Notícias Cascavel (PR)
História do Show Rural vira exposição no Centro Cultural
A exposição traz fotografias históricas que remontam às primeiras edições.

“O Show Rural Coopavel é um exemplo de trabalho, de determinação e de grande talento. Somos todos muito gratos ao que ele representa para o agronegócio do Oeste do Paraná e por levar o nome do nosso município para o mundo”, disse o prefeito Leonaldo Paranhos, na manhã de ontem (03), durante a abertura oficial da exposição A origem de tudo, em homenagem aos 35 anos do evento. A solenidade, que marcou também a inauguração da revitalização do Centro Cultural Gilberto Mayer, contou com a participação de autoridades, pioneiros, colaboradores da Coopavel, dirigentes de entidades empresariais e convidados.
A exposição, que já pode ser visitada em uma sala especialmente preparada, traz fotografias históricas que remontam às primeiras edições, quando a proposta era organizar um dia de campo capaz de acelerar o processo de repasses de informações e novidades sobre tecnologias para melhorar a produtividade e reduzir custos no campo. “Rogério Rizzardi e eu fomos aos Estados Unidos, em 1988, conhecer a Farm Progress Show e buscar subsídios para o que seria um evento pioneiro em Cascavel e no Brasil. Desenhamos o esboço em um guardanapo, na viagem de retorno ao Brasil”, lembra o presidente da Coopavel Dilvo Grolli, que se emocionou ao ver a fotografia da visita à Farm e o guardanapo que serviu de esboço à mostra de tecnologia.
A exposição traz imagens e textos que revelam o processo de crescimento do Show Rural Coopavel, hoje um dos três maiores do mundo de vertente técnica para disseminar conhecimentos ao agronegócio. Observando a linha do tempo, que estampa uma das paredes do ambiente destinado à exposição, é possível saber que a primeira, em 1989, reuniu apenas 110 pessoas e que a maior já realizada, em 2021, contou com 298 mil visitantes em apenas cinco dias. Em uma estante há grãos, que simbolizam as principais commodities apresentadas no evento, recortes de velhos jornais e elementos que lembram o campo. Em expositores espalhados pela sala é possível ver fotografias de diferentes edições e documentos em alusão ao evento.
Reconhecimento
“Esse é um reconhecimento importante a todos que, em diferentes momentos de suas carreiras dedicados à cooperativa organizadora, fizeram do Show Rural Coopavel um modelo de planejamento e dedicação. Obrigado por essa homenagem, que representa tanto para nós todos”, citou o coordenador geral Rogério Rizzardi. O secretário municipal de Cultura, Luiz Ernesto Meyer Pereira, lembrou que o evento começou pequeno e cresceu em razão da determinação, da visão e do trabalho dedicado de muitas pessoas. “Essa é uma iniciativa motivada pela busca do melhor de cada um, pela superação e pelo contínuo fortalecimento de uma cadeia econômica indispensável ao Oeste, ao Paraná e ao Brasil”, ressalta Luiz Ernesto.
Horários de visitação
A exposição será aberta neste dia 2 de fevereiro, às 10:30. No dia 3, a visitação será das 10h às 21h. Nos dias 4 e 5 das 10h30 às 16h30. De terça a sexta-feira, 7 a 10 de fevereiro, durante o 35º Show Rural, a exposição acontecerá das 13h às 21h. No sábado e domingo, 11 e 12, o horário será das 10h30 às 16h30.

Notícias
Tecnologia e descontos movimentam Dia de Campo da C.Vale
Colhedoras, drones e tratores chamam atenção dos visitantes em Palotina enquanto a cooperativa oferece promoções e negociações de grãos por insumos para a safra 2025/26 e futuras temporadas.

Colhedoras de forragem de alto rendimento, drones e equipamentos autopropelidos para pulverização chamaram atenção na segunda etapa do Dia de Campo da C.Vale, em Palotina, nesta quarta-feira (03). Máquinas, implementos e tecnologias agrícolas atraíram visitantes de todas as idades.
Entre os destaques, um trator Claas Xeron 5000 impressiona pelo tamanho e pela potência: com 530 cv e oito pneus, é indicado para grandes áreas e traz cabine equipada com monitores e comandos eletrônicos.
A “Black Friday” ofereceu descontos de até 70% em produtos como pequenas máquinas, pneus, peças, aeradores e geradores. Além disso, a cooperativa mantém campanha de negociação de grãos por insumos, contemplando a safra 2025/26 de soja, a safrinha 2026/26 de milho e a temporada 2026/27 de soja.
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Crianças exploram novidades e interagem com máquinas no Dia de Campo da C.Vale
Espaço Kids, atrações interativas e programas como Cooperjovem garantem diversão e aprendizado no campo experimental da cooperativa.

