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Histórico da avicultura no RJ: de polo na América Latina à queda e ressurgimento

Durante os anos de 1950 a 1960 a região de São José do Vale do Rio Preto tinha uma avicultura, produtora de ovos, considerada a mais importante do Brasil

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Jonas Oliveira

Durante os anos de 1950 a 1960 a região de São José do Vale do Rio Preto, antigo distrito de Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro, tinha uma avicultura, produtora de ovos, considerada a mais importante do Brasil, mas diversos fatores, como o preço dos ingrediente das rações, notadamente do milho, e técnicas de criação e de marketing que se tornaram ultrapassadas levaram ao fracasso da atividade. Mas, a partir da década de 1990 tudo mudou e o investimento de empresários, em capital e tecnologia avançada, produziu um belo renascimento da região, só que agora na produção de frangos de corte de qualidade. Trata-se de um belo exemplo e uma prova prática de que o mesmo renascimento poderá ocorrer em várias outras regiões do Rio de Janeiro.

Avicultura em São José do Vale do Rio Preto

Por:

Antônio Rosmaninho

João Pereira Neto

Juliana Virginio

A cidade de São José do Vale do Rio Preto, localizada na região serrana do Rio de Janeiro, 130km da capital, já foi considerada um dos grandes polos da avicultura do Brasil e da América do Sul. Estes títulos foram alcançados devido à produção em escala de ovos comerciais nas décadas de 50 e 60. Hoje a cidade concentra a maior produção de frangos de corte do estado, sendo uma das alavancas da economia municipal juntamente com a agricultura, tendo produzido, em 2019, aproximadamente 40 mil toneladas de proteína de frango.

Este artigo busca revelar o contexto que colocou São José do Vale do Rio Preto nesta posição de destaque em nível continental, apresentando a avicultura rudimentar da época e alguns nomes que marcaram tal período.

História

No início do Século XX, São José do Vale do Rio Preto era constituída por grandes fazendas de café, que eram a principal fonte econômica e geradora da maioria dos empregos no Município. Com a crise de 1929 e a queda dos preços de venda do café, foram realizadas diversas tentativas de implantação de novas culturas nas fazendas, como a cana-de-açúcar e a pecuária. No entanto, nenhuma das tentativas e experimentos surtiu efeitos satisfatórios. Dessa forma, a fim de apresentar uma alternativa para evitar o êxodo rural e reestruturar a economia, o Interventor Federal do Rio de Janeiro, comandante Amaral Peixoto, idealizou o projeto de implantação da cultura de batata inglesa.

Para tal projeto, foi estabelecido o campo experimental do Camboatá, tendo o engenheiro Frederico Rangel por diretor da Cia, Heitor Quartin como diretor comercial e Rubens Tellechea, por engenheiro agrônomo. Não tendo êxito o projeto de cultura das batatas, em meados de 1940 foi-se idealizado o projeto de criação de galinhas de postura, que contou com o acompanhamento do engenheiro agrônomo Rubens Tellechea, que realizou diversos experimentos com as aves.

Dessa maneira se deu o advento da avicultura de postura comercial de São José do Vale do Rio Preto, onde ao se comprovarem os resultados de sucesso dos experimentos, os fazendeiros começaram a lotear as fazendas em sítios menores, a fim de que se iniciasse a construção dos galinheiros nas propriedades.

Pioneirismo

No ano de 1935, Waldemiro Teixeira de Souza, pai do notável doutor Milton Freitas de Souza, possuía a propriedade Granja Guarany, próxima ao centro da cidade de São José do Vale do Rio Preto, onde hoje é o caminho para o bairro Pedras Brancas. Waldemiro foi por longos anos funcionário do Ministério da Fazenda. Também foi o primeiro a adquirir matrizes de galinhas poedeiras que advieram de São Paulo e depois o próprio, mesmo sem formação acadêmica, mas entusiasta da filosofia e da genética, realizou o melhoramento de suas aves.

Inovação – incubadora

Na década de 30, Waldemiro foi o primeiro a comprar incubadora elétrica no estado do Rio de Janeiro, fenômeno na época. Muitos interessados e curiosos fizeram visitas a fim de conhecer a tecnologia que dispensava as galinhas da função de “chocar os ovos”. A incubadora pioneira tinha capacidade para incubar 11 mil ovos.

A incubadora movida a querosene, com custo mais baixo, também foi uma grande novidade para a época, no entanto, tinha capacidade para apenas 480 ovos.

A operação das incubadoras demandava grande mão-de-obra. Na incubadora elétrica, a viragem dos ovos se dava por meio de uma manivela operada manualmente. Já na incubadora movida a querosene, era necessário realizar a viragem dos ovos manualmente, uma bandeja por vez, o que demandava muito tempo e prática, sendo necessário realizar tal procedimento duas vezes ao dia, já que este é um princípio básico que evita a aderência do embrião à membrana interna da casca do ovo.

Desafio – energia elétrica

Um desafio era a energia elétrica da época, que colocava em risco a incubação. Na época existia uma pequena usina elétrica na direção de onde hoje é a Praça da Emancipação. Era comum haver queda da energia, e quando acontecia tal fenômeno, era necessário se deslocar, a pé, rapidamente até a usina, para ajudar o senhor Tardelli a retirar os entulhos e resíduos que impediam a passagem de água pelas turbinas e geração de energia. Dessa forma, se buscava preservar o trabalho e a incubação dos ovos. Destaca-se também o comprometimento dos funcionários da época frente aos desafios que lhes eram apresentados, bem como com o sistema de produção manual que demandava total dedicação.

Sistemas de criação

Configuração dos galinheiros

As aves eram alojadas em galinheiros de alvenaria, com piso de cimento, e com poleiros onde as aves dormiam. Um processo realizado diariamente era a retirada do esterco pela manhã, e vale destacar que na época o esterco ainda não apresentava tamanho valor agregado.

Estes galinheiros possuíam área externa (pequenos piquetes), o que permitia que as aves pastassem durante o dia. Os chamados “parques” de pastagem eram utilizados durante 15 dias, uma vez que se fazia o “rodízio de pastagem”. Os parques eram cercados com tela, produzida manualmente pelos próprios funcionários.

No sistema de criação de Waldemiro, os ninhos eram em bateria, ou seja, uma espécie de “armário com alçapão”. Todas as aves possuíam uma “anilha” com um número de identificação. Conforme subiam nos poleiros e chegavam na entrada do ninho, este possuía um alçapão, lá a galinha caía e ficava trancada. Waldemiro e os funcionários ao verem que a galinha entrou no alçapão, iam até lá para verificar o código da ave e colher os ovos. Esta foi a forma de identificar as aves com melhor postura e assim fazer o melhoramento genético, já que as aves que apresentavam melhor produtividade eram separadas para se tornarem matrizes do próximo lote. Para reprodução eram utilizadas 100 galinhas matrizes para 10 galos reprodutores.

Configuração dos pinteiros

Os pinteiros eram estruturas de alvenaria, com chão de cimento, forrado com palha de milho e sabugo de milho picado. As campânulas eram movidas a carvão, com um cano que conduzia a fumaça para fora do teto. No pinteiro, se fazia um círculo e forrava-se o chão com areia, a campânula era colocada no meio a fim de emitir calor. O conforto térmico era observado constantemente. Na ausência de termômetro, percebia-se que as aves estavam com frio caso ficassem amontoadas perto das campânulas, já que em estado de conforto térmico estas se dispõem de forma espalhada pelo pinteiro. Vale ressaltar que as galinhas permaneciam no pinteiro até os 90 dias de vida.

