Bovinos / Grãos / Máquinas Saúde Animal
Homeopatia x antibióticos no controle da mastite de vacas em lactação: mitos e verdades
Homeopatia no caso da mastite também é uma ferramenta importante no controle da resistência aos medicamentos convencionais
Artigo escrito por César Alberto Coutinho, médico veterinário e diretor técnico da Hpharm Homeopatia Veterinária; e doutora Denize da Rosa Fraga, médica Veterinária, doutora em Zootecnia, docente da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijui
Na pecuária leiteira a mastite é considerada uma doença que causa grandes prejuízos econômicos, reduzindo em quantidade e qualidade o leite. Esta doença é caracterizada por inflamação da glândula mamária. Pode acontecer na forma clínica causando alteração de coloração e aparecimento de grumos no leite ou pode passar desapercebida, quando ocorre na forma subclínica, causando apenas o aumento no número de Contagem de Células Somáticas (CCS) do leite.
Dentre os tratamentos hoje disponíveis para controle da mastite temos a utilização de antibióticos, que atuam combatendo diretamente o agente causador da doença. Temos também a opção de utilizar medicamentos homeopáticos, os quais agem aumentando as defesas do animal contra os agentes causadores da doença.
Mas será que a homeopatia pode curar ou prevenir a mastite bovina? Bem, a homeopatia é um tratamento utilizado há séculos em homens e animais. Em relação a aplicação na sanidade animal, sabe-se que a homeopatia é composta por substâncias extraídas da natureza, proveniente do reino mineral, vegetal ou animal, que podem ser utilizadas na cura de doenças ou prevenção.
Ou seja, homeopatia cura! E previne também! Tudo depende de dois fatores muito importantes, a escolha de um produto que tenha similaridade com os agentes que estão causando doença no rebanho e da dose que vamos utilizar, se utilizar uma dose alta, há possibilidade de cura, se utilizarmos uma dose baixa, temos o efeito da prevenção.
A homeopatia no caso da mastite também é uma ferramenta importante no controle da resistência aos medicamentos convencionais, atuando assim de forma simbiótica com outros tratamentos convencionais.
Desta forma um trabalho foi desenvolvido pela Unijuí com o objetivo de avaliar o efeito da utilização do tratamento homeopático preventivo na ocorrência de mastites em vacas leiteiras.
Os animais foram divididos em dois lotes onde um recebeu a suplementação homeopática (n=25) e outro não recebeu (n=25), sendo divididos equitativamente por perfil da lactação, produção e CCS. O período experimental foi de 8 semanas. Os animais permaneceram em sistema de pastejo suplementadas em canzil com silagem de milho e concentrado. O produto homeopático era misturado à alimentação dos animais em canzil, duas vezes ao dia, na dose de 10g/dia. Durante a ordenha foi avaliada a produção individual das matrizes em lactação pela manhã e tarde, com auxílio de medidores eletrônicos de volume de leite acoplados a ordenha, uma vez por semana. Amostras de leite individuais das vacas foram coletadas diretamente dos medidores de produção acoplados a ordenha, sendo amostrada 60% de manhã e 40% do tubo à tarde (50mL) para análise da composição do leite para gordura (%), proteína (%), nitrogênio ureico (mg/dL) e contagem de células somáticas (células/mL). Sendo essas amostras identificadas e encaminhadas a laboratório oficial, uma vez por semana. No início e ao final do experimento uma amostra de leite das vacas em lactação foi coletada para análise de cultura e antibiograma, no Laboratório de Microbiologia da Unijuí, seguindo critérios de higienização dos tetos após a retirada dos três primeiros jatos.
Resultados
Na Tabela 01 estão demonstrados os resultados de média para produção e composição do leite. Verificou-se que ocorreu um aumento de meio litro na produção de leite por dia, sem interferência direta na composição do leite para gordura e proteína. Os animais mantiveram médias similares de nitrogênio ureico para os grupos controle e tratado. Estes resultados demonstram que não ocorreu interferência da dieta, visto que o nível de ureia no leite mantiveram-se iguais entre os grupos avaliados. Ocorreu redução na Contagem de Células Somáticas do leite equivalente a 39% no grupo tratado no grupo tratado com homeopatia.
Na Tabela 02 esta demonstrada a redução significativa (P<0.01718) na contagem de células somáticas do leite comparando os dados de médias iniciais e finais, verificou-se uma diferença entorno de 11% em redução na CCS quando comparado os valores médios do grupo tratado em relação ao controle.
Sensibilidade dos animais
Na figura 01 está demonstrada a sensibilidade dos animais do grupo tratado e controle conforme o antibiótico testado. Estes dados evidenciam que o grupo que recebeu tratamento homeopático apresentou maior sensibilidade aos antibióticos testados ao final do experimento.
Considerações finais
Conclui-se que a utilização do produto homeopático reduziu a contagem de células somáticas de vacas tratadas bem como melhorou o perfil para sensibilidade de antibióticos, demonstrando efeito imunológico na defesa dos animais para mastite, demonstrando que é verdade e não mito o auxílio que este tipo de tratamento pode trazer para controle e cura da mastite em vacas leiteiras. Deve-se estimular os estudos nesta área, para esclarecer cada vez mais os efeitos que o uso da homeopatia traz aos rebanhos.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de agosto/setembro de 2020 ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran