro, uma delegação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), liderada pelo secretário-executivo adjunto Cléber Soares, o secretário de Política Agrícola Guilherme Campos e o assessor para Programas Estratégicos da Secretaria Executiva, José Carlos Polidoro, esteve no México para reforçar a colaboração entre os países latino-americanos no setor de seguro agropecuário. O momento foi marcado pela assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a Asociación Latinoamericana para el Desarrolo del Seguro Rural Agropecuário (Alasa), com vistas ao fortalecimento de políticas de proteção para o setor.
O MoU prevê, entre outras ações, a realização do 18º Congresso Internacional da Alasa, que ocorrerá de 07 e 10 de abril de 2025, em Brasília. O evento reunirá seguradoras, resseguradoras, brokers, autoridades governamentais, agricultores, organizações do setor agropecuário, instituições financeiras e representantes internacionais, abordando temas como os desafios climáticos, compliance e seguros verdes, avanços nos seguros paramétricos e catastróficos, e o uso de inteligência artificial para inovações tecnológicas na área.
A missão também visou a análise das políticas públicas de seguro rural no México, país que é referência na implementação e uso de seguros agropecuários, incluindo modelos paramétricos e catastróficos. Durante a visita, a comitiva do Mapa realizou reuniões com a nova equipe do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (SADER), fortalecendo as relações bilaterais e explorando possibilidades de cooperação em áreas de interesse mútuo.
Outro ponto importante da agenda foi o encontro com representantes do Ministério da Fazenda e Crédito Público (SHCP) para tratar sobre o mercado de crédito e seguro agropecuário mexicano. Em reunião com o Diretor Geral dos Fideicomisos Instituidos en Relación con la Agricultura (FIRA), foi discutida a atuação da instituição como facilitadora de acesso ao crédito, por meio de operações de crédito e concessão de garantias para projetos ligados à agricultura, pecuária, agroindústria, pesca e atividades rurais.
A comitiva também teve a oportunidade de conhecer o exemplo bem-sucedido do Estado de Veracruz no uso de seguros paramétricos e catastróficos, uma estratégia adotada pelo governo local para proteger regiões e produtores vulneráveis aos impactos climáticos. Para ampliar o diálogo com o setor de seguros, houve ainda uma reunião com o presidente da Associação Mexicana de Instituições de Seguro, além de representantes de fundos de seguro, bancos e empresas do setor. Todas as reuniões foram acompanhadas pela adida agrícola no país, Adriane Cruvinel.
“Com essa missão, reafirmamos o papel do Brasil como líder na promoção de soluções para a segurança agropecuária em nossa região. O compromisso do ministro Carlos Fávaro e de toda a equipe do Mapa é assegurar que políticas de seguro rural robustas estejam ao alcance de nossos produtores, reforçando a resiliência do setor e estabelecendo parcerias sólidas na América Latina”, destacou o secretário-executivo adjunto Cléber Soares.
Notícias Energia renovável:
BRF reduz emissões de carbono com uso de biomassa
Somente em 2023, a companhia investiu R$ 8,4 milhões em projetos voltados para otimizar o aproveitamento energético em suas operações
A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, já conta com 90% de sua matriz energética composta por fontes renováveis. Entre elas, a biomassa se destaca como uma das principais contribuições, sendo obtida a partir de reflorestamento de Eucalyptus. É utilizada principalmente para a geração de vapor nos processos produtivos, o que ajuda a reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
A BRF possui cerca de 27 mil hectares de ativos florestais destinados à produção de biomassa, distribuídos por oito estados brasileiros e mais de 190 fazendas. 95% dessas fazendas são próprias ou arrendadas. Espécies do gênero Eucalyptus ocupam 96% dessas áreas, com pequenas parcelas destinadas a Pinus (1,1%) e outras espécies, como araucária, bambu e mimosa (0,5%).
“Estamos comprometidos em utilizar fontes de energia renováveis e reduzir ao máximo nosso impacto ambiental, sempre buscando inovação e eficiência na produção de alimentos”, afirma Cicero Suzin, diretor CIEX Engenharia e Meio Ambiente da BRF. Somente em 2023, a empresa investiu R$ 8,4 milhões em projetos voltados para otimizar o aproveitamento energético em suas operações.
Sustentabilidade: O uso de energia renovável faz parte do pilar de mudanças climáticas da plataforma de sustentabilidade da BRF, que inclui também agronegócio de baixo carbono, eficiência operacional e a compra sustentável de grãos que são utilizados na produção de ração. A BRF encerrou o ciclo de 2023 com redução de 21% nas emissões totais atreladas aos Escopos 1 e 2 quando comparado com a baseline 2019, motivada majoritariamente pela priorização do consumo de energia renovável. A companhia tem o objetivo de ser contar com 50% de energia de fontes limpas até 2030.