Genética

As raças utilizadas para os primeiros cruzamentos foram Rhode Island Red e Light Sussex, onde se buscava por resultado aves resistentes e com boa postura. Anos depois foi introduzida a raça New Hampshire. A postura iniciava por volta dos 150 dias, momento em que as galinhas eram transferidas dos pinteiros para os galinheiros.

Nutrição

No que tange a alimentação, até os anos de 1950, todo o processo de produção de ração era manual. Os insumos utilizados eram milho (70%), farelo e remoído de trigo, farinha de carne e micronutrientes, como manganês, cálcio, magnésio, cobre e algumas vitaminas. As “batidas de ração” eram de 1000 quilos, onde os insumos eram levados para um galpão, dispostos no chão e os funcionários faziam a mistura dos ingredientes com uma grande pá, de forma totalmente manual. Uma curiosidade da época, a fim de tornar o processo digestivo mais eficiente, era a colocação de caixas de pedriscos nos galinheiros para estimular o funcionamento da moela e gerar melhor desempenho.

Com o decorrer do tempo e com a evolução das tecnologias, foram criadas pequenas fábricas na cidade e também começou a ser possível o processo de compra de ração ensacada.

Ascensão da produção

Waldemiro, pioneiro na região, possuía 5 galinheiros com capacidade para aproximadamente 1000 aves/cada. Este entusiasta da pesquisa preferiu manter um lote de volume reduzido a fim de conseguir monitorar seus dados e pesquisas.

Em sequência, Heitor Quartin Pinto César, sobrinho de Waldemiro, iniciou sua trajetória na avicultura de postura em 1940, no Sítio Torrão de Ouro. Buscando novas alternativas e redução dos custos com construção dos galinheiros, desenvolveu um sistema onde os galinheiros eram cercados com taquaras, madeiras encontradas na propriedade e cobertas com palha e sapê. A prática dos parques de pastagem foi mantida, o que hoje novamente vem sendo uma prática na avicultura. Heitor chegou a possuir um plantel com mais de 40 mil aves, grande número para a época.

Nas proximidades com o município havia outros criadores, como Mr Franklin, que iniciou sua criação em meados da década de 40. A propriedade de Franklin era localizada perto da antiga linha de trem, onde hoje passa a represa de Tristão Câmara.

Personagens emblemáticas

Em outubro de 1957 foi publicada na Revista O Mundo Agrário, nº 56, a reportagem feita por Jorge Vaitsman, que relatou o sucesso da produção no Município, sendo de 25 mil dúzias de ovos por dia, e 10 toneladas de carne por dia, recordes para a época.

Dentre os produtores dos anos áureos da avicultura, serão destacados alguns nomes dos pioneiros, que eram entusiastas da atividade e realizaram os primeiros experimentos. No entanto, na década de 50 e 60 havia mais de 200 avicultores no município e todos foram responsáveis por São José do Vale do Rio Preto receber o título de Polo Avícola da América do Sul, não podendo ser esquecidos na história da avicultura.

  • Waldemiro Teixeira de Souza, Centro, subida das Pedras Brancas (Ari Pereira atualmente)
  • Heitor Quartin Pinto César, Torrão de Ouro
  • Fernando Gouvêa, Fazenda do Capoeirão
  • Eugênio Ruotulo Neto, Fazenda Belém
  • Bianor Esteves, Boa Vista
  • Antenor Rodrigues, Contendas
  • Marcelo Brasileiro de Almeida, Poço Fundo
  • Vitor Pellegrini, Parada Morelli

Comissão Nacional de Avicultura

Nos anos 50, o município recebeu a visita da Comissão Nacional de Avicultura, composta por Mário Vilhena (Presidente), Renato Brogiolo, João Moojen, Gilberto Mendes Carneiro, Carlos Mendes de Oliveira (Técnico) e Jorge Vaitsman (médico veterinário e repórter).

Economia

O município recebeu na década de 60 constantes visitas do governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Os produtores reivindicavam a necessidade de facilitar o transbordo do milho e criação de silos para armazenagem dos grãos, uma vez que a distância do polo produtor das matérias-primas tornava a produção muito onerosa.