Nem mesmo o calor afastou as crianças do Dia de Campo da C.Vale. No campo experimental da cooperativa, o que chama atenção são as máquinas, as plantas e o colorido dos estandes. Muitos pequenos se arriscam a “pilotar” os equipamentos, posam com mascotes e chegam bem pertinho de aviões agrícolas e quadriciclos, matando a curiosidade de perto.
Entre as novidades está o Espaço Kids, com brinquedos e atividades interativas, que garante diversão para todas as idades. O Núcleo Jovem também marca presença com jogos e palestras sobre sucessão no campo, despertando o interesse dos futuros produtores.
Ao longo de 2025, cerca de 500 crianças que participaram do Cooperjovem estão aproveitando o evento acompanhadas por monitores. Outro grupo que chamou atenção veio do programa Bombeiros Mirins e circula uniformizado com roupas marrom e vermelho.
Notícias
Bioinsumos produzidos na propriedade ganham peso estratégico e ampliam autonomia do agricultor, aponta ABBINS
Prática, regulamentada desde 2009, é segura, aceita internacionalmente e estimulou a formação de novos segmentos industriais no Brasil.

A discussão sobre a produção de bioinsumos dentro das próprias fazendas, tema reacendido após a sanção da Lei nº 15.070/2024, a chamada Lei de Bioinsumos, não é novidade para o agro brasileiro. É o que afirma o diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré, que destaca que a prática já é reconhecida legalmente há 16 anos e operada com sucesso por produtores de todo o país.
Segundo Minaré, o marco inicial ocorreu em 2009, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou o Decreto nº 6.913, autorizando agricultores a produzir bioinsumos para uso próprio sem necessidade de registro, desde que fossem produtos aprovados para a agricultura orgânica. “Temos 16 anos de experiência de sucesso. Essa prática, inclusive, liderou a ampliação do uso de bioinsumos no Brasil”, afirma.
Questionado sobre eventuais resistências técnicas ou regulatórias em 2009 por parte de órgãos como Embrapa, Anvisa, Ibama ou Ministério da Agricultura, Minaré é categórico: “Nenhum órgão se manifestou contra ou apresentou objeção”, recordando que o decreto foi assinado também pelos ministros da Agricultura, Saúde e Meio Ambiente e, antes disso, passou por análise das equipes técnicas de cada pasta e da Casa Civil.

Diretor-executivo da Associação Brasileira de Bioinsumos (ABBINS), Reginaldo Minaré: “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”
Ao longo dos anos, segundo o diretor, o próprio governo federal estimulou a prática. O Ministério da Agricultura incluiu, em vários Planos Safra, linhas de financiamento para unidades de produção de bioinsumos nas propriedades rurais. O BNDES, por meio do RenovAgro, também passou a listar a produção para uso próprio como empreendimento financiável. “Tudo isso foi feito com muito sucesso e sem nenhum registro de problema em exportações”, afirma. “Produtos tratados com bioinsumos, seja produzido na fazenda, seja industrial, são amplamente aceitos pelo mercado internacional”, enfatizou.
Uso próprio fortalece e não enfraquece setor industrial
Outro ponto defendido por Minaré é que a produção na propriedade rural não reduz espaço para a indústria, como argumentam setores contrários ao modelo. Para ele, ocorreu justamente o contrário. “A produção de bioinsumos para uso próprio trouxe um estímulo enorme para a instalação de novas indústrias nacionais”, diz.
Ele afirma que, por décadas, o mercado de insumos agrícolas no Brasil permaneceu hiperconcentrado, e que o movimento puxado pelos agricultores abriu demanda para novos segmentos.
Entre os setores movimentados pela prática, Minaré cita a oferta de inóculos, meios de cultura, biorreatores e serviços técnicos especializados espalhados pelo interior. “Criou-se uma cadeia inteira que não existia”, resume.
Prática é comum em diversos países
Minaré também rejeita a tese de que o modelo brasileiro seria uma exceção mundial. Ele afirma que a produção de bioinsumos na fazenda ocorre em diferentes países. Entre os exemplos citados estão Áustria, Inglaterra, Japão, México e os estados de Missouri e Ohio, nos Estados Unidos.
Na Áustria, diz ele, há empresas que fornecem misturas microbianas de alta densidade para que agricultores multipliquem os microrganismos em suas propriedades. Nos EUA, empresas entregam tanto a cultura mãe quanto o meio de cultura e até tanques fermentadores de mil litros. O México, por sua vez, publica manuais oficiais orientando agricultores a produzirem bioinsumos, inclusive a partir de microrganismos coletados diretamente na natureza. “Em todos esses países, assim como no Brasil, a produção para uso próprio acontece de forma segura e eficiente”, reforça o diretor da ABBINS.
Prática consolidada e sem histórico de riscos
A avaliação de Minaré é que o debate atual precisa ser contextualizado pela experiência acumulada. “Não temos problemas. Temos, sim, muitos benefícios”, salienta.
Para ele, a prática já está consolidada como ferramenta que reduz custos, diversifica a oferta tecnológica e amplia a autonomia dos agricultores, além de estimular o desenvolvimento industrial e científico no setor de bioinsumos.





