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Homenagem ao Cooperativismo

Aurora Coop recebe a Ordem do Mérito Industrial da CNI, reconhecimento à força e ao impacto das cooperativas catarinenses na economia nacional.

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Foto: Shutterstock

Fruto da generosidade das instituições Fiesc e CNI, tivemos a elevadíssima honra de receber, recentemente, a Ordem do Mérito Industrial da Confederação Nacional da Indústria, uma das mais respeitadas honrarias concedidas pela entidade mater do empresariado brasileiro. A homenagem está verdadeiramente direcionada aos milhares de homens e mulheres nos campos e nas cidades, nas fábricas e nos escritórios que fazem a grandeza da Aurora Coop, essa cooperativa central que orgulha catarinenses e brasileiros.

Somos o resultado da vocação coletiva para o trabalho, da formação humanista, do apego às tradições, do amor à terra, do desassombro frente aos desafios, da intrepidez na superação das deficiências, da ousadia em buscar soluções sem esperar pela mão protetora do Estado – porque somos catarinenses e somos cooperativistas.

Foto: Divulgação/Aurora Coop

Muitas empresas familiares nasceram em Santa Catarina e se tornaram sólidos grupos nacionais. Inspirados pelos mesmos valores, cooperativas de todos os ramos da atividade produtiva, profissional e empresarial surgiram como expressão da vontade de segmentos da coletividade e se transformaram em verdadeiros colossos, levando ao Brasil e ao exterior seus produtos e seus valores.

Empresas mercantis e empresas de natureza cooperativistas fazem a grandeza de Santa Catarina na criação de empregos, na geração de riquezas e na contribuição ao erário público. Nesse cenário emerge – imponente, mas sem ostentação – a  Cooperativa Central Aurora Alimentos – nacionalmente conhecida como Aurora Coop, que ao longo de seus 56 anos construiu o maior sistema brasileiro de intercooperação.

A Aurora Coop é o mais eloquente testemunho de que homens e mulheres podem edificar quando empolgados pelos ideais cooperativistas e embalados pela fé no associativismo. Na categoria de uma cooperativa central, a Aurora Coop reúne 14 cooperativas agropecuárias, as quais mantêm, no campo, uma extraordinária base produtiva formada por 86 mil famílias de produtores rurais cooperados. A Aurora Coop mantém um quadro funcional de 48 mil empregados diretos. O Sistema Aurora – inclusas as cooperativas filiadas – somam mais de 65 mil colaboradores. Ou seja, esse universo de trabalho e produção é formado por mais de 150 mil famílias. Nossos produtos estão em todo o Brasil e em mais de 80 países.

Menciono esses números sem jactância, mas sim como um protesto de veneração e respeito aos pioneiros que já deixaram essa dimensão, como Aury Luiz Bodanese e Mário Lanznaster, bem como os milhares de famílias rurais cooperadas que, na realidade, são os verdadeiros proprietários dessa grande organização.

São essas famílias rurais no campo que, ao lado dos milhares de colaboradores nas unidades industriais, comerciais, administrativas e de logística, formam o capital humano da Aurora Coop. É um imenso e incrível time que faz girar com precisão e eficiência as mais longas, tecnificadas e complexas cadeias produtivas da moderna agroindústria brasileira.

A trajetória da Aurora Coop nessas mais de cinco décadas e meia pode ser avaliada pelas mudanças e transformações que proporcionou ao universo rural nas vastas regiões onde atua. O objetivo supremo é elevar a qualidade de vida da família rural. Na persecução desse objetivo, a Aurora Coop ofereceu treinamento, qualificação, requalificação e formação profissional rural, transferiu tecnologias, oportunizou intercâmbio, orientou para a melhoria e infraestruturação dos estabelecimentos rurais, estimulou o engajamento com universidades e centros de pesquisa.

Foram investidos milhões de reais para transformar o produtor rural em empresário rural qualificado, informado, conectado com as mudanças e consciente dos desafios dos novos tempos. O resultado de tudo isso? Maior renda e, consequentemente, melhor qualidade de vida. Assim, honramos nosso compromisso de produzir alimento farto, acessível e de qualidade para os brasileiros e cidadãos de outros 80 países.

Desejo também, por dever histórico e por gratidão, exaltar a atuação da Fiesc na defesa dos interesses da coletividade catarinense. É notório e digno de registro que a nossa Federação, sob o firme comando do presidente Mário Cezar de Aguiar, não propugna apenas em favor das indústrias, pois sempre elegeu os superiores interesses da sociedade barriga-verde ao priorizar a ação combatente e reivindicatória em todas as esferas da Administração Pública. A Fiesc é um porto seguro, um lenitivo para as dores do empresariado. É melancólico reconhecer que, hodiernamente, crescem as dificuldades para empreender, produzir e trabalhar no Brasil.

É necessário coragem, determinação e resiliência para ser empresário neste País.  A carga tributária só cresce, o excesso de normas e regulamentação engessa boa parcela das atividades econômicas, as graves deficiências de infraestrutura aumentam o custo-Brasil e retiram nossa competitividade no exterior.

O Estado Brasileiro está cada vez mais inchado e ineficiente, sem nenhuma perspectiva de enfrentamento das distorções com as sempre anunciadas e sempre procrastinadas reformas política e administrativa. O Estado perdeu a capacidade de investir em infraestrutura. A assombrosa arrecadação tributária é consumida na manutenção da máquina estatal, que abriga obscenos privilégios às corporações que se abrigam dentro do aparato estatal dos três Poderes da República, em que pese, ainda, uma grande parcela de servidores modestamente remunerados.

O empresário, o trabalhador, a dona de casa, o estudante, o aposentado olham para esse quadro desolador com um misto de espanto e tristeza. Nenhum movimento está em marcha para combater e extinguir a corrupção sistêmica, o populismo e o aparelhamento ideológico.

O Poder Executivo preocupado com planos eleitoreiros e nenhuma promessa em cortar gastos ou criar programas de melhoria de gestão. O Judiciário, muitas vezes surpreendendo a Nação com decisões que exorbitam suas funções constitucionais e demonstrando um ativismo que não é peculiar ao Poder. O Congresso, por sua vez, aparenta, muitas vezes, desconhecer os grandes problemas nacionais em favor de uma pauta clientelista.

Mas apesar dessas constatações, não deixamos o desalento e o desencanto nos dominar. Seguimos firmes e destemidos, na incessante senda do trabalho, da produção, do investimento, do estudo, da pesquisa e da inovação, pavimentando o caminho para as gerações que nos sucederão. Persistiremos porque somos catarinenses!

Fonte: Por Neivor Canton, presidente da Aurora Coop

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Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

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Foto: Claudio Pazetto

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.

O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.

Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock

Reposicionar para crescer

Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.

Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.

O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.

Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.

Digital: o novo campo do agro

As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels

compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.

Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.

Promoções e estratégias de varejo

Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.

Marketing como elo da cadeia produtiva

A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.

Fonte: O Presente Rural com Felipe Ceolin
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Expandir sem desmatar: a lógica econômica que vai muito além do discurso

Recuperar áreas degradadas e investir em produtividade sustentável é hoje o caminho mais rentável e estratégico para o agro brasileiro crescer sem comprometer o meio ambiente.

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Foto: Juliana Sussai

Dias atrás reli um artigo do pesquisador da Embrapa e membro do Conselho Científico Agro Sustentável, Décio Luiz Gazzoni, sobre a expansão agrícola sem desmatamento. O texto, publicado em 2023, ainda é muito atual e me fez refletir novamente sobre algo que sempre defendo: a sustentabilidade não é apenas uma exigência ambiental, é uma decisão econômica inteligente.

Como economista e alguém que acompanha o agro de perto, inclusive viajando para conhecer iniciativas em diferentes países, vejo com muita clareza o que Gazzoni já apontava: a grande fronteira do crescimento brasileiro está dentro das áreas já abertas, principalmente nas pastagens degradadas.

Artigo escrito por Fábio Torquato, economista, formado em Relações Internacionais e fundador da AgroTravel – Foto: Divulgação/AgroTravel

E os números mais recentes reforçam essa visão. Estudos da Embrapa, publicados na revista internacional Land, indicam que o Brasil possui cerca de 27,7 milhões de hectares de pastagens degradadas. Isso significa que temos uma área gigantesca pronta para ser recuperada e incorporada à produção, sem a necessidade de avançar sobre novos biomas.

Além disso, durante a COP29, que aconteceu ano passado em Baku, no Azerbaijão, o Brasil lançou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas (PNCPD), que prevê US$ 120 bilhões em investimentos nos próximos dez anos para recuperar 40 milhões de hectares. O número do programa é maior do que o estimado pela Embrapa porque considera áreas em diferentes graus de degradação, aptas para conversão produtiva ao longo dos anos.

Do ponto de vista econômico, é um movimento que faz todo o sentido. Segundo o Broto Notícias, o custo de recuperação de uma pastagem varia de R$ 6 mil a R$ 30 mil por hectare, dependendo do nível de degradação, tipo de solo e métodos adotados. Parece caro? Talvez à primeira vista. Mas quando olhamos para o retorno — aumento de produtividade por hectare, redução de custos operacionais e acesso a mercados premium que pagam mais por produtos rastreáveis e sustentáveis — a conta fecha rapidamente.

Vi isso acontecer em fazendas que visitei em viagens técnicas com a AgroTravel ao redor do mundo.

Como bem lembra Gazzoni, o produtor brasileiro já tem tecnologia e conhecimento para fazer essa virada. O que falta, muitas vezes, é entender que sustentabilidade é investimento, e não custo. E agora, com bilhões de dólares disponíveis em crédito via BNDES, Banco do Brasil e fundos internacionais, esse argumento fica ainda mais forte.

Estamos acompanhando os trabalhos da COP30, que este ano acontece no Brasil, e o mundo inteiro está olhando para nosso país. A oportunidade está escancarada: quem se antecipar, quem enxergar a recuperação de pastagens como um ativo estratégico, vai liderar o agro brasileiro do futuro.

Sempre digo nos grupos que acompanham as viagens da AgroTravel: o futuro do agro não está em abrir novas áreas, mas em transformar cada hectare já aberto em um ativo de alta performance. O artigo de Gazzoni só reforçou o que vejo na prática. E, como economista, reafirmo: essa é a equação mais inteligente que já tivemos nas mãos.

Fonte: Assessoria AgroTravel
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Meio ambiente e cooperativismo

Movimento econômico e social baseado em valores éticos e solidários, o cooperativismo reafirma, em tempos de COP 30, seu papel essencial na construção de um futuro sustentável, unindo produção, preservação e desenvolvimento coletivo.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

As cooperativas representam o mais elevado estágio da organização humana em torno de valores éticos, solidários e sustentáveis. Elas não existem apenas para gerar resultados econômicos, mas para promover o desenvolvimento coletivo em harmonia com o meio ambiente e com as comunidades em que atuam. Por essência e por princípios universais, o cooperativismo defende a preservação da natureza, a gestão responsável dos recursos e o equilíbrio entre produção e sustentabilidade. Esse compromisso ambiental não é um apêndice, mas uma convicção enraizada na própria identidade cooperativista.

Artigo escrito por Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).

Em tempos de COP 30 é essencial lembrar que, nas cooperativas, cada decisão administrativa, cada projeto de ampliação e cada investimento em unidades industriais, agrícolas, logísticas ou administrativas é precedido por uma análise criteriosa dos impactos ambientais. O crescimento não se mede apenas em números, mas também na capacidade de reduzir emissões, otimizar o uso da água, reciclar resíduos e proteger a biodiversidade. É essa consciência prática e constante que diferencia o cooperativismo das demais formas de organização econômica. Ele entende que não há prosperidade possível em um planeta degradado, nem futuro para a economia sem o equilíbrio ambiental.

As cooperativas são parceiras leais do Poder Público na implementação de políticas voltadas ao meio ambiente. Estão sempre presentes em programas de reflorestamento, saneamento básico, manejo de resíduos, recuperação de nascentes e educação ambiental. Mas sua contribuição vai além da sustentabilidade ecológica — elas também participam ativamente de ações que promovem segurança, educação, cultura e mobilidade urbana, compreendendo que a proteção ambiental é inseparável da qualidade de vida e do bem-estar social. Onde há uma cooperativa, há compromisso com o futuro coletivo.

Essas instituições agem com coerência e exemplo, estimulando a cidadania e o senso de responsabilidade em seus empregados, cooperados, clientes e comunidades. Elas ensinam, pelo exemplo, que o progresso verdadeiro não nasce da exploração desenfreada, mas da gestão equilibrada e consciente dos recursos. O cooperativismo forma cidadãos engajados, capazes de compreender que o planeta é uma herança comum e que sua preservação é um dever de todos.

A defesa do meio ambiente é, portanto, um desdobramento natural dos princípios cooperativistas — entre eles, o interesse pela comunidade, a responsabilidade social e a intercooperação. Cada árvore preservada, cada solo recuperado e cada nascente protegida são expressões concretas de uma filosofia que valoriza a vida. As cooperativas não esperam por imposições legais ou incentivos externos para agir: elas o fazem porque acreditam que sua missão é cuidar das pessoas e do mundo em que elas vivem.

O cooperativismo é, por natureza, o caminho da sustentabilidade. Ele demonstra, todos os dias, que é possível crescer produzindo, prosperar preservando e inovar sem destruir. Em tempos de mudanças climáticas e desafios globais, as cooperativas reafirmam sua vocação de construir um mundo melhor, mais justo e solidário. Elas provam, com ações e resultados, que a economia pode — e deve — caminhar de mãos dadas com o meio ambiente. Essa é a essência do cooperativismo: servir, preservar e transformar.

Fonte: Artigo escrito por Vanir Zanatta, presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (OCESC).
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