A necessidade de importação de matérias-primas se deu decorrente de alguns fatores, como a queda de produção de milho no norte e o noroeste do estado do Rio de Janeiro, que apresentavam considerável produção de milho até os anos 60. Outro fator relevante foi a expansão da avicultura nos anos 70 para outros municípios, como Resende, Bom Jardim e o Rio de Janeiro. Logo, a demanda de grãos se configurou maior que a capacidade de abastecimento do estado.

A partir dos anos 80 iniciou-se o processo de queda da avicultura de postura, que se estendeu até 1995. Uma série de acontecimentos envolveu tal período. Houve a queda progressiva do preço de venda dos ovos, devido ao elevado custo de produção da ração, ocasionado da necessidade de importar matéria-prima de regiões distantes, bem como distância dos principais mercados consumidores. Ademais, deu-se o advento da produção de ovos por parte de outros estados, como São Paulo, que tinha o custo de produção mais baixo, o que dificultava a competitividade do município de São José do Vale do Rio Preto.

Renascimento

No entanto, em 1995, ao perceber tal cenário, os avicultores com alta percepção e vocação empreendedora, observaram oportunidade para um novo negócio e, em substituição à avicultura de postura, foi implantado no município um novo ciclo, a avicultura de corte.

A avicultura de corte se perpetua até os dias atuais, sendo caracterizada por frangos especiais, resfriados, com tamanho padrão para assadeiras e cortes para supermercados, comercializados por todo Estado do Rio de Janeiro, gerando centenas de emprego e renda para a cidade.

Ante o exposto ocorrido na década de 80 e 90, com queda expressiva da produção de ovos, é necessário ressaltar que de forma vagarosa, a avicultura de postura vem novamente adquirindo robustez, o que traduz a vocação avícola do município.

Este advento da ascensão da avicultura de postura comercial se dá por conta de alguns fatores decisivos, como a maior receptividade dos produtores às orientações técnicas, a aquisição de aves de maior potencial genético, o investimento em equipamentos com mais tecnologia e adequação das instalações, buscando garantir maior conforto e o bem-estar para as aves.

No que tange à biosseguridade, a profilaxia contra as principais doenças avícolas, a preocupação com o controle de insetos e roedores, o controle da qualidade da água, o vazio sanitário, a desinfecção de instalações e equipamentos e as boas práticas de manejo são determinantes para o sucesso da produção.

Em relação à comercialização, a proximidade com grandes centros consumidores, como a cidade do Rio de Janeiro e a região metropolitana, permite que o produtor venda sua produção de forma direta ao consumidor, agregando valor à atividade.

Dessa forma, o sucesso da avicultura se dá devido ao esforço e empenho de todos que fazem parte desta cadeia, onde devem atentar, ao longo de toda produção, para os fatores genéticos, nutricionais, sanitários e ambientais que refletem no desempenho das aves.

Há de se considerar a necessidade da produção ser conduzida aliada à gestão, com análise constante dos resultados zootécnicos e financeiros, e implantação de melhorias contínuas aliadas à tecnologia e inovação, a fim de permitir que as aves manifestem todo seu potencial e que o produtor tenha satisfação em seu negócio.

Antônio Rosmaninho

Médico veterinário da Emater do Rio de Janeiro

João Pereira Neto

Popularmente conhecido como Zinho, nasceu em 23 de julho de 1940, filho de Manoel Pereira e Maria Ernestina da Conceição. Nasceu na propriedade de Sr. Waldemiro, Granja Guarany. Começou a trabalhar desde os 5 anos de idade auxiliando seu pai no trabalho nos galinheiros. Com impressionante memória relata os atos marcantes da história da avicultura.

Juliana Virginio

Médica veterinária, MBA Gestão de Processos e Lean Six Sigma, secretária municipal de Agricultura e Desenvolvimento Econômico de São José do Vale do Rio Preto.

Outras notícias você encontra na edição de Aves de setembro/outubro de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Relatório traz avanços e retrocessos de empresas latino-americanas sobre políticas de galinhas livres de gaiolas

Iniciativa da ONG Mercy For Animals, a 4ª edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais identifica compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes companhias, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de aves na cadeia de ovos.

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Foto: Freepik

O bem-estar de galinhas poedeiras é gravemente comprometido pelo confinamento em gaiolas. Geralmente criadas em espaços minúsculos, entre 430 e 450 cm², essas aves são privadas de comportamentos naturais essenciais, como construir ninhos, procurar alimento e tomar banhos de areia, o que resulta em um intenso sofrimento.

Fotos: Divulgação/MFA

Estudos, como o Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA) da ONG internacional Mercy For Animals (MFA), comprovam que esse tipo de confinamento provoca dores físicas e psicológicas às galinhas, causando problemas de saúde como distúrbios metabólicos, ósseos e articulares, e o enfraquecimento do sistema imunológico das aves, entre outros problemas.

Para a MFA, a adoção de sistemas de produção sem gaiolas, além de promover o bem-estar animal, contribui para a segurança alimentar, reduzindo os riscos de contaminação e a propagação de doenças, principalmente em regiões como a América Latina, o que inclui o Brasil.

Focada nesse processo, a Mercy For Animals acaba de lançar a quarta edição do Monitor de Iniciativas Corporativas pelos Animais (MICA 2024), um instrumento essencial para analisar e avaliar o progresso das empresas latino-americanas em relação ao comprometimento com políticas de bem-estar animal em suas cadeias produtivas.

O relatório considera o compromisso – ou a ausência dele – de 58 grandes empresas, com o fim de uma das piores práticas de produção animal: o confinamento de galinhas em gaiolas em suas cadeias de fornecimento de ovos.

Destaques

A pesquisa se concentrou na análise de relatórios públicos de companhias de diversos setores com operações em territórios latino-americanos, da indústria alimentícia e varejo aos serviços de alimentação e hospitalidade. Elas foram selecionadas conforme o tamanho e influência em suas respectivas regiões de atuação, bem como a capacidade de se adaptarem à crescente demanda dos consumidores por práticas mais sustentáveis, que reduzam o sofrimento animal em grande escala.

O MICA 2024 aponta que as empresas Barilla, BRF, Costco e JBS, com atuação no Brasil, se mantiveram na dianteira por reportarem, publicamente, o alcance de uma cadeia de fornecimento latino-americana 100% livre de gaiolas. Outras – como Accor, Arcos Dourados e GPA – registraram um progresso moderado (36% a 65% dos ovos em suas operações vêm de aves não confinadas) ou algum progresso, a exemplo da Kraft-Heinz, Sodexo e Unilever, em que 11% a 35% dos ovos provêm de aves livres.

De acordo com a MFA, apesar de assumirem um compromisso público, algumas empresas não relataram, oficialmente, nenhum progresso – como a Best Western e BFFC. Entre as empresas que ainda não assumiram um compromisso público estão a Assaí e a Latam Airlines.

“As empresas que ocupam os primeiros lugares do ranking demonstram um forte compromisso e um progresso significativo na eliminação do confinamento em gaiolas. À medida que as regulamentações se tornam mais rigorosas, essas empresas estarão mais bem preparadas para cumprir as leis e evitar penalidades”, analisa Vanessa Garbini, vice-presidente de Relações Institucionais e Governamentais da Mercy For Animals.

Por outro lado, continua a executiva, “as empresas que não demonstraram compromisso com o bem-estar animal e não assumiram um posicionamento público sobre a eliminação dos sistemas de gaiolas, colocam em risco sua reputação e enfraquecem a confiança dos consumidores”.

“É fundamental que essas empresas compreendam a urgência de aderir ao movimento global sem gaiolas para reduzir o sofrimento animal”, alerta Vanessa Garbini.

Metodologia

A metodologia do MICA inclui o contato proativo com as empresas para oferecer apoio e transparência no processo de avaliação, a partir de uma análise baseada em informações públicas disponíveis, incluindo relatórios anuais e de sustentabilidade.

Os critérios de avaliação foram ajustados à medida que o mundo se aproxima do prazo de “2025 sem gaiolas”, estabelecido por muitas empresas na América Latina e em todo o planeta. “A transição para sistemas livres de gaiolas não é apenas uma questão ética, mas um movimento estratégico para os negócios. Com a crescente preocupação com o bem-estar animal, empresas que adotam práticas sem gaiolas ganham vantagem competitiva e a confiança do consumidor. A América Latina tem a oportunidade de liderar essa transformação e construir um futuro mais justo e sustentável”, avalia Vanessa Garbini.

Para conferir o relatório completo do MICA, acesse aqui.

Para saber mais sobre a importância de promover a eliminação dos sistemas de gaiolas, assista ao vídeo no Instagram, que detalha como funciona essa prática.

Assine também a petição e ajude a acabar com as gaiolas, clicando aqui.

Fonte: Assessoria MFA
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Avicultura

Sustentabilidade em foco na Conbrasfran 2024

Evento acontece de 25 a 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Foto: Divulgação/Asgav e Sipargs

A importância de uma produção mais sustentável foi a lição mais importante que este ano deixou aponta o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos. “A natureza nos lembrou que é soberana e da necessidade de nos reciclarmos cada vez mais do que fizemos no passado. Eu digo a humanidade como um todo. As práticas sustentáveis que tanto se fala e que vamos discutir na Conbrasfran, essas práticas que estamos implementando agora é para amenizar o que vem pela frente, já que estamos enfrentando agora as consequências do que foi feito no passado”.

Então, para ele, a lição é a necessidade de insistirmos no tema da sustentabilidade ambiental e social, insistir na educação, na orientação e na disciplina ambiental com o objetivo de mitigar os efeitos climáticos no futuro. “Os efeitos podem ser vistos no mundo todo. Aumento dos dias de calor extremo, chuvas recordes no Brasil, na Espanha e outros países, além das queimadas em várias regiões do mundo também”.

A Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha, vai reunir empresários, indústrias, produtores e lideranças de todo o país para discutir todas as áreas estratégicas. “Vamos falar sobre sanidade avícola, um simpósio tradicional da Asgav será absorvido pela programação da Conbrasfran 2024. Vamos debater qualidade industrial, que trata questões de inspeção, controle, autocontrole e processo produtivo, entre outros temas. Teremos também um seminário sobre segurança do trabalho com uma abordagem do ambiente laboral dos colaboradores e da proteção deles em um quadro em que surgem novos desafios na medida em que aumentamos a produção”, pontuou.

Um dos destaques do evento será o 1º Seminário de Sustentabilidade Ambiental e Adequação Global. “Também teremos discussões sobre a área comercial, que impulsiona a nossa economia e é responsável por levar o nosso produto até a mesa do consumidor brasileiro e de mais de 150 países”, salientou Santos. Ele destaca ainda os debates sobre questões jurídicas e tributárias. “São temas que permeiam o nosso dia a dia e estamos diante de uma reforma tributária, que também será abordada”, afirmou mencionando o Agrologs, que vai falar sobre logística, outro desafio para a cadeia produtiva. “O Brasil precisa avançar em ferrovias, hidrovias é uma necessidade para garantir sustentáculos de competitividade”. “É um evento que vai trazer temas estratégicos”, encerrou.

Os interessados podem se inscrever através do site do evento. E a programação completa da Conbrasfran 2024 também está disponível clicando aqui.

Fonte: Assessoria Asgav e Sipargs
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Conbrasfran 2024 ressalta superação e resiliência da avicultura gaúcha em meio a desafios históricos

Evento será realizado entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha.

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Presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: "São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente" - Foto: Divulgação

Se desafio é uma palavra que faz parte do dia a dia da avicultura, este ano levou o seu significado a um novo patamar, especialmente falando do Rio Grande do Sul. O estado enfrentou enchentes e depois um caso isolado de Doença de Newcastle. “Tudo isso nos abalou sim. Redirecionamos toda a atenção e os nossos esforços para ser o elo de ligação do setor com o poder público, com a imprensa e a atender as demandas dos setores. A organização do evento já estava em curso quando tivemos 45 dias de interdição do prédio onde fica a nossa sede, localizado à beira do rio Guaíba. Tivemos enchente. Para se ter uma ideia, a água chegou até 1,80 metro do 1º andar e não pudemos entrar por conta da falta de luz, de água e outra série de dificuldades”, ressaltou o presidente executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos.

Ainda assim, estes entraves não foram suficientes para desistir da realização da Conferência Brasil Sul da Indústria e Produção de Carne de Frango (Conbrasfran 2024), que vai ser realizada entre os dias 25 e 27 de novembro, em Gramado, na serra gaúcha. “Não houve um único questionamento sequer por parte de associados e dirigentes, o que demonstra que o setor está convencido da importância deste encontro e das discussões que ele vai trazer. Serão vários temas, técnicos, conjunturais, temas estratégicos, de planejamento e de superação de desafios, entre outros. E tudo isso fez com que o setor mantivesse acesa a chama para realizar este evento”, destacou Santos.

De acordo com ele, diante dos desafios, as atividades da organização da Conbrasfran 2024 foram acumuladas com o trabalho da linha de frente para atender as demandas cruciais que chegaram, além da interação com órgãos oficiais, imprensa e parceiros estratégicos, como a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “E mesmo assim, continuamos com a manutenção e organização do evento. E isso nos sobrecarregou sim. Temos uma equipe enxuta, mas que trabalhou bravamente, com máximo empenho, naqueles dias”.

Santos destaca que os esforços levaram a realização de um evento muito especial, que teve a colaboração de grande parte empresários e técnicos do setor. “São muitos os empresários que acreditam nesses movimentos e nos dão carta branca para seguir em frente, que sabem que apesar das dificuldades, continuamos um estado atrativo, com indústrias e produtores de pequeno, médio e grande portes que continuam produzindo por acreditar no empreendedorismo, na pujança na mão-de-obra, na gestão”, disse o executivo lembrando que apesar dos desafios, o estado conseguiu valorizar a produção, manter empresas e ainda está recebendo novos empreendimentos.

Superação
A superação das dificuldades trazidas pelo ano exigiu muito trabalho, organização e confiança. “Precisamos valorizar a confiança daqueles que são nossos associados e dirigentes. A confiança que recebi deles e da minha equipe como dirigente executivo foi importante. Também vale mencionar as estratégias e ações que colocamos em prática para atender todas as demandas que nos chegaram. Sempre buscamos a melhor forma de atender e ajudar os associados”.

E foi também de maneira virtual que estes desafios foram enfrentados. “Interagimos muitas vezes através de plataforma virtual com os serviços oficiais , seguimos em conjunto e dentro das diretrizes da ABPA e tivemos o apoio incondicional da nossa Federação. Com uma soma de esforços, com a confiança de dirigentes que depositam confiança em nosso trabalho, conseguimos ir para a linha de frente e atender as diferentes demandas do setor e da imprensa”, contou Santos que agiu com firmeza em seus posicionamentos e conseguiu liderar o setor na retomada até chegarmos neste momento.

Os interessados podem se inscrever e conferir a programação completa da Conbrasfran 2024 clicando aqui. Outras informaçõe podem ser obtidas pelo e-mail conbrasfran@asgav.com.br, através do telefone (51) 3228-8844, do WhatsApp (51) 98600-9684 ou pelo Instagram do encontro.

Fonte: Assessoria Asgav
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